sábado, maio 31, 2008
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sexta-feira, maio 30, 2008
Escrevo este post a pedido de muitos leitores:
Reinaldo Azevedo
Tio Rei vai evitar, tanto quanto possível, o gramatiquês — sempre lembrando que ele é útil — para atender ao pedido de alguns leitores. Muitos não entendem as diferenças entre os quatro porquês (1) existentes na língua portuguesa vigente no Brasil. Posso entender por quê (2). Há porquês (1):
- juntos e com acento;
- juntos e sem acento;
- separados e com acento;
- separados e sem acento.
As razões por que (3) se empregam um ou outro nem sempre estão claras ao usuários da língua, o que leva muita gente a se perguntar: “Por quê? (4)”. Ora, porque (5) eles respondem a questões gramaticais distintas. E é conveniente entender por quê (2). Será que até os petralhas devem prestar atenção ao que digo? Ou os petralhas devem desconfiar de mim porque (6) não gosto deles? A razão por que (3) eu explico isso tudo é evidenciar que nem todo “porque” em construção aparentemente interrogativa é separado e nem todo “por que” em frase afirmativa é grudadinho... Os caminhos por que (7) passamos na gramática parecem difíceis, mas não são instransitáveis.
(1) Quando o “porquê” é um substantivo, que comporta um artigo “o”, escreve-se sempre junto, com acento circunflexo, como toda oxítona (a sílaba tônica é a última) terminada em “a”, “e”, “o”, acompanhada ou não de “s”.
a) O porquê de minhas ações é problema meu.
b) Não lhe direi o porquê de minhas ações.
c) Não me pergunte o porquê.
d) Você quer saber o porquê de minhas ações? Não digo.
NOTEM: pouco importa se a construção da frase é interrogativa, afirmativa ou negativa. Antecedido pelo artigo “o”, o “porquê” se escreve sempre junto, com acento. Zero de dúvida aqui, certo?
(2) e (3) - Quando “por que” pode ser substituído pela expressão “pela (o) qual” e “pelas (os) quais”, sempre se escreve separadamente. No caso 2 do texto em azul, a gente diz que o “quê” é uma silaba tônica. Por isso, é acentuado. Notem:
a) “A razão por que fiz isso não interessa a ninguém”.
Nesse caso, esse “que” é átono e vai sem acento. Mas observem:
b) “Diga-me a razão por quê.”
Esse “quê”, seguido de ponto (qualquer um deles), torna-se tônico e é acentuado. Observem:
c) Não explicarei na reunião as razões por que (pelas quais) fiz isso.
d) As razões de minha decisão? Não explicarei por quê. (as razões pelas quais).
Hoje mesmo, escreveu um colunista da Folha: "Esse é mais um ingrediente para tentar entender porque é tão difícil brigar com a indústria da bebida (...)". Está errado. O "ingrediente", segundo ele, serve para entender "a razão pela qual". Logo, "é mais um ingrediente para tentar entender por que (...)".
(4) – Sabem aquele “por que” das perguntas? Sim, a gente o escreve separadamente, com a preposição “por” mais o pronome interrogativo “que”. Assim:
a) Por que você fez isso?
Se “por que” vier no fim da frase ou constituir, sozinho, uma frase, então a gente acentua. Assim:
b) Fez isso por quê?
Ou
c) — Você fez isso?
....— Fiz.
....— Por quê?
(5) O famoso “porque” das respostas se escreve junto. Mas ele pode ter naturezas distintas, não é? Vejam:
a) Posso usar “porque” para ligar duas orações independentes, de modo que a segunda explique o que se diz na primeira:
“Vá por este caminho porque ele é mais curto e mais rápido”.
Em gramatiquês, esse “porque” se chama “conjunção coordenativa explicativa”. Se você souber o nome técnico, muito bem. Se não souber, o importante é entender a construção.
b) Posso usar “porque” para fazer com que uma oração complemente o sentido de outra:
“O piloto não completou a prova porque ficou sem gasolina”.
Em gramatiquês, esse “porque” se chama “conjunção subordinativa causal”: a segunda oração ("ficou sem gasolina") complementa o sentido da primeira, indicando a sua “causa”.
c) Lá no muito antigamente, sabem cumé?, havia ainda um outro “porque” muito bacana, “chique no úrtimo”, que já não se usa mais, nem aqui nem em Portugal. Olhem que interessante:
“Faz exercícios de guerra porque o adversário o veja e se intimide”
Ou
"Porque a amada se admire de sua coragem, dá-se a atitudes que não são propriamente heróicas, mas irresponsáveis”.
