sexta-feira, abril 30, 2010

Manobras para brecar Projeto Ficha Limpa

Correio Braziliense - 30/04/2010

A história parece surrealista. Mas não é. É real como o suceder do dia e da noite. Nada menos que 1,6 milhão de eleitores manifestaram, por escrito, o desejo de impedir que candidatos fichas sujas disputem mandatos eletivos. Transformada em projeto de lei, como manda a Constituição, a iniciativa corre o risco de não passar de simples vontade popular. De um lado, pode não ser apreciada pela Câmara. De outro, pode ser modificada de tal forma que se transforme em aleijão. MAIS

quinta-feira, abril 29, 2010

Ué, o governo petê tá virando "neoliberal"?

*********
A avaliação de funcionários

O Estado de S. Paulo - 29/04/2010

A incorporação pela administração pública federal de critérios para avaliação do desempenho dos seus servidores, de acordo com decreto recentemente assinado pelo presidente da República, representa um avanço na direção da redução da burocracia e do melhor atendimento aos cidadãos. Pelas novas normas, que serão plenamente implementadas no prazo de um ano, as gratificações pagas aos servidores, que podem chegar até a 100% dos seus proventos fixos, passarão a ser concedidas de acordo com o empenho de cada um no cumprimento de metas a atingir ou na condução de planos de órgãos federais.MAIS

Agricultores protestam contra invasões

O Estado de S. Paulo - 29/04/2010

Produtores rurais de diversas partes do País marcharam ontem pela Esplanada dos Ministérios, em Brasília, para pedir o fim das invasões de propriedades e mais segurança no campo. A manifestação, precedida por um missa na Catedral de Metropolitana, terminou com um ato público diante do Congresso. Em uma faixa estendida no chão estava escrito: Queremos Paz no Campo - Não Às Invasões. MAIS

quarta-feira, abril 28, 2010

Revolução tardia

Autor(es): # Cecília Sosa Advogada, foi a primeira mulher a presidir uma Suprema Corte na América Latina
Correio Braziliense - 28/04/2010


Alguns anos atrás seria inimaginável: os cidadãos da Venezuela, um país rico em petróleo, enfrentando racionamento de energia elétrica. Infelizmente, essa não é a única realidade que os venezuelanos enfrentam. A inflação em alta, a escassez de água, uma economia em queda livre e mais insegurança são alguns dos problemas que devastam a sociedade e a prosperidade futura. O número cada vez maior de venezuelanos se pergunta: como foi que chegamos até aqui? A resposta: Hugo Chávez e suas políticas equivocadas.


O homem que chegou ao poder protestando contra o governo e erros passados se tornou símbolo dessa mesma ineficácia. Motivado por um desejo cada vez maior de “controlar tudo”, nas palavras do jornal espanhol El País, Chávez se focou totalmente no trabalho de centralizar o poder sobre a sociedade venezuelana. Algumas de suas atitudes parecem engraçadas, como motivar os venezuelanos a tomar banhos de três minutos, mas as consequências são muito mais graves: a erosão da democracia, dos direitos civis mais básicos do país e a deterioração rápida do padrão de vida.


Talvez o melhor exemplo do desejo de Chávez de ganhar poder absoluto na nação sejam os ataques contra os direitos de propriedade privada, reconhecida como direito fundamental pela Declaração Universal de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas. Apesar disso, o nosso país presenciou o rápido crescimento do número de donos de propriedade particular —empresas e pessoas físicas — cuja propriedade foi nacionalizada, confiscada ou expropriada pelo governo. Empresas de açúcar a aço, de café a energia, grandes e pequenos, o governo adquiriu à força mais de 100 empresas privadas.


A lista de empresas inclui nomes reconhecidos como Hilton, Cargill, Lafarge e Technint. Hoje, das 13 maiores empresas venezuelanas, apenas três ainda fazem parte do setor privado. A maioria dos grandes multinacionais que sofreu com o descaso do governo em relação à propriedade privada se calou. É o preço que pagam para ter alguma chance de receber alguma restituição do governo. Mas a maioria das vítimas da expropriação de propriedade são os venezuelanos, que, diferentemente das multinacionais estrangeiras, carecem de proteção jurídica no próprio país para lutar contra o confisco ilegal da sua propriedade pelo governo.


O maior símbolo e a maior preocupação com o que praticamente representa a destruição da propriedade privada no país é a crescente fragilidade das justificativas das expropriações. No início, Chávez atacou os setores que considerou estratégico, uma lista de indústrias que não para de crescer. Depois, expandiu a lista e foi atrás de empresas que supostamente não seguiam os princípios de interesse nacional. Depois de desvalorizar a moeda nacional em 100%, recentemente mudou a justificativa e começou a atacar o que chama de “aproveitadores”. A vítima mais famosa dos últimos tempos foi a empresa francesa Exito, um dos principais varejistas do país.


A Assembleia Nacional, sob o controle absoluto de Chávez, age mais como o carimbo pessoal dele que um órgão legislativo. Hoje procura dar carta branca para expropriação de acordo com as vontades do presidente. Um projeto de “Lei de Propriedade Social” está tramitando na Casa a fim de outorgar poderes limitados ao Executivo para expropriar a propriedade privada quando se determina que não está no “interesse nacional”. Além disso, o projeto de lei iria praticamente abolir o processo jurídico na tomada de propriedades, em que o Executivo será o único juízo para a resolução de disputas que podem terminar com a expropriação e decisão de conceder ou não alguma indenização. Mas a Assembleia Nacional já aprovou várias leis acelerando o processo de expropriação de terras urbanas e varejistas de alimentos, também eliminando o devido processo legal para os proprietários privados.


Mas nem tudo está perdido ainda. Os venezuelanos estão cada vez mais insatisfeitos com um regime dedicado a controlar todos os aspectos das nossas vidas. Mesmo os venezuelanos que antigamente tinham alguma simpatia pelas promessas de Chávez estão percebendo que hoje as palavras estão vazias.

Lula e o risco do pitoresco ao ridículo

Autor(es): ELIO GASPARI
Folha de S. Paulo - 28/04/2010

Uma política externa espetacular, quando gira em torno de um só personagem, arrisca virar companhia teatral

O NOSSO GUIA precisa pisar no freio de seu desembaraço internacional. Quem viu algumas das expressões de perplexidade no plenário da reunião com chefes de Estado caribenhos, em Brasília, quando anunciou que "depois da Presidência, vou continuar fazendo política" teve uma ideia do efeito que a ligeireza verbal do Grande Mestre provoca em reuniões internacionais. Noves fora a platitude, o que desconcertou parte da audiência foi a utilização de uma reunião desse tipo para um improviso de palanque municipal.

Na política internacional sempre há lugar para personagens improváveis. Alguns, como o Mahatma Gandhi (um "faquir seminu", segundo Winston Churchill) ou Nelson Mandela, um prisioneiro sem rosto nem voz durante 27 anos, tornam-se figuras da história. Outros, como o jovem capitão Muammar Gaddafi, que destronou o rei senil da Líbia em 1969 e, quase septuagenário, ficou parecido com Cauby Peixoto, nas palavras de Lula.

A distância do improvável ao pitoresco é pequena e quase sempre benigna. Do pitoresco ao ridículo é imperceptível, porém maligna. O operário pobre que chega à Presidência de um país de 190 milhões de habitantes é uma história de sucesso em qualquer lugar do mundo. Não se pode dizer o mesmo do monoglota que tem o seu nome oferecido para a Secretaria-Geral da ONU, ou do latino-americano que sai pelo Oriente Médio oferecendo uma mediação desconexa, "risivelmente ingênua", na opinião pouco protocolar atribuída à secretária de Estado Hillary Clinton.


