domingo, abril 30, 2006

DESEMPREGO CAI UM POUCO, MAS CONTINUA MUITO ALTO

NÚMERO DE PESSOAS DESEMPREGADAS E TAXA DE DESEMPREGO:

MARÇO 02 - 2,575 MILHÕES - 12,9 %

MARÇO 03 - 2,541 MILHÕES - 12,1 %

MARÇO 04 - 2,759 MILHÕES - 12,8 %

MARÇO 05 - 2,375 MILHÕES - 10,8 %

MARÇO 06 - 2,314 MILHÕES - 10,4 %

O RENDIMENTO MÉDIO CAIU DE R$ 1066 PARA R$ 1007 NO PERÍODO (VER NOTA ABAIXO)

FONTE: Folha de S.Paulo de hoje



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KUMULUS

KUMULUS

*acaricida/fungicida/desalojante

*Segurança/carência: sem restrições

* IV - pouco tóxico

*Perigo de queimar plantas: a) floração b)temperatura acima de 30 º c

CITROS - ácaro - 500 g / 100 litros água - Inspecionar plantar a cada 7 dias (verão) ou 15 dias (inverno). Aplicar se necessário.


MAMÃO - ácaro/oídio - 400 g / 100 litros

UVA - oídio - 200 a 400 g / 100 litros

ABÓBORA/PEPINO - oídio - 200 g / 100 l


PÊSSEGO - ácaro - 300 a 600 g / 100 l

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FUNGITOL AZUL

FUNGITOL AZUL

*Fungicida cúprica de contato (oxicloreto de cobre)

*usar preventivamente ou logo no início da doença

*IV - produto pouco tóxico

*Carência/segurança: sem restrições

* MODO DE APLICAÇÃO: fazer uma pré-mistura antes de colocar o produto no pulverizador. Pulverizar de maneira uniforme, dando boa cobertura às partes aéreas das plantas. Para assegurar uma boa deposição da calda, evitar derivas.




CITROS - verrugose, antracnose, podridão - 275 g / 100 litros água - 2 aplicações - quando 2/3 das pétalas estiverem caídas; e 4 semanas depois

GOIABA - ferrugem - 300 g / 100 litros - Iniciar as aplicações preventivamente logo após o início da brotação, repetindo com intervalos de 7 a 14 dias. Caso as condições climáticas sejam favoráveis à doença, usar o intervalo menor.


TOMATE - pinta-preta, requeima - 300 g / 100 l - Iniciar as aplicações preventivamente, 20 dias após o plantio definitivo. Repetir a intervalos de 5 - 7 dias ou conforme a necessidade. Caso as condições climáticas sejam favoráveis à doença, usar o intervalo menor.


UVA - míldio, antracnose, podridão - 275 g / 100 litros - Iniciar as aplicações preventivamente, quando as brotações tiverem cerca de 5 a 7 cm. Repetir a intervalos de 7 a 10 dias ou conforme a necessidade. Caso as condições climáticas sejam favoráveis à doença, úmido e chuvoso, diminuir o intervalo de aplicação.

PIMENTA / PIMENTÃO - mancha-de-alternaria, antracnose - 250 g / 100 litros - Iniciar as aplicações preventivamente. As aplicações devem ser repetidas com intervalos de 7 a 10 dias. Em condições climáticas favoráveis a doença, aplicar com intervalo menor.

BERINGELA, CENOURA ETC - ver bula

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RENDA CAI MAIS ENTRE OS MAIS ESTUDADOS (12%) - APESAR DA PROPAGANDA UFANISTA GOVERNO...

