domingo, março 25, 2007

O DINHEIRO DO ESTADO É MEU
A corte do antigo regime é entendida como uma imensa casa do rei e essa posse chega a tudo, tanto é que a separação dos fundos econômicos da Casa de Bragança e os fundos do Estado só serão separados com a criação de um Erário Público no 1o Reinado, com D. Pedro 1o Imperador (1822-1831).
A cidade andava extasiada com as notícias de que estava próximo o dia do rei, em pessoa, estar na exuberante capital tropical, e o vice-rei e capitão geral do Brasil, Dom Marcos de Noronha e Brito, apoiado pelos grandes da terra, preparava a recepção e a instalação da corte, dando exemplo ao despejar-se, a si próprio, do palacete em que vivia para cedê-lo aos ilustres migrantes sem teto. Só do reino são 15.000 pessoas, da Inglaterra e França fortes comerciantes, da Itália vários artistas, da Áustria sábios naturalistas e da costa da África pretos de várias compleições. Na realidade, não resta opção para os moradores, pois uma das primeiras leis baixadas pelo regente, Dom João, foi impedir que os fluminenses tivessem mais que uma propriedade, ordem extensiva às lojas e armazém, determinando que a segunda propriedade fosse entregue aos migrantes necessitados vindos da mãe pátria. Esta lei esteve em vigor até 1818. Para se entender essa arbitrariedade há que se conhecer o poder do rei em uma Monarquia Absolutista onde o Estado era apenas um aspecto da glória do rei e não havia separação nítida entre suas ações, desejos e vontades, tanto no Estado como em sua vida particular, pois o rei é o senhor de tudo e reinava no país como dono da casa e em casa como dono do país. A corte do antigo regime é entendida como uma imensa casa do rei e essa posse chega a tudo, tanto é que a separação dos fundos econômicos da Casa de Bragança e os fundos do Estado só serão separados com a criação de um Erário Público no 1o Reinado, com D. Pedro 1o Imperador (1822-1831). HISTORIANET
O pior é que até hoje certos governantes pensam que têm o rei na barriga e confundem patrimônio público com o próprio. Eta povo esperto!

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