No auge da crise financeira de 2008, Lula sugeriu que partisse da ONU "a convocação para uma resposta vigorosa às ameaças", com uma reunião dos presidentes dos Bancos Centrais e ministros da Fazenda dos 192 países-membros da organização. Do presidente do Federal Reserve Bank americano ao ministro das Finanças do reino de Tonga, Otenifi Matoto.


Pode-se entender que o Brasil tenha negócios com a Venezuela e que Nosso Guia e seu comissariado tenham afeto nostálgico por Fidel Castro. Daí a abrir uma embaixada no campo de concentração do "Querido Líder" norte-coreano ou a receber em Brasília o cleptocrata uzbeque Islam Karimov, cuja polícia ferveu dissidentes, vai grande distância.


Toda política externa tem algo de teatral, mas o embaixador Marcos Azambuja ensina, há décadas, que "os diplomatas são produtores de blá-blá-blá, mas não são consumidores". A maior negociação diplomática ocorrida nos quase oito anos de diplomacia-companheira foi a Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio. O chanceler Celso Amorim trabalhou pelo seu êxito, deu um drible de última hora na Índia e na China, caiu numa armadilha da delegação americana e amargou um fracasso.


Quando uma diplomacia acredita no próprio teatro, deixa de ser associada a uma política externa e é vista como uma companhia de espetáculos. Sobretudo quando essa diplomacia gira em torno de um personagem-ator. Ainda falta algum chão para que Nosso Guia ganhe um retrato na galeria dos governantes pitorescos, como Silvio Berlusconi ou Boris Yeltsin de seus últimos anos, mas o caminho em que entrou pode levá-lo até lá.

terça-feira, abril 27, 2010

ESPAÇO DO CIDADÃO

"O programa Espaço do cidadão está quente: foram tratados os seguintes assuntos:
problema do mau atendimento na saúde - a decisão judicial que dá prazo para a Câmara fazer concurso para contratar funcionários - o desrespeito do Legislativo e Executivo às leis do país -
comentários sobre o Café Literário - falou-se do Paulinho de la Rua e do Tarzan. Tudo com altas doses críticas e alguns elogios. É só acessar www.radioclubeitapeva.com.br e se deliciar.
O programa Espaço do cidadão vai ao ar aos Sábados às 11 horas e reprise domingo. Abç - SPC"
LULA E O VENTILADOR (Circulando na Internet)

Um cidadão morreu e foi para o céu. Enquanto estava em frente a São Pedro nos Portões Celestiais, viu uma enorme parede com muitos relógios. Ele perguntou:

- O que são todos aqueles relógios?

São Pedro respondeu:

- São Relógios da Mentira. Todo mundo na Terra tem um Relógio da Mentira. Cada vez que você mente os ponteiros se movem mais rápido.

- Oh!! - exclamou o cidadão

- De quem é aquele relógio ali?

- É o de Madre Teresa. Os ponteiros nunca se moveram, indicando que ela nunca mentiu.

- E aquele, é de quem?

- É o de Abraham Lincoln. Os ponteiros só se moveram duas vezes, indicando que ele só mentiu duas vezes em toda a sua vida.

- E o Relógio do Lula, também está aqui?

- Ah! O do Lula está na minha sala.

- Ué - espantou-se o cidadão. - Por quê?

São Pedro, rindo, respondeu:

- ESTOU USANDO COMO VENTILADOR DE TETO !
POR QUE FALAMOS CUIÉ, MUIÉ, OREIA ...

"Lá nos confins do Município de São Paulo, no meio da roça, a molecada recuperava palavra do português arcaico, pronunciando-a com sotaque nheengatu, a língua geral, em 1727 proibida pelo rei de Portugal.

Os nheengatus falantes, forçados a falar português, passaram a pronunciar com o sotaque da língua brasileira. Dada a dificuldade dos nativos para pronunciar as consoantes dobradas, amenizaram-nas com vogais: badaioca, cuié, muié, zóio, oreia. Guaianases está no território do antigo aldeamento de São Miguel de Ururaí, São Miguel Paulista. Da antiga tradição jesuítica, no meio do caminho ficava a capela de Santa Cruz, onde todo início de maio havia três dias de festa, a mesma dos tempos antigos."

Leia mais/José de Souza Martins, O Estado de S. Paulo, 26/04/10
RECEITA MUNICIPAL ACIMA DA MÉDIA

Quem não conhece o papinho: -Somos pobres, não dá fazer isso, aquilo de cidades médias/grandes.

Será verdade?

Em estudo citado ontem pelo jornal Valor Econômico, a média da receita per capita dos municípios com população acima de 80 mil habitantes é de R$1.415,90.

Arrecadação per capita de Itapeva:R$ 1.461,34 (receita prevista para 2010, R$ 137.293,260,00, dividida por 93.950 habitantes previstos pela SEADE)

É isso: a arrecadação de Itapeva está acima da média!

segunda-feira, abril 26, 2010

GATO POR LEBRE

"Para os mais jovens, convém lembrar que Marighella foi um comunista que lutou para implementar o comunismo no Brasil, tendo como modelo a ex-União Soviética. Por discordar da linha do Partido Comunista Brasileiro, contrário à luta armada, fundou a sua própria organização, a Ação Libertadora Nacional (ALN), partindo para o que se denominava, então, de guerrilha urbana. Era um stalinista, e não um partidário da democracia, como os seus partidários procuram apresentá-lo atualmente. Foi morto pelos militares em 1969, tendo o seu projeto sido, dessa maneira, abortado. Ora, esse indivíduo, com tal curriculum, que mais se assemelha a uma folha corrida, é apresentado pelos invasores do "abril vermelho" como um partidário da democracia. "Marighella não vive no retrato na parede nem nas lembranças que guardamos. Vive nos ensinamentos e atitudes que conformaram nossa herança." O problema reside precisamente aqui, nessa herança que o MST e a CPT procuram resgatar como "nossa", a saber, a herança comunista, socialista, deles, da qual não pretendem abdicar. Ao contrário, procuram nos impô-la, mudando o sentido mesmo das palavras."

Denis Lerrer Rosenfield/Estadão

BRASIL CIVILIZADO

"O que falta para o Brasil completar a sua trajetória de desenvolvimento? Em linhas gerais, pode-se dizer que a agenda ideal envolve quatro pontos:

1) O ataque à extrema pobreza como uma mazela inaceitável. Não é admissível que um país como o que o Brasil aspira a ser daqui a dez anos comporte ainda contingentes populacionais expressivos de pessoas que ganham níveis miseráveis de rendimento. Houve avanços importantes nesse campo nos últimos 15 anos, mas é preciso progredir mais ainda de agora em diante;

2) A melhora das condições de segurança nas grandes cidades. Embora tenha havido progressos em São Paulo e comece a haver, mais recentemente, avanços no Rio de Janeiro, estamos muito distantes dos níveis de segurança que se pode ter caminhando nas grandes cidades dos países desenvolvidos. A necessidade de assumir essa agenda é óbvia e a sua relação com o bem-estar dos indivíduos, também;

3) A modernização da classe e das atitudes da classe política. Enquanto a economia brasileira "saiu bem na foto" na crise de 2009 e as empresas brasileiras se revelam pujantes, a sucessão de escândalos nas páginas de política nacional envergonha qualquer cidadão com um mínimo de decência."

4)O investimento, em legislação e em recursos, para que a justiça funcione melhor. A sensação de que, usando a taxonomia de Elio Gaspari, há, para vários campos da vida nacional, um "andar de cima" para quem, entre outras coisas, as leis não se aplicam é uma chaga da vida nacional.

