segunda-feira, fevereiro 20, 2006

RECEITA DE BISCOITO DE POLVILHO DA LAURA
* 500 g polvilho azedo Caribé
* 2 copos farinha de milho
* 1 copo óleo de soja
* 1,5 copo de água
* 1,5 copo de leite
* 3 ovos
* sal a gosto

1. Em uma tigela misture bem o polvilho com o óleo, o leite e o sal e a farinha de milho umidecida
2. Junte 1,5 chícara de água quente
3. Misture novamente até ficar homogêneo
4. Junte o ovo e misture bem a massa com a mão
5. Fazer os biscoitinhos com o auxílio de 2 colheres
6. Assar em forno pré-aquecido

DUAS RECEITAS DE Biscoito de Polvilho Mineiro


½ chícara (chá) de farinha de milho branca
3 e ½ chícara (chá) de polvilho azedo
1 chícara (chá) de óleo de soja
1 e ½ chícara (chá) de leite
1 colher (café) de sal
2 ovos


Colocar a farinha de milho de molho em 1 xícara (chá) de leite. Misturar o sal no polvilho azedo, E depois, Escaldar com o óleo fervendo. Desfazer os grumos com a mão, Até ficar parecendo uma farofa. Acrescentar ao polvilho escaldado, A farinha de milho, o leite, e os 2 ovos inteiros. Misturar bem. Se for preciso, acrescentar o restante do leite (½ xícara chá). A massa fica mole, No ponto de se fazer os biscoitos com o auxílio de 2 colher. Assar em forno médio, Até que fiquem bem dourados. Depois de assados, Deixar uns minutos no forno para que fiquem bem sequinhos. FONTE

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Biscoito de polvilho

Ingredientes
  • 250 ml de óleo
  • 1 copo (de 250 ml) de farinha de milho
  • 250 ml de água morna
  • 3 ovos
  • 500 g de polvilho azedo
  • 1 colher de sopa de sal
  • Tabela de conversão de medidas

  • Modo de Preparo
  1. Despeje o polvilho e o óleo e misture
  2. Depois, coloque a farinha de milho
  3. Misture de novo
  4. Adicione os ovos
  5. Mexa mais um pouco
  6. Em seguida, coloque o sal e misture
  7. Por fim, despeje a água morna
  8. Mexa bem
  9. A massa não pode ficar nem muito solta nem muito dura
  10. Tem que ficar no ponto de enrolar
  11. Com um saquinho plástico furado, faça as formas dos biscoitos
  12. Leve ao forno a 150º graus e deixe por 15 minutos
  13. Então, é só provar

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domingo, fevereiro 19, 2006

3. O ensacamento de frutas (pêssego, uva, goiaba, nêspera, banana, maracujá


O ensacamento das frutas para protegêlas
do ataque de moscas é uma das práticas
fitossanitárias mais antigas e eficazes. Na
década de 60, quando a Grande Porto Alegre
era o principal pólo de produção de
hortigranjeiros no Rio Grande do Sul, o
ensacamento era prática usual, principalmente
para o pêssego, pêra e ameixa.

Usavam-se sacos de papel encerado e de papel manteiga
e, também, folhas de jornal , para proteger os
cachos de uva contra o ataque de vespas e
outros insetos (ROSA, 2002).

Nos municípios de produção citrícola, o
ensacamento era praticado correntemente,
desde o início do século passado, exigindo dispêndio
elevado de material e, em especial, de
mão-de-obra, tornando-se inviável, principalmente
nos grandes pomares, onde difícil se
tornava a obtenção de mão-de-obra barata e
abundante (GONÇALVES et al., 1958).

A partir do final da década de 60 e início
dos anos 70, o ensacamento praticamente
deixou de ser feito, substituído pela aplicação
de iscas com inseticidas para controle da
mosca-das-frutas. A escassez de mão-de-obra
na zona rural, o maior custo, o tamanho dos
pomares e o preço final da fruta são fatores
que hoje limitam esta prática a determinadas
espécies e variedades.

A mosca-das-frutas ataca o pêssego no início
ou durante o período de inchamento do
fruto, quando estiver ligeiramente mole. Um
modo prático para determinar o "ponto" é cravar
levemente a unha no fruto. Se ocorrer um
"estalo", estará no ponto de ataque, geralmente
acontecendo em torno de 20-25 dias antes
da maturação (EMBRAPA, 1990).

A proteção de pêssegos com saquinhos de
papel é bastante eficiente contra a mosca-dasfrutas.
Os frutos não ficam bichados e apresentam
melhor aparência pela sanidade e
maturação uniforme.

A época mais aconselhável para a realização
do ensacamento é antes do início do
inchamento, isto é, quando os frutos ultrapassarem
o diâmetro de, mais ou menos, 6 a
7 cm (SACHS et al., 1984).

Lorenzato (1988) recomenda proteger os
frutos com saquinhos de papel encerado, com
dimensões de 23x16 cm, 27x20 cm e outras,
logo que estejam formados, antes que ocorra
o ataque da mosca. Devem ser colocados lateralmente
em relação ao ramo e amarrados
com arame fino n.º 24 por trás do ramo que
sustenta o fruto. (SACHS et al., 1984). Shizuto
(1973) recomenda usar amarrilhos de junco
55
Agroecol. e Desenvol. Rur. Sustent. Porto Alegre, v.3, n.4, out/dez 2002

A lternativa
Tecnológica
fino, barbante ou fita de plástico para amarrar
os saquinhos.

Piza Junior e Kavati (2002), reportando-se
ao ensacamento da goiaba de mesa (Psidium
guajava L.), consideram que os frutos remanescentes
do desbaste são protegidos por sacos
de papel-manteiga, com as dimensões
usuais de 15x12 cm, que podem ser adquiridos
prontos. Todavia, os produtores preferem
fazer sacos a partir de resmas de papel adquiridas
do fabricante, pela melhor qualidade
do produto empregado, que apresenta maior
durabilidade e resistência. Os sacos são presos
no pedúnculo do fruto ou no ramo que o
sustenta, por meio de um fitilho vegetal ou
arame fino.

O ensacamento das goiabas novas (tamanho
da azeitona), visa obter frutos de melhor
qualidade e sem resíduos de agrotóxicos. Tem
a finalidade de proteger o fruto do ataque do
gorgulho, das moscas-das-frutas e da incidência
direta do sol (SILVA, 1998).

Em nespereira, o cacho é revestido com
saquinhos de papel para impedir o ataque de
aves e insetos (JORDÃO; NAKANO, 2000).

Na bananicultura, utilizam-se sacos de
polietileno. É uma prática usada principalmente
para cultivos destinados à exportação,
apresentando como vantagens: aumentar a
velocidade de desenvolvimento dos frutos;
evitar o ataque de pragas (abelha irapuá,
tripes, etc.) e melhorar a qualidade geral da
fruta pela redução dos danos relacionados com
raspões, queimaduras no fruto pela fricção de
folhas dobradas, escoras e processo de corte
do cacho e seu manuseio. A operação consiste
em se eliminar a última penca, deixandose
apenas um "dedo", que permitirá a circulação
normal da seiva (ALVES, 2000).

Para o ensacamento da graviola são utilizados
sacos plásticos translúcidos perfurados
no fundo, quando os frutos tiverem cerca de
3 a 5 cm (SACRAMENTO, 2000).

Em tomateiros, visando o controle das pragas
dos frutos Neoleucinodes elegantalis (broca-
pequena) e Helicoverpa zea (broca-grande),
Jordão & Nakano (2000) testaram o efeito do
ensacamento de pencas de tomates, associadas
ou não a repelentes. Houve redução do
ataque dessas pragas com resultados semelhantes
ao nível controle químico padrão.

Para a proteção dos cachos de uva contra
a ação de insetos, pássaros e de moléstias
criptogâmicas na fase de maturação, Marengo
(2002) recomenda o uso de plásticos transparentes.

Além da finalidade fitossanitária, o
ensacamento serve para manter a uniformidade
de coloração (RIVADULLA, 1996, citado
por JORDÃO; NAKANO, 2000).
Na cultura da alcachofra, Isechi et al.
(1998) recomendam o ensacamento dos botões
ou inflorescências (partes comestíveis)
com sacos de papel para preservar a sua cor
roxa característica, que assegura melhor preço
no mercado.

Para a proteção do marmelo, Duarte (2000)
recomenda o ensacamento quando os frutos
apresentarem cerca de 4 cm de diâmetro,
usando-se saquinhos de papel impermeável,
de 20x25 cm.

Na cultura do maracujazeiro, ensacam-se
os frutos para protegê-los das moscas-das-frutas
e do percevejo-do-maracujá, Diactor
bilineatus (JORDÃO; NAKANO, 2000)

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segunda-feira, fevereiro 13, 2006

.Poda Uva Videira (fonte EMBRAPA)

A videira, em seu meio natural, pode atingir grande desenvolvimento. Nessas condições, a produtividade não é constante e os cachos são pequenos e de baixa qualidade. Ao limitar o número e o comprimento dos sarmentos, a poda seca proporciona um balanço racional entre o vigor e a produção, regularizando a quantidade de uva produzida e sua qualidade. A poda verde constitui-se num importante complemento da poda seca para melhorar as condições do dossel vegetativo do vinhedo.

Poda seca
Escolha do sistema de poda

Localização e tipos de gemas

Princípios fundamentais da poda
Informações adicionais aos princípios da poda
Época da poda
Elementos da poda
Sistemas de poda
Localização dos cortes de poda
Tipos de poda
Poda verde

Poda seca

Os principais objetivos da poda seca são: a) propiciar que as videiras frutifiquem desde os primeiros anos de plantio; b) limitar o número de gemas para regularizar e harmonizar a produção e o vigor, de modo a não expor as videiras a excessos de produção que podem levá-las a períodos de baixa frutificação; c) melhorar a qualidade da uva, que pode ser comprometida por uma elevada produção; d) uniformizar a distribuição da seiva elaborada para os diferentes órgãos; e) proporcionar à planta uma forma determinada que se mantenha por muito tempo e que facilite a execução dos tratos culturais.

Escolha do sistema de poda

A eleição de um sistema de poda depende da cultivar, das características do solo, da influência do clima e de aspectos sanitários.

Cultivar: pode-se adotar a poda mista (vara e esporão) em determinadas cultivares, como na Niágara Branca, e a poda em cordão esporonado, como na Isabel. Em condições similares de clima e solo, as diversas cultivares apresentam desenvolvimento vegetativo diferenciado. Nas vigorosas, deixa-se um maior número de gemas/vara.
O sistema de poda depende também da localização das gemas férteis ao longo do sarmento. Se as gemas estiverem situadas em sua base, normalmente faz-se a poda em cordão esporonado; as cultivares que apresentam gemas inférteis na base do sarmento exigem poda mista. O comprimento dos entrenós também deve ser considerado para a realização da poda.

Características do solo: o vigor da planta está relacionado com a fertilidade do solo. Videiras em solos de baixa fertilidade não são muito vigorosas e, por isso, normalmente adota-se a poda curta; solos férteis propiciam grande desenvolvimento às videiras, sendo então utilizada a poda longa.

Influência do clima: uma mesma cultivar, plantada em solos similares, comporta-se segundo as características climáticas do local. Em áreas sujeitas a geadas tardias, a videira deve ser conduzida mais alta. Em climas úmidos, as gemas da base do sarmento geralmente são inférteis. Climas secos proporcionam maior fertilidade das gemas da base do sarmento. É importante, ainda, considerar a predominância dos ventos.
Nas regiões onde a incidência direta do sol não é favorável à qualidade da uva, deve-se fazer a poda de forma que os cachos fiquem sombreados; nas regiões frias e úmidas, a poda deve facilitar a incidência dos raios solares nos cachos.

Aspectos sanitários: as partes da videira com umidade persistente e pouco arejadas propiciam o desenvolvimento de doenças fúngicas. Para evitar a proliferação de doenças nas videiras, deve-se eleger o sistema de poda que assegure o máximo de circulação de ar e penetração de luz.

Localização e tipos de gemas


Na videira não se distinguem gemas vegetativas e gemas frutíferas, como em muitas espécies, mas sim somente gemas mistas, que originam brotos com inflorescências e folhas ou somente folhas. A gema da videira é composta, sendo a principal chamada de primária, que dá origem a um broto frutífero; as outras duas são chamadas de secundárias, que geralmente brotam quando ocorrer algum dano com a gema primária (geada, granizo, vento, dano nas gemas superiores), as quais dão origem a brotos que podem ser férteis ou não. Em geral, são mais férteis nas variedades americanas e híbridas que nas viníferas.
As gemas da videira se localizam nas axilas das folhas, na posição lateral do ramo, inseridas junto aos nós (Figura 1).


Gemas prontas: formam-se na primavera-verão, cerca de uma dezena de dias antes das gemas francas. Assim que formadas podem dar origem a uma brotação chamada feminela ou neto (ramo antecipado), que pode ser estéril, pouco ou muito fértil, segundo a cultivar. Localiza-se, também, na axila das folhas, ligeiramente descentralizada e abaixo da gema franca.

Gemas francas ou axilares: formam-se na base das gemas prontas, junto à inserção do pecíolo foliar e permanecem dormentes durante o ano de formação, mas sofrem uma série de transformações. A formação do esboço dos cachos se completa somente na primavera seguinte. Durante a brotação e desenvolvimento dos ramos, as gemas francas não germinam porque são inibidas pela atividade dos ápices vegetativos (dominância apical) e das gemas prontas (inibição correlativa). Essas gemas podem produzir de um a qautro cachos, e até cinco como por exemplo na Couderc 13.

Gemas latentes: são gemas não muito desenvolvidas, localizadas na madeira velha, que foram cobertas pela sucessiva formação de tecidos. Quando brotam dão origem a ladrões estéreis, que surgem quando se realiza uma poda drástica; ocorre danos por geadas tardias nas outras gemas; há problemas com a circulação da seiva.

Gemas basilares, da coroa ou casqueiras: são um conjunto de gemas não bem diferenciadas que se formam na base do ramo, junto à inserção do broto do ano com a madeira do ano anterior. Somente brotam quando se fizer poda curta, aplicação de regulador de crescimento ou ocorrer problemas com as gemas francas. Geralmente são férteis nas cultivares americanas e inférteis nas viníferas.

