sexta-feira, abril 29, 2011

http://www.sponholz.arq.br/charges/grd/charge_grd_206.jpg
COLUNA DO SPC, NO JORNAL A GAZETA

     Vandalismo sonoro

Além dos carros dia e noite pelas ruas com som altíssimo, cujos motoristas não respeitam ninguém, nem hospital, escola, igreja, nem nada, agora se soma a esse desrespeito com a saúde e o bem-estar das pessoas, as casas comerciais, principalmente, as do calçadão, que colocam caixas acústicas nas portas das lojas e soltam o som.

Tudo começou com a famigerada Rádio Calçadão, com alto-falantes a despejar droga musical por toda a Praça Anchieta, o dia todo, uma loucura que só acabou depois que este escriba botou a boca no trombone e a Câmara interveio pela iniciativa do então vereador Ulysses Tassinari, onde se aprovou a hoje conhecida Lei do Silêncio.

Após a aprovação da referida lei aos poucos o barulho eletrônico acabou nas lojas, bares e ruas, graças à intervenção durante o dia dos fiscais da Prefeitura e, à noite, com o reforço da Polícia Militar. Foi um sossego que durou tempo. Entretanto, com o relaxamento da fiscalização, os abusos voltaram com força total; o som alto dos carros e o das lojas aumentou, infernizando todo mundo. E sabe-se, hoje, que o som alto prejudica a saúde, não só a auditiva, mas também a saúde neurológica se o som for persistente, como o das lojas em que os funcionários ficam expostos o dia inteiro ao agente patológico. Duas moças e um rapaz, que trabalham em lojas diferentes, me procuraram a fim de reclamar do som em suas lojas e quando lhes sugeri para procurar o sindicato da categoria, eles disseram que isso podia provocar represálias dos patrões, inclusive, a perda dos empregos. E pediram para lhes ajudar.

Não está na hora de o Sindicato dos Comerciários exigir dos comerciantes mais respeito à saúde dos funcionários? Ou, melhor ainda, exigir deles o pagamento da taxa de insalubridade, pois é disso que se trata: insalubridade das mais nefastas, porque a vítima do som alto não percebe que sua saúde está sendo minada. Quando sentir os sintomas, vai ter de gastar uma grana para se tratar. E, daí? O dono da loja vai pagar o tratamento? Isso vale, também, para os rapazes doidivanas, que, sadicamente, se divertem perturbando o sossego público com som alto dos carros pelas ruas, de dia e de noite, eles também vão ter problema de audição até mais sério que os comerciários.

Por que os responsáveis pelo cumprimento da Lei do Silêncio, os fiscais da Prefeitura, não fazem cumprir a lei nas lojas? Não dá para se acreditar nas acusações que nos chegam de que funcionários municipais estão levando propina para fechar os olhos para os abusos, é uma acusação grave que precisa ser apurada, pois sem provas não adianta acusar nem denunciar. A quem compete, afinal, essa fiscalização?

Enquanto isso, o Sindicato dos Comerciários podia fazer o seu dever de casa, ouvindo os seus associados. E também o Sindicato do Comércio bem que podia interceder junto aos lojistas a fim de viabilizar uma solução, que, afinal, diz respeito à saúde e à boa convivência entre patrões, empregados e, também, à clientela, que não reclama porque tornou-se hábito entre as pessoas não reclamar, para não amolar.

Pessoalmente, não entro em loja com som na porta e conheço muita gente que também não entra, porque quem quer ouvir música, ouve em casa a sua música.

Na próxima matéria vou relacionar as lojas que transgridem a lei com som.

Por falar em transgredir... 

Vieram me perguntar se sabia da prestação de contas das FAIs 2009/10, por parte da Prefeitura. Claro que não sei, que me lembre não saiu na imprensa, talvez esteja no balancete que vai para a Câmara, onde o dito cujo morre à míngua porque nenhum vereador se interessa por balancetes. Acredito que no legislativo não tem ninguém capacitado para entender um balancete, e se tem fica amoitado, bem quietinho. O prefeito Cavani e o Secretário de Finanças agradecem penhorados. Já lhes bastam as amolações do Ministério Público devido a contas anteriores mal-acertadas. Será que está tudo certo com a receita federal e municipal? Algum vereador podia bem ver isso.

Bancos deverão ser mais criteriosos no fornecimento de talões de cheque, velha reivindicação do comércio. Leia matéria abaixo:

Por Gabriel Caprioli,
no Correio Braziliense

Conselho Monetário Nacional baixa resolução para reduzir número de fraudes com os talões. Bancos têm até um ano para se adaptar
Na tentativa de diminuir as fraudes, a falta de fundos e outros problemas relacionados ao uso de cheques, o Conselho Monetário Nacional (CMN) anunciou ontem um conjunto de normas para aperfeiçoar o instrumento. As novidades envolvem obrigações adicionais aos bancos, que devem aumentar a transparência e a segurança de instituições financeiras, de comerciantes e dos próprios clientes do sistema bancário.
Os bancos terão que deixar explícitos, no contrato assinado com os usuários, os critérios usados para definir quem está habilitado ou não a receber talões. Algumas condições mínimas, como restrições cadastrais, histórico de ocorrências, suficiência de saldo, estoque de folhas em poder do correntista e registro no Cadastro de Cheques sem Fundos (CCF), devem estar no acordo firmado. “É uma forma de tornar esse relacionamento mais transparente e, acreditamos, de induzir ao uso mais responsável do cheque”, avaliou o chefe do Departamento de Normas do BC, Sérgio Odilon dos Anjos.

Conselho Monetário Nacional baixa resolução para reduzir número de fraudes com os talões. Bancos têm até um ano para se adaptar
Na tentativa de diminuir as fraudes, a falta de fundos e outros problemas relacionados ao uso de cheques, o Conselho Monetário Nacional (CMN) anunciou ontem um conjunto de normas para aperfeiçoar o instrumento. As novidades envolvem obrigações adicionais aos bancos, que devem aumentar a transparência e a segurança de instituições financeiras, de comerciantes e dos próprios clientes do sistema bancário.
Os bancos terão que deixar explícitos, no contrato assinado com os usuários, os critérios usados para definir quem está habilitado ou não a receber talões. Algumas condições mínimas, como restrições cadastrais, histórico de ocorrências, suficiência de saldo, estoque de folhas em poder do correntista e registro no Cadastro de Cheques sem Fundos (CCF), devem estar no acordo firmado. “É uma forma de tornar esse relacionamento mais transparente e, acreditamos, de induzir ao uso mais responsável do cheque”, avaliou o chefe do Departamento de Normas do BC, Sérgio Odilon dos Anjos. MAIS

Conceito de ética

Dora Kramer
O Estado de S. Paulo - 29/04/2011

Seria impreciso dizer que o Senado chegou ao fundo do poço quando decidiu constituir um Conselho de Ética ao arrepio do decoro indispensável à atividade parlamentar. Isso porque o poço em que o Poder Legislativo resolveu já há algum tempo jogar sua credibilidade parece não ter fundo.
Entra ano, sai ano, entra escândalo, sai escândalo, os acontecimentos bizarros não têm fim, medida nem limites.
A presença de oito processados na Justiça entre os 15 titulares do conselho soa como uma contradição em termos. Agride à lógica da vida normal, mas está absolutamente de acordo com as regras do Congresso.
Mais: compõe perfeitamente o cenário da degradação. Todos os integrantes do conselho destinado a zelar pela ética na Casa são tão senadores quanto qualquer outro. A partir do momento em que seus pares não impuseram reparos a condutas julgadas no passado e os eleitores lhes confiaram delegação, podem participar de todas as atividades sem restrição.
A questão não é o que Renan Calheiros, que trocou a renúncia à presidência do Senado pela absolvição em processos por quebra de decoro, ou Gim Argello, investigado pela Polícia Federal e obrigado recentemente a renunciar à relatoria do Orçamento da União por suspeita de desvios na distribuição de emendas, estão fazendo no Conselho de Ética.
A pergunta correta é o que esses e outros estão fazendo no Senado e o que o Senado faz consigo ao, entre outras façanhas, reconduzir à presidência da Casa José Sarney e seu manancial de escândalos, cuja mais recente leva data de dois anos atrás.MAIS

Mensalão? que Mensalão? Delúbio voltará ao PT

Leia no
Correio Braziliense - 29/04/2011
 

A farra dos cargos de confianç

O Globo

O grande crescimento do contingente do funcionalismo público é uma das marcas dos dois mandatos de Lula. Em servidores concursados, houve 115 mil admissões, elevando o quadro total para a faixa do milhão de pessoas. Uma das justificativas foi a substituição de empregados terceirizados.

