quarta-feira, outubro 31, 2007

Trigo volta a ser bom negócio em SP
Produtores do sudoeste paulista, maior região triticultora do Estado, estão animados e até querem ampliar a área

Fernanda Yoneya, Estadão

Os produtores paulistas de trigo encerram animados a colheita da safra deste ano. Além de o clima ter ajudado no rendimento e na qualidade do cereal, os preços cerca de 20% mais altos em relação ao ano passado incentivaram o plantio no Estado.
O agrônomo Vandir Daniel da Silva, assistente-regional da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati) Itapeva, explica que a alta de preços foi motivada pela quebra da safra de trigo da Austrália, por causa da seca. A safra australiana caiu de 23 milhões de toneladas em 2005 para 7 milhões de toneladas em 2006. Este ano, a previsão é a de que o país produza 15 milhões de toneladas.

'Isso baixou os estoques mundiais e refletiu no mercado interno. Este ano, os produtores obtiveram os melhores preços dos últimos anos, sendo que eles vinham trabalhando no vermelho há três safras', diz Silva.

IRRIGADAS

A região de Itapeva, que abrange Itararé, Itaberá, Taquarivaí e Buri, é a maior produtora de trigo do Estado, com 50% da safra. A região concentra cerca de 350 produtores. O diretor da Fazenda Maruque, em Itaberá (SP), Edson Cagnin, confirma a boa safra. A colheita de sua lavoura se encerrou no começo de outubro, com produtividade de 72 sacas/hectare. 'O rendimento só não foi melhor porque geou em julho', diz. Segundo Silva, na região, a produtividade média do trigo de sequeiro foi de 50 sacas/hectare; já a do trigo irrigado, de 80 sacas/hectare.

Embora no ano passado a produtividade na Maruque tenha sido maior - 78 sacas/hectare -, Cagnin diz que este ano os preços compensaram. Na safra anterior, a área destinada ao cereal foi de 180 hectares. Este ano, aumentou para 470 hectares, irrigados. Segundo Cagnin, a tonelada do cereal está cotada em R$ 600 a R$ 650, ante R$ 500/tonelada na última safra. 'Para o nosso custo de produção, que foi de R$ 1.300/hectare, R$ 600 dá para ter um bom lucro.' Animado, Gagnin planeja, ano que vem, expandir a área plantada para 600 hectares irrigados.

O produtor Israel Sverner, de Taquarivaí, plantou 700 hectares de trigo e obteve média de 82,6 sacas/hectare. 'O rendimento foi bom. O clima seco favoreceu o não-surgimento de doenças', conta, destacando que, em uma área de 78 hectares, a produtividade foi de 94 sacas/hectare.

Além disso, Sverner apostou alto em tecnologia de precisão, acompanhando a lavoura em tempo integral e aproveitando 100% da área. 'Conseguimos um alto potencial produtivo em relação ao que os produtores da região estão acostumados', diz o produtor.

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