Gemas cegas: são as mais desenvolvidas das gemas basilares, sendo as primeiras gemas visíveis localizadas logo acima dessas. Geralmente elas são férteis nas americanas.


Fig. 1. O sarmento da videira e suas partes (Segundo Chauvet & Raynier, 1979).

Princípios fundamentais da poda

Mesmo que os sistemas de poda sejam transmitidos durante gerações, de forma empírica ou intuitiva, é importante que o podador conheça as bases racionais nas quais se sustenta a difícil técnica de podar. Os princípios da poda são os seguintes:

  • A videira normalmente frutifica em ramos do ano que se desenvolvem de sarmentos do ano anterior.
  • O ramo que proporcionou um broto frutífero não produz novamente, por isso deve ser substituído por outro que ainda não tenha produzido. A preocupação deve ser o presente (próxima safra), mas não se pode esquecer o futuro (safras subseqüentes).
  • A frutificação é em geral inversa ao vigor, pois a produção de uva reduz a capacidade da videira para a próxima safra ou safras. As videiras com altas produções apresentam menos vigor e terão menores produtividades no ano seguinte ou nos anos seguintes.
  • O vigor individual dos ramos de uma videira é inversamente proporcional ao seu número.
  • Quanto mais o ramo se aproximar da posição vertical, maior será o seu vigor. A brotação se inicia pelas gemas das pontas das varas ou esporões (brotação mais precoce e mais vigorosa); as gemas da parte mediana e da base das varas brotam posteriormente. A curvatura da vara, as amarrações e o uso de reguladores de crescimento alteram essa dominância.
  • Uma videira só tem condições de nutrir e maturar de forma eficaz uma determinada quantidade de frutos.
  • Os ramos mais afastados do tronco são, em igualdade de condições, os mais vigorosos. As gemas mais afastadas da base do ramo têm, em geral, maior fertilidade.
  • O tamanho e o peso dos cachos, nas mesmas condições de cultivar, solo, clima e poda, aumentam quando se faz desbaste de cachos após o pegamento do fruto.
  • Qualquer que seja o sistema de poda aplicado, o viticultor deverá vigiar para que a futura área foliar e a produção tenham as melhores condições de aeração, calor e luminosidade.
  • Para continuar um braço se elegerá o sarmento situado mais baixo e mais próximo da base.
Informações adicionais aos princípios da poda

  • A dominância apical é variável em função da variedade (as que possuem forte dominância apical devem ser podadas curtas), do vigor da videira (plantas fracas apresentam dominância apical mais marcada), do rigor do período de repouso (inverno deficiente a favorecem) e do tipo de sustentação (orientação dos ramos).
  • A adequada nutrição de carboidratos, o crescimento moderado do ramo e a produtividade normal favorecem a maturação do ramo e propiciam a formação de gemas frutíferas. Os sarmentos maduros armazenam maior quantidade de reservas (amido e sacarose) que sarmentos parcialmente maduros.
  • O comprimento do entrenó está relacionado com o vigor da planta (velocidade de crescimento). Ramos formados no início do ciclo e com crescimento regular terão entrenós com comprimento normal, o que significa dizer boas condições para o desenvolvimento das gemas frutíferas e para a maturação; entrenós muito longos indicam excesso de vigor e de crescimento, induzindo à formação de sarmentos imaturos e deficiente desenvolvimento das gemas frutíferas; entrenós muito curtos ocorrem quando há nutrição deficiente, falta de água, pragas ou doenças.
  • Os ramos ladrões com crescimento normal podem ser utilizados como elementos da poda. Quando o desenvolvimento é rápido, com excessivo vigor, apresentam gemas pouco férteis ou geralmente estéreis.
  • O podador deve selecionar as varas e os esporões pela sua condição (vigor e sanidade) e, após, pela sua posição na planta.
Época da poda

A época depende de vários fatores, entre os quais a cultivar, tamanho do vinhedo, topografia do terreno (riscos de geadas tardias), disponibilidade de mão-de-obra qualificada, concorrência com outras atividades na propriedade, umidade do solo e objetivos da produção (indústria, mesa).
A poda é feita durante o período de repouso da videira, isto é, desde a queda das folhas até pouco antes do início da brotação. Nas regiões expostas a geadas tardias poda-se tarde; nos climas temperados, durante o inverno; e podam-se tarde as videiras vigorosas e cedo, as fracas. As podas excessivamente precoces ou demasiadamente tardias são debilitantes para a videira e retardam a brotação.
Para as condições da Serra Gaúcha, a poda tardia é recomendável pois apresenta as seguintes vantagens: a brotação tardia é mais uniforme; há menor incidência de antracnose e menor probabilidade de danos por geadas; propicia maior produtividade do vinhedo; e a temperatura é mais adequada para o desenvolvimento dos tecidos e órgãos da videira.

Elementos da poda

Os elementos da poda são o esporão e a vara. O esporão desempenha duas funções na poda, ou seja, frutificação e produção de sarmento para a futura poda. Quando adotada a poda mista, sua função principal é a produção de sarmentos. A função da vara é a frutificação.

Sistemas de poda

Há grande variabilidade de sistemas de poda, em função da cultivar, clima, solo e porta-enxerto. Mas, podem ser agrupados em poda curta (cordão esporonado) e mista (vara e esporão). A poda é considerada curta quando o esporão tem até três gemas francas, e mista quando permanecem esporões e varas na mesma planta.
Em função do número de gemas deixadas na videira a poda pode ser rica, média ou pobre. Uma poda é considerada rica quando permanecem mais de 120 mil gemas por hectare e pobre, quando esta quantidade é de 50 mil a 60 mil gemas por hectare. Existe uma carga ótima para cada planta, dependendo das condições existentes. Se a quantidade de gemas for menor daquela que a planta exigir, os brotos serão muito vigorosos, haverá maior número de ladrões e, eventualmente, surgirão problemas com a floração; caso a quantidade de gemas for exagerada, resultará numa produção excessiva de frutos que debilitará a planta. O equilíbrio entre a parte vegetativa e a produtiva pode ser expresso pela relação peso fresco do fruto/peso da poda. Um vinhedo equilibrado apresenta valores entre 5 e 10.
O sistema de poda seca recomendado para as cultivares americanas e híbridas depende principalmente do hábito vegetativo de cada variedade.
A Isabel e a Bordô devem ser podadas deixando-se esporões com uma gema. Entretanto pode-se também fazer uma poda rasa, que consiste em podar rente à madeira. No caso de haver necessidade de renovação de parte da planta, deve-se deixar varas contendo um certo número de gemas, determinado principalmente pela posição do esporão que deu origem a essa vara em relação aos fios de sustentação da folhagem, que serão utilizadas para substituir as partes comprometidas da videira.
A Niágara Branca e demais cultivares com hábito vegetativo similar às viníferas, deve ser podada no sistema poda mista. Se o sistema de condução adotado é o latada, deixam-se de 5 a 6 varas e de 12 a 15 esporões por planta; mas se o sistema for o espaldeira, deixam-se 2 varas, uma para cada lado do fio de sustentação da produção, e 3 ou 4 esporões por planta.

Localização dos cortes de poda

Quando o corte for realizado no tronco ou nos braços da videira, geralmente ocorre a morte dos tecidos subjacentes à secção do corte se ele for efetuado próximo à parte que permanece. Isto por que pode haver infiltração de água da chuva, que pode provocar a decomposição e a necrose do tecido caso não forem adequadamente protegidos até que se forme a cicatriz que o isola dos agentes externos. É importante deixar um pouco de madeira, a qual contribuirá para melhorar a cicatrização.
Os cortes nas varas e esporões não devem deixar a medula exposta, pois pode ocorrer acúmulo de água da chuva e a entrada de insetos e fungos parasitas da videira. Geralmente poda-se logo acima da última gema que se quer deixar, a fim de que permaneça uma pequena porção da medula. O corte deve ser em bisel, com a parte mais comprida do lado da última gema.

Tipos de poda

Há três tipos de poda da videira: formação, frutificação e renovação, realizadas em função da idade da videira.

Poda de formação: tem por finalidade dar a forma adequada à planta, de acordo com o sistema de sustentação adotado.
Desde o plantio da muda ou da enxertia é importante que ocorra um bom desenvolvimento da área foliar e, conseqüentemente, do sistema radicular. Por isso, toda a vegetação da planta deve ser mantida em boas condições.
A formação da planta deve ser bem planejada e posta em prática no início da brotação. Para a Serra Gaúcha recomendam-se os seguintes procedimentos: o broto de maior vigor do enxerto ou da muda (Figura 2A) é conduzido mediante sucessivas amarrações junto ao tutor (Figura 2B); quando esse broto alcançar a estrutura da latada ou o primeiro fio da espaldeira, será despontado cerca de 10 cm abaixo desta (Figura 2C), para eliminar a dominância apical e estimular a brotação e o desenvolvimento das feminelas; os brotos das últimas duas feminelas são conduzidos no arame, mediante amarrações no sentido da linha de plantio, um para cada lado (Figura 2D). Esses brotos serão os futuros braços da videira. Caso eles tiverem o vigor suficiente, poderão ser novamente despontados.
A poda de formação consiste em podar os futuros braços das videiras que foram despontadas, deixando no máximo seis gemas (Figura 2E). As mudas que não foram despontadas, mas que apresentam vigor suficiente, são podadas na altura da estrutura de sustentação. As mudas fracas devem ser podadas a duas gemas.
Normalmente, a poda de formação é concluída até o terceiro ano. A poda de formação adequada proporciona maior facilidade para a realização da poda de frutificação.


Fig. 2. Poda de formação: A - enxerto ou muda; B - condução da muda; C - desponta; D - condução das feminelas; E - poda seca. (Desenhos: Adriano Mazzarolo)


Poda de frutificação: A poda de frutificação, também chamada de poda de produção, tem por objetivo preparar a videira para a produção da próxima safra. Deve ser feita através da eliminação de sarmentos mal localizados ou fracos e de ladrões, a fim de que permaneçam na planta somente as varas e/ou esporões desejados. A carga de gemas do vinhedo deve ser adequada à maximização da produtividade e da qualidade de uva, sem comprometer as produções dos anos seguintes.
Nas videiras espaçadas de 2,5 m x 1,5 m, conduzidas em latada e com poda mista, pode-se deixar, em cada braço, três varas com 6 a 7 gemas cada uma e até 6 esporões com duas gemas cada um (Figura 3A). Isso resulta de 60 a 66 gemas/planta. As varas devem estar distanciadas entre si cerca de 0,50 m. Portanto, nos 0,75 m de cada braço permanecem duas varas num sentido e uma no sentido oposto. Os esporões localizam-se próximos às bases das varas. As sucessivas podas de frutificação resumem-se em eliminar as varas que já produziram e substituí-las por outras originadas dos esporões (Figura 3B). Das duas brotações dos esporões (Figura 3C) seleciona-se, na próxima poda, a mais afastada do braço para ser a futura vara (Figura 3D) e a mais basal para ser o esporão (Figura 3E). Desta forma, a carga básica é de 6 varas e 12 esporões por videira.


Fig. 3. Poda de frutificação: A - planta antes da poda, mostrando os sarmentos originados dos esporões e varas deixados no ano anterior; B - planta mostrando as varas e os esporões deixados após a poda; C - brotação das duas gemas do esporão; D - detalhe indicando a posição dos cortes na poda mista de inverno; E - detalhe mostrando a vara e o esporão após a poda. (Desenhos: Adriano Mazzarolo)

Poda de renovação: a poda de renovação consiste em eliminar as partes da planta, principalmente braços e cordões, que se encontram com pouca vitalidade devido a acidentes climáticos, danos mecânicos, doenças ou pragas, e substituí-los por sarmentos mais jovens. É utilizada, também, para rebaixar partes da planta que se elevaram em demasia em relação ao aramado, bem como as partes que, devido a sucessivas podas, se distanciaram dos braços ou cordões.
Para a renovação de toda a copa, utiliza-se a brotação de uma gema latente do tronco (ladrão) bem localizada e a partir dela se reconstitui a planta. Essa prática é pouca utilizada sendo preferível a substituição da videira.

Poda verde

A poda verde é efetuada com o objetivo de complementar a poda seca da videira e de melhorar o equilíbrio entre a vegetação e os órgãos de produção. No manejo do dossel, a poda verde é uma de suas principais atividades. Ela consiste na desbrota, no esladroamento, na desfolha e na desponta de ramos, quando forem verdes ou herbáceos.
Os objetivos gerais da poda verde na videira são: 1) direcionar o crescimento vegetativo para as partes que formarão o tronco e os braços. Isso é feito com a eliminação de gemas, desponta e eliminação de ladrões; 2) diminuir os estragos causados pelo vento; e 3) abrir o dossel vegetativo de maneira a expor as folhas mais favoravelmente à luz e ao ar.

Desbrota e Esladroamento: A desbrota e o esladroamento consistem em suprimir as gemas, os brotos e os ramos que se desenvolvem nos troncos e nos braços e os ladrões que se desenvolvem no porta-enxerto.
Essas práticas têm como principais objetivos: eliminar órgãos frutíferos ou não; reduzir os riscos de infecção de doenças fúngicas como o míldio e a podridão do cacho; reduzir os riscos da fitotoxicidade de herbicidas sistêmicos; preparar as operações da poda seca, de maneira a reduzir o tempo para a execução dessa prática; auxiliar no estabelecimento das plantas como complemento da formação de inverno.
A remoção de gemas inchadas ou de brotos da parte inferior do tronco de uma planta jovem é realizada com o intuito de concentrar o crescimento em um ou mais ramos situados na parte superior, os quais formarão os braços da videira. Nas plantas mais jovens geralmente deixa-se apenas a gema superior, a fim de concentrar o crescimento no único ramo que formará o tronco da videira. Entretanto, em certos casos, é conveniente deixar duas gemas, com o intuito de garantir o desenvolvimento de um dos ramos delas originados.
A remoção dos ladrões geralmente é feita manualmente, entre a brotação e a floração da videira, em uma ou mais vezes, se necessário. Se houver disponibilidade de mão-de-obra, o esladroamento deve ser executado o mais cedo possível. De um modo geral deve ser realizado nos três primeiros anos, para evitar o surgimento de ladrões a partir do quarto ano.