Fábio Giambiagi - O Estado de S.Paulo/leia mais

O ESPERTO

impressionante o quanto os políticos brasileiros se deixam engabelar, tão facilmente, pela conversa fiada com a qual Lula os leva a perder o desconfiômetro e a não notarem o papo-furado que lhes é imposto." Aqui


E se houvessem partidos de verdade, se houvesse fidelidade aos respectivo programa partidário, se houvessem eleições prévias para a escolha de candidatos de cada partido, se houvesse mais democracia, se houvesse mais consulta aos eleitores, os políticos precisariam tanto da bênção do rei?

A desindustrialização gradual no Brasil

Autor(es): Paulo Godoy - O Estado de S.Paulo
O Estado de S. Paulo - 26/04/2010

O Brasil foi o país da América Latina que mais aprofundou e diversificou a estrutura produtiva manufatureira no século 20.


Esse fenômeno ganhou impulso a partir dos anos 50, sob a lógica da substituição de importações, economia fechada, proteção contra a concorrência externa e grande participação de grupos estrangeiros.

A indústria criou capacidade de produzir desde bens não-duráveis até bens de capital sob encomenda, mas, a partir dos anos 80, esse modelo passou a ser questionado, pois o protecionismo resultou em uma estrutura viciada em subsídios e pouco competitiva no mercado internacional.

A partir dos anos 90, a indústria nacional foi exposta à concorrência externa durante o processo de abertura da economia. O impacto não foi pequeno. Vários setores e empresas que não conseguiram se modernizar fecharam as portas. Outros, no entanto, reagiram e novos investimentos ocorreram. O Plano Real voltou a trazer alguma dificuldade competitiva por causa da apreciação da moeda brasileira até 1998, mas a indústria, depois de alguns anos, voltou a atuar com força.

Nos últimos dez anos, no entanto, um novo desafio surgiu para a indústria nacional. A partir de uma abundância da liquidez internacional, países como o Brasil, com elevada taxa interna de juros, passaram a atrair esses capitais à procura de melhor remuneração.

Isso, aliado aos bons resultados da conta do comércio exterior brasileiro após 2003/2004, resultou em uma entrada maciça de recursos externos. O mercado de câmbio brasileiro voltou a ser pressionado, consumindo grande parte dos ganhos de competitividade comparativa que a indústria nacional promoveu nos últimos anos.

Melhorar a competitividade da indústria brasileira significa promover algumas reformas estruturantes, pois, em muitas empresas, não há mais muito espaço para ganhos de competitividade "da porta para dentro", mas somente "da porta para fora".

É mandatório reduzir e redirecionar a carga tributária. A legislação que regula as relações de trabalho requer flexibilidade, de forma que companhias com características, porte e mercados regionais distintos possam encontrar em comum acordo com os empregados as regras, a remuneração e os benefícios mais condizentes com a realidade de cada um.

O custo de capital e as péssimas condições de logística no Brasil são outros dois ingredientes que minam a competitividade do produto brasileiro, exigindo mais investimento em infraestrutura.

Mas, mesmo que equalizados os custos tributários, trabalhistas, financeiros e de logística, é preciso corrigir desequilíbrios com um dos principais parceiros comerciais do Brasil: a China.

Em certo sentido, a China replica o modelo asiático de desenvolvimento e industrialização que foi utilizado anteriormente pelo Japão e pelos tigres asiáticos.

Em outras palavras, ela mantém a moeda depreciada em um ambiente de elevada taxa de investimento produtivo no mercado interno, utilizando-se da demanda externa como um vetor importante para o crescimento.

A estrutura produtiva industrial global está sendo novamente moldada e o Brasil, com certeza, não ficará imune a isso.

Essa inserção chinesa no plano global tem provocado mudanças significativas na estrutura produtiva dos países, com o deslocamento de plantas e o fechamento de atividades produtivas. Mesmo que não cessem atividade, muitas empresas desativam etapas fabris de forma gradual, representando uma lenta e penosa perda de densidade da indústria. No limite, algumas que possuíam uma atividade significativa, viraram praticamente firmas de montagem ou distribuidoras de produtos importados meramente colocando marca própria no produto. Por trás ainda há o fato de o Brasil contar com enormes estoques em produtos naturais que, quando exportados, causam nova pressão sobre o câmbio, considerando a tendência de elevação dos preços de commodities. A diplomacia brasileira terá de ser extremamente ativa e realista.

A situação é desigual, pois, à medida que o Brasil pratica o câmbio livre, a China se dá ao luxo de praticar um câmbio controlado diante da enorme poupança interna acumulada. Enquanto nenhuma correção é feita, o Brasil já pode ter ingressado, mesmo sem o saber, em um processo lento e gradativo de desindustrialização silencioso, à medida que as indústrias vão penosamente se moldando à nova realidade em que não é possível competir em face do novo cenário global.

Quando esse processo se tornar ruidoso, talvez seja tarde demais.

Desfile reúne 280 carros de boi em MG

Parte do trajeto é por estrada que corta Ipuiúna.
Festa também celebra São Benedito, padroeiro da cidade.

Do G1, com informações do Globo Rural

O município de Ipuiúna (MG) parou para ver um desfile de carros de boi. Mais de 250 carreiros participaram do encontro.

Veja o site do Globo Rural

Muitos vieram de longe e passaram horas na estrada. Para recuperar as energias, foi servido um almoço farto para cerca de 1,5 mil pessoas. Mas os participantes não têm muito tempo para descanso.

Parte do trajeto é pela BR-459, que corta a cidade. A rodovia fica lotada de carros de boi. Os outros veículos precisam andar um pouco mais devagar para dar espaço à tradição.

São 20 anos de desfile em Ipuiúna. A festa celebra também São Benedito, o padroeiro da cidade. Neste ano, os organizadores conseguiram reunir 280 carros de boi.

O cantar das rodas chama a atenção. Durante o desfile, é só o que se ouve pelas ruas. A cidade para para ver a comitiva.

domingo, abril 25, 2010


sexta-feira, abril 23, 2010

JEITO PT ...

Do juiz federal em Altamira Antonio Carlos Almeida Campelo, autor de três liminares que suspenderam o leilão da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará:


--E tem um aspecto importante, que a AGU vai representar contra mim. É uma pressão que a AGU está fazendo para ver se eu mudo de entendimento. Mas é descabido. Essa ameaça velada contraria os princípios democráticos do País. Se tem uma decisão desfavorável, existem os meios de recurso naturais. Ameaças não me amedrontam. Pelo contrário, me fortalecem.

ENTREVISTA AO ESTADÃO

Tendência das transações correntes é preocupante

O Estado de S. Paulo - 23/04/2010

O resultado de março das contas externas mostrou uma nova deterioração: o déficit de US$ 3 bilhões esperado para as transações correntes ficou em US$ 5,067 bilhões, ante os US$ 3,251 bilhões do mês anterior.

Não é apenas o aumento do déficit - que no trimestre já alcança US$ 12,1 bilhões - que mais preocupa. Os investimentos diretos estrangeiros (IEDs), com os quais se contava para cobrir esse déficit, somaram apenas US$ 2,018 bilhões. Ao mesmo tempo, as saídas de divisas para pagamentos de juros e dividendos, num período do ano normal, chegaram a US$ 2,535 bilhões, o que mostra que a entrada de capitais externos nem sempre representa um alívio para o balanço de pagamentos, pois também cria o direito de remeter lucros e dividendos, ou seja, saída de recursos. MAIS

'Lula está navegando na maionese', diz Ciro Gomes

Após ter candidatura negada pelo PSB, deputado previu uma vitória de Serra nas eleições

23 de abril de 2010 | 10h 45
estadão.com.br

SÃO PAULO - Após ter a sua candidatura à presidência negada pelo próprio partido, o deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) disparou nesta quinta-feira, 22, contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a pré-candidata do PT, Dilma Rousseff, e o PMDB, principal partido aliado do governo. O deputado disse que Lula "está navegando na maionese" e ainda previu uma vitória do pré-candidato do PSDB, José Serra, nas eleições. Para Ciro, o tucano "é mais preparado, mais legítimo, mais capaz" do que a pré-candidata petista.