Mas, a julgar pela evolução de despesas com este tipo de prestação de serviços, aconteceu o oposto: por exemplo, apenas com terceirizados contratados para o trabalho de copa e cozinha, nestes oito anos, o gasto subiu 245% acima da inflação.

As cifras em valores absolutos não são grandes dentro de um Orçamento contabilizado às centenas de bilhões, mas o percentual é sugestivo e coerente com uma política de rápida e desbragada expansão de gastos com pessoal.
O inchaço foi em todas as máquinas burocráticas dos três poderes. Enquanto em 2002 a folha de salários dos servidores foi de R$ 75 bilhões, no ano passado atingiu a R$ 184 bilhões, mais de 80% de crescimento real.
Outra justificativa: ampliação e melhoria dos serviços públicos. Não se tem notícia nem de uma, nem de outra. A oferta de serviços continua deficiente, assim como a qualidade.

Há informações de ampliação de quadros em áreas de fato vitais, como a Educação — escolas técnicas e universidades federais — e Saúde.
Mas, principalmente neste último setor, o governo continua deficiente, enquanto volta e meia há quem insista com a volta da CPMF, como se o problema pudesse ser resolvido pela injeção de mais dinheiro do contribuinte numa estrutura mal gerenciada, regida por normas esclerosadas e inspiradas no corporativismo.

Outra válvula da gastança com pessoal são os chamados “cargos de confiança”, preenchidos, em geral, por apadrinhamentos, vínculos pessoais e/ou ideológicos e políticos. Eram 18 mil em 2002, aproximavam-se dos 22 mil no final da Era Lula.

A estatística fornece a medida do aparelhamento, em alguns casos, e da conversão de áreas do governo em cabides de emprego a serviço do clientelismo, em outros.

Reportagem do GLOBO de domingo traz dados do Portal da Transparência esclarecedores sobre o efeito do aparelhamento e do empreguismo clientelista na montagem de equipes de ministérios.
Da equipe da Pasta do Desenvolvimento Agrário, convertida em capitania hereditária de “movimentos sociais”, 63% são de servidores comissionados, nomeados sem concurso, numa canetada, ou 330 pessoas com remuneração quase sempre superior à dos funcionários de carreira.
No Ministério da Pesca, outro bunker companheiro, os cargos ditos de confiança são quase 60% do quadro total de 602 pessoas.
Em Minas e Energia, sob influência de José Sarney, os postos comissionados são 68% do total de cargos da Pasta.
Esta é outra faceta da má administração de pessoal e despesas nestes últimos oito anos. Não houve preocupação com a qualidade do atendimento às demandas da sociedade, em todos os campos, e bilhões serviram para consolidar alianças político-eleitorais com corporações sindicais do funcionalismo, além de partidarizar ministérios e órgãos subordinados

domingo, abril 24, 2011

http://folha.playme.com.br/PlaymeFolhaWidget2.aspx?idCanal=652314789522mpbhttp://folha.playme.com.br/PlaymeFolhaWidget2.aspx?idCanal=652314789522mpb

sábado, abril 23, 2011

CBN - A rádio que toca notícia - Carlos Alberto Sardenberg

Energia no País custa o dobro da média mundial

Imposto sobre a eletricidade é de mais de 50% e custo da tarifa dobrou em nove anos, deixando o Brasil menos competitivo

22 de abril de 2011 | 22h 30


Karla Mendes, da Agência Estado

BRASÍLIA - O Brasil tem geração abundante de energia. O problema, na avaliação de Eduardo Spalding, coordenador da Comissão de Energia da Associação Brasileira do Alumínio (Abal), é a carga tributária do setor, que ultrapassa 50%.
Como consequência, o custo da energia no Brasil é o dobro da média mundial: cerca de US$ 60 o megawatt/hora (MWh), contra US$ 30, segundo a Commodities Research Union (CRU), consultoria internacional que acompanha preços de matérias-primas para diversos setores como mineração, siderurgia e energia elétrica. "Isso nos coloca em uma situação insustentável", diz. "O custo da energia, descontada a inflação, dobrou em nove anos no Brasil." MAIS

Energia cara tira indústrias do Brasil

Multinacionais reclamam também dos tributos e da concorrência chinesa e preferem investir em outros países, como o Uruguai

22 de abril de 2011 | 22h 30


Karla Mendes, da Agência Estado

BRASÍLIA - O alto custo da energia elétrica, a invasão de produtos chineses e os incentivos tributários concedidos por outros países estão deixando o Brasil em segundo plano na rota de investimentos de empresas multinacionais.
Estudo feito pelo Estado, com fontes do mercado, mostra que fábricas de setores eletrointensivos - em que o custo da energia é um dos principais componentes no preço final do produto, como alumínio, siderurgia, petroquímico e papel e celulose - estão fechando unidades no País ou migrando para outros locais por causa da perda de competitividade no mercado brasileiro.
Nesse contexto, enquadram-se pelo menos sete companhias. A Rio Tinto Alcan está em negociações "avançadas" para instalar a maior fábrica de alumínio do mundo no Paraguai, com investimentos entre US$ 3,5 bilhões e US$ 4 bilhões para produzir 674 mil toneladas de alumínio por ano. A Braskem vai inaugurar unidade de soda cáustica no México e faz prospecção em outros países, como Peru e Estados Unidos.
A Stora Enso, que abrirá em breve fábrica de celulose no Uruguai, admite que, apesar de a produtividade brasileira ser o dobro, essa vantagem é "desperdiçada" pela incidência de impostos. No caso da produção de papel, o preço do produto fabricado no Paraná é mais alto que os similares feitos no exterior.
A siderúrgica Gerdau Usiba, na região metropolitana de Salvador (BA), esteve paralisada por causa do alto custo da energia. A Valesul Alumínio, em Santa Cruz (RJ), também ficou fechada pelo mesmo motivo.
Nesse setor, aliás, a situação é crítica. A Novelis fechou fábrica em Aratu (BA) e, segundo fontes, pode migrar para o Paraguai. A Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), do Grupo Votorantim, está prestes a abrir filial em Trinidad e Tobago.

Importação. Nesse segmento, a avalanche de produtos chineses é outra ameaça. A importação de alumínio chinês, que até 2009 ficou num patamar de 17 mil toneladas, saltou para 77 mil toneladas em 2010, que é o nível mínimo projetado para 2011, de acordo com Eduardo Spalding, coordenador da Comissão de Energia da Associação Brasileira do Alumínio (Abal). "A China, daqui a dez anos, vai ter produção de alumínio igual à do resto do mundo todo somado", adverte.
Outro agravante, segundo ele, é a importação de produtos acabados, sem possibilidade de agregar valor à mercadoria no País. Nesse ritmo, avalia Spalding, o Brasil passará da condição de exportador para importador de alumínio em 2012.
"No Brasil, se nada for feito, o risco é de o setor sumir. Temos vários exemplos de países em que a indústria do alumínio fechou em dois anos. Há mais de 25 anos, nenhuma nova fábrica se instala no Brasil. O que tivemos foi expansão das já existentes e, mesmo assim, parou tudo", diz Spalding.

sexta-feira, abril 22, 2011

Kibe Loco - Dilma x Guido

Índio é gente

Hoje é o Dia do Índio. Merecido. A data ajuda a valorizar as origens da sociedade, provoca reflexão sobre o presente. Difícil é descobrir o que guarda o futuro para os remanescentes indígenas. Haverá espaço para eles na sociedade pós-moderna?