Desfolha: A desfolha consiste na eliminação de folhas da videira, principalmente as situadas próximas aos cachos.
Essa prática tem como principais objetivos: aumentar a temperatura, a insolação e a aeração na região dos cachos; melhorar a coloração e a maturação das bagas; reduzir a incidência das podridões do cacho; favorecer a penetração dos fungicidas no dossel vegetativo e nos cachos.
A desfolha, da mesma forma que a desponta, deve ser feita com cuidado, pois se for inadequada pode comprometer a atividade fotossintética da planta. Deve ser feita durante o pegamento do fruto se os objetivos forem os de dar melhores condições para a maturação da uva e de diminuir as condições de incidência de Botrytis. Mas se o objetivo for acelerar a maturação, ela deve ser feita poucos dias antes da colheita da uva. Deve-se salientar que, em qualquer caso, deve-se eliminar somente as folhas muito desenvolvidas, as mais velhas, para não comprometer o fornecimento de nutrientes para o cacho.

Desponta: A desponta consiste na eliminação de uma parte da extremidade do ramo em crescimento e tem os seguintes efeitos:

  • efeito fisiológico – diminuir a incidência do desavinho em cultivares susceptíveis a este distúrbio fisiológico;
  • efeito prático – facilitar a penetração de materiais e de produtos fitossanitários, o que não seria tão facilmente realizado com uma vegetação densa;
  • efeito sobre o microclima dos cachos - melhorar as condições de insolação e de aeração através da redução da sombra;
  • efeito sobre a sensibilidade às doenças - eliminação de órgãos jovens susceptíveis à infecção de doenças, especialmente do míldio;
  • efeito sobre a morfologia da planta - manter um porte ereto dos ramos no vinhedo conduzido em espaldeira, antes que adquiram uma posição em direção ao solo.

A desponta deve ser feita manualmente a partir da floração, repassando duas ou três vezes se necessário. Se realizada muito cedo, ela pode estimular o desenvolvimento das feminelas aumentando o efeito da competição por nutrientes; se praticada muito tarde, não apresenta efeito sobre o pegamento do fruto.
A intensidade da desponta não deve ser muito severa, pois pode causar um importante efeito depressivo na videira. De um modo geral, recomenda-se suprimir em torno de 15 cm do ramo. Supressões mais severas, ou seja, de 30 cm a 60 cm, podem causar os problemas acima mencionados.

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sexta-feira, fevereiro 10, 2006

1-PODA DO FIGO FIGUEIRA
2-PODA DO FIGO CONFORME EMBRAPA
3-PODA PESSEGUEIRO PÊSSEGO

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ÉPOCA DA PODA -

Época da poda (UFLA)

Basicamente, a poda, pode ser executada em duas épocas. No inverno, é chamada de poda em seco e recomendada para frutíferas que perdem as folhas (caducifólias), como pessegueiro, macieira, ameixeira, figueira. Mas o inverno é uma referência muito teórica e pode induzir alguns erros. Existe um momento ótimo para iniciá-la. É quando os primeiros botões florais surgirem nas pontas dos ramos, indicando que a seiva começou a circular de novo pela planta. Se a poda for feita antes, estimulará a brotação na hora errada. Se efetuada depois, forçará a brotação vegetativa, exigindo mais tarde uma nova poda.

A poda verde ou de verão, por outro lado, é realizada quando a planta está vegetando e destina-se a arejar a copa, melhorar a insolação e a coloração dos frutos e diminuir a intensidade de cortes na poda de inverno. É também executada em plantas perenifólias (com folhas permanentes) como as cítricas, abacateiro, mangueira.

Por ocasião da poda seca ou de inverno, deve-se considerar a localização do pomar, as condições climáticas e o perigo de geadas tardias antes da operação. A poda deve ser iniciada pelas cultivares precoces, passando as de brotação normal e finalizando pelas tardias. Em regiões sujeitas a geadas tardias, deve-se atrasar o início da poda o máximo possível, até mesmo quando as plantas já apresentaram uma considerável brotação, normalmente as de ponteiros.


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PODA E CONDUÇÃO DA FIGUEIRA

Rafael Pio*; Edvan Alves Chagas**

1. INTRODUÇÃO
A figueira é uma frutífera com grande expansão mundial, pois apesar de ser considerada uma espécie de clima temperado, apresenta boa adaptação a uma grande variabilidade de climas, desde regiões frias até aquelas mais quentes.

O sul do estado de Minas Gerais possui boas condições para o cultivo desta fruteira, constituindo uma grande alternativa para os fruticultores da região, tendo como destaque principal a produção de figos verdes para a indústria.

2. PROPAGAÇÃO DA FIGUEIRA
A estaquia é o principal método utilizado para a produção de mudas de figueira, embora também possam ser empregados outros métodos. As estacas podem ser enraizadas previamente em viveiros ou plantadas diretamente no campo, sendo esta última forma a mais utilizada. O plantio diretamente no campo embora ainda seja o método mais utilizado, apresenta como inconveniente baixo índice de pegamento, que é também bastante desuniforme de um ano para o outro. Este método permite o uso do material retirado pela poda, preparando-se as estacas com comprimento de aproximadamente 30 a 40 cm e com 1,5 a 3,0 cm de diâmetro, o que permite a formação de mudas vigorosas. O plantio da estaca na cova é feito no sentido vertical, deixando-se 1 a 2 gemas acima do nível do solo, realizando após, uma amontoa que a cobrirá totalmente com terra solta.


3. PODA DE FORMAÇÃO
A poda engloba todos os tipos de intervenções que são efetuadas na planta, com o propósito de condicioná-la para uma produtividade rápida, elevada e mais constante ao longo dos anos. Nos primeiros 3 anos após o plantio, busca-se formar uma estrutura adequada para inserção dos ramos produtivos. A esta técnica, denomina-se “poda de formação”. Porém, mesmo durante este período inicial, a figueira já produz, de modo que torna-se difícil distinguir a poda de formação da de frutificação.
No início da brotação, deve-se selecionar o melhor broto, através de desbrotas das demais brotações quando atingirem 5 a 10 cm de comprimento. A muda será então conduzida em haste única, até atingir 40 a 50 cm de comprimento, sendo então despontada ainda no verão, ou mais tardar no inverno seguinte (julho/agosto) por ocasião da poda.

Despontando a haste principal da estaca (40 a 50 cm de altura), surgirão brotações laterais que constituirão a base ou esqueleto da planta. Esses brotos, ao atingirem cerca de 5 a 10 cm de comprimento, serão selecionados, permanecendo apenas três ramos, bem localizados, vigorosos e distribuídos, formando entre si um ângulo de 120°. Deste modo, no próximo inverno se terá a base da planta, formada pelo ramo principal com três brotos, que a partir de agora serão denominados pernadas.

A primeira poda de inverno, um ano após o plantio, consistirá no corte dos três ramos, ou pernadas, a 10 cm de seu ponto de inserção no tronco. Ao iniciar-se a brotação nas pernadas, é feita uma desbrota permanecendo apenas dois brotos bem localizados e distribuídos em cada uma das pernadas. Nesta fase, a planta terá no total seis ramos crescendo, continuando as desbrotadas das possíveis brotações que surgirem. No período de inverno (julho/agosto) do próximo ano, estes seis ramos devem ser podados a 5 cm cada, ficando uma estrutura formada por uma haste principal e três pernadas, dotadas de duas hastes cada, constituindo assim a base da planta (Figura 3).



4. PODA DE CONDUÇÃO OU FRUTIFICAÇÃO
A figueira é uma árvore caducifólia bastante ramificada, podendo atingir até 10 metros de altura, mas que raramente ultrapassa 3 metros, devido ao sistema de sucessivas podas drásticas realizadas no período de inverno (julho/agosto). Em geral, a vida útil produtiva está em torno de 30 anos variando conforme o manejo dado à planta.

Para obtenção de um pomar produtivo, o ficicultor deverá executar adequadamente diversas práticas culturais.

A poda pode ser executada durante o inverno (poda hibernal ou em seco) e durante o período de crescimento vegetativo (poda em verde). A poda hibernal é mais comumente utilizada na cultura da figueira, sendo realizada no final do inverno, próximo à época da brotação. Como a figueira produz em ramos do ano, ou seja, a produção ocorre nos ramos novos emitidos no mesmo ciclo em que produzem, a principal particularidade da poda desta espécie é a realização de poda drástica nos ramos emitidos no ciclo anterior, que ficam com 5 a 10 cm de comprimento.

Há dois sistemas de poda: o sistema tradicional e o sistema com desponte.


a) Sistema tradicional ou convencional
Após a formação da estrutura principal da planta (esqueleto), anualmente deve ser realizada a poda de frutificação, quando as plantas estiverem em repouso. Esta operação consiste na retirada dos ramos que já frutificaram. Os ramos são podados drasticamente 5 a 10 cm, deixando-se apenas a estrutura inicial da planta. Posteriormente, após a brotação, são escolhidos 1 a 2 brotos em boa posição por galho podado, de modo que os ramos cresçam verticalmente, formando um círculo à volta do tronco. Os demais brotos que aparecem são totalmente eliminados. A maioria das espécies de figueira tolera bem a poda drástica, a qual também tem benefícios no controle da broca-de-figueira (Figura 4).

Com o objetivo de acelerar ou retardar a época da colheita, a poda pode ser feita de maio a novembro, respectivamente, conforme as condições climáticas e o desenvolvimento da planta. A planta podada nestes períodos poderá ter sua atividade afetada, porém havendo vantagens econômicas. Dependendo das condições climáticas e tratos, a colheita tem início cerca de 4 a 5 meses após a poda de frutificação.


b) Sistema com desponte
Uma variante do sistema de poda de frutificação é o sistema com desponte. Esta prática vem sendo utilizada comumente por produtores de Minas Gerais para a produção de figos verdes destinados a indústria. Embora faltem algumas informações sobre o efeito destes despontes na qualidade dos frutos e crescimento da planta, os resultados têm sido promissores.

O sistema de desponte consiste em efetuar primeiramente a poda drástica normal no final do período de inverno, deixando-se apenas a estrutura inicial da planta, que neste caso, é formada apenas pela haste única (40 a 60 cm) e as três pernadas (5 a 10 cm). São escolhidos 1 a 2 brotos em boa posição por galho podado, de modo que os ramos cresçam verticalmente, as quais são despontados quando atingirem oito pares de folhas (16 folhas). Este desponte estimula a brotação das gemas apicais do ramo despontado, de modo que são emitidos, após as desbrotas, outros dois ramos. Estes novos ramos serão despontados quando atingirem 3 pares de folhas (6 folhas). Esta última operação é repetida até meados de abril, num total de 4 a 6 despontes por ciclo.

Estes despontes têm como principal efeito a emissão de novo ramos produtivos, escalonando e ampliando o período de safra e a produtividade. Por ser um tecido herbáceo, os despontes são feitos manualmente. O desponte dos ramos também é feito em pomares para figo de mesa. Cada planta, devido ao desponte, pode produzir de 1,5 a 2,5 Kg de figos verdes para a indústria, denominados “figos de ponteiro” (Figura 5).


* Engenheiro Agrônomo, D.Sc., Professor Adjunto da Universidade Estadual do Oeste do Paraná-UNIOESTE, Marechal Cândido Rondon (PR). rafaelpio@hotmail.com
** Engº Agrônomo, D.Sc., Pesquisador Centro APTA Frutas - IAC, Jundiaí-SP. echagas@iac.sp.gov.br
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PODA DO FIGO FIGUEIRA SEGUNDO EMBRAPA (aqui)
Como Podar?
Após retiradas do viveiro e plantadas no local definitivo,
nos meses de junho ou julho, as figueiras só devem ser
podadas no mês de agosto, pelos mesmos motivos
expostos anteriormente. O corte da única haste, no caso
da primeira poda de formação, deve ser feito a 50 cm de
altura, deixando-se então que cresçam, sobre o tronco,
três ramos inseridos a partir de 40 cm do solo. Na segunda
poda de formação (inverno seguinte ao do plantio), cada
ramo é cortado a 20 cm do ponto de inserção, no tronco,
logo acima de uma gema convenientemente
posicionada.
Na terceira poda de formação, no inverno do ano
seguinte, cada ramo, crescido no último ciclo vegetativo,
é cortado a mais ou menos 15 cm da base (4 a 5
internódios). Após a brotação, deixam-se dois brotos bem
posicionados, eliminando-se os demais. Desta forma, o
número de ramos produtivos é duplicado em relação aos
do ramo anterior.
Dependendo da região, das condições de clima e solo,
do espaçamento e da finalidade da produção (figada,
figo em calda ou consumo "in natura"), as figueiras
poderão ser conduzidas com doze ramos, os quais darão
à planta uma forma de taça, ou ainda serem podados
da mesma forma que nos anos anteriores, elevando-se
para vinte e quatro o número de ramos produtivos, sendo
estabilizados com a poda nos anos seguintes.
Efetuada a poda, em poucos dias inicia-se um novo ciclo
vegetativo. É necessário que sejam escolhidos apenas um
ou dois brotos em cada ramo podado, sendo retirados
todos os demais. Esta operação pode ser executada com
a mão, se as brotações forem recentes ou com o auxílio
de um canivete, o que tecnicamente é recomendável,
porque são evitados descolamentos da casca e fissuras
provocadas por danos mecânicos ao retirar brotações
mais desenvolvidas. Nos cortes, deve ser pincelada pasta
bordaleza, após a poda, como proteção da planta.
O desbrote dos ramos localizados em pontos indesejáveis
é feito durante todo o período vegetativo, tantos quantos
se fizerem necessários.
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Condução, poda e raleio DO PESSEGUEIRO (EMBRAPA)

A obtenção de frutas de qualidade é um objetivo constantemente estabelecido pelo produtor, já que está diretamente relacionado à rentabilidade do pomar. O manejo da planta, com ênfase na poda e no raleio, é um dos fatores que contribuem de forma significativa para a colheita de frutas de qualidade superior, expressando assim o potencial de cada cultivar.