"Lula está navegando na maionese. Ele está se sentindo o Todo-Poderoso e acha que vai batizar Dilma presidente da República. Pior: ninguém chega para ele e diz ‘Presidente, tenha calma’. No primeiro mandato eu cumpria esse papel de conselheiro, a Dilma, que é uma pessoa valorosa, fazia isso, o Márcio Thomaz Bastos fazia isso. Agora ninguém faz", disse Ciro em entrevista concedida ao site IG.

O deputado assumiu pela primeira vez que não deve ser candidato à Presidência da República e, oficialmente, aguardará a decisão da executiva do partido, marcada para o dia 27 de abril, terça-feira da semana que vem.

Ciro afirmou que Lula merece a própria popularidade, porque seu governo tem realizações, "mas ele não é Deus". O deputado criticou a postura do Planalto, que lhe tirou "o direito de ser candidato". "Mas quer saber? Relaxei. Eles não querem que eu seja candidato? Querem apoiar a Dilma? Que apoiem a Dilma. Estou como a Tereza Batista cansada de guerra. Acompanho o partido. Não vou confrontar o Lula. Não vou confrontar a Dilma."

O deputado previu uma vitória do ex-governador de São Paulo, José Serra, seu desafeto histórico, nas eleições deste ano. "Minha sensação agora é que o Serra vai ganhar esta eleição. Dilma é melhor do que o Serra como pessoa. Mas o Serra é mais preparado, mais legítimo, mais capaz. Mais capaz inclusive de trair o conservadorismo e enfrentar a crise que conheceremos em um ou dois anos."

"Em 2011 ou 2012, o Brasil vai enfrentar uma crise fiscal, uma crise cambial. Como estamos numa fase econômica e aparentemente boa, a discussão fica escondida. Mas precisa ser feita." Segundo o deputado, Dilma tem menos chance de enfrentar o problema do jeito que ele precisa ser enfrentado. "Como o PT, apoiado pelo PMDB, vai conseguir enfrentar esta crise? Dilma não aguenta. Serra tem mais chances de conseguir", observou.

Para Ciro, sua participação no pleito era "uma missão estratégica, que não será desempenhada por mais ninguém".

O deputado se comprometeu em acatar a decisão do PSB de apoiar a candidata petista, mas avisou que não vai se envolver na campanha. "Não me peçam para ir à televisão declarar o meu voto, que eu não vou. Sei lá. Vai ver viajo, vou virar intelectual. Vou fazer outra coisa". Ciro acredita que a eleição deste ano será marcada por baixarias, entre as quais inclui uma ação de grupos radicais abrigados no PT: "Sabe os aloprados do PT que tentaram comprar um dossiê contra os tucanos em 2006? Veremos algo assim de novo. Vai ser uma m…", previu.

Jogando contra

De Míriam Leitão:

Agora ninguém mais questiona. Os juros básicos vão subir na semana que vem com o aval da equipe econômica e do próprio presidente Lula.

A escalada da inflação assusta e é consenso que o Banco Central precisa aplicar o torniquete dos juros imediatamente.

Para o mercado, a medida já vem com atraso. Mas por que mesmo estamos condenados a conviver com as maiores taxas de juros do mundo?

Essa pergunta pode ter muitas respostas, mas a mais óbvia é a forma como vem sendo conduzida a política fiscal. A expansão dos gastos do governo é uma trava poderosa à queda nos juros. Ao contrário, contribui para elevá-los.

Em 2009, a crise global serviu de justificativa para a elevação dos gastos. De todo o tipo de gasto, ressalte-se, principalmente despesas permanentes, como as de pessoal, que ficarão para sempre no Orçamento, comprometendo as administrações futuras.

A crise passou, mas os sinais de que a política fiscal continuará expansionista permanecem. E o Banco Central tem que atuar a partir desses sinais.

Com o ritmo de crescimento dos gastos do governo acima do crescimento do PIB e a política fiscal contribuindo para expandir a economia, o BC usará os juros para contrair a demanda do setor privado, no esforço para conter a inflação. O problema são os efeitos colaterais dessa medida.

— No curto prazo, a rigidez monetária trava a escalada da inflação, mas no médio e longo prazo inibe o investimento. O recomendável seria gerar superávits primários maiores — observa o economista Flávio Castelo Branco, da CNI.

Acontece que os superávits do governo estão cada vez mais magros. A meta de 3,3% do PIB para os próximos anos foi mantida no papel, mas vem sendo desidratada com o abatimento das despesas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e nem tudo é investimento puro.

Para 2010, o Banco Central já trabalha com um abatimento de 1,12% do PIB da meta. Para 2011, o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias traz uma regra ainda mais frouxa.

Na prática, tudo que o governo quiser incluir no PAC e descontar do superávit primário poderá fazê-lo, pois não existe mais limites para essa dedução. Assim, ninguém sabe exatamente qual a meta de superávit para 2011.

Na visão do economista Fernando Montero, da Convenção Corretora, o governo acredita que criou um novo modelo de desenvolvimento, baseado no consumo, pois continua gastando como no auge da crise, estimulando uma demanda que já está muito aquecida.

Mas o modelo esbarra no risco da inflação e só reforça a necessidade de elevar os juros. O consumo ocupa um espaço na economia que seria dos investimentos.

— Com essa política, o governo está mesmo é criando problemas para 2011 — alerta.

(Copiado do Noblat)

quinta-feira, abril 22, 2010


Tese de Evo sobre frangos revolta gays

Autor(es): Reuters, Efe e Ap - O Estado de S.Paulo
O Estado de S. Paulo - 22/04/2010

Presidente diz que consumo de transgênicos e frangos provoca homossexualismo e calvície

O presidente boliviano, Evo Morales, enfrentou ontem reações iradas à sua tese de que o consumo de transgênicos e frangos anabolizados com hormônios femininos são os responsáveis pela calvície, homossexualidade e impotência sexual.

A Federação Espanhola de Lésbicas, Gays, Transexuais e Bissexuais entregou uma carta de protesto à Embaixada da Bolívia em Madri, dizendo que a tese de Evo é uma "barbaridade", "surrealista" e "vergonhosa".

A oposição boliviana também atacou o presidente, que culpou o capitalismo pela devastação ambiental e considerou que defender "os direitos da mãe Terra é mais importante que defender os direitos humanos".

"Alimentar mitos urbanos é muito pobre para o tema da cúpula", disse o deputado Andrés Ortega, em referência à Conferência Mundial dos Povos Sobre Mudanças Climáticas, que ocorre na cidade boliviana de Tiquipaya, durante a qual Evo fez as declarações, na terça-feira.

"O frango tem hormônios femininos, por isso, os homens, quando comem esse frango, têm um desvio em seu ser, como homens", disse Evo.

O líder boliviano explicou ainda que "a calvície, que parece normal, é uma doença". "Na Europa, quase todos são calvos e isso é pelas coisas que eles comem. Entre os indígenas, não há calvos", afirmou, acrescentando que "daqui a 50 anos todo mundo será calvo".