Talvez 5 milhões de nativos, ninguém sabe ao certo quantos, viviam no Brasil na época do descobrimento. Distintamente da colonização espanhola na América Central, os portugueses aqui não atuaram para dizimá-los. Longe do confronto, os índios mantiveram espírito colaborativo com os colonizadores.

Eram rudimentares e dispersos os índios brasileiros. Viviam como na Idade da Pedra. Ignoravam a faca e o anzol, nunca haviam visto uma galinha ou um cavalo, comiam mandioca, desconheciam a banana. Não ergueram castelos nem usavam joias. Esse "atraso" histórico os levou ao encantamento com as bugigangas tecnológicas trazidas pelos portugueses.

Sabe-se que as doenças europeias - gripe, sífilis, rubéola - causaram elevada mortandade nos povos originais das Américas. A perda de territórios e a miscigenação também foram causas de decréscimo populacional. Resultado: hoje se contam 460 mil índios nas aldeias, distribuídos entre 225 tribos. As línguas originais, estimadas em 1.300, reduziram-se a 180 dialetos.

Somam 107 milhões de hectares as reservas indígenas brasileiras, distribuídas em 611 territórios, dos quais 98% pertencem à Amazônia. Não é pouco. Tais espaços, protegidos pela Fundação Nacional do Índio (Funai), ultrapassam em 48,6% a área cultivada no País, exceto pastagens. Significa que cada índio, contando crianças e mulheres, domina uma média de 228 hectares. Na agricultura, a área média dos estabelecimentos rurais, segundo o IBGE, soma 68,2 hectares.

Pode parecer muita terra para pouco índio. Mas faz sentido. Além da necessidade de preservação florestal das imensas glebas, tornado viáveis a caça e a pesca artesanal, as reservas indígenas cumprem, simultaneamente, função ambiental relevante, protegendo valiosos ecossistemas naturais. Justificam-se, assim, duplamente.

O núcleo da questão indígena não reside no tamanho da área que eles ocupam. Nem na recente, e controversa, demarcação de novos territórios, que avançam sobre terras agricultadas há décadas, particularmente em Roraima e em Mato Grosso do Sul. O dilema, mais complexo, advém do papel destinado aos remanescentes indígenas na sociedade atual. A dúvida parece ser eterna: é melhor mantê-los distantes, isolados, ou certo seria promover sua integração na sociedade? Tutela ou suicídio étnico?

A prudência indica o caminho do meio. Mas a rota é difícil. Os vetores da modernidade, alimentados pela facilidade da comunicação, atingem em cheio as aldeias indígenas, afetando seus costumes e danificando sua cultura secular. Levam, ao mesmo tempo, qualidade de vida e alcoolismo, televisão e prostituição. Como se opor ao progresso?

Jean-Jacques Rousseau, em seu famoso Discurso sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade entre os Homens (1755), provocou uma grande polêmica ao defender o "nobre selvagem". Dizia o filósofo suíço que o "estado de natureza" primitivo era moralmente superior à civilização, pois esta deformava a essência humana. Deu o que falar.

É aristotélica a discussão, que nunca perdeu sua pertinência, sobre o caráter da natureza humana. Agora, sob os imperativos da sociedade tecnológica e globalizada, a pergunta permanece: serão os povos tradicionais naturalmente bons? A pergunta nunca esboçou fácil resposta.

Recentemente estive no México visitando as ruínas das civilizações pré-hispânicas, desde a cidade sagrada de Chichén Itzá, símbolo da civilização maia, até o recém-descoberto Templo Mayor dos astecas e o mistério de Teotihuacán, com suas magníficas pirâmides do Sol e da Lua.

Curtir aquela estranha beleza histórica não suplanta o horror de descobrir que templos, pirâmides e cenotes eram, na verdade, venerados locais de sacrifícios humanos. Princesas se assassinavam barbaramente em rituais religiosos, alimentando o poder macabro daquelas sociedades antigas. Para os astecas, o equilíbrio cósmico só seria mantido se os deuses fossem alimentados com "corações palpitantes". Crueldade pura.

Nós somos levados a ser condescendentes com os povos primitivos, talvez por buscarmos um subterfúgio que esconda as mazelas da sociedade atual. Esse esconderijo mental, ultimamente, inventou que os indígenas seriam "ecológicos". Um conceito idílico, falso.

Os tupiniquins foram grandes incendiários da floresta virgem, utilizando o fogo para abrir roça - a conhecida "coivara" - e encurralar a caça. A devastação da floresta atlântica começou com a aliança entre portugueses e índios. Juntos, com machado afiado, derrubaram todas as árvores de pau-brasil que conheciam.

Questionar a santidade dos antepassados explica parte do sucesso do Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil, imperdível livro de Leandro Narloch. Ele "joga tomates" na historiografia oficial e contesta o mito do índio como homem puro, vivendo em harmonia com a natureza, ideia comum na cabeça das pessoas, das crianças principalmente.

Nas comemorações do Dia do Índio, a melhor forma de valorizá-los será tratá-los dentro da sua própria vivência, jamais os estereotipando como sublimes representantes da bondade celestial. Há índios perversos, como perversos são aqueles que não os toleram.

Apostar na diversidade étnica e cultural mistura respeito com realismo. As famílias indígenas carecem ter oportunidades, educação, vida saudável, cuidados do Estado. Nada que ver com a tutela que os trata como se incapazes fossem.

Índio é gente, ser humano, não bicho estranho.

Gente que mente

Eduardo Graeff, Folha de S. Paulo, 20/04/11

Vou andar com uma cópia do artigo que o senador Walter Pinheiro publicou aqui contra Fernando Henrique Cardoso (“O príncipe e o povo”, 17/4/2011). Vai ser útil quando me perguntarem qual é, afinal, o problema do PT.
O grande problema é a desonestidade. Não falo só da corrupção desenfreada. Pior que isso, para mim, é a desonestidade intelectual: o uso sistemático da mentira como arma política. Este é o pecado original que inspira outros pecados do PT, idiotiza seus quadros, polui sua relação com os aliados, azeda o diálogo com adversários e o indispõe com a liberdade de imprensa.
O ataque do senador petista escancara esse problema. A leitura deturpada de um artigo de FHC (“O papel da oposição”, reproduzido pela Folha.com em 13/4/2011) foi o pretexto do senador para martelar numa velha tecla: FHC não tem “sentimento de povo”!
O PT repete baboseiras como essa desde que escolheu FHC como inimigo. A escolha, como se sabe, deu-se em 1993. FHC pediu apoio ao PT para o Plano Real. Em troca, o PSDB poderia apoiar Lula para presidente em 1994, como apoiara em 1989. O PT preferiu apostar contra o real. O plano deu certo, o PSDB lançou FHC para presidente e ele derrotou Lula no primeiro turno. Imperdoável!
Um erro leva a outros. Do Fundo Social de Emergência à Lei de Responsabilidade Fiscal, o PT se opôs a tudo que representou consolidação da estabilidade e modernização da economia no governo FHC. Como se opôs a tudo que representou inovação das políticas sociais, do Fundo de Desenvolvimento do Ensino Fundamental (Fundef) à Bolsa Escola, que Lula chamou de “Bolsa Esmola”.
A inconsistência das “bravatas” ficou clara quando Lula chegou ao governo e abraçou as políticas de FHC. Isso não impediu Lula de inventar a “herança maldita”. Nem impede o PT de atacar a sua caricatura de Fernando Henrique com tanto mais fúria quanto menos evidentes ficam as diferenças de suas políticas com as do FHC real.
Walter Pinheiro levou esse expediente ao nível do grotesco. Segundo ele, no governo FHC o povo “comia uma vez a cada três dias”. Só foi comer três vezes por dia no governo Lula. Supõe-se que o povo foi votar em 1998 de barriga vazia. Na verdade, reelegeu FHC porque queria manter as conquistas do real. Nos oito anos antes de FHC, o valor real do salário mínimo, roído pela inflação, diminuiu 36%; o valor das aposentadorias do INSS maiores que o mínimo diminuiu 56%. Nos oito anos de FHC, o salário mínimo teve aumento real de 44% e as aposentadorias tiveram aumento real de 21%.
Como se o repertório de mentiras do PT não bastasse, o senador desenterrou uma lorota de Jânio Quadros. Com um toque pessoal: a “arguição” a que o senador se refere, sobre onde fica Sapopemba, nunca ocorreu, porque Jânio fugiu dos debates com FHC. A frase colou pelo jeito histriônico como Jânio pronunciou “Sa-po-pem-ba”. Se ele sabia chegar lá, esqueceu como prefeito. O PT também. As grandes obras da prefeitura petista de São Paulo foram dois túneis malfeitos ligando os bairros ricos das margens do rio Pinheiros. E as palmeiras imperiais na frente do Shopping Iguatemi.
Fino “sentimento de povo”, com efeito.
EDUARDO GRAEFF, 61, é cientista político. Foi secretário-geral da Presidência da República de Fernando Henrique Cardoso.
Blog: www.eagora.org.br .