Sistema de condução
Poda
Raleio de frutos

Sistema de Condução

seta

Nos diversos países produtores, o pessegueiro é conduzido em diferentes formas da copa. Os principais são a condução em taça, em "Y", em líder central, bem como suas variações que originam sistemas com características, vantagens e desvantagens específicas.
No Brasil, como também na Serra Gaúcha, a forma de condução predominante é a taça ou vaso aberto. Esse sistema é recomendado para pessegueiros na Serra Gaúcha, pois, além de possibilitar elevada produtividade, boa insolação da copa e dos frutos, apresenta fácil condução e domínio pelo produtor. Adicionalmente, é desse sistema de condução que é encontrada a maior parte das informações da pesquisa. Esse sistema caracteriza-se pela condução da copa com 4 a 6 ramos primários ou pernadas, sobre os quais localizam-se os ramos produtivos. Os ramos primários são emitidos a partir de pontos do tronco próximos entre si, localizados a cerca de 30 a 50 cm do solo. A distribuição uniforme das pernadas em diversas direções e o pequeno tamanho e diâmetro dos ramos produtivos permite uma elevada insolação de toda a copa, bem como uma alta capacidade de produção por planta, além de favorecer a exposição e qualidade dos frutos. O alcance dos tratamentos fitossanitários é favorecido nesse sistema. Normalmente, utilizam-se espaçamentos em torno de 4,5 a 6 metros entre linhas e entre 2,5 a 4 metros na linha de plantio, originando-se densidades compreendidas entre 417 a 888 plantas por hectare.
Outros sistemas estão sendo testados, tanto pela pesquisa quanto por produtores de pêssego, visando aumentar a densidade de plantio, diminuir o tamanho das plantas e o período improdutivo do pomar, especialmente o sistema em "Y" e o líder central. Essencialmente, o objetivo dos sistemas alternativos de condução é o atingimento da máxima capacidade produtiva da planta no menor período de tempo possível. Com isso, reduz-se o tempo em que a planta fica improdutiva, no qual somente há despesas sem uma contrapartida em produção, atrasando o momento em que o pomar passa a proporcionar lucro para o produtor. Em adição, outros objetivos podem ser alcançados: facilidade de operacionalização de práticas como poda, raleio e colheita, aumento da eficiência dos tratamentos fitossanitários, dentre outros.
Entretanto, esses sistemas encontram-se, para as condições da Serra Gaúcha, ainda em estudo, sendo que a sua recomendação poderá ocorrer somente após a validação desses sistemas pela pesquisa, incluindo fatores essenciais como: uso de porta-enxertos ananizantes, definição do sistema de condução, técnicas de redução do vigor da planta, entre outras.

Sistema de condução em taça
Fig. 1. Sistema de condução em taça (Foto: J. Bernardi)
Poda

seta

O pessegueiro é uma planta frutífera que necessita de podas anuais, para a produção de bons frutos, bem como para a regularização da produção, pois produz em ramos de ano, ou seja, ramos novos.
Pode-se dividir a poda do pessegueiro em:

Poda de Formação: Visa orientar a formação da copa para sustentar futuras produções, aproveitando melhor o potencial de produção da planta. É executada desde o plantio da muda até que a planta tome o tamanho e o formato desejável. Deve ser realizada em um ou dois anos, para formação de um dos três tipos de copa: taça aberta, "Y" e líder central, sendo a primeira a mais utilizada.
A poda de formação do pessegueiro deve ser executada conforme segue:

Ano Época Operação
1 Julho - Agosto Plantio e desponte da muda na altura de 50 a 60 cm, logo acima de uma gema. Brotações existentes abaixo da região do enxerto devem ser eliminadas, as localizadas acima, devem ser encurtadas em 10 cm do seu comprimento e podadas junto a uma gema voltada para baixo.
1 Setembro - Dezembro Com o desenvolvimento das brotações, são escolhidos 4 a 5 ramos bem distribuídos no tronco separados de 10 a 15 cm. No período vegetativo, as pernadas devem ser inclinadas com ângulo de 45° em relação à horizontal (com auxílio de varas ou amarras). As demais brotações que surgirem são indesejáveis e devem ser eliminadas.
2 Julho As pernadas são encurtadas em 10% se forem vigorosas e em 25% se fracas. Esta poda deve ser feita junto a uma gema vegetativa situada na parte de baixo do ramo ou, de preferência, junto a um ramo secundário inclinado. O desponte dos ramos vegetativos pode ser feito em plantas jovens (1 a 2 anos) para obter-se a altura adequada da planta.
2 Setembro - Dezembo Até a altura de 0,3 a 0,4 m da inserção com o tronco, todas as brotações que surgirem deverão ser eliminadas. Se a planta for vigorosa, a poda verde poderá ser realizada visando adiantar a formação da planta.
3 e 4 Julho As pernadas são novamente encurtadas e conduzidas, conforme o princípio utilizado no ano anterior, porém com ângulos de aberturas maiores (até 20° em relação à horizontal). Quando os ramos de duas plantas vizinhas encontrarem-se próximos, está terminada a poda de formação.


A frutificação durante a formação da copa deverá ser administrada com bom senso, uma vez que a mesma compete com a formação da planta. No segundo ano, a planta poderá produzir em torno de 5 quilos por planta sem causar problema de desenvolvimento. No terceiro ano, 10 quilos, no quarto ano 20 quilos por planta. A partir do quinto ano a produção por hectare deverá ser em torno de 20 toneladas por hectare, podendo produzir mais. Isso depende da qualidade da muda, do manejo das plantas, do clima de cada ano e da sanidade das plantas.

Sistema de condução em Y
Fig. 2. Sistema de condução em Y (Foto: J. Bernardi)

Poda de frutificação: Após a entrada em frutificação, a planta deve ser podada com frequência, em função do hábito de frutificação da espécie. O pessegueiro frutifica em ramos novos, de um ano, e, anualmente, ramos novos devem ser emitidos para serem os produtores no ciclo subsequente.

Os principais objetivos da poda de frutificação são:

  • deixar um número adequado de ramos produtivos, para obter equilíbrio entre a produção e a vegetação
  • manter a produção mais próxima dos ramos principais
  • obter maior quantidade de frutos com boa qualidade para comercialização
  • diminuir o trabalho de raleio
  • eliminar ramos com problemas ou mal localizados
  • formar novos ramos produtivos para o ciclo seguinte
  • controlar a estrutura e a altura das plantas
  • facilitar o manejo fitossanitário da planta, promovendo melhor insolação e arejamento da copa
  • em plantas jovens (1 a 2 anos), desenvolver ramificações primárias fortes e bem localizadas

A melhor época para a poda de frutificação é no inchamento das gemas, que ocorre logo após o inverno. Preferencialmente, a poda de frutificação, realizada nessa época, deve ser uma complementação da poda de outono, para evitar cortes severos nesse período, o que provoca brotações vigorosas e, por consequência, o desequilíbrio da planta. Se bem realizada a poda de outono, a poda de frutificação consiste em poucos cortes.

A poda de frutificação deve ser realizada conforme segue:

1- Eliminação dos ramos doentes, secos, quebrados, machucados, mal situados, próximos entre si e ramos ladrões (ramos vigorosos, com orientação vertical para cima ou para baixo do ramo)

2- Eliminação e/ou encurtamento de ramos que já produziram, visando a renovação de ramos de produção para o próximo ano. Os ramos produtivos podem ser despontados da seguinte forma, de modo a deixar os ramos produtivos com cerca de 40 cm de comprimento, em função da cultivar, do estado nutricional da planta e da distância entre as gemas floríferas:

desponte de 1/4 do ramo (poda longa)
desponte de 1/3 do ramo (poda média)
desponte de 1/2 do ramo (poda curta)

3- Seleção de ramos mistos de ano que permanecerão e deverão produzir na safra atual

Devem ser evitados cortes de ramos grossos, pois isso pode desequilibrar a planta, prejudicando a sua capacidade produtiva. Em plantas adultas, não se deve despontar o ramo da ponta da pernada, para favorecer a brotação melhor distribuída, principalmente na região mediana da planta. Caso contrário, haverá crescimento dominante na parte superior da pernada, fazendo com que os ramos novos, que são produtivos, fiquem localizados predominantemente na periferia da copa.

Poda de outono: A poda de outono serve para dar uma estrutura adequada à planta, com ramos bem distribuídos em toda planta para que produza o máximo com a melhor qualidade, e auxilia muito no estabelecimento do equilíbrio entre vegetação e frutificação. Além disso, antecipa, com vantagens, os cortes que seriam feitos no inverno, já que os cortes feitos nessa época não resultam em brotações vigorosas, ao contrário do que ocorre com a poda hibernal.
A poda de outono deve ser feita logo após a colheita ou no máximo até final do mês de abril e tem por objetivo eliminar:

  • ramos mal colocados
  • ramos com cancros
  • ramos "ladrões"
  • "forquilhas"
  • ramos que sombreiam outras partes da planta.

A poda de outono deve ser efetuada conforme segue:

1- Analisar o vigor da planta e a presença de ramos grossos (mais de 2 cm de diâmetro)

2- Retirar ramos "ladrões" (com crescimento vegetativo em excesso)

3- Retirar ramos doentes e em posição inadequada

4- Não podar os raminhos que frutificaram no ano anterior; esses devem ser podados no inverno, na poda de frutificação. Nos cortes feitos nessa época a brotação, na primavera, ocorre com menos vigor do que se forem feitos no inverno

A proteção dos cortes com algum produto fungicida é uma prática importante contra a entrada de doenças que causam cancros e gomose. O produto para passar nos cortes pode ser uma pasta, a qual pode ser passada com um pincel, recobrindo toda parte cortada. Esta pasta pode ser feita com:

  • Mistura de Tebuconazole (10 ml) e tinta plástica (1 litro)
  • Mistura de sulfato (2 kg), cal (2 kg) e água (10 litros)
  • Mistura de calda bordalesa ("verderame") (10 ml) e tinta plástica (1 litro)
  • Outras pastas caseiras ou encontradas no mercado.

O cobre não deve ser passado puro ou muito forte nas feridas, principalmente nos ramos novos porque provoca exsudação e com isso haverá retirada da pasta ou pode causar alguma fitotoxidez.
Após a poda, os ramos podados deverão ser retirados do pomar, de modo a não se tornarem foco para proliferação de doenças. Preferencialmente, esses ramos devem ser queimados ou enterrados. Uma alternativa à retirada dos ramos é a roçada com trituração dos ramos, facilitando o seu apodrecimento e redução do risco de contaminação das plantas.

Poda verde: Essa poda é feita na fase vegetativa da planta com o objetivo de melhorar a qualidade dos frutos e a produtividade das plantas. A poda verde é necessária para retirar brotos vigorosos voltados para o interior da copa, que causam sombreamento dos frutos e da planta, e ramos "ladrões", com o objetivo de aumentar a aeração e entrada de luz. Com essa poda procura-se manter uma produção nas camadas inferiores.

Planta necessitando poda verde
Fig. 3. Planta necessitando poda verde (Foto: J. Bernardi)

Poda de renovação: Como o próprio nome diz, consiste em renovar os ramos básicos das plantas já formadas ou velhas, dando, a partir daí, uma conformação renovada. É feita uma poda drástica no inverno, deixando apenas os ramos primários com 30 - 50 cm de comprimento. Após a poda, ocorrerão brotações, as quais deverão ser conduzidas seguindo os padrões já estabelecidos.

Poda de renovação
Fig. 4. Poda de renovação (Foto do livro: Medeiros e Raseira, 1998)

O raleio de frutos na cultura do pessegueiro é uma das práticas mais importantes para obter-se produção de frutos com boa qualidade e com rentabilidade satisfatória. Em geral, a planta fixa muito mais frutos do que o necessário para a produção com qualidade. Como os frutos competem entre si e também com o crescimento vegetativo por água e nutrientes, o desenvolvimento das plantas e dos frutos fica prejudicado com o excesso de frutos.
De um modo geral, são necessárias 30 a 40 folhas por fruto, e o raleio é feito com base na capacidade produtiva da planta e no tamanho do fruto característico de cada cultivar.
Os objetivos do raleio são:

  • aumentar o tamanho, a qualidade e a coloração dos frutos. Com o raleio, a competição entre frutos é reduzida, favorecendo o seu crescimento. Cada fruto necessita em torno de 30 a 40 folhas para a sua adequada formação e crescimento.
  • reduzir o custo de colheita, devido à menor quantidade de frutos a serem colhidos.
  • evitar quebra de ramos pelo peso excessivo.
  • padronizar a qualidade dos frutos na colheita, pela eliminação de frutos danificados por pragas ou doenças ou com algum defeito.
  • manter equilíbrio entre a vegetação e a frutificação da planta.
  • reduzir o risco de alternância na produção em anos consecutivos.
  • diminuir o ataque de pragas e doenças pelo aumento do espaço entre um fruto e outro.
  • melhorar a eficiência dos tratamentos contra pragas e doenças.

A época de maior resposta ao raleio é o período compreendido entre a floração até 30 dias após a queda das pétalas. Porém, quando os frutos são raleados muito precocemente, pode haver gasto excessivo de mão-de-obra, já que, neste período, há queda natural dos frutos. Por esta razão, o raleio pode ser feito mais tardiamente. Recomenda-se fazer o raleio quando os frutinhos atingirem de 1,5 a 2 cm de diâmetro, ou a partir de 35 a 40 dias após a floração. Nesse momento, pode-se deixar a quantidade desejada e definitiva de frutos por planta.
É importante e indispensável deixar os frutos distantes um do outro. Deve-se evitar deixar 2 ou 3 frutos juntos, porque ali se alojam insetos e as doenças são mais danosas. Começa-se o raleio pelos frutos doentes, menores, mal colocados e os da parte de cima do ramo. Na prática deve-se deixar um fruto a cada 5 a 8 cm e, nos raminhos finos, deixar 1 fruto ou no máximo 2.

seta

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quinta-feira, fevereiro 09, 2006

CULTURA DA GOIABEIRA

Souza, O. P.

Mancin, C.A.