Era um “porque” que indicava “finalidade”, chamado, nos manuais, de “conjunção subordinativa final”. Nos dois casos acima, “porque” corresponde a “com a finalidade de”.
(6) Vejam lá o número “6” no texto em azul. Nem sempre, numa construção aparentemente interrogativa, o “porque” é separado, certo? Peguem o exemplo que dei:
“Ou os petralhas devem desconfiar de mim porque não gosto deles?”
Vejam: esse “porque” continua a ser explicativo, como no exemplo “5a”. É uma conjunção coordenativa explicativa. Observem que é possível inverter as orações:
“Porque não gosto deles, os petralhas devem desconfiar de mim?”
Interrogativa, de verdade, é só uma das orações: “os petralhas devem desconfiar de mim?” A outra é afirmativa — e explicativa.
Assim como temos “porque”, escrito junto, em construções de aparência interrogativa, temos “por que”, escrito separadamente, em afirmações, como nos exemplos do item (2): “Vou explicar por que (a razão pela qual) fiz isso”. O colunista da Folha errou justamente numa construção similar a essa.
(7) Finalmente, há um “por que” que indica lugar — é o chamado “adjunto adverbial de lugar”. Vejam:
As terras por que passei sempre me ensinaram alguma coisa.
Esse “por que” corresponde a “pelas quais”, mas indicando, agora, LUGAR. Tanto é assim, que poderíamos escrever: “As terras por ONDE passei sempre me ensinaram alguma coisa”
Usando só a terminologia gramatical, a explicação poderia ser mais sintética. Mas optei por comentar as várias construções, com exemplos.
Marcadores: Língua portuguesa
Ao aprovar em dois turnos, a toque de caixa, a emenda constitucional que aumenta de 51,7 mil para 59,7 mil o número de vereadores, a Câmara chegou à perfeição: conseguiu uma forma de desagradar a todos ao mesmo tempo. A fórmula arranjada pelo relator da matéria, deputado Vítor Penido (DEM-MG), para ficar bem com os que defendiam o aumento do número de vereadores, os que proclamavam a necessidade de reduzir os gastos dos legislativos municipais e a dura realidade, a de que é difícil aumentar vereadores e ao mesmo tempo reduzir os recursos para pagar os seus salários, resultou num monstrengo: numa emenda que aumenta o número de vereadores, reduz o repasse de recursos orçamentários para as Câmaras e, como o dinheiro não é elástico, permite que os legislativos municipais gastem com pessoal mais do que o limite de 70% de hoje. Aliás, pela proposta, o limite com gastos de pessoal deixa de existir. Para produzir efeitos já nessas eleições, a emenda teria que ser aprovada em dois turnos pelo Senado até o dia 30 de junho. MAIS
A Fundação Nacional do Índio (Funai) divulgou ontem fotos aéreas de integrantes de uma das quatro etnias de índios que vivem sem qualquer contato com a civilização. O registro virou notícia internacional. Trata-se de uma tribo do Acre, que vive na fronteira com o Peru. Os registros, feitos neste mês, foram divulgados na Europa pela entidade britânica Survival International. Em um dos flagrantes, dois indígenas apontam flechas para o avião de onde as fotos estavam sendo tiradas. MAIS
DOS PARLAMENTARES que chegam ao pináculo da carreira política, no Congresso, boa parte teve sua iniciação na política municipal e preserva relações estreitas com ela, como atesta o afinco com que perseguem o restabelecimento dos cargos de vereador ceifados em 2004. Nem mesmo o claro repúdio do público foi capaz de detê-los em sua obstinação.
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quinta-feira, maio 29, 2008
As respostas são assustadoras: 40% dos analfabetos e 31% dos que concluíram o primeiro grau concordam. Dos que têm ensino superior, 97% discordam. O que mostra, uma vez mais, que as pessoas de escolaridade mais alta tendem a ser menos patrimonialistas.
Os que concordam formam, de fato, um curral eleitoral que elege e reelege corruptos. (Do blog do professor Tambosi)
Aqui em Pedra Chata, um jornal ligado ao PMDB governista, deu dicas de como ganhar o voto dos pobres:
"É hora de abrir a porta do gabinete e conversar com os eleitores de forma simpática e generosa. Tem sempre um jeito de flexibilizar uma execução de dívida ativa, passar a máquina num “galho” de estrada que serve um fiel correligionário, arrumar um pouco de terra e pedras para uma família carente conhecida terminar seu barraco, reforçar o estoque básico da farmácia municipal, diversificar já os possíveis atendimentos da Promoção Social, etc., etc."