Queda do rendimento médio do trabalho entre março de 2002 e março de 2006

A queda foi maior entre os mais escolarizados

0 a 1 anos de escolaridade - queda de 0,3 %
de R$ 420,48 para R$ 419,40

1 a 3 anos de escolaridade - queda de 9,3 %
de R$ 498,74 para R$ 452,40

4 a 7 anos de escolaridade - queda de 4,3 %
de R$ 556,39 para R$ 532,30

8 a 10 anos de escolaridade - queda de 9,1 %
de R$ 687,31 para R$ 625,00

11 anos ou mais de escolaridade - queda de 12,3 %

de R$ 1617,12 a R$ 1.439,50
(Fonte IBGE E Folha de S.Paulo de 30-04-06)

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MST, MEIO AMBIENTE E EUCALIPTO

Para comer tem que plantar. Plantar prejudica o meio ambiente. Sem meio ambiente saudável o futuro fica complicado.
Como a humanidade resolverá a questão, que fica mais confusa ainda com posicionamentos radicais.
ATÉ EUCALIPTO VIROU ÁRVORE DE DIREITA E NEOLIBERAL
Leia trechos (íntegra abaixo) do artigo da Folha de São Paulo de 30-04-2006, de Ricardo Bonalume Neto, com opinião interessante de um especialista na matéria:
Acreditem. A bela e altaneira árvore nativa da Austrália foi tachada de “árvore de direita”, e suas florestas no Brasil foram apodadas de “desertos verdes”. Esta curiosa visão do universo arbóreo foi a justificativa para que mulheres alucinadas da ONG Via Campesina vandalizassem em março instalações da Aracruz Celulose no RS.
Somos contra os desertos verdes, as enormes plantações de eucaliptos... Onde o deserto verde avança, a biodiversidade é destruída, os solos se deterioram os rios secam, sem contar a enorme poluição gerada pelas fábricas de celulose que contaminam o ar, as águas e a saúde humana, diz o manifesto das senhoras.
Até que ponto elas têm razão – e essa árvore, que se acredita ter sido primeiro introduzida no Brasil em l868, é de fato um grotesco símbolo do “neoliberalismo”, o nome novo que a esquerda dá ao velho capitalismo?
“Deserto verde é duplamente errado. Deserto é onde não chove. Se é verde, não pode ser deserto”, diz, com a paciência típica dos cientistas que vivem às voltas com mitos, o pesquisador Walter Paulo Lima, um dos maiores conhecedores do eucalipto na comunidade científica brasileira.
Ele começou a estudar essa árvore já em l972, quando começou sua carreira acadêmica como auxiliar de ensino no então Departamento de Silvicultura da Esalq-USP (Escola Superior de Agricultura da Universidade de São Paulo), em Piracicaba, a mais prestigiosa escola brasileira de agronomia.
Walter Lima é especialista em hidrologia florestal, o uso de água pelas florestas.
Um mito acalentado pelos verdes e agora pelos vermelhos pouco esclarecidos é a voracidade do eucalipto por água, cujas plantações seriam capazes de secar rios, lagos, mananciais.
Havia quem dizia que uma árvore de eucalipto usava 360 litros de água por dia. Um absurdo, que foi depois modificado para 30 litros na propaganda antieucalipto.
O valor real máximo é 15 litros, diz o professor da Esalq; e só em certas épocas do ano, e para árvores plantadas no padrão tradicional de reflorestamento, uma para cada seis metros quadrados.
Há árvores nativas brasileiras com consumo parecido, dependendo também das circunstâncias.
O cientista acha estranho criticarem o eucalipto por afetar a biodiversidade. Qualquer plantação agrícola – de soja ou de café de um latifundiário dos agrobusiness, um roçadinho de feijão ou mandioca de agricultura de subsistência – é um ataque à variedade natural de espécies vegetais que existiam no terreno.
A única alternativa a isso seria banir a agricultura da face da Terra – mas, para isso, a população do planeta teria de diminuir para no máximo uns 50 ou 100 milhões [ menos que a população brasileira], se tanto, catando frutinhas no mato “biodiverso”.