MELO, B.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO. 1

2 ASPECTOS BOTÂNICOS. 1

3 IMPORTÂNCIA ALIMENTAR E SOCIAL. 2

3.1 Composição química. 2

4 VARIEDADES. 3

5 ECOLOGIA. 3

5.1 Clima. 3

5.1.1 Temperatura. 4

5.1.2 Chuvas. 4

5.1.3 Umidade relativa. 4

5.1.4 Geadas. 4

5.1.5 Solo. 4

6 PROPAGAÇÃO. 5

6.1 Semente. 5

6.2 Enxertia. 5

6.3 Estaca herbácea. 5

7 Tipos de Recipientes que podem ser utilizados na produção de mudas. 6

7.1 Sacos plásticos. 6

7.2 Tubetes. 7

7.3 Bandejas. 7

7.4 Citropotes. 7

8 ESCOLHA DAS MUDAS. 8

9 PREPARO DO SOLO E PLANTIO. 8

10 TRATOS CULTURAIS. 8

10.1 Poda da goiabeira. 8

10.1.1 Poda de formação. 8

10.1.2 Poda de frutificação. 9

10.2 Desbaste e o Ensacamento dos Frutos. 11

10.3 Cuidados a serem observados na poda. 12

10.4 Cuidados após a poda. 13

10.5 Irrigação e drenagem.. 13

10.6 Adubação. 15

10.6.1 Calagem.. 15

10.6.2 Adubação de plantio e pós-plantio. 15

10.7 Manejo de plantas invasoras. 16

11 CULTURA INTERCALAR. 16

12 MANEJO DE PRAGAS E DOENÇAS. 16

12.1 Principais pragas. 16

12.1.1 Broca das Mirtáceas. 17

12.1.2 Coleobroca. 17

12.1.3 Besouro da Goiabeira - Besouro Amarelo 17

12.1.4 Psilídio. 17

12.1.5 Percevejo da Verrugose. 17

12.1.6 Gorgulho das Goiabas . 18

12.1.7 Moscas das Frutas . 18

12.1.8 Outras Pragas Secundárias. 18

12.2 Principais doenças. 19

12.2.1 Ferrugem da Goiabeira: 19

12.2.2 Verrugose. 19

12.2.3 Antracnose. 19

12.2.4 Seca Bacteriana ou Bacteriose. 19

13 COLHEITA. 21

13.1 Classificação. 21

13.1.1 Grupo ou cor de polpa. 21

13.1.2 Sub-grupo ou cor da casca. 22

13.1.3 Classe ou calibre. 22

13.1.4 Tipo ou Categoria. 22

13.2 Embalagem.. 24

13.3 Rotulagem.. 25

13.4 Armazenagem.. 25

14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. 26


1 INTRODUÇÃO

A fruticultura apresenta inúmeras vantagens econômicas e sociais, como elevação do nível de emprego, fixação do homem no campo, a melhor distribuição da renda regional, a geração de produtos de alto valor comercial e importantes receitas e impostos, além de excelentes expectativas de mercado interno e externo gerando divisas. Entre as novas alternativas, encontra-se a cultura da goiaba, atividade de alta rentabilidade e com grande possibilidade de expansão no país.

Originária da América Tropical, a goiabeira adapta-se a diferentes condições climáticas e de solo, fornecendo frutos que são aproveitados deste a forma artesanal até a industrial. É cultivada no Brasil e em outros países sul americanos, bem como nas Antilhas e nas partes mais quentes dos Estados Unidos, como a Flórida e a Califórnia. O Brasil é um dos maiores produtores mundiais juntamente com a Índia, Paquistão, México, Egito e Venezuela.

Irrigando a lavoura e fazendo podas programadas é possível colher durante todo o ano, permitindo ao produtor a comercialização dos frutos no período de entressafra. Efetuando-se o devido controle de pragas e doenças, é possível obter 800 frutos por planta adulta, com produtividade superior a 40 toneladas por hectare.

Na região sudeste, destaca-se os estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro como os maiores produtores; Bahia, Pernambuco e Paraíba, na região nordeste; Goiás, no centro-oeste e Rio Grande do Sul e Paraná na região sul (Quadro 1).

Quadro 1: Produção de goiaba no Brasil por região, em toneladas, 1988/97.

ANOS

FATORES

REGIÕES

NORTE

NORDESTE

SUDESTE

SUL

C.OESTE

BRASIL

1988

Produção

151

104211

97280

7258

27

208927

Área Colhida

12

2958

3126

623

80

6799

1989

Produção

180

109759

101282

11779

27

223027

Área Colhida

12

3420

3576

702

80

7790

1990

Produção

0

114186

103500

11889

810

230385

Área Colhida

0

3802

3630

708

70

8210

1991

Produção

0

127713

91146

13689

951

233499

Área Colhida

0

3366

3458

691

125

7640

1992

Produção

0

122804

117596

11875

2486

254761

Área Colhida

0

3394

3640

771

136

7941

1993

Produção

0

93223

140682

12672

3988

250565

Área Colhida

0

3836

4126

832

124

8636

1994

Produção

45

68678

143639

14918

5806

233086

Área Colhida

10

2886

4371

820

425

8512

1995

Produção

132

76189

159100

16918

6227

258566

Área Colhida

14

3091

4713

883

471

9172

1996

Produção

136

78474

163872

17415

6415

266322

Área Colhida

15

3184

4854

909

764

9726

1997

Produção

140

80843

168819

17951

6609

274362

Área Colhida

17

3698

5639

1056

564

10974

Fonte: LSPA/SIDRA 97/IBGE, AGRIANUAL 96. – Revista Pesagro – Rio – Maio 2001

2 ASPECTOS BOTÂNICOS

A goiabeira pertence ao gênero Psidium, da família Mitaceae, que é composta por mais de 70 gêneros e 2.800 espécies, sendo que 110 a 130 espécies são naturais da América Tropical e Subtropical.

A planta é um arbusto de árvore de pequeno porte (Koller, 1979), que pode atingir de 3 a 6 metros de altura. As folhas são opostas, tem formato elíptico-ablongo e caem após a maturação.

As flores são brancas, hermafroditas, eclodem em botões isolados ou em grupos de dois ou três, sempre nas axilas das folhas e nas brotações surgidas em ramos maduros.

No que diz respeito à polinização, sabe-se que a goiabeira apresenta fecundação cruzada, que pode variar entre plantas 25,7 a 41,3 %, considerando-se 35,6 como o índice médio (Soubihe Sobrinho & Gurgel, 1962). A abelha Apis melífera é o principal polinizador.

Os frutos da goiabeira são bagas que tem tamanho, forma e coloração de polpa variável em função da cultivar. A frutificação começa no segundo ou terceiro ano após o plantio no local definitivo ou menos dependendo se a cultivar foi oriunda de propagação por estaquia. A floração ocorre entre 71 e 84 dias após a poda. Os botões florais são formados entre 47 a 70 dias após a poda. O pegamento dos frutos ocorre, aproximadamente, 90 dias após a poda.

3 IMPORTÂNCIA ALIMENTAR E SOCIAL

A goiaba é um alimento de grande valor nutritivo. Possui quantidade razoável de sais minerais, como cálcio e fósforo. É rica em vitaminas como A, B1 (Tiamina), e B2 (Riboflavina), B6 (Piridoxina). Em matéria de vitamina C, tem poucos rivais. Algumas variedades nacionais acusam em média um teor de ácido ascórbico de 80 miligramas por 100 gramas. A goiaba branca e a amarela são mais ricas que a vermelha. O limão contém cerca de 40 mg por 100g, que corresponde à metade da concentração da goiaba branca.

O conteúdo de vitamina C vai descendo de fora para dentro do fruto. Nessas condições, a casca é mais rica do que a polpa interna.

Graças à descoberta do elevado teor de vitamina C da goiaba, esta fruta foi, durante a Segunda Guerra Mundial, utilizada como suplemento na alimentação dos soldados aliados nas regiões frias. Desidratada e reduzida a pó tinha por finalidade aumentar a resistência orgânica contra as afecções do aparelho respiratório.

O suco de goiaba, no Brasil, poderá a vir a ser um substituto do suco de laranja e limão na alimentação não só das crianças, mas na do adulto, ajudando-os a ter uma alimentação balanceada, indispensável no equilíbrio da saúde.

3.1 Composição química

Sabendo do valor nutricional da goiaba, faz-se necessário saber a sua composição química em 100 gramas de fruto (quadro 2,3 e 4).

Quadro 2 – Composição química da goiaba

Composição química

Quantidade

Calorias

39,60kcal

Água

90,11g

Carboidratos

7,98g

Proteínas

0,75g

Lipídios

0,50g

Cinzas

0,66g

Fonte: As frutas na medicina natural

Quadro 3 – Composição química (Vitaminas)

Espécie

Composição

Química

Goiaba

vermelha

Goiaba

amarela

Goiaba

branca

Vitamina A (retinol equivalente)

24mcg

-

33mcg

Vitamina B1 (Tiamina)

190,00mcg

-

-

Vitamina B2 (Riboflavina)

154,00mcg

183,00mcg

156,00mcg

Vitamina C (Ácido Ascórbico)

45,60mg

80,20mg

80,10mg

Niacina

1,20mg

0,77mg

-

Fonte: SAPS

Quadro 4 – Composição Química – Sais Minerais

Sais Minerais

Quantidade

Cálcio

14,00mg

Fósforo

30,00mg

Ferro

0,50mg

Fonte: SAPS

4 VARIEDADES

O produtor que optar pelo mercado externo deverá dar preferência às variedades que produzam frutos com polpa branca e para o mercado interno, para consumo in natura ou para fins industriais, as variedades que produzam frutos de polpa avermelhada (Quadro 5).

Quadro 5 Características das principais variedades de goiaba. Macaé-RJ, 1997.

VARIEDADE

ORIGEM

CARACTÉRISTICAS DOS FRUTOS

VIGOR DAS ÁRVORES

COLORAÇÃO

TAMANHO

FORMA

Kumagai

Campinas-SP

Branca

Grande

Arredondada

Médio

Ogawa 1

Seropédica-RJ

Branca

Grande

Oblonga

Vigorosa

Ogawa 2

Seropédica-RJ

Vermelha

Grande

Oblonga

Vigorosa

Ogawa 3

Seropédica-RJ

Rosada

Grande

Arredondada

Médio

Paluma

Jaboticabal-SP

Vermelha

Grande

Piriforme

Vigorosa

Rica

Jaboticabal-SP

Vermelha

Médio

Piriforme

Vigorosa

Pedro Sato

Nova Iguaçu-RJ

Vermelha

Grande

Oblonga

Vigorosa

Sassaoca

Valinhos-SP

Vermelho

Grande

Arredondada

Bom

Fonte: PESAGRO-RIO

5 ECOLOGIA

5.1 Clima

Apesar de ser nativa de região tropical, a goiabeira vegeta e produz bem, desde ao nível do mar até à altitude de l.700 m, sendo, por essa razão, amplamente difundida em várias regiões do país. Segundo Manica, citado por Pereira & Martínez Júnior (1986), é possível encontrar pomares comerciais de goiabeira do Rio Grande do Sul ao Nordeste brasileiro.

No Planalto Paulista, onde, de um modo geral, o inverno é brando e pouco chuvoso e o verão é longo e úmido, a goiabeira, segundo Pereira & Martínez Júnior (1986), apresenta ótimo desenvolvimento. Levantamentos realizados por Maia et al. (1988) dão conta da produção de goiaba de mesa em 94 municípios do Estado de São Paulo, destacando-se os de Campinas e Valinhos.

Não obstante a adaptabilidade da goiabeira a uma faixa climática bastante ampla, alguns fatores exercem grande influência sobre o seu desempenho agronômico.

5.1.1 Temperatura

A temperatura ideal para a vegetação e produção situa-se entre 25 e 30°, sendo muito exigente ao fotoperíodo. A temperatura não só limita, mas determina a época de produção da goiabeira. As goiabeiras sofrem danos em regiões sujeitas a geadas e ventos fortes.

5.1.2 Chuvas

A quantidade de chuvas por ano não deve ser inferior a 600mm, sendo que o intervalo ideal é de 1000 a 1600mm anuais, com boa distribuição ao longo do ano.

Nas regiões onde a estação das secas se prolonga, torna-se necessário fazer irrigação.

5.1.3 Umidade relativa

A umidade relativa do ar, outro fator importante para o cultivo da goiabeira, pode influir tanto no aspecto fisiológico como nas condições fitossanitárias dos frutos produzidos.

A faixa de umidade relativa do ar mais favorável ao cultivo da goiabeira parece situar-se entre 50 e 80%.

É importante assinalar aqui que independentemente da existência de faixas adequadas de temperatura e umidade, isoladamente consideradas, é imprescindível que os demais fatores de crescimento sejam otimizados.

5.1.4 Geadas

A goiabeira não tolera geada, causando, as mais rigorosas, queimas de folhas e ramos. Em plantas podadas, os danos são mais drásticos pela maior exposição dos ramos internos. Em algumas áreas da região Sudeste sujeitas a geadas o produtor devera evitar poda drástica entre os meses de junho e julho.

5.1.5 Solo

Por ser uma planta dotada de grande rusticidade, a goiabeira adapta-se aos mais variados tipos de solo. Recomenda-se, porém, que sejam evitados os solos pesados e mal drenados principalmente nas áreas irrigadas onde existe o risco de salinização.

Os solos adequados ao cultivo da goiabeira, sobretudo no caso da instalação de pomares destinados à produção de frutas para consumo in natura e exportação, são os areno-argilosos profundos, bem drenados, ricos em matéria orgânica e com pH em torno 5,5 a 6,0. Em solos com pH igual ou superior a sete normalmente aparecem deficiências de ferro. Deve-se também sempre que possível preferir o plantio em terrenos protegidos dos ventos frios ou do frio vindos do sul.

6 PROPAGAÇÃO

A goiabeira pode ser propagada através de semente, alporquia (mergulhia), estaquia, enxertia e cultura de tecido.

6.1 Semente

Muitos pomares ainda são constituídos por plantas oriundas de sementes (pé franco), porém, atualmente, não se aconselha essa forma de propagação, pois o pomar demora a produzir e o vigor das plantas difere de uma para outra. Mesmo que se tirem as sementes de um único fruto, colhem-se frutos sem padrão definido (vermelho, branco, pequeno, grande, redondo, em forma de pêra, etc.).

O plantio por sementes é aconselhável somente para os porta-enxertos, quando 4 ou 5 sementes são plantadas em sacos de 5 litros contendo substrato de esterco, areia e terra, podendo-se utilizar ou não calcário e superfosfato.

6.2 Enxertia

A goiabeira pode ser propagada por diversos tipos de borbulhia (T normal; T invertido e em placa ou escudo) e garfagem, sendo a mais utilizada a borbulhia em placa ou escudo.