Conforme PEC dos Vereadores, já votada na Câmara Federal (falta ainda o Senado votar), em municípios com receita de R$ 120 a R$ 200 milhões, é de até 2,75 % o teto das despesas legislativas.
Itapeva - receita prevista para 2009: R$ 126.098.000,00
2,75 % de R$ 126.098.000,00 = R$ 3.467.000,00
Neste ano de 2008, o orçamento da Câmara de Itapeva é de R$ 4.240.000,00 (bem acima do novo teto).
Para 2009, nossos nobres gastadores, digo, vereadores previram (na LDO) gastar mais ainda: R$ 4.840.000,00. Coisa de 40 paus por vereador por mês.
Com a nova lei, os coitadinhos vão ter menos dinheiro para mais vereadores (17). Vão ter que sobreviver, pagar assessores-cabos-eleitorais, gasolina para transporte VIP de eleitores (cada vereador tem cota para rodar 3000 km por mês), etc, etc, com "apenas" 17 mil por mês (R$ 3.467.000,00 no ano / 12 meses / 17 vereadores).
Marcadores: Itapeva Câmara
Universidades públicas reservarão 50% das vagas para a rede oficial
Luciana Abade, JB
O Brasil ainda está longe de ser considerado um paraíso da ética, mas a adoção de códigos de conduta vem crescendo entre as empresas. "Antigamente a prática era corromper; hoje é combater", disse ontem Leonardo Machado, gerente de ética e conformidade da Wal-Mart. Entre 2006 e 2007 o Brasil subiu de 3,3 para 3,5 a sua nota no ranking ético, elaborado pela ONG Transparência Internacional, e cujo grau máximo é 10.
"Estamos avançando", afirmou o executivo. Em sua opinião, a política brasileira também dá mostras de progresso. "O ano de 2007 foi um divisor de águas na história brasileira. Levamos para o banco dos réus mais de 40 políticos importantes, que estão sendo processados", disse Machado, que ontem participou da 10ª Conferência Internacional do Instituto Ethos, em São Paulo. MAIS
A rápida mudança, de positivo para negativo, do balanço da conta corrente brasileira em ambiente de câmbio flutuante já começa a decretar o fim do longo ciclo de apreciação cambial vivido pela economia brasileira. No fim deste ano e começo do próximo, o valor do dólar vai evoluir para cerca de R$ 2 sem sobressaltos, viabilizando o aumento das exportações por empresas que, mesmo em setores tradicionais, estão mais eficientes para operar no comércio exterior.
O raciocínio não é do governo atual, mas de um dos principais colaboradores do governo Fernando Henrique Cardoso, o economista José Roberto Mendonça de Barros, consultor da MB Associados. "Acho que o câmbio vai começar a mudar, mais para o fim do ano, a longa tendência de valorização, e por conta própria. O mercado vai fazer a correção", disse.
Marcadores: Economia câmbio
Nenhum país governado por gente séria precisa de impostos ou contribuições especiais para financiar os programas de educação, de saúde ou quaisquer outras despesas consideradas prioritárias. Decidir a alocação de verbas orçamentárias é uma das funções políticas mais importantes, seja qual for a forma de organização do poder público. Nas democracias ocidentais, os homens livres conseguiram, com muito esforço e às vezes com muita luta, atribuir ao Parlamento uma parcela significativa desse poder. Nessas democracias, procura-se não engessar as finanças governamentais. Orçamento engessado é uma irracionalidade e um convite à incompetência e ao desperdício. Se não fosse, a educação e a saúde seriam, no Brasil, muito melhores do que são. Faltou discutir esse ponto, nos últimos meses, quando o governo e seus aliados se empenharam na luta pela recriação da CPMF, a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira, extinta no fim do ano passado. MAIS
A economia brasileira está desacelerando, mas muitos no governo não se conscientizaram de que a crise externa chegou. A economia mundial se retrai e nós queremos continuar crescendo como se nada tivéssemos com isso. Empolgados com os 5,2% do ano passado e o ilusório - ilusório, sim - superávit primário, não se contentam com 4,5% e querem continuar crescendo no ritmo anterior, mesmo que seja ao custo de mais inflação. MAIS
O mercado de trabalho em abril contrariou a tendência, e o desemprego na região metropolitana de São Paulo se manteve praticamente estável. Segundo a Fundação Seade e o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o índice passou de 14,3% em março para 14,2% em abril -menor taxa para o mês desde 1996. MAIS
Nos quatro primeiro meses deste ano, às vésperas das eleições municipais, os prefeitos aumentaram os gastos se comparados com o mesmo período do ano passado. Dados do Banco Central divulgados ontem mostraram que, de janeiro a abril, as prefeituras economizaram R$ 1,2 bilhão da receita. No mesmo período do ano passado, foram R$ 3,3 bilhões.