quarta-feira, abril 20, 2011

Energia solar pode refrigerar ambiente e manter alimento fresco

DA DEUTSCHE WELLE

"Resfriado com luz solar" é o selo ecológico que poderá vir estampado nas futuras embalagens de alimentos. Pesquisadores querem tornar frutas e legumes mais duráveis através dos raios de sol, principalmente em países em desenvolvimento, onde os refrigeradores são artigo de luxo e a energia elétrica só existe em regiões de grande concentração populacional.
 
REDUÇÃO DE CUSTO

Pesquisadores do ISE (Instituto Fraunhofer para Sistemas de Energia Solar) demonstraram que a refrigeração solar funciona: no projeto Medisco, da União Europeia, eles instalaram sistemas solares para resfriar vinho em uma vinícola na Tunísia e leite em uma fábrica de laticínios no Marrocos. MAIS

Tirar poder do TCU é cercear o Legislativo

O Globo - 20/04/2011

A divulgação, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), de um balanço negativo do andamento das obras em aeroportos com vistas à Copa do Mundo, daqui a três anos, levou o governo a voltar a defender regras mais flexíveis para a licitação, aprovação e acompanhamento de projetos.

Há, de fato, margem para a redução da burocracia que emperra obras sem qualquer benefício para a sociedade. Existe até o risco de, em função do labirinto burocrático, alguém cair na tentação de cobrar alguma "taxa de urgência" para desatolar investimentos. Essa, inclusive, é uma das formas de se abastecer caixa dois nos subterrâneos da política brasileira.

Mas parte do que o governo defendeu para a questão específica dos aeroportos foi incluída na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2012, a fim de valer para todas as obras públicas. O assunto, então, cresceu de importância e por isso precisa ser debatido com o devido cuidado, pois o alvo da investida do Planalto - como ocorreu no governo Lula - é o Tribunal de Contas da União (TCU), braço do Legislativo, instrumento essencial de vigilância da lisura no gasto do dinheiro do contribuinte. Uma das armas apontadas agora contra o TCU visa a impedir que apenas um parecer técnico, mediante aprovação do Congresso, possa suspender obras. Deseja o governo que o assunto seja, antes, examinado por um dos ministros do Tribunal. Pode fazer sentido. Assim como é razoável admitir a existência de muitos gargalos a serem desobstruídos no Executivo e no Legislativo para acelerar obras prioritárias.

A preocupação está no risco para o contribuinte caso haja um "liberou geral", como parecem desejar áreas do Executivo. A incidência de malfeitorias encontradas em levantamentos da Controladoria-Geral da União (CGU) nos bilionários repasses feitos pela União às áreas de Saúde e Educação de estados e municípios aconselha cautela em qualquer iniciativa de relaxamento de controles. Aliás, controle sobre despesas é o que mais falta no poder público, apesar do inchaço de servidores.

Mesmo em estatais o quadro é desanimador e também preocupante. Como se encontram fora do alcance do TCU, sujeitas apenas a auditorias externas - de baixa credibilidade depois de vários escândalos empresariais -, essas empresas, quando de economia mista, são um mistério. O caso verificado no escândalo do mensalão, com a conivência do Banco do Brasil, não estimula otimismo: investigação da Polícia Federal identificou a transferência de dinheiro público pela diretoria de marketing do BB, por meio do fundo Visanet, para o esquema de corrupção de petistas e aliados. Também são conhecidas histórias em que a rica Petrobras distribui com generosidade verbas entre ONGs companheiras.

Para justificar a necessidade de atenção redobrada no tratamento do tema, lembremos que a visão ideológica do grupo no poder há pouco mais de oito anos é de centralização administrativa, de verticalização. Recorde-se o que aconteceu com as agências reguladoras. De instrumentos independentes foram convertidas em bunkers para abrigar apaniguados políticos. Passaram a ser, na prática, autarquias menores, dependentes de ministérios.

Sempre é possível melhorar a emperrada máquina pública. Mas manietar o TCU é enfraquecer o Legislativo.

BAIRROS DOS BOAVAS - RIBEIRÃO BRANCO (SP) - "NA ROÇA TAMBEM SE FAZ CULTURA - BAIRRO BOAVAS"



COLUNA DO SPC, NO  JORNAL A GAZETA


Peça o boné, secretário

É com tristeza e perplexidade que vemos um profissional de gabarito, como o engenheiro florestal doutor Marco André, se sujeitar a críticas humilhantes, tanto de vereadores na Câmara, como de usuários dos serviços de saúde do município, por sua gestão desastrosa frente à Secretaria de Saúde. Essa sua tolerância e descaso às críticas pedem uma explicação, pois é inconcebível que alguém que aparenta ser uma pessoa austera e sensata não se sensibilize de ser malhado por tanta gente, há meses, e ainda leve desaforo pra casa sem se envergonhar. Como se explica isso, racionalmente? Será porque o doutor Marco André precisa do emprego para sobreviver, por ter fracassado como engenheiro? Ou ele está fazendo “bico” na profissão madeireira quando devia estar na secretaria? Ou ele nunca foi bom em gestão, muito menos em serviços de saúde, que não é sua área? Ou será que ele tem ilusões políticas, sobre um virtual apoio do prefeito Cavani nas eleições do próximo ano, para sucedê-lo? Seja como for, doutor Marco André não pode declinar de sua honra e de seu bom nome, valores que não têm preço, nem mesmo a troco de um cargo de secretário, que, convenhamos, não é lá essas coisas. Contudo, o responsável de fato pela permanência no cargo do secretário relapso é o prefeito Cavani, que fecha os olhos e o nariz para não ver nem sentir o cheiro.

Minha maior obra...

O dístico de campanha do prefeito Luiz Antônio “Minha maior obra é cuidar das pessoas” estaria correto se lhe fosse acrescido: “desde que não adoeçam nem fiquem devendo para a Prefeitura. Porque se alguém da população pobre ficar doente corre o risco de morrer à míngua de atendimento médico, graças à inaptidão do Secretário de Saúde, teimosamente mantido no cargo pelo prefeito; ou se alguém ficar devendo IPTU  também corre o risco de ter seus móveis penhorados pelos funcionários da Prefeitura, como já aconteceu com diversas pessoas, entre elas uma viúva entrevistada pela imprensa e, até, um ex-vereador que o Tarzan vive querendo arrumar uma mamata na Câmara. A justificativa do Jurídico Municipal, é que o Tribunal de Contas obriga a municipalidade tomar essas medidas desagradáveis. Ora, por que então os prefeitos se queixam da Justiça quando seus municípios são ameaçados de seqüestros por não pagarem os precatórios? Deviam ser mais tolerantes também, não é mesmo?  
Isso sem falar de outros setores da administração que ficam para outra oportunidade.
            
A gestão do prefeito Cavani (PSDB?) só leva vantagem em relação a do seu antecessor, Wilmar Mattos, nas contas municipais a cargo do secretário de Finanças, Adelço Abdalla Bührer. Porque é aí que o bicho pega, pois se um descuido qualquer da contabilidade deixar passar alguma mutreta ou aplicação indevida de recursos, o prefeito corre o risco de ir conversar com o promotor, doutor Hélio Dimas, que é educadíssimo, mas não perdoa o próximo que prevarica, mesmo contrariando o pedido do Mestre, que, diga-se de passagem, já está cheio da hipocrisia dos cristãos.