Procede-se à enxertia quando o diâmetro do porta-enxerto (ou cavalo) atingir l cm no local do enxerto, o que ocorre após 11 a 15 meses após o plantio. Uma ou duas semanas antes da enxertia, os ramos da planta mãe (borbulheira) devem ser podados para que intumesçam as gemas. Com a ajuda de um vazador de l cm de diâmetro, retira-se a casca do porta-enxerto e coloca-se no lugar um pedaço da casca da copa com uma borbulha, também retirada com o mesmo vazador. Enrola-se com fita de enxertia por duas semanas até o pegamento, quando é retirada a fita e feita a poda apical l cm acima do ponto de enxertia.

6.3 Estaca herbácea

É um processo mais recente, cujas principais vantagens são o curto período necessário para a formação das mudas e a uniformidade genética da planta obtida.

A estaquia herbácea é realizada dentro de câmaras de nebulização intermitente. As câmaras de nebulização, que podem ser instaladas sob estufa, ripado ou a céu aberto, são compartimentos que dispõe de um conjunto de bicos nebulizadores cujo volume de água no ambiente é controlado por uma válvula solenóide sempre aberta. A distribuição da água, cuja função é manter uma fina camada de umidade sobre a superfície das folhas, é regulada por um "Timer", que comanda a válvula solenóide, permitindo que os intervalos de aproximadamente um a dois minutos estejam distribuídos no interior da câmara, através dos bicos nebulizadores, jatos de água com duração de 5 a 10 segundos.

As estacas retiradas das partes verdes dos ramos de crescimento do ano são preparadas com dois nós, mantendo-se o par de folhas intacto no nó superior, retirando-se as folhas basais. O corte basal na estaca deve ser realizado logo abaixo do nó e o corte apical deve ser feito l cm acima do par de folhas. Estacas preparadas com partes lenhosas (amareladas ou achocolatadas) dos ramos têm enraizamento praticamente nulo.

As estacas herbáceas devem ser esfaqueadas em caixas de madeira "tipo uva", tendo como substrato a vermiculita fina. Normalmente em uma caixa tipo uva (11 x 40 x 22 cm) são estaqueadas cerca de 24 a 28 estacas.

Quando a estaquia é realizada nos períodos quentes do ano o enraizamento é normalmente muito satisfatório (aproximadamente 70%). No inverno esta porcentagem tende a cair de modo significativo, sendo aconselhável nesta época a utilização de reguladores de crescimento.

O regulador de crescimento que traz melhores resultados é o IBA (Ácido indolbutirico) que em doses de 200 ppm através de aplicações por imersão da base das estacas por 12 a 14 horas, em ambiente escuro e temperatura próxima a 23°C, propicia satisfatório acréscimo no enraizamento.

Normalmente o período necessário para o enraizamento varia em função das condições climáticas, ocorrendo normalmente entre 45 a 65 dias.

Após o enraizamento, as estacas devem ser transplantadas para sacos plásticos com 2 a 3 litros de volume, tendo como substrato mistura de terra argilosa, areia e matéria orgânica na proporção de 1:1:1.

Nos sacos plásticos, mantidos sob sombra durante o primeiro mês, ocorre o início da brotação das duas gemas existentes na "axila" das folhas.

Procedendo-se a condução de um único broto, aproximadamente 6 meses após a estaquia pode se obter uma muda com haste única de 50 cm de altura, em condições de ser levada ao campo.

Estacas folhadas com enraizamento

Fonte: Cultura da goiabeira-1995.

Mudas de goiaba enxertada em viveiro

Fonte: FRUPEX.

Sete Tipos de Recipientes que podem ser utilizados na produção de mudas

Vários são os recipientes utilizados na produção de mudas de goiaba. Entre estes, podem ser citados: sacos plásticos, tubetes, citropotes, bandejas plásticas ou de isopor, caixas de madeira ou metal, vasos plásticos, entre outros. A seguir, serão descritos alguns dos principais recipientes utilizados na propagação comercial:

7.1 Sacos plásticos

São recipientes que podem apresentar as mais diferentes dimensões, tais como 8 cm (diâmetro) x 12 cm (altura) e 12 x 20 cm. Normalmente, apresentam coloração preta ou escura para impedir o desenvolvimento de algas e invasoras dentro do recipiente e proporcionar melhores condições de desenvolvimento para as raízes. São perfurados na sua base para a drenagem da água. Apresentam a vantagem de serem muito versáteis, adaptando-se a uma grande variedade de situações, além de terem baixo custo de aquisição, serem reutilizáveis e serem de fácil manejo. Porém, se o plástico for de pouca espessura, facilmente rompem devido ao peso do substrato ou ao crescimento das raízes e não permitem a sua reutilização por várias vezes. Além disso, se as perfurações devem estar localizadas próximo à base da embalagem, caso contrário, não permitem um bom escoamento da água em excesso, prejudicando o crescimento da muda. É importante atentar-se para a qualidade do plástico, além do número e posição das perfurações no momento da aquisição.

7.2 Tubetes

São recipientes de formato cônico, construídos em plástico rígido e de cor escura. Internamente, apresentam estrias que impedem o enovelamento das raízes. Podem acondicionar diferentes volumes de substrato. Para o uso dos tubetes, é necessário um sistema de suporte, que pode ser uma bandeja de isopor, de plástico ou metal, bem como uma bancada com fios de arame distanciados de forma a possibilitar a colocação dos tubetes. Assim, os tubetes ficam suspensos, de modo que a sua base fique exposta ao ar, proporcionando a denominada "poda pelo vento" das raízes. Apresentam a vantagem de serem reutilizáveis por muitas vezes, além de permitir a produção de um grande número de mudas por unidade de área. Por serem unidades independentes, os tubetes permitem a seleção das mudas com a embalagem. Por reterem um pequeno volume de substrato, requerem que se retire a muda tão logo as raízes ocupem todo o substrato - por isso, são úteis para a primeira etapa da propagação, além de necessitarem de irrigações periódicas, visto que o substrato facilmente se resseca. Dependendo do substrato, o tubete pode não reter o mesmo, que é perdido pelo orifício na base.

7.3 Bandejas

Podem ser confeccionadas em plástico, normalmente apresentando um espaço único e contínuo para acondicionamento do substrato, bem como podem ser feitas de poliestireno expandido (isopor), constituídas de um número variável de células, nas quais é feita a produção da muda. As células apresentam forma piramidal invertida, com capacidade de até 120 cm3 de substrato por célula. Na base, a célula apresenta um orifício para escoamento da água. As bandejas podem ser reutilizadas por diversas vezes. Assim como o tubete, as bandejas são úteis na primeira etapa da propagação, pois acondicionam pequeno volume de substrato. Preferencialmente, as bandejas devem ficar suspensas, permitindo a "poda pelo vento". A durabilidade da bandeja está em função do ambiente onde é feita a propagação e do cuidado no manuseio das mesmas. Para uma dada espécies, em sistemas tradicionais de propagação (viveiros), podem ser produzidas cerca de 25 a 30.000 mudas/ha, enquanto com uso de bandejas, podem ser produzidas cerca de 200.000 mudas/ha.

7.4 Citropotes

Também conhecidos como "containers", apresentam esta denominação, por terem sido desenvolvidos e difundidos para a produção de mudas cítricas. São confeccionados em plástico preto rígido e acondicionam grande volume de substrato, de modo a permitir que a muda seja mantida neste recipiente desde a repicagem da muda (produzida em tubetes ou bandejas) até a comercialização e apresentam diversas vantagens, dentre as quais a facilidade de manuseio da muda, a possibilidade de produção de mudas numa mesma área durante vários anos (desde que o substrato seja oriundo de local isento de patógenos), bem como permitindo o plantio da muda no pomar sem danos ao sistema radicular. Uma das principais limitações ao uso do citropote é o levado custo.

Na propagação por sementes, são comumente utilizados os sacos plásticos, as bandejas e os tubetes, já na propagação por estacas, é mais comum o uso de sacos plásticos, embora ensaios feitos com bandejas e tubetes tenham, até o momento, proporcionado resultados bastante promissores.

8 ESCOLHA DAS MUDAS

Atualmente, em plantios comerciais, não se plantam mudas oriundas de sementes, já que elas não produzem de forma homogênea devido à diversidade genética. Utilizam-se mudas enxertadas e de estacas herbáceas.

As mudas enxertadas são mais caras, pois levam 18 meses para serem produzidas, porém suas plantas apresentam raízes pivotantes e copas mais vigorosas. As mudas de estacas são obtidas em apenas quatro meses em câmaras de nebulização e são mais baratas. Só produzem raízes adventícias e, por isso, as plantas são menos resistentes a estiagens prolongadas e ventos fortes.

Os produtores devem adquirir mudas de boa procedência, livres de pragas e doenças (com folhas inteiras e sem manchas) e sem ramificações laterais, evitando comprar mudas cujas raízes já tenham rompido os sacos de polietileno.

9 PREPARO DO SOLO E PLANTIO

Antes da abertura das covas, geralmente, faz-se uma calagem de acordo com a análise de solo, seguida de aração e gradagem.

O plantio direto também pode ser utilizado, adotando-se espaçamento de 7m x 5m ou 6m x 6m, abrindo-se covas de 60cm x 60cm x 60cm. A camada superior do solo, retirada das covas (até 20 cm de profundidade), acrescentam-se esterco de curral ou esterco de aves e calcário dolomítico. Adubos fosfatados devem ser aplicados apenas na hora do plantio, no mínimo após duas semanas. No ato do plantio, o colo das plantas deve ficar ao nível do terreno, eliminando-se o saco plástico (ou jaca), firmando-se o solo ao redor do torrão. Ao lado de cada muda, deve-se fincar uma estaca de bambu ou outra madeira de l,5m e providenciar o amarrio das mudas. Ao redor da planta, pode ser colocada cobertura morta (capim seco, palha de arroz e outras), deixando apenas 5 a 10 cm ao redor da planta sem cobrir, para evitar que doenças possam atingir o colo da muda pelo excesso de umidade.

10 TRATOS CULTURAIS

10.1 Poda da goiabeira

Existem, basicamente, três tipos de podas em goiabeiras: poda de formação, poda de limpeza e poda de frutificação.

10.1.1 Poda de formação

É dividida em duas fases: na primeira, deve-se fazer a poda do ramo apical quando o local do corte, à altura de 40 a 60 cm, dependendo da variedade, estiver lenhoso. Nesta fase, a casca tem coloração acastanhada. Na segunda fase, após ramificação abundante ocasionada pela poda apical, escolhem-se de três a cinco ramos bem distribuídos, saindo de pontos diferentes do tronco.










Fonte: Cultura da goiaba -1995

Goiabeira com formação adequada de copa

Fonte: Foto do Autor.


Goiabeira com primeira poda de formação

Fonte: FRUPEX



10.1.2 Poda de frutificação

Como a goiabeira produz em ramos, em crescimento, a poda de frutificação consiste no encurtamento dos ramos que já produziram, de modo a manter a planta em atividade, pelo estimulo à nova brotação, que devera ser frutífera. Para que isso aconteça, o ramo devera ser podado no comprimento correto. Ramos vigorosos, podados em esporão, resultaram em crescimento vegetativo, enquanto a poda longa de ramos fracos tende a enfraquecer a nova brotação.

A poda pode ser continua ou total. Na poda continua, cada ramo é podado individualmente a cada repasse do pomar, quando é realizado o encurtamento dos ramos produtivos primários cerca de um mês apos a colheita dos últimos frutos para que produzam uma segunda safra, de forma que cada planta produza continuadamente ao longo de todo o ano.

É importante que se de ao ramo esse período de repouso de pelo menos trinta dias, par que haja acumulo de reservas, tanto nutritivas quanto hormonais, necessárias a uma brotação e frutificação adequada.

Na poda total, todos os ramos são podados de uma só vez, de forma que a produção ocorra ao mesmo tempo. Essa poda deve ser feita em duas etapas. Na primeira é deixado um ramo pulmão por planta, para a finalidade de manter a transpiração, assegurando a uniformidade da brotação e a produção de maior número de ramos frutíferos. Na segunda com inicio da brotação resultante da primeira poda, é feita a poda do ramo pulmão.

Em lavouras irrigadas, a época de poda define a época de colheita, sendo possível planejar a safra para qualquer mês do ano (6 a 7 meses após a poda ocorre a maturação dos frutos).

Na execução da poda de frutificação, podem-se adotar certas regras úteis, por estabelecerem uma seqüência lógica para a operação:

- Remova os ramos quebrados, mortos, e doentes;

- Remova os ramos “ladrões”;

- Remova os ramos que, por estarem encostados, se atritam com o movimento da planta;

- Remova os ramos que crescem em direção ao centro da planta ou que cruzam na copa;

- Remova os ramos que crescem para baixo, pois, geralmente são improdutivos;

- Execute a poda dos ramos remanescentes com o objetivo de manter o equilíbrio entre as funções reprodutivas e vegetativas da planta, baseando, dentro dos limites do possível, realçá-las ao máximo.

-

Nos pomares destinados à produção de goiabas de mesa, após as operações anteriormente relacionadas, devem-se submeter os ramos remanescentes a uma poda de encurtamento. Este encurtamento, que depende do vigor dos ramos, é realizado em ramos normais deixando de 2 a 3 pares de folhas. A intensa brotação que ocorre após a poda, deve ser reduzida através de sucessivas desbrotas, deixando-se em média dois brotos, em posições distintas, por ramos podado. Os frutos que se desenvolvem nestes brotos devem ser desbastados, quando apresentam de 2 a 3cm de diâmetro, deixando-se em média 2 frutos por broto.

Com o objetivo de se obter uma sobre-colheita que irá prolongar o período de safra, muitos produtores costumam despontar estes ramos deixando no mínimo 6 pares de folhas acima dos frutos. Deste desponte, que possibilita nova brotação na extremidade dos ramos, deixa-se apenas dois brotos localizados em posições opostas por ramo, para que frutifiquem.

Durante todo o período de crescimento da brotação devem ser feitas sucessivas desbrotas para reduzir os ramos em excesso e manter o centro da copa aberto, a fim de assegurar adequada penetração de ar e luz no interior da planta, garantindo assim a sua sanidade e a qualidade de sua produção.