O presidente boliviano mostrou diversos pratos de plástico durante seu discurso, dizendo que o material é responsável por grande parte da poluição no mundo. Ele defendeu o uso de utensílios de cozinha feitos de barro porque "quando quebram, voltam a ser areia da Mãe-Terra".

Diante de uma plateia incrédula, que ora ria, ora parecia chocada, Evo ainda dedicou parte de seu discurso de mais de uma hora a atacar a Coca-Cola, que, segundo ele, é usada para desentupir esgotos, e os medicamentos ocidentais que, "curam um mal, mas provocam outros dois".

No Ibope, Serra abre sete pontos sobre Dilma

Líderes se distanciam, indica média móvel

O Estado de S. Paulo - 22/04/2010

Pesquisa Ibope para a eleição presidencial mostra José Serra (PSDB) com 36% das intenções de voto, contra 29% de Dilma Rousseff (PT). Na pesquisa anterior, a distância era de cinco pontos porcentuais. O tucano vence entre eleitores jovens, do sexo feminino e das regiões Sul e Sudeste. Pela primeira vez, o Ibope detectou um empate entre Ciro Gomes (PSB) e Marina Silva (PV) - ambos aparecem com 8%.

Levantamento com base nas três últimas pesquisas mostra que tucano amplia vantagem sobre petista


José Roberto de Toledo, especial para o Estado - O Estado de S.Paulo


Atualizada pela inclusão da mais recente pesquisa Ibope, a média móvel das pesquisas de intenção de voto mostra um pequeno crescimento da vantagem de José Serra (PSDB) sobre Dilma Rousseff (PT). A diferença média entre ambos, que chegou a ser de 4,1 pontos há duas semanas, é agora de 5,8 pontos. MAIS

terça-feira, abril 20, 2010

ESPAÇO DO CIDADÃO

o programa Espaço do cidadão na AM Cristal, sábado às 11 horas, tratou dos seguintes assuntos:
a falta de remédios na rede pública; o projeto que cria um punhado de cargos para marajás na Prefeitura entre outros assuntos de interesse geral. É só acessar www.radioclubeitapeva.com.br

Enigma agrário :: Xico Graziano

O Estado de S. Paulo - 20/04/2010

Acontece mais um abril "vermelho". O roteiro dessa confusão anda bem conhecido pela sociedade. Incerto mesmo está o propósito atual das estripulias agrárias no campo. O que pretende, afinal, o Movimento dos Sem-Terra (MST)?

Resposta óbvia: a reforma agrária. Sabe-se que o famoso movimento surgiu, há 25 anos, na luta contra o latifúndio. Historicamente a distribuição de terras se preconizava como caminho para o moderno desenvolvimento latino-americano. O Estatuto da Terra chega em 1964. Reprimido pelo regime militar, pouco solucionou o problema.

Quando, em 1985, sucedendo o autoritarismo, se instala a chamada Nova República, enormes expectativas se criam no País, cheio de vontade para redimir seu injusto passado. Um milhão de assentamentos rurais, no prazo de quatro anos, acaba prometido ao povo. Agora vai, pensaram os reformistas da esquerda.

Findo o governo Sarney, apenas 82.260 famílias foram beneficiadas pela reforma agrária. Uma frustração tomou conta da sociedade. Havia restrições legais. A nova Constituição, promulgada em 1988, exigia leis complementares que tardaram para regulamentar o processo de redistribuição fundiária. Collor não ligou para o assunto. Itamar tentou, mas pouco conseguiu avançar.

Fernando Henrique assumiu o governo, em 1995, com um enorme passivo agrário a enfrentar. Barracos de lona preta indicavam dezenas de acampamentos às margens das rodovias, na beirada de fazendas marcadas pela encrenca. Cerca de 50 mil famílias, gente excluída da modernização agrícola, se acotovelava gritando pela terra prometida. Reforma agrária já.

Nessa época, o MST começava a se firmar no cenário das lutas agrárias, rivalizando com a tradicional, e poderosa, Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag). Dominada historicamente pelos comunistas, a Contag envelhecera seus métodos de atuação política, acusada de peleguismo. Surgiram assim, pelas mãos da moçada gaúcha do MST, as violentas invasões de terras. O bicho pegou.

Invadir propriedades rurais - ou ocupar latifúndios, conforme dissimuladamente se denominava a arbitrariedade - chamava a atenção contra a lerdeza do processo de redistribuição fundiária, empurrando a agenda governamental para a frente. Por isso, recebia o apoio da sociedade. A mídia adorava.

Passaram-se 15 anos. E, surpresa, ao contrário do que pensa o senso comum, o Brasil realizou a maior reforma agrária do mundo. O último relatório do Incra aponta a existência de 8.562 projetos implantados, com 906.878 famílias assentadas. Somados os mais recentes, pode-se dizer que 1 milhão de famílias recebeu terras, somando 80 milhões de hectares distribuídos. Para comparação, a área total cultivada no País atinge 67 milhões de hectares. Pasmem.

Ora, se a distribuição foi tamanha, por que não se acalmam os sem-terras? O argumento histórico, percebam, sobre a lerdeza do governo no processo da reforma agrária, não cabe mais. Algo distinto move o MST. Destrinchar esse enigma faz bem ao debate nacional.

A turma do MST afirma que ainda falta muita gente para ganhar seu quinhão. Pode ser. Mas essa hipótese considera incluir os desempregados da cidade, não propriamente os tradicionais sem terra, aqueles excluídos no campo. Fabricar sem-terras nas periferias urbanas infla a conta, mas não garante sucesso. Pelo contrário. Parte do fracasso dos assentamentos rurais se deve exatamente à falta de aptidão para a lide rural.

Outra linha de raciocínio centra fogo no agronegócio. Antigamente era o latifúndio culpado pelo mal. Sua existência caracterizava o velho feudalismo a ser varrido do mapa. Agora, porém, modernizadas as relações de produção, criou-se nova dicotomia, aquela que opõe a agricultura familiar ao negócio rural capitalista. Os ideólogos do MST abriram um fosso entre a via campesina e a agricultura empresarial. Tremenda bobagem.

Celso Ming escreveu em sua coluna no Estado, dias atrás, que o MST carrega a bandeira do atraso, invocando, muito apropriadamente, o conceito das utopias regressivas. No popular, lembra o apelo bucólico do passado, aquela reminiscência gostosa, bem brasileira, da época em que o bolo de fubá se fazia com ovo caipira colhido no quintal, perto da horta caseira. Um passeio a cavalo, um fogão a lenha na cabana da montanha. Quem não gosta?

No fundo, ao defender a agricultura familiar e atacar o agronegócio, valoriza-se a pobreza rural. Utopia faz bem, perfuma a vida. Mas cultivar a existência miserável abre caminho para a subserviência humana. Fazer reforma agrária só tem sentido se, economicamente, resultar em progresso material, em melhoria de qualidade de vida dos beneficiados. O MST, ao recusar a tecnologia e a integração produtiva, características básicas da moderna agricultura, condena o assentado à eterna dependência.

Difícil entender as razões do MST. Possivelmente, ainda mais em anos eleitorais como este, a motivação se encontra na política. No período de Fernando Henrique, lembram-se, o MST dizia combater o neoliberalismo. Uma chatice. Entrou o Lula, roupagem dúbia adornou a tagarelice do Stédile, bem no estilo oficial do bate-e-assopra, uma invasão aqui, um convênio ali. Beira a picaretagem.