*****
São Paulo, domingo, 30 de abril de 2006


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DIALÉTICA DA NATUREZA

Preconceitos cercam a "árvore de direita" RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os coalas ficariam indignados se soubessem o que a esquerda brasileira está falando do eucalipto, cujas folhas são sua principal fonte de alimentação. Os simpáticos bichinhos peludos australianos talvez até fundassem uma organização não-governamental para gritar estridentemente suas opiniões. Talvez optassem pelo vandalismo, como certas ONGs.
Acreditem, coalas: a bela e altaneira árvore nativa da Austrália foi tachada de "árvore de direita", e suas florestas no Brasil foram apodadas de "desertos verdes". Essa curiosa visão do universo arbóreo foi a justificativa para que mulheres alucinadas da ONG Via Campesina vandalizassem em março instalações da Aracruz Celulose, em Barra do Ribeiro (RS).
"Somos contra os desertos verdes, as enormes plantações de eucalipto, acácia e pinus para celulose, que cobrem milhares de hectares no Brasil e na América Latina. Onde o deserto verde avança, a biodiversidade é destruída, os solos se deterioram, os rios secam, sem contar a enorme poluição gerada pelas fábricas de celulose que contaminam o ar, as águas e ameaçam a saúde humana", diz o manifesto das senhoras.
Até que ponto elas têm razão -e essa árvore, que se acredita ter sido primeiro introduzida no Brasil em 1868, é de fato um grotesco símbolo do "neoliberalismo", o nome novo que a esquerda dá ao velho capitalismo?
O eucalipto, que foi por um tempo vilão ambiental dos verdes menos esclarecidos, estaria voltando a ser malvado e adentrando o panteão maldito da esquerda, onde estão Coca-Cola, Big Mac e soja transgênica?
"Deserto verde é duplamente errado. Deserto é onde não chove. Se é verde, não pode ser deserto", diz, com a paciência típica dos cientistas que vivem às voltas com mitos, o pesquisador Walter de Paula Lima, um dos maiores conhecedores do eucalipto na comunidade científica brasileira.
Ele começou a estudar essa árvore já em 1972, quando começou sua carreira acadêmica como auxiliar de ensino no então Departamento de Silvicultura da Esalq-USP (Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" da Universidade de São Paulo), em Piracicaba -a mais prestigiosa escola brasileira de agronomia.
Walter Lima é especialista em hidrologia florestal, o uso de água pelas florestas. Um mito acalentado pelos verdes e agora pelos vermelhos pouco esclarecidos é a voracidade do eucalipto por água, cujas plantações seriam capazes de secar rios, lagos, mananciais.
Havia quem dizia que uma árvore de eucalipto usava 360 litros de água por dia. Um absurdo, que foi depois modificado para 30 litros na propaganda antieucalipto. O valor real máximo é 15 litros, diz o professor da Esalq; e só em certas épocas do crescimento, e certas épocas do ano, e para árvores plantadas no padrão tradicional de reflorestamento, uma para cada seis metros quadrados.
Há árvores nativas brasileiras com consumo parecido, dependendo também das circunstâncias. O cientista acha estranho criticarem o eucalipto por afetar a biodiversidade. Qualquer plantação agrícola -de soja ou de café de um latifundiário do agrobusiness, um roçadinho de feijão ou mandioca de agricultura de subsistência- é um ataque à variedade natural de espécies vegetais que existiam no terreno.
A única alternativa a isso seria banir a agricultura da face da Terra -mas, para isso, a população do planeta teria de diminuir de 6 bilhões para no máximo uns 50 ou 100 milhões, se tanto, catando frutinhas no mato "biodiverso".
Mas, dizem os nacionalistas silvícolas, por que não usar árvores nativas em vez do neoliberal eucalipto? Charles Darwin e sua teoria da evolução explicam.
As plantas , árvores e arbustos brasileiros nativos coevoluíram com suas pragas, faz milhões de anos. Criar uma floresta só de embaúba, uma bela árvore de crescimento rápido, seria criar um belo repasto para as pragas locais -a não ser que fossem neoliberalmente enxarcadas de inseticidas.
O eucalipto, ao ser transplantado para cá, poderia ter virado fast food das pragas ou ser imune a elas. Ganhou a segunda opção. A árvore se deu bem, cresce rápido e virou estrela de exportação.
Mais irônico ainda: os tais "eucalipto, acácia e pinus para celulose" criticados pelas neovândalas cumprem seu papel de preservar as matas nativas de virarem papel. Quem vai querer transformar a mata atlântica em papel, se é muito melhor fazer isso com essas árvores de crescimento rápido?