Justa homenagem

Às vezes os vereadores acertam ao homenagear pessoas que vivem em Itapeva, concedendo-lhes honrarias, algumas fajutas, é bom que se diga, como aquela que leva o nome de um ex-vereador, mas a de cidadania ainda tem seu encanto. E sexta-feira passada o homenageado, merecidamente, foi o ibero-brasileiro Ezidro de La Rua Bajo. Com recinto lotado a Câmara foi palco ideal para o evento, que teve muito discurso saudando o homenageado e sua mulher, dona Ruth Campolim, felizmente, todos breves, que também receberam placas alusivas ao ato e alguns mimos dos presentes. Ezidro é uma pessoa ímpar, esbanja simpatia, está sempre bem-humorado, é querido por todos, a homenagem foi mais que merecida. Parabéns Ezidro e Ruth.

Parabéns pelas músicas de espera com cantores da MPB e aos violonistas Fernando de La Rua e Alexsandro pelas belas performances. Só o Coral Municipal destoou do clima festivo ao se apresentar com repertório inadequado, uniforme preto e um único coralista de camisa amarela, que desafinou várias vezes. Por que o regente Acir não mandou o cara trocar de roupas ou calar a boca? Foi um desrespeito ao público e aos homenageados; o bom regente não pode compactuar com o desleixo de ninguém.

segunda-feira, abril 18, 2011

FHC critica Lula e diz que petista 'mama' na elite

Tucano reagiu às declarações do petista sobre o artigo 'O papel da oposição' e o 'desafiou' para nova eleição

18 de abril de 2011 | 16h 30
 
Wladmir D'Andrade, da Agência Estado

SÃO PAULO - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou nesta segunda-feira, 18, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está sendo "malicioso" ao tentar colar a imagem da sigla tucana à das elites do País. "O Lula, que era contra a privatização, agora está em Londres falando para a Telefónica e ganhando US$ 100 mil. O filho dele é sócio de uma empresa de telefonia. Eles aderiram totalmente às transformações que nós provocamos e ainda vêm nos criticar dizendo que estamos a favor da elite contra o povo, enquanto eles estão mamando na elite. Cabe isso?", questionou FHC em entrevista ao programa "Começando o Dia", da Rádio Cultura FM.

6ª Tropeada Itararé-Sorocaba tem reunião preparativa em Tatuí

Publicado: Segunda-feira, 18 de abril de 2011 por Tamara Horn
 
O grupo conta com cerca de 100 pessoas.
AI / Prefeitura de Tatuí
Foto
Reunião definiu estratégias do evento tropeiro

A Reunião Regional Preparativa da 6ª Tropeada Itararé aconteceu no dia 12 de abril, na Secretaria de Cultura, Turismo, Esporte, Lazer e Juventude de Tatuí. O evento contou com a presença de cerca de 40 pessoas, representantes de algumas das cidades participantes da Tropeada. Os palestrantes foram Orlailson Pereira, secretário-executivo do “Caminho Paulista das Tropas”, e o secretario anfitrião do evento, Jorge Rizek.

A Tropeada conta com cerca de 100 pessoas, entre tropeiros e amazonas, que vão sair de Itararé na manhã do dia 20 de maio e vão passar por Itaberá, Itapeva, Buri, Itapetininga, Alambari, Capela do Alto, Tatuí, Boituva, Iperó, Araçoiaba da Serra, chegando a Sorocaba no dia 28 para participar, no dia 29 de maio, do Desfile da 43ª Semana do Tropeiro de Sorocaba. Em Tatuí, os cavaleiros chegam no dia 25, onde fazem pouso no Lar Donato Flores.

A primeira Tropeada foi em 1733 e pela primeira vez, depois de mais de 200 anos será feito o trajeto Buri-Itapetininga (como era no início), parando na Fazenda Araruna. A visão dos participantes é de reaquecer antigos valores e aquecer o turismo da região.
ECONOMIA ÁRABE: ABORDAGEM DAS ESMOLAS
Em vários países árabes, mais notavelmente a Arábia Saudita, os governantes procuraram domar o descontentamento popular por meio de uma combinação de dinheiro, subsídios, garantia de emprego e bens e serviços gratuitos. Essa generosidade revela a falta de compreensão fundamental dos motivos do descontentamento atual, ao supor que essas causas seriam meramente materiais.

Qualquer análise das exigências e lemas dos protestantes indica claramente que não é esse o caso. As manifestações tinham muito mais a ver com a liberdade política e econômica do que com necessidades materiais, reflexo de uma consciência aguçada de que tais necessidades são apenas sintoma e consequência da ausência de liberdade política e econômica.

A "abordagem das esmolas" predominante não é sustentável e, se prosseguida, provavelmente amplificará as mazelas econômicas atuais do mundo árabe. A solidez econômica não se cria por decreto governamental; decorre de empregos produtivos que gerem bens e serviços aos quais as pessoas deem valor. MAIS: VALOR ECONÔMICO

Senado rejeita projeto para moralizar licitações

A Comissão de Constituição e Justiça do Senado rejeitou sugestão de projeto de lei moralizador, apresentado pela OAB-DF à Comissão de Legislação Participativa, para fechar as brechas da lei de licitações (8.666/93), que possibilitam direcionamento e superfaturamento de contratos, na administração pública. O projeto foi obra de especialistas, após o escândalo de corrupção da Operação Caixa de Pandora. (Blog do Cláudio Humberto)
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Comentário: e depois dizem que a corrupção é alta por causa da cultura frouxa do povo brasileiro!

Linguagem humana tem origem na África, afirma pesquisa

REINALDO JOSÉ LOPES
GIULIANA MIRANDA

FOLHA DE SÃO PAULO

O continente africano, além de berço da espécie humana, também teria sido o local em que um idioma de verdade, com gramática e vocabulário complexos, foi falado pela primeira vez na história.
A ideia está sendo defendida em um novo estudo, que analisou mais de 500 línguas de todas as partes do mundo em busca do caminho que a "invenção" da linguagem teria seguido planeta afora.
Segundo o trabalho, publicado nesta semana na revista americana "Science", a variedade de fonemas --a menor unidade sonora, que permite a diferenciação entre as palavras-- altera-se conforme a localização geográfica.
A maior quantidade de fonemas se concentra no seria o "marco zero" das línguas, o centro-sul da África.
Conforme os idiomas vão se afastando dessa aparente fonte comum, eles vão ficando empobrecidos em fonemas --com menos tipos de vogais, consoantes e tons (variantes "musicais" das sílabas, comuns em línguas como o chinês, por exemplo).MAIS

domingo, abril 17, 2011

Classe média, povão e lorota

Domingo, 17 de Abril de 2011, 00h00
Gaudêncio Torquato, no Estadão
Com sua acurada visão, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso quis indicar um rumo aos correligionários, mas acabou produzindo um charabiá, ou seja, uma baita confusão na esfera política. Em polêmico artigo para uma revista, propôs que as oposições invistam na nova classe média, arrematando com a tese de que, "se o PSDB e seus aliados persistirem em disputar com o PT influência sobre os movimentos sociais ou o povão, isto é, sobre as massas carentes e pouco informadas, falarão sozinhos". Nem bem teve tempo para detalhar o pensamento, o sociólogo passou a ser bombardeado. Afinal de contas, que partido se pode dar ao luxo de desprezar "o povão"? A indagação resume o ponto de vista de parceiros como o senador Aécio Neves, que desponta como a maior liderança tucana, para quem o PSDB deve se aproximar de "várias camadas sociais". Como sói ocorrer por estas bandas, a algaravia tomou corpo pelo costume de derrubar argumentos sem avaliar os escopos que traduzem. Ora, para julgar o dito do ilustrado tucano pelo menos dois conceitos precisariam ser postos à mesa de discussão: partido e classe média.