NUM MOMENTO em que tanto se fala da inflação dos alimentos, do protagonismo do país na produção de biocombustíveis e do salto de produtividade da agropecuária brasileiro, muitos poderão ter recebido com surpresa o anúncio, pelo Planalto, de um pacote de alívio a agricultores endividados.
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quarta-feira, maio 28, 2008
A inflação dos alimentos tende a comprometer mais a renda média disponível das famílias em 2008. A aceleração de preços da cesta básica, porém, deve ser compensada em parte por reajustes menores nas tarifas de serviços como energia elétrica, telefonia, gás e transporte. Em 2009, a situação se inverte e os preços administrados (reajustados com base no IGP-M) devem se acelerar e impactar mais a renda familiar, enquanto os preços de alimentos registrarão altas menores em comparação com as variações previstas para este ano. MAIS
Chegou a hora de o contribuinte brasileiro ser enganado mais uma vez. Assim como ocorreu com a CPMF, ouvimos novamente a fábula de que uma nova contribuição vai servir de fonte de recursos para a saúde. Se a promessa fosse mesmo cumprida e se já não pagássemos uma carga tributária digna de país desenvolvido, poderíamos até fingir que tudo isso é moral. Mas o que temos em troca não compensa. O sistema público de saúde no Brasil continua precário demais para uma máquina que arrecadou a CPMF por 13 anos. MAIS
A Câmara dos Deputados aprovou ontem em primeiro turno, por 419 votos a 8, emenda à Constituição que aumenta em 14,6% o número de vereadores do país, o que representa 7.554 cadeiras a mais.
Cotia, na Grande São Paulo, por exemplo, teria o número de vereadores elevado de 12 para 21. São Gonçalo (RJ) saltaria de 21 para 31. Rio de Janeiro, hoje com 50, ganha um vereador. São Paulo manteria as 55 vagas. Os dados foram calculados pela Folha com base na contagem populacional do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2007 e nas faixas sugeridas na emenda.
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terça-feira, maio 27, 2008
Qual é a origem dos ciganos, Europa, Ásia ou África?
Não podemos lidar com a trajetória cigana da mesma forma com que tratamos do percurso de outros povos que possuem documentos e registros escritos pelos próprios. Sua história é contada a partir do contato com outras sociedades; os interessados na reconstrução de sua história usaram, principalmente, acervos de arquivos oficiais de locais por onde eles passaram. MAIS/HISTORIANET
Será de R$ 4.840.000,00 o orçamento da Câmara de Itapeva em 2009 (aqui).
40 paus por vereador por mês!
Orçamento maior do que os R$ 4.000.000,00 aplicados este ano (eleitoral) com asfaltamento das ruas
Conclusão: se a Câmara não esbanjasse tanto dinheiro público, não haveria mais um palmo de rua sem asfalto! Há muito tempo!
Marcadores: Itapeva Câmara
Ao contrário do que muitos imaginam, nas boas democracias é o Legislativo o poder principal. Tem funções de planejamento e controle (ao Executivo cabe executar). Composto de várias cabeças justamente para representar o povo em sua diversidade.
"Na ânsia de auxiliar seu candidato nas próximas eleições, alguns órgãos de imprensa perdem a direção, compostura e dignidade." JORNAL ITA NEWS DE HOJE
SÍLVIA FREIRE, Folha de S. Paulo
A menos de cinco meses das eleições, o Ministério Público Estadual em Caxias (371 km de São Luís) colocou em um outdoor o nome de ex-prefeitos e ex-secretários municipais que respondem a processos por mau uso do dinheiro público.
O outdoor foi colocado em frente à sede da Promotoria e relaciona o nome de 11 ex-gestores públicos e o número dos processos nos quais são réus. As ações civis foram propostas pela Promotoria em Caxias, que abrange também as cidades de Aldeias Altas e São João do Sóter. Segundo o Ministério Público, o prejuízo causado aos cofres públicos nos 61 processos chega a R$ 26 milhões.