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AS VAQUINHAS

VINICIUS DE MORAES - SONETO DA INTIMIDADE

Nas tardes da fazenda há muito azul demais.
Eu saio às vezes, sigo pelo pasto agora
Mastigando um capim, o peito nu de fora
No pijama irreal de há três anos atrás.

Desço o rio no vau dos pequenos canais
Para ir beber na fonte a água fria e sonora
E se encontro no mato o rubro de uma amora
Vou cuspindo-lhe o sangue em torno dos currais.

Fico ali respirando o cheiro bom do estrume
Entre as vacas e os bois que me olham sem ciúme
E quando por acaso uma mijada ferve

Seguida de um olhar não sem malícia e verve
Nós todos, animais sem comoção nenhuma
Mijamos em comum numa festa de espuma.

Mais poesias de Vinícius, clique aqui

PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA IMPESSOALIDADE

"Nele se traduz a idéia de que Administração tem que tratar a todos os administrados sem discriminações, benéficas ou detrimentosas. Nem favoritismo nem perseguições são toleráveis. Simpatias ou animosidades pessoais, políticas ou ideológicas não podem interferir na atuação administrativa e muito menos interesses sectários, de facções ou grupos de qualquer espécie. O Princípio em causa não é senão o próprio princípio da igualdade ou isonomia (...).

"O primeiro impositivo constitucional visante a garantir a concreção do princípio da impessoalidade é a norma posta no inciso II do artigo 37, que vincula a investidura em cargo ou emprego público a aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos".

Leia mais sobre esse belo princípio adotado pela nossa Constituição, mas que é tão ignorado pelos grotões: clique aqui

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VEREADOR MARMO DÁ ENTREVISTA

A Secretaria de Transporte foi acusada de construir casa particular em terreno da prefeitura, com recursos da prefeitura.

Vereadores trataram do assunto na tribuna da Câmara. A Folha do Sul publicou. O prefeito prometeu verificar o ocorrido, afirmou ter solicitado esclarecimento aos envolvidos.

Ao ITA NEWS de 28-04-2006, o vereador Marmo – que pediu demissão e reassumiu sua cadeira na Câmara Municipal - dá uma longa entrevista, de quase uma página.

TRECHOS DA ENTREVISTA:

“Gostaria de salientar algumas coisas desse trabalho realizado durante um ano e cinco meses, quando eu assumi o cargo de Secretário dos Transportes.”

O ACORDO ELEITORAL

“Era um acordo que tinha com a Administração do prefeito Luiz Cavani, FEITO DURANTE AS ELEIÇÕES, de que estaríamos entrando para auxiliar a IMPLANTAR UM NOVO SISTEMA DE GOVERNO, dando um direcionamento na área de transportes e que, posteriormente, estaria RETORNANDO À CÂMARA.”

AS CRÍTICAS

“Vivemos em um país democrático e as críticas têm às vezes suas verdades.”

CIÚME E INVEJA

“Quando uma pessoa tem uma vida pública, um cargo eletivo e assume um cargo no Executivo , ela é mais visada para receber críticas, diferente de um técnico que assume o cargo de secretário, e não tem, vamos dizer assim, como provocar ciúmes e nem inveja em outras pessoas.”

PAZES REFEITAS

“Vemos que nas últimas sessões eu tenho recebido elogios dos próprios vereadores que, durante a minha gestão como secretário, me criticaram. Estava servindo de vidraça e eles estavam do outro lado. Agora iremos trabalhar em parceira.”

SE ARREPENDIMENTO MATASSE!!