Aproximando-se o pleito presidencial, divulga o ignóbil líder do MST que a eleição do Serra seria o "pior dos mundos". Depreende-se, portanto, que suas ações avermelhadas servem à candidatura oficial. Para divulgá-la invadem fazendas produtivas, destroem laranjais, queimam viveiros, roubam gado, fazem justiça com as próprias mãos. Resultado: estimulam a violência no campo. Sorte da Dilma?

Azar da democracia. Ninguém aguenta mais as invasões de terras.

AGRÔNOMO, É SECRETÁRIO DO MEIO AMBIENTE DO ESTADO DE SÃO PAULO

Marcadores:

domingo, abril 18, 2010

Oposição é contra mudar fiscalização

Autor(es): Agência O Globo/Cristiane Jungblut
O Globo - 17/04/2010


TCU ainda estuda texto da LDO que altera análise de obras irregulares



BRASÍLIA. Líderes do DEM e do PSDB se preparam para embates com o governo sobre o Orçamento da União de 2010 e o futuro Orçamento de 2011, o primeiro do sucessor do presidente Lula. A oposição criticou ontem a tentativa do governo de mudar as regras de análise das obras irregulares, para dificultar, ao máximo, a paralisação desses contratos. A mudança está prevista no projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que norteia o Orçamento de 2011.


A oposição quer também barrar outro projeto enviado ao Congresso esta semana e considerado fundamental pela área econômica: que seja restabelecida, já em 2010, a regra que permite o remanejamento de 30% do montante total do Programa de Aceleração do Crescimento.


No caso das obras irregulares, o presidente do Tribunal de Contas da União, Ubiratan Aguiar, disse que os técnicos ainda estão analisando o texto da LDO. Diplomático e evitando novos atritos com o Executivo, Aguiar disse que o TCU é só um órgão que cumpre a lei. Aguiar lembrou que LDOs anteriores estabeleceram que o TCU deve enviar ao Congresso relatórios sobre obras com indícios de irregularidades graves.


— Somos os cumpridores da lei, do que a LDO determina. Para nós, a paralisação de obras é o último caso. E o poder final é do Congresso, com o auxílio técnico do tribunal — disse Aguiar, acrescentando que o TCU deverá enviar sugestões ao Congresso, para contribuir com a discussão do projeto da LDO, que ainda tem que ser aprovado.


Hoje, as irregularidades são identificadas pelo TCU e encaminhadas à Comissão Mista de Orçamento, que elabora um anexo do orçamento com as obras problemáticas, determinando que os repasses dos recursos sejam suspensos até a solução das falhas.


O líder do PSDB na Câmara, João Almeida (BA), lembrou que o governo vem, sistematicamente, atacando o poder fiscalizatório do TCU e de outros tribunais, como o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Embora defenda que o TCU poderia alertar os gestores de obras sobre os problemas antes de defender a paralisação, o tucano disse que não se pode acabar com a fiscalização.


— O TCU poderia fazer um adiantamento das irregularidades, com uma maior integração com o Executivo. Mas o que o governo quer é a mão solta para fazer malfeito. O presidente Lula já fez várias investidas contra a função fiscalizatória do tribunal.


Aliás, no TSE, foi a mesma coisa — disse Almeida.


— O governo quer sepultar todos os mecanismos de salvaguarda, quer institucionalizar uma espécie de “deixa rolar” — acrescentou o deputado Otávio Leite (PSDB-RJ).


O líder do DEM, deputado Paulo Bornhausen (SC), que pretende lançar até dia 27 uma frente parlamentar em defesa do TCU, disse achar arriscado deixar tudo nas mãos do gestor: — Na LDO, pôr o poder (sobre as obras) na mão do gestor é diminuir o poder do TCU, da Comissão Mista de Orçamento.


É irresponsabilidade.


Mas, nos próximos dias, o que preocupa o governo é aprovar o projeto de remanejamento de 30% (R$ 9 bilhões) dos recursos do PAC (hoje podem ser remanejados 25%), que tem no orçamento de 2010 R$ 30 bilhões.

sábado, abril 17, 2010

“Eu me preparei a vida inteira para ser presidente”

José Serra, entrevista a Veja nº 2161, 17/04/10

Brasil

Lunaé Parracho/Ag. A Tarde /O Globo
image
Figurino de candidato
Com fita do Senhor do Bonfim e chapéu na cabeça, Serra visita Salvador: em Roma, como os romanos

Aos 68 anos de idade, o economista e ex-deputado, ex-senador, ex-prefeito e ex-governador de São Paulo José Serra parte para a sua segunda tentativa de chegar à Presidência da República. A VEJA, ele falou dos motivos que o levaram a candidatar-se e do país que sonha em construir, caso vença: em síntese, um país que ofereça às pessoas oportunidade de crescimento. Oportunidade que, no caso dele, poderia ter faltado não fossem os esforços do pai, comerciante. “Ele carregava caixas de frutas no Mercado Municipal para que um dia eu pudesse carregar caixas de livros”, diz. Foi na sala que abriga alguns deles, parte de uma biblioteca pessoal de 10 000 volumes, que José Serra concedeu a seguinte entrevista.

Por que o senhor quer ser presidente da República?

Porque eu creio que o Brasil pode avançar mais, o Brasil pode mais, e eu me sinto preparado para isso. Eu me preparei a vida inteira para ser presidente.

O senhor sempre teve vontade de ser presidente?

Evidentemente, ser ou não presidente não é uma escolha sua, não depende apenas de uma decisão. Mas, desde a primeira adolescência, sempre tive vontade de me envolver na vida pública. Eu me lembro de um episódio curioso – e não quero aqui parecer pretensioso. Na 4a série do ginásio, eu tinha um professor de latim que se incomodava e, ao mesmo tempo, se divertia com o fato de eu ser muito barulhento nas aulas. Um dia, ele olhou para mim e disse aos colegas: “Esse aqui, o senhor Serra, vai ser político no futuro, e ele é quem vai mandar. Ele vai mandar em todos vocês aqui”. Eu tinha uns 14 anos. Os colegas, claro, ficaram me caçoando, e eu mesmo fiquei embaraçado. Mas o fato é que foi uma observação que eu guardei para o resto da vida.

Desde que o senhor entrou para a vida pública, há alguma convicção que a experiência tenha modificado?

A minha experiência de governo, nos vários governos, me possibilitou conhecer o essencial de diversas áreas e também me ajudou a entender por que, algumas vezes, as coisas não acontecem. Por exemplo: se você deixar a rédea solta, elas não acontecem.

O senhor tem fama de centralizador. De onde ela vem?

Ela é errada. Uma coisa que eu aprendi ao longo das minhas experiências foi descentralizar: formar boas equipes, permitir que os diferentes integrantes tenham liberdade para trabalhar na formação das suas próprias subequipes e também evitar antagonismos. Para mim, é inconcebível a ideia de colocar um sujeito que pensa “x” e trazer outro que pensa “y” para, nessa divisão, eu arbitrar. Isso não existe comigo. Mas eu cobro muito, até porque tenho uma memória praticamente impecável em matéria de ações, de trabalho. E o computador acrescentou uma agilidade à cobrança que antes não dava para ter. Quando eu era ministro da Saúde, durante a noite eu escrevia bilhetes, a mão mesmo, com cobranças para A, B e C. No fim, dava um volume que tinha de ir dentro de uma caixa. Eu grampeava tudo, mandava para a secretária, e ela despachava. Hoje, com o e-mail, você escreve a um secretário: “E aí?”. Ou: “E a ciclovia?”, por exemplo. Com três palavras você se faz entender. Basta mandar um e-mail desses dia sim, dia não para que, dessa forma, as coisas andem.

Como o senhor pretende orientar a formação de sua equipe ministerial, caso seja eleito?