Fernando Nakagawa e Fabio Graner, O Estado de S. Paulo
A conta corrente do balanço de pagamentos (que registra todas as transações de comércio, serviços e renda do Brasil com o exterior) acumulou de janeiro a abril déficit de US$ 14,1 bilhões. Foi o pior resultado da história para o período, de acordo com o Banco Central (BC), e maior do que a previsão de US$ 12 bilhões para todo o ano de 2008
Saldo negativo nas transações correntes até abril já supera a previsão do Banco Central para todo o ano
A conta corrente do balanço de pagamentos (transações de comércio, serviços e rendas do Brasil com o exterior) acumulou déficit de US$ 14,1 bilhões de janeiro a abril. Foi o pior resultado da história para o período, de acordo com o Banco Central.
O valor acumulado já é maior que a previsão do BC de resultado negativo de US$ 12 bilhões para todo o ano. Apenas em abril, o indicador que mede a entrada e saída de dólares do País teve déficit de US$ 3,310 bilhões. MAIS
Luiz Carlos Bresser Pereira: É preocupante porque daqui a dois ou três anos, duvido que antes, pode se produzir uma nova crise de balanço de pagamentos. Apesar das reservas que nós temos, elas podem desaparecer bem depressa. Mas, mesmo que o país não entre em crise, isso significa que o país está recebendo poupança externa. E, ao contrário do que pensam os economistas de todas as escolas, não apenas os ortodoxos, mas os keynesianos, os estruturalistas latino-americanos etc., a tentativa de crescer com poupança externa não dá certo. É um modo de se endividar crescendo muito pouco. ÍNTEGRA
O aumento da escolaridade média do trabalhador está ajudando a reduzir a desigualdade salarial. Segundo levantamento realizado pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA-USP), com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), enquanto em 1981 uma pessoa tinha um salário 16,4% maior que outra com um ano de escolaridade a menos, em 2006 essa diferença caiu para 11,3%. O universo considerado pelo estudo é de homens de 25 a 60 anos, uma forma de neutralizar o impacto do maior ingresso de mulheres no mercado de trabalho, o que dificultaria a detecção dos efeitos específicos do fator educação.
A pesquisa mostra que a influência do fator educação nos salários tem aumentado atualmente conforme cresce a presença de pessoas com ensino médio no mercado de trabalho. A partir dos anos 90, ganhou força a universalização da educação até o ensino médio, e 10% da queda da desigualdade salarial foi influenciada pelo aumento da escolaridade. Esse percentual é obtido quando são comparadas a evolução dos salários entre pessoas diferentes apenas em relação aos anos de estudo. De 2001 a 2006, o impacto da educação sobre a diminuição da diferença salarial foi ainda maior, de 22%. MAIS
Mesmo considerando que o país está “economicamente e politicamente pronto”, o professor Albert Fishlow, da Universidade de Columbia, em Nova York, enumerou os gargalos da economia brasileira...
Para Fishlow, que já morou no Brasil nos anos 70 e hoje é diretor do Centro de Estudos Brasileiros de Columbia, o maior gargalo do país é a educação.
— A lição dada por países como Índia e China mostra que o Brasil está ficando para trás na educação. MAIS
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segunda-feira, maio 26, 2008
Os tropeiros devem encerrar a viagem no próximo sábado
Na terceira tropeirada, cerca de 150 cavaleiros percorrem o mesmo caminho que dos primeiros tropeiros da região. Antes da saída, eles acertam os últimos detalhes dos acessórios dos animais. A maioria dos participantes não é tropeiro de primeira viagem. O diretor do Museu do Tropeiro de Boituva, Israel Pereira Cruz garante todos os anos sua presença no percurso.
A bagagem segue em um caminhão, alimentos, colchonetes, entre outras coisas. Um caminhão pipa leva a água para os animais e no caso de emergência, uma ambulância acompanha o percurso. Além das bebidas e salgados, o carro bar garante a alegria nas duras horas de cavalgada com muita música.
Antes de seguir viagem, os tropeiros se despedem dos moradores e atraem olhares curiosos por onde passam. O pequeno Bruno Boroneli, de 5 anos, prova que não tem idade para participar da tropeirada, e mostra que não tem medo, seguindo sozinho em um cavalo e o pai em outro.