“Alguém que ocupa um cargo eletivo não deve assumir um cargo no executivo. Eu não voltarei a ser secretário”

O SONHO

“Concluí que a melhor coisa para quem assume um cargo no Legislativo é permanecer como vereador, ou assumir o CARGO MAIOR COMO CHEFE DE GOVERNO.”

QUEM TEM MEDO DO QUÊ?

“Não tenho medo de discutir com a população. Onde muitas pessoas não têm coragem de ir, eu vou, em qualquer comunidade, em qualquer bairro para discutir os assuntos de peito aberto.”


Sobre as denúncias, nada, nadica.


NÃO QUEREM LARGAR O OSSO

Folha do Sul de 29-04-2006 - "EM PRIMEIRA VOTAÇÃO, O PROJETO DE LEI QUE CRIA CARGOS NA CÂMARA DE ITAPEVA A FIM DE REALIZAÇÃO DE CONCURSO PÚBLICO OBTEVE VOTO CONTRÁRIO DE QUATRO EDIS:

TARZÃ (PSDB)
MARMO(PSDB)
PEIXE (PPS)
JÚNIOR GUARI(PMDB)

ESTES VEREADORES NÃO QUEREM MUDANÇAS NO QUADRO DE FUNCIONÁRIOS DO LEGISLATIVO ITAPEVENSE, QUE COM O CONCURSO TERIA EXTINTO OS ATUAIS CARGOS DE CONFIANÇA."

Comentário do blog: vão querer perder eventuais cabos eleitorais por funcionários concursados, que por isso mesmo são politicamente independentes e não devem o emprego para padrinho nenhum?

Que democracia é essa de fazer campanha com a máquina pública ?

Não culpe a democracia, pois a verdadeira adota o princípio da impessoalidade.

Palmas para os vereadores que votaram a favor do concurso: De la Rua, Julinho, Ataíde, Geraldo, Dr. Ulysses e Áurea.

SEDE DA CÂMARA MUNICIPAL

PUBLICADO NO JORNAL ITA NEWS DE 28.04.2006 EM "ESPAÇO DO LEITOR"


Senhor Editor Chefe Kiko Karli

Permita-me cumprimentá-lo pelos lúcidos questionamentos sobre a construção do Palácio Legislativo, orçado em R$ 1.600.000,00, que a Câmara pretende construir.

Será que essa obra tem preferência sobre os tantos e graves problemas municipais que esse jornal vem apontando em suas edições? Cito só alguns: o cemitério quase sem vagas que cobra taxas proibitivas para os mais pobres, o lixão condenado, ruas e estradas esburacadas, violência dominando até as escolas, trânsito caótico, filas na saúde.

Será que a população aprovaria o projeto? Os senhores vereadores teriam coragem de ir à periferia para defender a prioridade da obra?

Decisões como essa nos ajudam a entender porque o rico Brasil é um dos países mais injustos do mundo.

Pois é, o povo só é chamado na eleição, nunca para opinar sobre a aplicação do dinheiro público. Até quando teremos esta democracia capenga?

Parabéns pelo seu jornal. Continue atento!

Sebastião Loureiro

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sábado, abril 29, 2006

SEDE FUTURISTA DA CÂMARA DE ITAPEVA

ARTIGO PULBICADO NA FOLHA DO SUL EM 29.04.2006

Em administração pública, a tendência é gastar mais com cargos políticos, em prejuízo de projetos que beneficiam o povão. Para abrigar aliados, chegam a criar secretarias que consomem a verba com despesas de pessoal e escritório, pouco sobrando para a atividade-fim.

Para tentar disciplinar tal tendência, a lei estipulou um teto para “gastos políticos”. Assim, há teto para salário de governador, prefeito, vereador, despesa com pessoal. E também para a Câmara, que “não poderá ultrapassar” o teto, conforme Art. 29-A da CF. É claro que o gasto pode - e deve - ser menor que o teto.

Ao mesmo tempo, a lei estipula aplicação mínima - um piso - para certas políticas essenciais, como é o caso da Educação e da Saúde. Embora possam e devam gastar mais nessas áreas, é comum recorrerem ao jeitinho para não gastar nem o mínimo exigido.