Partido é parcela, parte, pedaço. Sob esse significado, o ente partidário representa fatia da sociedade. É impraticável que seja escoadouro de demandas de todas as classes e grupamentos. Quando, em seus programas, as siglas vocalizam um discurso em defesa da sociedade como um todo, estão apenas cumprindo o ritual de enaltecimento do ideário da liberdade, da igualdade e dos direitos dos cidadãos. São porta-vozes de preceitos e valores das Cartas Magnas das nações. Já para efeito de conquista do poder, sua meta finalista, o partido deve selecionar focos entre classes sociais, grupamentos ou comunidades, para os quais e com os quais estabelece programas, projetos, ações e relações. Se esse ordenamento não é seguido à risca, como se sabe, o motivo é a crise crônica que assola a democracia representativa em todo o planeta, cujos reflexos se projetam sobre a fragilidade partidária, a pasteurização das doutrinas, a desmotivação das bases e a descrença geral nos políticos. A se considerar tal configuração, a tese de Fernando Henrique faz sentido.

A morfologia partidária clássica também reforça seu ponto de vista. Maurice Duverger, em 1951, formulou duas modalidades: partidos de quadros e partidos de massas. Os primeiros não visariam a agrupar contingentes numerosos, e, sim, grupos de notáveis, representantes das elites sociais. Os segundos teriam como foco as massas, o que demandaria mobilizações voltadas para um recrutamento maciço. A classificação não resistiu às avalanches que se abatem sobre a política e, na corrente do desvanecimento ideológico, multiplicaram-se as organizações que tendem a substituir o prisma doutrinário pela estratégia de capturar diversos eleitorados a qualquer custo. Surgiram, então, os entes que o cientista social Otto Kirchheimer chamou de "catch-all parties" ("agarra tudo o que puderes"). Em termos de Brasil, não há dúvida que esse modelo parece o que melhor se ajusta à estrutura partidária. Apesar disso, o PSDB dos tucanos exibe certa semelhança com os partidos de quadros. Não por acaso, é conhecido como agremiação de "muito cacique e pouco índio". Novamente ganha força a tese de Fernando Henrique, eis que é mais prático dialogar com determinado segmento do que motivar as massas assentadas na base da pirâmide social.

Ademais, é sabido que, nos últimos anos, a teia social - iniciada no ciclo FHC e intensamente reforçada no ciclo do lulopetismo pelos programas de distribuição de renda e acesso ao crédito e ao consumo - consolidou os vínculos entre "o povão" e o sistema governista e, consequentemente, com seus partidos aliados. Fortes barreiras afastam as oposições das margens carentes. E assim a abordagem do ex-presidente se vai firmando. Neste ponto, convém levantar o véu da classe média. Depois da vitamina distributivista do governo Lula, cerca de 30 milhões de brasileiros ingressaram na classe C, reduto considerado como a nova classe média. Seria esta nova classe a biruta para indicar aos partidos o caminho do vento? Analisemos a questão sob a planilha do professor Waldir Quadros, do Instituto de Economia da Unicamp, que estuda a dinâmica dos três degraus das classes médias. Ao transformarem a pirâmide social num losango, passaram a ser a maior classe social do País. O especialista aponta três conjuntos que a integram: a alta classe média (7,7% da população), a média (13,2%) e a baixa (38,8%). Além destas, temos na base a massa trabalhadora (30,7%) e os miseráveis (9,7%). Nesse modelo de estratificação, o primeiro grupo corresponde à classe A de outras metodologias. Pois bem, só esse grupo teria pleno acesso a um padrão de vida considerado satisfatório. Os conjuntos médio e baixo das classes médias - somando 52% da população - defrontam-se com grandes carências nas áreas de saúde, educação, saneamento, habitação, transporte coletivo, segurança, etc.

Esses são os aglomerados que clamam pela atenção dos partidos. Aspiram a conquistar as boas coisas que o núcleo mais elevado da classe já possui: planos de saúde mais abrangentes, acesso à educação de qualidade, moradias satisfatórias, transporte particular, academias de ginástica, alimentação saudável, cursos de idiomas, viagens, cultura, lazer, etc. Há, ainda, um fator que confere às classes médias - principalmente ao nível mais elevado - extraordinária significação: a capacidade de irradiar influência. Daí provém a imagem de pedra jogada no meio do lago. As marolas que produzem - demandas, clamor, expectativas, pressão - chegam até às margens. Essa condição sui generis não pode passar ao largo do sentimento de partidos e políticos, e certamente nisso pensou o ex-presidente Fernando Henrique. Que não iria gastar seu sociologuês à toa. Assim, a intenção dos políticos de capturar o "povão" só tem uma explicação: demagogia. Ou mesmo lorota.



JORNALISTA, É PROFESSOR TITULAR DA USP E CONSULTOR POLÍTICO E DE COMUNICAÇÃO TWITTER: @GAUDTORQUATO

sábado, abril 16, 2011

Índice cai mais e SP deixa de ter epidemia de homicídios

Estado registra menos de 10 assassinatos por 100 mil habitantes
Homicídios dolosos por 100 mil habitantes, que chegaram a 35,3 em 1999, estão em 9,9; latrocínio aumentam
ROGÉRIO PAGNAN
EVANDRO SPINELLI
EDUARDO GERAQUE

FOLHA DE SÃO PAULO

Depois de uma série histórica de 15 anos, São Paulo não tem mais uma epidemia de homicídios dolosos. Segundo dados divulgados ontem pelo governo, nos últimos 12 meses o Estado teve 9,9 assassinatos para cada grupo de 100 mil habitantes.
Com isso, atingiu o considerado tolerável pela OMS (Organização Mundial de Saúde). Para o órgão, o índice acima de 10 assassinatos por 100 mil habitantes é considerado fora de controle.
É a primeira vez que isso ocorre desde 1996, quando os números passaram a ser divulgados pelo Estado. Em 1999, o índice chegou 35,3.

--Sempre foi um sonho nosso atingirmos a meta da OMS. O Brasil tem índice de 25,4, disse o governador Geraldo Alckmin (PSDB). "É um exemplo para o Brasil (...) de que é possível, sim, reduzir os índices de criminalidade."

A redução dos homicídios no Estado foi puxada, em parte, pela queda dos assassinatos na capital, que foi de 41% no primeiro trimestre, em relação ao mesmo período de 2010. Incluindo as outras cidades, diminuição é de 19%.
Mesmo assim, foram 4.088 casos de homicídios nos últimos 12 meses, 11 por dia.
Se a queda da violência na capital fosse a mesma do resto do Estado -8,96%-, São Paulo continuaria na zona epidêmica de homicídios.

OUTROS ÍNDICES
Assassinato é o principal indicador de violência, mas não é o único. Outros índices tiveram crescimento, como roubo de veículos, que teve alta de 8,5%, furto de veículos (7,7%) e latrocínio, o roubo seguido de morte (2,7%).
Ontem também foi a primeira vez que foram divulgados os dados da violência mês a mês e por delegacia.
Números mostram que a região mais violenta da capital é formada pelos DPs Parque Santo Antônio, Campo Limpo e Capão Redondo (zona sul). Dos 220 assassinatos no primeiro trimestre, 31 deles foram nesse triângulo.
O governo decidiu abrir os dados por DPs, que antes eram considerados sigilosos, após a revelação pela Folha, em 1º de março, de que um integrante da cúpula da Segurança vendia estudos com essas informações. Esses dados não são proporcionais à população. O governo não informa quantos moradores existem em cada um dos DPS -por isso não é possível fazer ranking proporcional.
O comandante da PM, Álvaro Camilo, e chefe da Polícia Civil, Marcos Carneiro Lima, dizem que a divulgação ajudará a população a cobrar por melhores serviços.
BOA NOTÍCIA

BIOINSETICIDA PARA MATAR LARVAS DE MOSQUITO QUE PODE SER COLOCADO EM CAIXA D'ÁGUA

Geoparque Itanguá engloba quatro municípios, a partir de Itapeva, numa extensão de 80 quilômetros, abrangendo ainda Nova Campina, Itararé e Bom Sucesso de Itararé - uma região de cânions, cachoeiras, rio subterrâneo e cavernas com inscrições rupestres

Cidade dos Gigantes

Agência Estado

Uma região de cânions, cachoeiras, rio subterrâneo e cavernas com inscrições rupestres pode ser transformada no maior geoparque do Estado de São Paulo. A proposta foi elaborada por prefeitos da região sudoeste paulista, onde fica o Cânion do Itanguá, com formações semelhantes ao do Parque Estadual de Vila Velha, no Paraná. A área do que pode ser o futuro Geoparque Itanguá engloba quatro municípios, a partir de Itapeva, numa extensão de 80 quilômetros, abrangendo ainda Nova Campina, Itararé e Bom Sucesso de Itararé.