Eu consegui, na prefeitura e no estado, formar equipes sem indicações de vereadores, de deputados ou de partidos. As pessoas que vieram de outros partidos foram pessoas escolhidas por mim. Não existe isso de “tal setor nomeia tal cargo”. Essa vai ser a orientação. Não é que não vai ter político, mas tem de ser um político apto para aquela função.

E como, então, o senhor fará o jogo político? Como fará para ter uma base forte no Congresso?

Através do Orçamento. Ao contrário do que se acredita, 90% das emendas que os parlamentares apresentam são boas. E você pode inclusive orientar. Dizer, por exemplo: “Quem fizer emendas para concluir obras terá prioridade sobre os que fizerem emendas para começar obras”. Isso funciona, porque o que o parlamentar quer é aprovar a emenda e satisfazer sua base eleitoral. Não é só no Brasil que é assim, é no mundo inteiro – até nos países mais arrumadinhos. E esse é o melhor caminho para formar a unidade com o Legislativo. Outra coisa importante: nenhum grupo de deputados nomeia diretor de empresa pública. Nenhum. Isso porque, para um deputado, a pior coisa que pode acontecer não é ele não nomear: é o outro nomear e ele não. Tem de ter isonomia.

Quais serão suas prioridades na economia?

Eu tenho claríssima a prioridade que deve ser dada à área produtiva, à indústria. Até algum tempo atrás, vigorou o pensamento de que se deveria estimular só o setor de serviços. Isso é uma bobagem. O Brasil não pode voltar a ser uma economia primária exportadora. Isso não criaria empregos para 200 milhões de pessoas.

Por que os banqueiros gostam de falar mal do senhor?

Se falam, não chegou a mim. Eu acho que é importante para o Brasil ter um sistema financeiro sólido, e batalhei muito por isso. Na Constituinte, havia propostas de proibir bancos com capital estrangeiro de operar no Brasil e até de proibir bancos nacionais – ou seja, queriam liberar apenas os bancos locais. Eu ajudei a derrubar as duas propostas. E estava no governo quando foi feito o Proer, que realmente deu solidez ao sistema financeiro – solidez que permitiu, inclusive, o enfrentamento da crise atual. Agora, quanto a custos, taxas de juros, essas são questões operacionais de um governo. E aí eu tenho uma visão de que é essencial para o Brasil ter um sistema financeiro que empreste bastante, e empreste a custos suportáveis para as pessoas e para a área privada. Isso é uma meta. Em suma, quero dizer o seguinte: como ajudei a erguer a mesa, jamais a viraria. As pessoas do sistema financeiro que realmente me conhecem sabem disso.

O senhor, caso seja eleito, vai encontrar um Brasil que avançou na área social, mas que ainda tem carências sérias…

Eu acho que o Brasil avançou muito nos últimos 25 anos. Nós afirmamos uma democracia de massas, com uma Constituição que pode ter os seus problemas, mas que enfatizou como nunca as liberdades civis e políticas. Conseguimos acabar com a superinflação, avançar no combate à pobreza, consolidar o SUS, a inclusão educacional e até retomar o crescimento econômico. Não foi um desempenho brilhante, se você o comparar com o da Índia ou o da China, mas foi um desempenho razoável em relação ao dos países desenvolvidos. Agora, isso significa que as coisas estão resolvidas? Não. No que se refere ao crescimento, nós precisamos de infraestrutura. As carências nessa área são dramáticas e representam um gargalo para o nosso desenvolvimento.

E do ponto de vista da economia?

Há, nesse sentido, um desequilíbrio externo que vem se agravando pelo lado da balança comercial e do déficit em conta-corrente. Claro, nós temos reservas e temos tido entrada de capital, mas nove entre dez economistas se preocupariam com esse crescimento rápido do déficit externo. A eficiência da ação governamental, ou seja, a capacidade de fixar metas e de cumpri-las, é outro dado que preocupa. Ela ainda é baixa no Brasil. O grande loteamento político que foi feito resultou no aparelhamento de toda a esfera do setor público. Em relação às áreas sociais, há uma necessidade desesperada de avançar no campo educacional, no campo da saúde, que semiestagnou, e no campo da segurança – uma área em que, indiscutivelmente, o governo federal tem de se envolver mais. Até porque boa parte do crime organizado no Brasil se alimenta de armas e drogas que vêm sob a forma de contrabando, e combater isso é uma tarefa essencialmente federal.

No governo estadual, o senhor conseguiu aumentar o investimento e reduzir a relação entre a dívida e a receita, sem elevar impostos. E no governo federal, dá para aplicar a mesma receita?

Não só dá como será feito. O enfrentamento dessa questão se dá, como se deu em São Paulo, pelo aumento da arrecadação via combate à sonegação, e não pelo aumento da carga nominal de impostos. O corte de custos e de desperdícios aqui também teve um papel imenso.

Como é possível cortar gastos no governo federal?

Você revisa o preço de todos os contratos, para começo de conversa. Mas é preciso também ter novas formas de gestão. É crucial introduzir o fator mérito nas remunerações, por exemplo. Isso tem dado certo em São Paulo. A ideia geral é cortar desperdícios, reduzir custos e selecionar as prioridades. Com isso, você faz mais e melhores investimentos.

O PT tentará transformar esta eleição numa comparação dos governos Lula e Fernando Henrique. Como o senhor vê essa estratégia?

Eu acho que a eleição tem a ver com o futuro, não com o passado. É assim que a população vai julgar. De toda forma, o governo FHC acabou, e agora será julgado pelos historiadores. Assim como os governos anteriores. Assim como o de Lula será julgado um dia, quando o peso do poder dele não mais puder interferir. E aí veremos o que a história dirá de cada um. É espantosa a quantidade de energia que o PT gasta para falar mal do Fernando Henrique. Quando são aliados deles, como o Sarney e o Collor, só elogiam. Quando são adversários, atacam sem limites. Ou seja, não é uma avaliação honesta. É enviesada. Eu fui ministro de FHC e fui aprovado na função. Tanto que depois disso me elegi prefeito de São Paulo e governador de São Paulo. Agora, todos sabem que eu não sou FHC, sou José Serra. Isso parece incomodar o PT, mas é a realidade.

E quanto à reeleição? O senhor é mesmo contrário a ela?

Eu sou contrário. A minha proposta de reforma política incluirá o fim da reeleição no Brasil.

Qual será a prioridade zero do seu governo?

A essência do governo, como orientação para o Brasil, precisa ser a de oferecer uma maior abertura de oportunidades para a população. O povo brasileiro quer é ter oportunidade na vida: estudo, boa saúde, emprego para os jovens, acesso a bens culturais e de lazer. Nasci e fui criado num bairro operário de São Paulo. Eu me lembro de todos os meus amigos, de criancinha ou de adolescente, que não puderam estudar porque tinham de sustentar a família, ou que não tinham ambiente familiar porque o pai era alcoólatra ou eles tinham muitos irmãos… Por que eu consegui estudar e chegar ao que sou, estudando em escola pública? A explicação é muito simples: porque eu era filho único. Se eu tivesse quatro irmãos, como a maioria, quando chegasse ao ginásio, teria de trabalhar para eles poderem ir à escola. Então, o que o povo brasileiro quer não é muito, é oportunidade.

Qual seria a frase que o definiria?