Por essas e outras, o Brasil convive com uma perversa combinação: os impostos não param de subir, enquanto os serviços públicos continuam sofríveis. O dinheiro dos impostos não chega aonde deveria chegar.

Aonde vai o dinheiro? Recentemente, o IEDI divulgou estudo mostrando que na grande maioria dos mais de cinco mil municípios, a despesa com cargos políticos (prefeito, vereadores, secretários, assessores, cargos de confiança etc) supera a arrecadação própria. Ou seja, o molho fica mais caro que o peixe. Daí que avançam nos fundos constitucionais repassados pela União e Estado, que deveriam ser usados nas atividades-fim.

Pensando bem, a enorme carga tributária só faz sentido se os governos federal, estaduais e municipais ajudarem a promover o crescimento, o desenvolvimento, a diminuição da desigualdade social. É o que fazem países bem administrados, com notáveis redes de proteção social e serviços públicos de qualidade.

No Brasil, é diferente. Muitas vezes, em vez de melhorar, piora. Itapeva, entre o 645 municípios paulistas, figura entre lanterninhas em Educação e Saúde. Não obstante ocupar posição intermediária na Economia, falhas na gestão da Educação e Saúde derrubaram, no governo anterior, o município para o último grupo, conforme ranking da Fundação Seade.

Os jornais locais não se cansam de reportar sobre ruas e estradas esburacadas, o pior lixão da região e a situação degradante dos catadores, o cemitério sem vagas que cobra altas taxas, a violência crescente, as filas da saúde, as dificuldades da Santa Casa.
Que herança cruel! O povo, resignado, entendeu a necessidade de dar um tempo para que a casa fosse arrumada. Consta que deu resultado: o dinheiro começa a aparecer.

Eis que, ignorando o sacrifício e a expectativa popular, é anunciado um projeto “da maior importância e prioridade”: construção de sede “futurista” para a Câmara Municipal, com 20 gabinetes para 10 vereadores, pela bagatela de R$ 1.600.000. Quanto custará a manutenção, quantos cargos políticos a mais serão criados?

Os atuais dirigentes da Câmara são pessoas dignas que merecem respeito e consideração, o que não os isenta de darem uma justificativa convincente para a prioridade do projeto.

Estão, propositadamente, confundindo teto com piso para transformar verba “social” em “política”.

Economia de aluguel? Quem economizaria aluguel de R$ 3.800 aplicando R$ 1.600.000 numa construção – que renderiam 15 mil por mês numa aplicação financeira. O projeto passaria numa análise de retorno econômico-social?

Sebastião Loureiro

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sábado, abril 22, 2006

SITES INTERESSANTES

MultiBusca da Transparência Brasil para levantar a ficha de um pessoa/empresa.
Site de Física da UNESP de Itapeva
WIKIPÉDIA - Enciclopédia livre
DICIONÁRIO DE PORTUGUÊS PRIBERAM
CLIPPING DA ANABB - política, economia e finanças (artigo dos principais jornais)

SISTEMA DE NOTÍCIAS artigo e reportagens dos principais jornais e revistas do país (Folha de S.Paulo, Estadão, O Globo Correio Braziliense, Estado de Minas, Vema, Isto É), de qualuqer dia, gratuíto.
MANDE UM E-MAIL PARA O BLOG REPÚBLICA
RACE - Biblioteca Virtual de Artigos em Economia