Tanto o desbaste como o encurtamento são praticas importantes na formação e manejo da goiabeira. O encurtamento é mais importante na fase de formação, tendo por finalidade obtenção de uma copa bem formada, enquanto o desbaste favorece a produção de ramos frutíferos e a sua manutenção em boas condições. A medida que a planta vai ficando mais velha, há maior necessidade de mais desbaste e menos encurtamento.

Entre outras formas de supressão de ramos ou de suas partes os mais importantes são:

- Desponte: é o encurtamento praticado em verde, sobre a extremidade do ramo novo. Sua prática diminui o vigor da planta.

- Desbrota: é a intervenção que se faz em verde, para eliminar ramos supérfluos e concorrentes.

- Poda em coroa: é o encurtamento total do ramo, que fica reduzido à "coroa", que é a porção mais grossa existente em sua base e onde existe um cordão de gemas.

- Poda em esporão: é o encurtamento deixando-se apenas a base do ramo, geralmente com duas ou três gemas, ou com quatro a seis centímetros de comprimento.

- Poda em vara: é o encurtamento em que se deixa o ramo com um número maior de gemas, em geral com 10 a 20 cm de comprimento.

Poda total com ramos pulmões

Fonte: Foto do autor.

Poda de encurtamento dos ramos

produtivos para obtenção de uma

segunda safra.

Fonte: Foto do Autor.

Brotação intensa sem desbaste. Fonte: CATI – 1994.

Poda em esporão

Fonte: CATI-1994.



10.2 Desbaste e o Ensacamento dos Frutos

Em pomares exclusivos de goiaba de mesa o desbaste de frutos é obrigatório para a obtenção de frutos grandes com ótimo aspecto.

O desbaste deve ser feito quando os frutos apresentarem de 2 a 3cm de diâmetro, deixando-se de 2 a 3 frutos por ramo. Em plantas adultas são deixados entre 600 a 800 frutos. Durante a operação de desbaste devem ser retirados os restos do cálice floral existentes na base dos frutos, para melhorar o seu aspecto.

Nos mais tecnificados pomares, os frutos remanescentes são protegidos por sacos de papel manteiga com dimensões usuais de 15x12cm. Estes sacos são presos no pedúnculo do fruto ou no ramo que o sustenta, sendo no ramo mais aconselhável.

Vantagens do ensacamento:

- Melhora o aspecto do fruto, que quando maduro apresenta a casca uniforme completamente sem manchas;

-É o mais eficiente método de controle da mosca das frutas, do gorgulho e de eventuais ataques do besouro amarelo e;

-Permite a colheita de frutos sem resíduos tóxicos na casca.

Ramos sem desbaste

Fonte: Cultura da Goiabeira - 1995

Ramos com desbaste

Fonte: Cultura da Goiabeira - 1995





10.3 Cuidados a serem observados na poda

- Os cortes deverão ser sempre lisos e inclinados, para facilitar a cicatrização e evitar o acumulo de água na sua superfície.

- Deve-se utilizar tesoura com lamina devidamente afiada e serrotes bem travados;

- O desbaste de ramo deve ser feito com corte bem rente a sua base, sem danificar a “coroa” de gemas ai existentes.

- Os encurtamentos deverão ser feitos 2cm acima de uma gema, de forma a favorecer a brotação da mesma.

10.4 Cuidados após a poda

- Fazer a aplicação de uma pasta ou uma calda de um fungicida a base de cobre nas partes feridas para evitar a invasão de organismos causadores de doenças e podridões.

- Nos pomares submetidos a poda total, recomenda-se a sua pulverização imediatamente após o termino da operação com calda sulfocálcica, na diluição de um litro de calda para 8 litros de água.

10.5 Irrigação e drenagem

A goiabeira é uma planta que responde bem à irrigação. Além de apresentar excelente produtividade, o goiabal irrigado pode produzir duas ou mais safras por ano. Este é de fato uma grande vantagem, pois com o manejo adequado da poda é possível direcionar a safra para períodos economicamente desejáveis. A irrigação é uma técnica que está associada a uma série de fatores que influem diretamente na produtividade da goiabeira e na qualidade de seus frutos.

- Necessidade de Água:

A necessidade de água que tem a planta é um parâmetro extremamente importante, seja para o dimensionamento do sistema de irrigação, seja para o manejo da água ao longo do ciclo fenológico da planta. Para culturas frutícolas como a goiabeira, recomenda-se que a demanda de água seja calculada para períodos semanais ou quinzenais.

- Evapotranspiração de Referência:

Eto= Kp x Et

Eto= evapotranspiração de referência mm/dia

Kp= fator do tanque - variável

Et= evaporação do tanque – mm/dia

- Cálculo da Precipitação Efetiva:

Pe= f x p

Pe= precipitação efetiva mm.

f= fator de correção.

p= precipitação real (pluviômetro)mm.

- Cálculo da Lâmina de Irrigação

Lb= Kc x Eto –Pe

Ei

Lb= Lâmina de irrigação (mm).

Kc= Coeficiente cultura (quadro 4).

Ei= Eficiência do Sistema de irrigação %.

Vap= Lb x Ep x Ef

D

Vap= Volume de água aplicado por planta (litros/planta/dia)

Ep= Espaçamento entre plantas (m).

Ef= Espaçamento entre linhas de plantas (m)

D= número de dias no intervalo de irrigação (dia)

No caso de sistemas automatizados em que o manejo de água se baseia no volume desta determina-se tal volume por umidade de rega.

V= 10 x Lb x A

V= volume de água por umidade de rega (m3 ),

A= área da umidade de rega ( ha).

- Freqüência da Irrigação

A freqüência da irrigação vai depender da necessidade de água que tem a planta e da capacidade de retenção de água pelo solo na profundidade efetiva das raízes.

- Cálculo do Tempo de Irrigação

Ti= Vap

N x Qe

Ti= tempo de irrigação por umidade de rega (h);

N= número de emissores por planta,

Qe= vazão do emissor (l/h) obtida em teste de campo.

- Manejo da água:

O manejo da água está diretamente associado ao tipo de solo, à profundidade efetiva do sistema radicular e ao sistema de irrigação selecionado.

Na irrigação localizada, o nível de água disponível no solo não deve ser inferior a 80%.

Recomenda-se suspender a irrigação por um período de um a dois meses antes da poda, a fim de submeter a planta a um estresse hídrico cuja duração vai depender do tipo do solo a do sistema de irrigação usado.

É recomendável que na irrigação localizada o manejo de água seja monitorado por tensiômetros instalados em pontos correspondentes a 50% da profundidade efetiva das raízes. O número recomendado é de três a quatro estações de tensiômetros numa parcela de solo uniforme de tamanho não superior a 2 ha.

A tensão hídrica do solo aceitável para o manejo das regas depende do tipo dos solos explorados. Para os arenosos, a tensão pode variar entre 15 e 25 centibares; para os argilosos, pode alcançar de 40 a 60 centibares.

Quadro 6: Coeficiente de cultura, coeficiente de sombreamento para a goiabeira.

Discriminação

Percentagem de área molhada

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Kc

0,45

0,45

0,50

0,60

0,65

0,70

0,75

0,75

0,75

0,75

Kr

0,20

0,30

0,40

0,50

0,60

0,70

0,75

0,80

1,00

1,00

Kc x Kr

0,09

0,14

0,20

0,30

0,39

0,49

0,56

0,60

0,75

0,75

Fonte: Doorenhos & Kassan (1979) citados por Neto e Soares – Embrapa – Frupex – 1994.

10.6 Adubação

10.6.1 Calagem

Aplicar o calcário na quantidade indicada pela análise química do solo.

10.6.2 Adubação de plantio e pós-plantio

No que diz respeito à adubação da goiabeira, dispõe-se de poucos resultados de pesquisa realizada no Brasil e em outros países no sentido de estabelecer as verdadeiras necessidades nutricionais dessa cultura.

Em sendo considerada a goiabeira uma planta rústica, tolerante à acidez e pouco exigente em termos de solo, para a obtenção de resultados econômicos satisfatórios em pomares comerciais, é necessário atender adequadamente as exigências da planta.

Tendo em vista que o melhoramento genético tem dado origem a goiabeiras cada vez mais produtivas, porém mais exigentes em termos nutricionais, desenvolveu-se uma série de ensaios de campo, buscando avaliar os efeitos da adubação nitrogenada e potássica sobre a cultura.

Para goiabeiras com 3 anos de idade, os teores foliares de N considerados adequados foram 2,35% ( V.Rica) e 2,15% (V.Paluma) em análise foliares, enquanto que para o K, os valores foram 1,9% (V.Rica) e 1,54% (V.Paluma).

Para solos com baixa fertilidade natural, como ocorre em geral com as áreas tropicais e, considerando-se plantas com 3 anos de idade, a aplicação de 422g N/planta foi suficiente para garantir uma produção de 90% da máxima possível.

Um sistema de adubação eficiente é o de fertirrigação, que leva nutrientes às plantas através da água.

· Adubação de Plantio:

Em cada cova, devem ser aplicados: 20 litros de esterco de curral; 100g de P2O5 (=500g superfosfato simples) 1000g de calcário dolomítico; 50g de FTE (micronutrientes); 140g de sulfato de amônia; 20g de cloreto de potássio.

· Adubação de Cobertura:

Recomenda-se três adubações de cobertura com nitrogênio (sulfato de amônia ou uréia) e potássio (cloreto de potássio) por ano. Em lavouras irrigadas, pode-se aplicar o nitrogênio mensalmente e o potássio a cada dois meses.

Quadro 7: Sugestões de adubação de cobertura por planta/ano:

PRODUTOS

ANO I

ANO II

ANO III

ANO IV

Sulfato de amônio (g)

600

1000

2000

2500

Superfosfato simples (g)

600

1000

1500

1500

Cloreto de potássio (g)

120

200

400

600

Fonte: Pesagro – Rio – Maio-2001.

Em pomares produtivos, recomenda-se a aplicação anual, após a poda de frutificação de esterco de curral bem curtido, aproveitando-se a ocasião para aplicar o adubo fosfatado, os micronutrientes (FTE) e o calcário, que deverão ser aplicados apenas uma vez por ano. Também após a poda de frutificação devem ser aplicados parte do nitrogênio e do potássio, com o objetivo de formar ramos produtivos, vigorosos e em abundância, carregados de botões florais. Depois do desbastes e ensacamento dos frutos, faz-se nova adubação potássica e a nitrogenada visando aumentar o peso e a qualidade dos frutos. Após a colheita, o potássio e o nitrogênio são novamente aplicados com o objetivo de recuperar a planta exaurida pela frutificação.

10.7 Manejo de plantas invasoras

A região abaixo da copa deve ser mantida limpa através de capinas manuais periódicas ou aplicação de herbicidas, processo chamado de coroamento.

As entrelinhas e a região entre as plantas não devem ser capinadas, apenas roçadas, o que poderá ser feito com roçadeira mecanizada.

11 CULTURA INTERCALAR

A prática de intercalar culturas em pomares de goiabeira orientados para a exportação de frutas poderá ser adotada, embora apresente algumas restrições. A principal condição restritiva diz respeito ao método de irrigação empregado: a consorciação só é possível quando se adota a irrigação por aspersão, que é o sistema menos aconselhável para o cultivo da goiabeira cujos frutos se destinem à exportação. Restará, pois, a consorciação no período das chuvas, uma atividade pouco atraente, dada a irregularidade temporal e espacial das precipitações no Nordeste.

Entre as culturas que podem ser consorciadas com a goiabeira, desde que se use irrigação por aspersão, incluem-se o caupi, o milho, o tomate industrial e a melancia, entre outras.

É importante frisar, entretanto, que em virtude do alto padrão de qualidade exigido pelo mercado importador de frutas frescas, não se aconselha a prática da consorciação nos pomares destinados a produzir goiabas de exportação. Neste caso, os produtores deverão dedicar o máximo de atenção possível ao seu principal empreendimento, a fim de obter frutas dentro dos padrões internacionais exigidos, ou correrão o risco de não alcançar a capacidade necessária para competir em um mercado cada vez mais exigente, do qual são automaticamente excluídos os fruticultores que não apresentarem produtos com as devidas qualificações.

A consorciação poderá e deverá ser incentivada apenas na fase de formação do goiabal, até mesmo como um possível meio de amortizar parte do investimento financeiro realizado ou de agilizar o seu retorno.

12 MANEJO DE PRAGAS E DOENÇAS

12.1 Principais pragas

A goiabeira, durante as diferentes fases de seu desenvolvimento, pode sofrer ataques de um número de pragas relativamente grande. Entre as mais importantes merecem destaque:

12.1.1 Broca das Mirtáceas - Timocratica albella (ZELLER, 1959).

Conhecida como “broca de goiabeira”, esta lagarta de mariposa que mede de 25 a 35mm de comprimento, destrói ramos e tronco. Com o seu ataque note-se no tronco e nos ramos aglomerações de excrementos e pedaços de casca ligadas entre si por fios de seda.

O controle deve ser efetuado anualmente, raspando-se a superfície do tronco com escovas ou luvas grossa, de forma a expor o inseto. Este deve ser destruído caso encontrado, após o que faz um pincelamento no tronco e pernadas principais com solução de carbaryl e fungicida cúprico.

12.1.2 Coleobroca: Trachyderes thoracicus (Oliv. 1790).

As larvas com comprimento em torno de 30mm se alimenta de uma parte da madeira desintegrada com suas mandíbulas. A outra parte, que é serragem, é expelida pelos orifícios abertos nos tronco e ramos mais grossos.

Para controle da coleobroca pode ser efetuada uma injeção de 1 a 2ml de solução de Carbaryl nos orifícios ou então da mesma forma do que para a broca dos mirtáceas.

12.1.3 Besouro da Goiabeira - Besouro Amarelo - Costalimaita ferruginea vulgata (Lefevre, 1885).

O adulto tem forma quase elíptica, mede 5 a 6,5mm de comprimento e o apresenta cor creme-amarelada.

O besouro ataca as folhas novas e relativamente novas da goiabeira, deixando-as cheias de orifícios. Os brotos também podem ser atacados. E em flores a casos que chegam a destruir a superfície dos frutos, deformando-os.

O período de maior ataque é quando a goiabeira inicia as brotações. O controle pode ser feito através de pulverização com inseticidas organofosforados ou carbonatos.

