quinta-feira, outubro 26, 2006

Servidão voluntária
Maria Sylvia Carvalho Franco, Folha de São Paulo
"No crivo do intertexto, a República. Nela, a erosão democrática acentua o corte entre ricos e pobres, põe delinqüentes em cargo público, gera gula política, violência, mentira, demagogia, perjúrio, garrulice, boato, lisonja, soberba e corrupção. Findo o processo, a liberdade converte-se em tirania: a insegurança clama pela figura do protetor do povo, o Um solitário, que, sentindo-se ameaçado, recorre à guarda do corpo, força armada. Nesses regimes, invertem-se os valores: a vergonha é dita loucura, e a prudência, covardia; ordem e comedimento viram rusticidade e avareza; o pródigo torna-se magnânimo, e o covarde, destemido. Aguda ironia distorce o respeito à lei e à autoridade que a garante, transfigurando-o negativamente em servidão voluntária.
Tratando-se de trair a fé e o patrimônio públicos, não há desculpa para pessoas cujo ofício é pensar e em cuja prática é ingente a consciência moral. Como explicar que um país de 180 milhões "pôde ser surpreendido e jogado, sem resistência, na servidão" por alguns cavalheiros das finanças e seu preposto?" LEIA MAIS

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

NUM PAIS ONDE A DISTRIBUIÇÃO DE RENDA É CONCENTRADA NUMA MINORIA E CONSEQUENTEMENTE A EDUCAÇÃO É PRECARIA,INFELIZMENTE VAMOS VIVER ESSE QUADRO RELATADO,QUANDO HOUVER DISTRIBUIÇÃO DE RENDA E EDUCAÇÃO,CERTAMENTE ESCOLHEREMOS GOVERNANTES COMPETENTES,NÃO PELO DINHEIRO QUE TÊM.

8:20 AM  

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