segunda-feira, março 26, 2007

Neogovernistas inflam segundo mandato de Lula
Alguns deles são chamados de neogovernistas, mas na verdade o que eles são mesmo é sempre governistas.
Em seu segundo mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva acabou se rendendo às facilidades e ampliou a fatia do governo formada por políticos que no passado enfrentaram o PT e estiveram ao lado de Fernando Henrique Cardoso - e até de outros presidentes, como é o caso do novo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes (PMDB-PR).
Collor não é exceção. Ele faz parte de um grupo bem eclético que vai desde o presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), passa pelo ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), e chega aos líderes do governo na Câmara, José Múcio Monteiro (PTB-PE), e no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). O segundo vice-presidente da Câmara, Inocêncio Oliveira (PR-PE), já foi fiel aliado de FHC, mas hoje é “lulista até morrer”.
FACILIDADES - Líder do PFL nos oito anos da gestão FHC, Inocêncio não esconde os motivos que o levaram a trocar de lado: quem é governo tem mais facilidade de receber benesses e ver pleitos atendidos.
Segundo o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), professor de História do Brasil, o adesismo é tradição na política brasileira desde o Império. “De 1946 para cá, com exceção da época da ditadura, começou-se a construir mecanismos mais sutis de sedução governista com a troca de favores”, observa.
“Fernando Henrique e Lula são figuras políticas que sempre questionaram essa cooptação atrasada. Eles poderiam ter sido portadores de uma nova realidade. Mas preferiram sair da história para cair na vida.” ESTADÃO
É a "democracia" brasileira, baseada no troca-troca, não no confronto das idéias e programas partidários. Começa em Brasília e termina nos grotões. Deputado não defende o programa do partido referendado pelos eleitores. Não se respeita o voto e a vontade do eleitor. Não se respeita programas e ideologias.
Deputado apoia o governo, qualquer governo, a troco de verbas, as tais emendas individuais (anti-republicanas). Se o município tem direito à verba, por que não é liberada automaticamente, por que precisa da intermediação e da "boa" conduta do deputado?
Deputado agrada prefeitos com verbas. Prefeito retribui favor com votos na próxima eleição, com nomeação de cabos eleitorais do deputado para o secretariado. Município perde autonomia política e administrativa.
Governo central perde identidade. Os governos ficam iguais, pois os deputados governistas são os mesmos, o mesmo estilo (toma-lá-dá-cá).
É claro que em ambiente assim, leva vantagem quem for mais cara-de-pau, quem envergar mais a espinha, quem mais disser "amém", quem tiver mais jogo-de-cintura, quem souber tapar o nariz e os olhos.
O pior é que uma das grandes vantagens da democracia, que é a gestão eficaz, não se realiza. Não se realiza por falta de planejamento (as verbas são pulverizadas, nem sempre aplicadas em prioridades; o critério é político, não técnico). A gestão eficaz não se realiza por falta de controle, por falta de fiscalização, porque quem tiver topete para fiscalizar fica em desvantagem, perde as verbas do troca-troca, perde apoio dos prefeitos!
Tem futuro um sistema que premia os piores?
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