“Na vida, ninguém fracassa tanto quanto acredita nem tem todo o sucesso que imagina”, de Joseph Rudyard Kipling, via Jorge Luis Borges. Trata-se de uma reflexão que levo muito em conta – minha vida, aliás, é uma ilustração disso. Tê-la em mente permite que sejamos mais humildes nas vitórias e mais altivos nas derrotas. E há uma frase que complementa essa: “O único limite às nossas realizações futuras são as nossas dúvidas no presente. Vamos adiante com fé”, do presidente americano Franklin Delano Roosevelt. Para mim, a política não é a arte do possível, mas a arte de ampliar os limites conhecidos do possível.

Ed Ferreira/AE
image
Fernando Henrique Cardoso, aclamado na festa do PSDB: “É espantosa a quantidade de energia que o PT gasta para falar mal dele”, diz Serra

Mário Sabino, Thais Oyama e Fábio Portela

Serra mantém dianteira sobre Dilma, diz Datafolha


Hoje na Folha Pesquisa Datafolha mostra José Serra (PSDB) com 38% das intenções de voto ante 28% de Dilma Rousseff (PT). É a primeira enquete após o lançamento da candidatura tucana, no sábado passado. No fim de março, Serra e Dilma tinham, respectivamente, 36% e 27%.

Pela primeira vez Marina Silva (PV) aparece numericamente na frente de Ciro Gomes (PSB), embora do ponto de vista estatístico ambos estejam empatados.

Veja a pesquisa completa na edição deste sábado da Folha (íntegra disponível somente para assinantes do jornal ou do UOL).

A pesquisa, registrada sob o número 8.383/2010, foi realizada nos dias 15 e 16 de abril. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.


Arte/Folha
Pesquisa Datafolha

NOVA PESQUISA DATAFOLHA


Chance de decisão no 1º turno aumenta

Há uma chance de neste ano a eleição presidencial ser decidida no primeiro turno (não se sabe ainda a favor de quem). Para ser assim, um candidato precisa ter mais do que todos os outros somados.

No cenário sem Ciro Gomes (algo cada vez mais provável) e com os concorrentes de partidos pequenos incluídos, José Serra (PSDB) tem 40% no levantamento Datafolha realizado nos dias 15 e 16.abr.2010. Dilma Rousseff (PT) fica com 29%, Marina Silva (PV) tem 11%, Mário de Oliveira (PT do B) e Zé Maria (PSTU) registram 1 % cada. Ou seja: Serra 40% X 42% adversários. O quadro completo está no post abaixo.

Por essa conta, o tucano está empatado tecnicamente com a soma de todos os seus adversários, pois a margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais. Esse é um cenário muito próximo de decisão no primeiro turno.Mas, atenção: esse é o retrato do processo sucessório hoje. Ainda faltam 5 meses e meio até o dia da eleição. Até, muito pode mudar, para um lado e para o outro. A seguir, análise na "Folha de S.Paulo"de hoje (17.abr.2010) sobre a pesquisa Datafolha:

LEIA MAIS NO BLOG DO FERNANDO RODRIGUES

sexta-feira, abril 16, 2010

quinta-feira, abril 15, 2010

Humor

Medico fofoqueiro

O caipira entrou no consultório e meio sem jeito foi falando:

- Dotô, o negócio não sobe mais. Já tomei de tudo quanto foi chá de pranta mas não sobe mais memo.


- Ah não, meu amigo
. Vou te passar um medicamento que vai deixar você novo em folha. São cinquenta comprimidos, um por dia.

- Mais dotô, eu sou um home simpris da roça. Só sei conta inté deiz nos dedos e mais nada.


- Então você vai numa papelaria, compra um caderno de cinquenta folhas.

Cada folha um comprimido Quando o caderno acabar você já vai estar curado. A receita está aqui.

- Brigado dotô. Vô ingora memo compra o tar caderno.


E logo que saiu do prédio avistou de fato uma papelaria ali perto.

Entrou, a moça veio atender.

- Eu precisava de um caderno de cinquenta fôia.


- É brochura?


- Médico fio da puta. Já andou espaiando meu pobrema por aí...

Sem Terras deixam o prédio do Instituto de Terras do Estado de São Paulo

A saída dos manifestantes aconteceu de forma pacífica

Da Redação

Depois de negociação entre os Sem Terra e representantes do Itesp, uma comissão foi criada nesta terça-feira, dia 13, em Itapeva para discutir o problema dos assentamentos na região. Os manifestantes deixaram o prédio do Instituto de Terras do Estado de São Paulo de forma pacífica. (TV TEM)

quarta-feira, abril 14, 2010

Do blog do professor Roberto Romano

Deu em O Globo

Analistas veem falta de traquejo em Dilma

Deslizes, naturais no caso da ex-ministra, podem gerar problemas na campanha, na avaliação de especialistas

De Leila Suwwan e Ludmilla de Lima:

Inexperiência eleitoral, falta de traquejo político e escolhas erradas de agenda. Assim especialistas em ciência política e marketing eleitoral analisam as causas dos tropeços da pré-campanha de Dilma Rousseff (PT) nas últimas semanas, quando ela irritou aliados no Rio, em Minas Gerais e no Ceará.

Ela também causou polêmica ao dizer que não foge da luta — o que foi interpretado como uma crítica ao exílio do seu adversário tucano, José Serra, na ditadura, o que a petista nega.

— É uma candidata inexperiente, nunca disputou. É natural que cometa erros de "falta de rodagem". As visitas são um erro do staff de campanha. Se deixou de conversar com aliados, feriu sensibilidades, foi mais falha da equipe. É possível que as pessoas a seu redor estejam mal acostumadas, porque Lula era um candidato muito experiente, capaz até de unir adversários. Existe uma ansiedade em fazer a candidata ser conhecida, percorrer o país. Mas quem tem pressa come cru — diz Cláudio Couto, professor da Fundação Getulio Vargas em São Paulo.

Além da falta de experiência em campanha, outro erro estaria ligado ao discurso "belicoso", quando poderia tirar vantagem ao se associar ao continuísmo e à pacificação.

— Fica claro que ela não tem o traquejo de um político. Ela não fez carreira nos palanques e na mídia, foi uma protagonista na parte administrativa. Ela deveria adotar uma conduta apaziguadora, de união e continuidade. Mas faz ao contrário. Grande parte das declarações dela é bélica. É incapaz de falar o que o PT vai fazer sem ofender os governos anteriores. Acaba passando uma imagem de rancor — disse Rubens Figueiredo, diretor da Associação Brasileira dos Consultores Políticos.

Cientistas políticos avaliam que a escolha de viagens e agenda potencializou as dificuldades de uma candidata "sem jogo de cintura para situações difíceis".

— São escolhas de viagens estranhas. Pode ser apenas erro de avaliação, mas na politica é muito importante saber medir força. Ela nunca disputou uma eleição. É normal cometer erros estratégicos. Mas tem uma hora em que acaba a política e vira hora de eleição — disse Marcelo Serpa, professor de comunicação eleitoral da UFRJ.

Rubens Figueiredo completa:

— Ela já provou que está mal acompanhada. Por que brigar e passar recibo para a oposição? Ela não contemporiza, não absorve os impactos.

O cientista político Fernando Abrucio, da FGV, diz que a pré-candidata precisa aprender a lidar com histórias infladas pela oposição. Para ele, Dilma não chegou, até agora, a produzir grandes problemas para sua pré-campanha:

— Ela está aprendendo a fazer campanha antes de a campanha começar. Ela pode errar mais agora, não no segundo semestre. Mas se ela será o Kassab do Lula, ninguém sabe ainda — avalia o cientista, lembrando do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, que conseguiu se reeleger apesar da inexperiência e mesmo depois de alguns tropeços no cargo, como chamar de "vagabundo" um autônomo que protestava numa unidade de saúde. (Copiado do Noblat)

Google
online
Google