De acordo com o prefeito de Itapeva, Luiz Cavani (PSDB), a proposta aprovada pelos 32 prefeitos que integram o Consórcio de Desenvolvimento das Regiões Sul e Sudoeste (Condersul) será apresentada ao secretário de Turismo do Estado, Márcio França. "O primeiro passo será criar um grupo de trabalho para definir o projeto."
Foi proposto o formato de geoparque porque é o modelo que mais se aproxima das características da região, segundo o secretário de Cultura e Turismo de Itapeva, Davidson Kaseker. "A diversidade geológica do Escarpamento Estrutural de Furnas, que forma o Cânion de Itanguá, é estudada no meio acadêmico, bem como os demais atrativos naturais como cachoeiras, rios, cavernas e sítios arqueológicos."
As formações da ‘Cidade dos Gigantes'', como é conhecido o cânion, são semelhantes às encontradas no Parque Estadual de Vila Velha, no Paraná, um dos principais geoparques brasileiros. O vento, a chuva e outros processos erosivos ao longo de milhões de anos esculpiram figuras nas rochas de arenito. Em dois abrigos sob a rocha foram descobertas pinturas e gravuras de povos primitivos que habitaram a região.
As inscrições rupestres, achadas em 1878 pelo pesquisador Orville Derby, ainda não foram devidamente estudadas. O Rio Itararé, na divisa de São Paulo com o Paraná, cai num sumidouro e tem um longo trecho subterrâneo. No local conhecido como Barreira, as águas correm por uma fenda profunda.
Um processo para o tombamento da região como monumento geológico foi iniciado em 1980 por Ruy Ohtake, então presidente do Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Arqueológico Artístico e Turístico do Estado). Com vários pareceres favoráveis, o processo foi arquivado em 1986 por falta de recursos e só foi retomado no ano passado. Em fevereiro de 2010, o conselheiro Dalmo Rosalém visitou o local e opinou pela criação de um parque turístico "de maior abrangência que o de Vila Velha, no Paraná, dada a pujança e magnitude dos monumentos, associadas à beleza cênica do conjunto, requerendo medidas imediatas e urgentes para preservação e exploração turística".
O Estado de São Paulo possui dois geoparques: o da Rocha Moutonée, em Salto, e o Parque do Varvito, em Itu.
COLUNA DO SPC NO JORNAL A GAZETA

Oposição sem herdeiros

A mãe-solteira Oposição Itapevense da Orfandade está grávida e, segundo se comenta, o embrião é do sexo masculino, ninguém ainda conhece o pai, mas a torcida é que não se pareça com nenhum prefeito ou ex-prefeito, daqui ou da região, senão, tem gente disposta a afogar a criança na água do banho. A mãe faz segredo da paternidade porque teme que surja lá pelos lados do Paço Municipal algum Herodes infanticida, disposto a matar o infante ainda no berço. Primeiro, ela quer que a criança cresça e apareça, aí não tem porque nem como ocultar o parentesco. Esse cuidado todo é porque seus outros filhos, que nasceram fortes e sadios, morreram de inanição sem sequer participar dos folguedos próprios da idade. Aos tios e padrinhos resta torcer.
Longe da maternidade estão os tucanos com seus bicões coloridos, comendo frutinhas e outras coisas, tranquilos, donos da situação, o presidente do partido, Tarzan dos Santos, todo garboso, afirmando que o PSDB vai ter um candidato “pra valer”. A leitura “pra valer” dele é a seguinte: se o candidato do prefeito for o Paulinho de La Rua (ninguém tem certeza, só dona Sônia) então, o Paulinho vai para o PSDB do qual foi um dos fundadores; caso seja outro, então, o Tarzan lança o Paulão Daudone, “quebra-galho” fiel na hora do aperto, ou então, o contador de piadas, Toninho Loureiro, espécie de “laranja”, para não deixar o partido do governo órfão. Entretanto, sabe-se que o prefeito Cavani, em fim de mandato, não precisa mais agradar o governador, então, ele pode antecipar sua saída do PSDB, ir para o PV, e mandar os tucanos lamber sabão; porque o seu projeto político, para deputado federal, em 2014, precisa ter o apoio do prefeito de Itapeva e dos demais da região e, nesse caso, ele tem que eleger prefeito alguém de sua total confiança. Aqui, uma pergunta cretina: o Paulinho é merecedor dessa sua total confiança? Alguém põe a mão no fogo? Doutor Luiz confia no Paulinho? Nem nos “irmãos da opa” ele confia. Portanto, barbas de molho, gente.
Nenhum dos lados tem certeza quais nomes vão disputar a Prefeitura, pois tudo pode acontecer: por exemplo, o Paulinho desconfiar que o convite para ele mudar para o PSDB é uma artimanha de seu traidor predileto, para “engessá-lo”, tirá-lo do páreo; ou o prefeito, depois de umas doses de seu escocês 12 anos, dar ouvidos aos amigos que afirmam que apoiar a candidatura do |Paulinho é loucura. Se uma dessas probabilidades ocorrer, o quadro sucessório muda radicalmente. Por isso, a sucessão municipal continua uma incógnita, ninguém sabe quem é o nascituro candidato da oposição, mas os da situação também não estão seguros quem vai representá-los nas urnas. O que existe são balões de ensaio para distrair o público, enquanto o show não começa. E nós, aqui, na falta de temas mais atuais e urgentes, vamos assoprando as brasas até...


Música, divina música

Feliz a iniciativa de mudar a escola de música para o vetusto prédio do antigo albergue noturno. Quando me casei, em 1956, fui morar defronte ao albergue, fundado pelo Centro Espírita Alan Kardec, dirigido pelo saudoso Salvador de Mello. Foi aí que conheci os caseiros, Venâncio e Virginia, ele meio iletrado, como eu, mas lera todos os livros de Kardec, e como não existia televisão, à noite eu ia discutir espiritismo com ele, pois, já nesse tempo, o espiritualismo kardecista-cristão me intrigava e desafiava.

Agora se pode dizer que Itapeva tem uma escola de música de verdade (é quase um conservatório), a demanda de alunos de diversas idades é alentador para uma cidade, como a nossa, onde a juventude não tem opções de profissionalização, a música, nesse caso, é uma alternativa interessante, que, de cambulhada, pode descobrir vocações escondidas na lamentável massificação artístico-musical.
Parabéns ao secretário Davi Panis e ao prefeito Cavani por essa iniciativa, que, somada as do Pilão D´água, certamente vai contribuir para tirar a cultura do marasmo artístico-cultural e torná-la menos sisuda. Ao responsável artístico e professor, maestro Toninho Margarido, aquele abraço, que Santa Cecília nunca o desampare.  

quinta-feira, abril 14, 2011

ô povo metido

DEU NA BBC: 

Estudo sugere que vinho caro é desperdício, pois consumidor não nota diferença

Foto: PA
Os vinhos degustados custavam até 30 libras (R$ 78)

Vinhos mais baratos podem ter o mesmo efeito em termos de paladar que garrafas mais caras, segundo um estudo britânico.
No total, 578 pessoas participaram de uma degustação às cegas durante o Festival de Ciência de Edimburgo, na Escócia, e só na metade dos casos conseguiram identificar quais eram os vinhos caros e quais eram os mais baratos.
Eles experimentaram diversas variedades de vinhos tintos e brancos com preços menores que 5 libras (R$13) e outras safras consideradas superiores vendidas a preços entre 10 e 30 libras (R$ 26 e R$ 78). Na degustação, também havia garrafas de champagne de 17 libras (R$ 44) e de 30 libras (R$ 78).
Os participantes tinham de dizer, então, quais eram os vinhos baratos e quais eram os caros. Mesmo sem saber a resposta, eles teriam 50% de chance de acertar. E foi exatamente isso o que aconteceu.
A conclusão, para os pesquisadores da Universidade de Hertfordshire, é que muita gente não consegue distinguir os vinhos pelo paladar e pode estar pagando mais caro apenas pelo rótulo.
"Estes resultados são impressionantes. As pessoas não conseguiram notar a diferença entre vinhos caros e baratos, então nesse momento de dificuldades financeiras a mensagem é clara: os vinhos baratos que testamos tinham um gosto tão bom quanto as garrafas caras", disse o psicólogo Richard Wiseman, que conduziu o estudo.