sábado, abril 01, 2006

DOLAR BAIXO - ELEIÇÃO - QUEBRA DA AGRICULTURA

A deflação do agronegócio (Folha de S.Paulo de 10/05/06)
PAULO RABELLO DE CASTRO
Vale a pena insistir no tema.O índice de preços por atacado do agronegócio acusa uma variação nos últimos 12 meses acumulada em 13% negativos. A contribuição mais expressiva para esse tremendo recuo de preços no campo é uma deflação da ordem de 18% no segmento "grãos e cereais".
Mas não houve recuo expressivo do preço em dólares dessas commodities. Portanto é predominantemente ao câmbio que se deve atribuir a variação negativa na remuneração desse importante ramo produtivo.
O brasileiro planta para comer e para exportar, gerando as divisas com que importa na mão inversa do comércio internacional. O governo Lula, nas propagandas oficiais que faz de sua administração, canta duas proezas: haver estabilizado o custo da cesta básica e ter batido recordes de exportação. É tudo verdade. Só que o nome do santo não é governo, e sim produtor rural.
O governo Lula, com toda razão, acha que a população que come barato e não vê pressão inflacionária nos supermercados mereceria reeleger o presidente.O milagre da reeleição depende, por assim dizer, do preço do frango, um grande eleitor nacional.
Não será difícil chegar a outubro próximo sob o efeito anestesiante da deflação do agronegócio. Nem é difícil prever que o risco Brasil permanecerá bem-comportado, facilitando a queda dos juros. Lá na frente, porém, uma grande onda se formará com o mesmo ímpeto da deflação de hoje.
E o governo, se reeleito, enfrentará o "contas a pagar" do milagre da cesta básica estabilizada a golpes de câmbio de moeda forte.O produtor rural, enquanto isso, viu secar seu cantil no meio do deserto.
O agravamento da inadimplência já não é mais um problema apenas do devedor. O acúmulo de débitos vencidos e não saldados, desde a safra passada, impõe um grave encurtamento da liquidez nos segmentos industriais fornecedores do agronegócio, a começar pelo parque de máquinas de equipamentos, e também de sementes, fertilizantes e agroquímicos.
Em seguida, veremos a destruição de postos de trabalho e a redução da arrecadação fiscal dos Estados produtores. Gato escaldado, o fornecedor de insumos tem medo de repetir a aposta que fez, ajudando o produtor no ano anterior a refinanciar o plantio da sua lavoura.
O industrial prefere defender agora o restante de sua liquidez, o que agravará as condições de plantio da safra deste ano em 2007.Governo novo, problema velho, no ano que vem.
Já cometemos semelhante engano com o agronegócio várias vezes, sempre às vésperas de eleições importantes: em 1982 (máxi cambial em 83), em 1986 (Plano Cruzado), em 1994 (Plano Real) e em 1998 (máxi cambial, de novo em 99).
Mas jamais, em nenhuma daquelas situações anteriores, o descompasso entre os preços e custos do agronegócio esteve tão flagrantemente elevado. Não se trata apenas de compressão nos preços internos, mas de achatamento da renda líquida, após a dedução dos custos incorridos ou dos gastos projetados.
Só o negócio soja, nos últimos dois anos, perdeu algo como R$ 18 bilhões em renda, equivalendo a um passivo adicional da ordem de R$ 1.000 por hectare plantado.
Impõe-se, por isso, uma reflexão sobre instrumentos de mitigação da crise financeira do agronegócio, de tal sorte que o governo de hoje não se torne carrasco involuntário do governo de amanhã.
Há alternativas interessantes de recomposição da renda disponível. Qualquer uma delas depende da colaboração inteligente da área econômica do governo, sem espírito prevenido contra as idéias novas e caminhos ainda não experimentados.
Atuar sobre o câmbio, com ferramentas de mercado, é essencial. Uma providência imediata é liberar o comercializador exterior da obrigação de conversão de suas divisas para reais. O exportador poderia manter conta denominada em dólares, desde que aplicando, por um período no agronegócio, por meio de qualquer um dos novos instrumentos financeiros autorizados recentemente.
O único caminho a ser evitado é a invocação preconceituosa da falta de talento preditivo do empresário rural, que não teria previsto a indiferença do país em que ele mesmo acreditou.
Paulo Rabello de Castro, 57, doutor em economia pela Universidade de Chicago (EUA), é vice-presidente do Instituto Atlântico e chairman da SR Rating, classificadora de riscos. Preside também a RC Consultores, consultoria econômica, e o Conselho de Planejamento Estratégico da Fecomercio SP.
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