12.1.4 Psilídio - Trizoida sp.

São insetos sugadores de seiva cujos adultos mede de 2,0 a 2,4mm de comprimento. As ninfas sugam a seiva das bordas das folhas, que devido as toxinas que são injetadas, enrolam-se e deformam-se adquirindo uma coloração amarelada ou avermelhada, tornando-se depois necróticas.

Examinando-se o interior das partes enroladas, encontram-se as colônias de psilídeos, recobertos pela secreção cerosa, entre gotículas de substâncias açucaradas e esbranquiçadas.

Para controle pode utilizar pulverizações com inseticidas organofosforados ou carbamatos.

12.1.5 Percevejo da Verrugose- Monalonium annulipes (Sign, 1858).

Os danos causados por este inseto podem ser grandes, pois, afetam desde botões florais até frutos desenvolvidos, porém antes do início da maturação. Inicialmente observam-se manchas aquosas, irregulares, com cerca de 1mm de diâmetro, há uma reação do próprio fruto, de modo a cicatrizar estas lesões. Os tecidos da parte central da lesão ficam necrosados e permanecem na superfície do fruto como um ponto, duro, que atinge de 2 a 5mm de diâmetro, podendo ser destacado manual ou naturalmente.

Estas lesões, dependendo da intensidade e da época de surgimento, podem-se desprender do fruto ou permanecer depreciando. O controle deve ser feito com inseticidas fosforados não sistêmicos.

12.1.6 Gorgulho das GoiabasConotrachelus psidii (Marshal – 1922).

O inseto é um pequeno besouro de aproximadamente 6mm de comprimento por 4mm de largura, de coloração parda escura, com peças bucais cilíndricas e alongadas.

A larva é branca com a cabeça negra; o corpo enrugado transversalmente mede, quando desenvolvido 12 mm de comprimento por 4mm na maior largura.

Ao iniciarem a postura, as fêmeas dos gorgulhos procuram os frutos verdes, cavando com a mandíbula orifícios onde depositam os ovos.

Este local não acompanha o desenvolvimento do restante do fruto, ficando enegrecido e tornando uma cicatriz circular deprimida com um ponto negro no centro. Após a eclosão a larva penetra no fruto e se alimenta da semente, ficando parte da polpa e as sementes destruídas e enegrecidas.

No fruto maduro, a larva do gorgulho não ataca a polpa e só se alimenta de sementes, ocasionando a podridão seca.

O controle pode ser efetuado através de aplicações de inseticidas organofosforados e deve ser iniciado quando os frutos ainda são verdes, do tamanho de uma “azeitona”.

12.1.7 Moscas das Frutas – Anastrepha fraterculus (Wied; 1830).

- Ceratitis capitata (Wied; 1824).

- Anastrepha fraterculus: Larva vermiforme, completamente desenvolvida, mede cerca de 12 mm de comprimento.

- Ceratitis capitata: Larva com a região anterior do corpo bastante afilada, medindo quando completamente desenvolvida de 7 a 9mm de comprimento. Por meio do ovopositor a fêmea perfura os frutos e efetua a postura. As larvas novas passam a viver no interior dos frutos, tornando-o imprestável.

Para controle das moscas das frutas, várias medidas são indicadas, desde a proteção dos frutos através de ensacamento, com iscas envenenadas ou em pulverizações em área total. Os produtos mais utilizados e que vem mostrando bom resultado no controle das moscas das frutas são os organofosforados, tais como o malathion, parathion menthyl, fenthion, etc.

12.1.8 Outras Pragas Secundárias

São pragas que normalmente não apresentam danos econômicos à cultura e que tem sido mantidas sob controle através do esquema de tratamento fitossanitário para controle das pragas principais; são elas:

- Cochonilhas;

- Lagartas;

- Percevejos;

- Coleópteros;

- Cupins, formigas, abelhas, mosca, etc;

- Tripes, e;

- Nematóides.

Quadro 8- Principais pragas da goiabeira

PRAGA

PARTE

AFETADA

CONTROLE

CULTURAL

CONTROLE

QUÍMICO

Broca coleobroca

Tronco

Esmagamento, calda bordalesa

Injeção de Carbariy (0,1 %)

Cochonilha de cera

Caule

-

Folidol 600 (0,l %)

Psilídios tingídios

Folhas

-

Lebaycid 500 (0,1%), folidol 600 (0,1%)

Tripés percevejos

Folhas e frutos

Ensacamento de frutos

Lebaycid 500 (0,1%), folidol 600 (0,1%)

Gorgulho

Fruto

Ensacamento de frutos

Folidol 600 (0,1%)

Mosca-das-frutas

Fruto

Ensacamento, armadilhas

Dipterex (0,3%), Lebaycid (0,1%)

Lagartas

aérea

-

Dipel (0,l%)

Fonte: PESAGRO-RIO MAIO-2002

Nota: Tomar cuidado de observar a carência dos produtos antes de iniciar a colheita

12.2 Principais doenças

12.2.1 Ferrugem da Goiabeira:

Causada pelo fungo Puccina psidii wint, trata-se de uma infestação fúngica que ataca, indistintamente, todos os tecidos novos dos vários órgãos da planta em desenvolvimento. Produz manchas necróticas, circulares de diâmetro variável. As manchas se recobrem rapidamente por uma densa massa pulverulenta, de cor amarela viva.

Em geral, o aparecimento da doença é registrado nas condições ambientais de temperatura moderada, e alta umidade atmosférica.

O controle da ferrugem é feito conjulgando-se algumas práticas culturais:

- Poda de limpeza, que promove maior aeração no interior da copa;

- Controle de ervas daninhas;

- Aplicação preventiva ou curativa de fungicidas.

12.2.2 Verrugose

Pode ocorrer em botões e frutos em desenvolvimento, antes da maturação. Esta doença provoca deformações no fruto que pode levá-lo à queda. O controle é feito com aplicações de fungicidas cúpricos.

12.2.3 Antracnose

Causada pelo fungo Sphcelona psidii bit, a antracnose ataca as folhas e os ramos novos, mas pode atingir os frutos em qualquer estádio de desenvolvimento. Seu controle, quando necessário, pode ser feito por meio de podas de limpeza. Deve-se evitar também a permanência, na planta, de frutos sobremaduros.

12.2.4 Seca Bacteriana ou Bacteriose

Doença causada pela bactéria Erwiria psidii, Ocorre nas extremidades dos ramos provocando o muchamento repentino dos brotos, que adquirem um tom pardo-avermelhado. A doença ocorre com maior gravidade em condições de alta temperatura e umidade.

Aconselha-se que sejam evitadas as operações de poda ou colheita quando os tecidos da planta estiverem umedecidos, seja, por orvalho, por chuva ou irrigação.

Para medida de controle recomenda-se:

- Condução da planta visando bom arejamento, insolação e penetração da calda fúngica.

- Devem-se evitar podas contínuas numa mesma planta.

- Os ramos eliminados, doentes devem ser queimados.

- Os ramos doentes devem ser retirados à base ao primeiro sintoma da doença.

- Proteção dos ferimentos de poda com pasta cúprica.

- Desinfecção das ferramentas para poda com hipoclorito de sódio; na diluição 1:3 a cada corte.

- Após a poda aplicação de calda sulfocálcica na diluição 1:8.

- Pulverização com fungicidas cúprico desde o início da brotação até que os frutos atinjam o diâmetro de 3cm.

- Limitar as adubações nitrogenadas à necessidade mínimas, para que não provoquem formações excessivas de órgãos tenros.

O combate às doenças através de agrotóxicos deve obedecer a um cronograma rigoroso de aplicação. É importante a conscientização dos produtores sobre os riscos à saúde quando utilizados de forma indiscriminada.

Quadro 9 - Principais doenças da goiabeira.

DOENÇA

PARTE

AFETADA

CONTROLE

Ferrugem

Aérea

Poda de arejamento, aplicação de Oxicloreto de Cobre a 0,2% e Folicur a 0,1%, altemadamente.

Verrugose

Frutos

Oxicloreto de Cobre a 0,2 %

Bacteriose

Ramos novos e frutos

Oxicloreto de Cobre a 0,2% e eliminação dos ramos afetados.

Fonte: Adaptado de PEREIRA, F.M. Goiabas para industrialização, 1996.

O combate às doenças através de agrotóxicos deve obedecer a um cronograma rigoroso de aplicação (Quadro 10). E importante a conscientização dos produtores sobre os riscos à sua saúde quando utilizados de forma indiscriminada.

Alguns cuidados devem ser tomados, como por exemplo:

- só manipular o produto ao ar livre;

- usar equipamento de proteção (máscara, luvas, botas, macacão e chapéu impermeável);

- aplicar as doses de acordo com as recomendações técnicas;

- evitar as horas mais quentes do dia e aplicar o produto a favor do vento;

- crianças e animais devem ser mantidos afastados das áreas de aplicação;

- banhar-se com muita água e sabão imediatamente após o término do serviço.

Quadro 10 - Cronograma de aplicação de agrotóxicos.

MÊS

PRODUTO

DOSAGEM

PRAGA OU DOENÇA

FREQUÊNCIA

Julho

Oxicloreto de cobre

Pasta

Pincelamento local da poda

-

Setembro

Oxicloreto de cobre

0,5%

Ferrugem

1x

Outubro

Oxicloreto de cobre Parathion metílico

0,5%

0,2%

Ferrugem

Gorgulho/Psilídeo

2x

2x

Novembro

Oxicloreto de cobre Parathion metílico Trichiorfon

0,5%

0,2%

0,2%

Ferrugem

Gorgulho/Psilídeo

Gorgulho

2x

1x

1x

Dezembro

Oxicloreto de cobre Parathion metílico Trichiorfon

0,5%

0,2%

0,2%

Ferrugem

Gorgulho/Mosca-das-frutas Gorgulho/Mosca-das-frutas

2x

1x

-

Janeiro

Trichiorfon

0,2%

Mosca-das-frutas

2x

Fevereiro

Trichiorfon

0,2%

Mosca-das-frutas

2x

Março

Trichiorfon

0,2%

Mosca-das-frutas

2x

Fonte: Adaptado de PEREIRA, F.M., Goiabas para industrialização, 1996.

13 COLHEITA

A colheita da goiaba é feita duas a três vezes por semana. Embora se costume colher as goiabas quando a coloração verde-escuro brilhante começa a clarear, o ponto ideal de colheita depende da variedade e do destino dos frutos.

As goiabas devem ser colhidas com cuidado e colocadas em jacas ou diretamente em caixas plásticas de 20 kg e transportadas para um barracão para seleção e embalagem.

13.1 Classificação

Classificação é a separação de unidades do produto por cor, tamanho, formato e categoria. Utilizar a classificação da goiaba é unificar a linguagem do mercado. Produtores, atacadistas, varejistas e consumidores devem ter os mesmos padrões para determinar a qualidade do produto. Só assim, obteremos transparência na comercialização, melhores preços para produtores e consumidores, menores perdas e maior qualidade.





13.1.1 Grupo ou cor de polpa

13.1.2 Sub-grupo ou cor da casca

Amarela Verde-amarelada Verde-clara

13.1.3 Classe ou calibre

de 7 a 8 cm de 6 a 7 cm de 5 a 6 cm
> que 10 cm de 9 a 10 cm de 8 a 9 cm

A classificação da goiaba deve ser feita de forma que se consiga a homogeneidade de formato, coloração, comprimento, diâmetro ou calibre, bem como, a identificação da qualidade pela caracterização e quantificação dos defeitos.

13.1.4 Tipo ou Categoria

O quadro abaixo estabelece os limites de tolerância de defeitos graves e leves para cada categoria de qualidade e permite a classificação em: Extra Categoria I, Categoria II e Categoria III.

DEFEITOS GRAVES

EXTRA

CATEGORIA I

CATEGORIA II

CATEGORIA III

Imaturo

Dano profundo

Podridão

Alterações Fisiológicas

1%

1%

1%

1%

2%

2%

2%

3%

3%

3%

3%

4%

30%

20%

10%*

40%

Totais graves

Total leve

1%

5%

5%

10%

7%

15%

40%

100%

Total geral

5%

10%

15%

100%

*Acima de 10% de podridão a goiaba não deverá ser reclassificada.

Fonte: CEAGESP

- Defeitos graves

Dano profundo Imaturo

Podridão Alterações fisiológicas

Defeitos leves

As goiabas deverão apresentar as características do cultivar bem definidas, serem sãs, inteiras, limpas e livres de umidade externa anormal. A goiaba não deve apresentar nenhuma das características abaixo: a) resíduos de substâncias nocivas à saúde acima dos limites de tolerância admitidos no âmbito do Mercosul; b) mau estado de conservação, sabor e/ou odor estranho ao produto. 13.2 Embalagem A qualidade da goiaba é feita na roça, A conservação dessa qualidade exige uma embalagem que ofereça proteção, boa apresentação, informações sobre o produto, racionalização do transporte e armazenagem e que tenha baixo custo, As goiabas deverão ser acondicionadas em embalagens paletizáveis, limpas e secas.

13.3 Rotulagem

Figura 1: Exemplo de rótulo.

3.4 Armazenagem

Armazenar as caixas em ambiente refrigerado a 8°C, com 85 a 90% de umidade relativa. Nestas condições é possível conservar os frutos por até 21 dias. Armazenamentos prolongados com temperaturas inferiores a 8°C ocasionam danos aos frutos - "Chilling".

As goiabas deverão apresentar as características do cultivar bem definidas, serem sãs, inteiras, limpas e livres de umidade externa anormal.

A goiaba não deve apresentar nenhuma das características abaixo:

a) resíduos de substâncias nocivas à saúde acima dos limites de tolerância admitidos no âmbito do Mercosul;

b) mau estado de conservação, sabor e/ou odor estranho ao produto.

14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Empresa de pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de janeiro. Pesagro - Rio Doc.72 Maio – 2001. Goiabrás – Associação Brasileira de produtores de Goiaba. “Produção de goiaba – manual nº 103”. Viçosa, CPT, 1997. Neto, L G; Soares; J.M. Goiaba para exportação. Aspecto técnico da Produção. Brasília Embrapa – SPI, 1996. Pereira, F. M. Cultura da Goiabeira. Jaboticabal: FUNEP, 1995. Piza Jr., C.T. A poda da Goiabeira de mesa. Jaboticabal: FUNEP, 1995.










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