O pai, todo orgulhoso diz que um novo tropeiro já está a caminho, ele conta que o filho, desde um ano de idade já está sendo treinado para subir no cavalo. Essa é a tradição da família. O organizador, Orlando Montenegro, explica que os tropeiros não podem percorrer mais do que 40 km por dia, para evitar o cansaço dos animais. A previsão é que os tropeiros cheguem a Sorocaba no próximo sábado, dia 31 de maio. (TV TEM)
Por incrível que pareça, o maior desafio da política brasileira para os próximos anos é revitalizar a democracia.
A capacidade estatal (não digo governamental apenas) de tomar decisões e a disposição das forças políticas para produzir convergências e definir objetivos nacionais, ambas em falta, não estão à altura das possibilidades que o país criou para permitir um futuro melhor.
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domingo, maio 25, 2008
Marcadores: Autor: SPC
Márcia De Chiara, Estadão
O enfraquecimento da demanda externa, as altas sucessivas dos juros básicos e o aumento da inflação, que mina o poder de compra do consumidor, são apontados por empresários e economistas como fatores que provocam hoje um certo esfriamento no ritmo de atividade que deve ganhar contornos mais nítidos no segundo semestre.
“O mercado está andando de lado”, afirma Sergio Amoroso, presidente do Grupo Orsa, um dos gigantes da indústria de embalagem de papelão. Ele conta que, no mês passado, paralisou durante seis dias a produção de papel miolo para ajustar os estoques à demanda menor. Segundo ele, ainda não há queda ante 2007, mas o volume de negócios parou de crescer e repete o nível de 2007.
Para Amoroso, essa estagnação é reflexo do aumento das importações de bens duráveis e do recuo das exportações de carnes . Dados da Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO) mostram que, pelo segundo mês seguido, as vendas do produto em volume estão menores que no mesmo período de 2007. A queda foi de 6,42% em março, de 0,42% em abril e de 0,66% no ano. MAIS
sábado, maio 24, 2008
Nas boas democracias, o governante presta contas de seus atos à sociedade
Já governos brasileiros confundem prestação de contas com publicidade. Gastam fortunas em publicidade paga, como se isto bastasse para justificar seus empregos.
No Brasil, disseminou-se – e não é de hoje – a noção de que autoridades não precisam prestar contas à sociedade.
Sentem-se como se tivessem recebido do eleitorado um cheque em branco. Tudo podem, nada devem. RELEIA ARTIGO DA CIENTISTA POLÍTICA LUCIA HIPPOLITO
O Ministério Público Eleitoral de Minas (MPE) não dará trégua aos candidatos processados criminalmente por corrupção e por improbidade administrativa. O coordenador das promotorias eleitorais no estado, Edson Rezende, orientou os promotores eleitorais a impugnarem as candidaturas com antecedentes que comprometam os princípios constitucionais da moralidade e da probidade.
Depois de cinco anos de tramitação no Senado, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) finalmente aprovou a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que proíbe a nomeação de parentes até terceiro grau para cargos em comissão e de confiança na administração pública, direta ou indireta. A proibição se aplica a todos os níveis de governo, aos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, aos Ministérios Públicos e aos Tribunais de Contas. Além do texto votado no Senado, há três outros projetos que tentam impedir o nepotismo no serviço público e que há anos estão engavetados na Câmara.
A morosidade com que a PEC está tramitando é explicada pela resistência de muitos políticos a uma medida moralizadora que fecha as portas para a velha praga do empreguismo. Com 81 parlamentares, o Senado emprega 6,2 mil funcionários, dos quais 2,8 mil são nomeados por livre indicação. Com 513 deputados, a Câmara emprega 16,6 mil. Muitos deles, nomeados para ocupar cargos comissionados e os chamados "cargos de natureza especial", são parentes até terceiro grau de congressistas. Há alguns anos, quando órgãos de comunicação pediram a lista de servidores do Legislativo, a direção da Câmara não forneceu os dados e baixou uma portaria determinando que essa solicitação só poderia ser acolhida se fosse feita pelo procurador-geral da República. MAIS
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sexta-feira, maio 23, 2008
A iniciativa e a criatividade do empresariado melhoram a competitividade internacional do Brasil, mas a ineficiência e o peso excessivo da máquina estatal impedem que o País avance mais nesse terreno, quando não o arrastam para trás. O Brasil tem conseguido evoluir no ranking mundial de competitividade, mas, por causa dos obstáculos que o setor público cria ou não consegue remover, continua em posição muito desconfortável em relação aos seus principais competidores. MAIS