Negócio da China

Autor(es): José Serra
O Estado de S. Paulo - 14/04/2011
 

Ao analisar a economia mundial no imediato pós-guerra, o grande economista Raúl Prebisch cunhou a expressão centro-periferia. Apontava para uma divisão internacional do trabalho entre países produtores de matérias-primas e alimentos - a periferia - e países produtores e exportadores de manufaturas - o centro.

Tal divisão desfavorecia os países da periferia, pois a concorrência entre as exportações de produtos primários era maior, refletindo-se em preços mais desfavoráveis. Previa-se, também, que sua demanda cresceria abaixo da renda mundial. Por último, carentes de indústrias, esses países permaneceriam também carentes de bons empregos e dos frutos do progresso técnico.

Essa teoria simplificava muito a realidade, mas valeu como reparo ao teorema de que os ganhos do livre-comércio internacional seriam repartidos de forma equânime entre todas as nações. E deu certo substrato ideológico às políticas de desenvolvimento industrial.

Na "periferia", o Brasil foi o país que levou a industrialização mais longe, embaralhando a dicotomia prebischiana. A partir dos anos 1980, porém, em razão de fatalidades da política macroeconômica e da transição mal feita para uma economia mais aberta, ingressamos numa fase de lento crescimento que já dura 30 anos.

Na última década, ganharam corpo mudanças impressionantes na economia internacional, com a ascensão da Índia e principalmente da China, países com 37% da população mundial, baixa renda por habitante, com projetos nacionais de desenvolvimento e pouco afeitos a bravatas. Um quarto do crescimento da economia mundial nesse período se deveu à China. A demanda por commodities saltou de patamar, empinando quantidades e preços, num movimento que parece contínuo: mais indústrias e mais infraestrutura exigindo matérias-primas, mais empregos e mais gente consumindo alimentos.

O centro chinês é muito peculiar. A economia é monitorada pelo Estado. O grau de discricionariedade da política econômica é altíssimo. O regime autoritário é eficiente para seus propósitos, e fortemente repressivo quando necessário. Para os de fora fica difícil explorar suas contradições internas. É um regime encarado com complacência por seus parceiros comerciais, incluindo o Brasil.

A caminhada chinesa em direção ao centro da economia mundial chegou a ser saudada como janela de independência da economia brasileira, que passaria a ser menos atrelada às economias desenvolvidas clássicas. A troco de nada, o deslumbramento do governo Lula com a China levou-o a reconhecê-la como "economia de mercado", dando mais proteção às suas práticas desleais de comércio.

Mais independência? Ledo engano. Como disse Sérgio Amaral, a China é uma oportunidade e uma ameaça. Infelizmente, o Brasil escolheu a ameaça. A incapacidade de aproveitarmos boas condições de comércio para fortalecer a economia nacional está conduzindo o País, rapidamente, à condição de neoperiferia no concerto econômico mundial. "Neo" porque a nação está se desindustrializando, na volta à sua condição de economia primário-exportadora. A China, rumo ao centro, o Brasil, rumo à periferia. Num país continental como o nosso, isso envolve a renúncia a um futuro de suficientes e bons empregos.

As diferenças econômicas Brasil-China são marcantes. O yuan é das moedas mais desvalorizadas do mundo, o que aumenta muito a competitividade de sua economia. Nossa moeda vai exatamente no sentido contrário. Temos ainda a maior taxa real de juros do planeta e a maior carga tributária entre os países emergentes, o dobro da chinesa! A taxa de investimento da China é 2,5 vezes maior do que a brasileira: faltam poupança pública e capacidade para investir os recursos disponíveis e fazer parcerias público-privadas. Sobram tributos e falta uma taxa de câmbio decente para atrair mais investimentos privados.

As exportações chinesas estão varrendo boa parte da nossa indústria. Apenas 7% do que vendemos à China são produtos manufaturados, que representam 97% do que importamos de lá. Importações que vêm em boa medida substituir produção existente, menos competitiva por causa das políticas macroeconômicas, da fragilidade da defesa comercial e da situação calamitosa da nossa infraestrutura. Produzir no Brasil é tão caro que exportamos celulose para a China e começamos a importar o papel que ela produz. Exportamos minério de ferro, compramos aço. Cadê o famoso valor agregado?

A China também nos está deslocando de outros mercados. Dois terços das empresas exportadoras brasileiras perderam clientes para as chinesas no mercado externo, quase metade da indústria brasileira que concorre com a chinesa perdeu participação no mercado interno!

Além das vantagens apontadas, a China protege sua produção doméstica, faz escaladas tarifárias (soja), administra os investimentos estrangeiros no seu território, costuma subfaturar suas vendas ou utilizar países barriga de aluguel para reexportar seus produtos e escapar das esporádicas medidas de defesa comercial que o Brasil adota.

Outra dimensão da dependência brasileira é a rápida expansão dos investimentos diretos chineses voltados para as commodities de que a China precisa. São investimentos que obedecem à orientação do Estado chinês, que, por espantoso que possa parecer no Brasil, tem visão de longo prazo. Incorporaram até mesmo terras e riquezas naturais inexploradas, sob os olhares complacentes do extasiado governo Lula. Como os chineses são espertos, não lhes custará fazer uma concessão aqui ou ali em matéria de investimentos que envolvam maior valor agregado e alguma tecnologia nova. Mas só um pouquinho.

"Negócio da China", antigamente expressava a possibilidade de alguma pechincha, um ganho extraordinário em cima dos chineses. Hoje, ao contrário, é negócio bom para eles. Nada contra, pois pensam no futuro e sabem defender seus interesses no presente. Nessa peleja, perdemos feio.


Blog da Lucia

Fala sério!

qua, 13/04/11 por lucia | categoria Política

Mais uma vez a oposição e, sobretudo, o PSDB não entenderam o argumento de Fernando Henrique.
O ex-presidente escreveu um excelente artigo na revista Interesse Nacional, que deve sair amanhã. A Folha de São Paulo publicou. Eu e algumas pessoas que recebemos a revista fomos brindados com a íntegra do artigo por antecipação.
Fernando Henrique continua um estupendo analista. Não perdeu a mão como analista político, como sociólogo.
Ele diz coisas de uma clareza impressionante. Partido é parte. Partido não é todo. Nenhum partido democrático pode ter a pretensão de representar toda a sociedade. Só um partido totalitário.
Claro que a oposição dialoga com todos os setores da sociedade, mas um partido tem que representar uma parte da sociedade.
E o que diz Fernando Henrique? Aqueles setores beneficiados com os programas sociais do governo federal já foram capturados pelo PT.
Mas existe um enorme segmento da sociedade brasileira, inclusive esta classe média que surgiu por causa da estabilidade econômica que começou no seu governo e prosseguiu no governo Lula, também por causa de programas sociais que começaram em seu governo e vieram para o governo Lula, essa classe média que está sem representação.
Ela tem reivindicações, ela tem projetos, mas está sem voz. Segundo o ex-presidente, a oposição deveria ouvir mais esta classe média, conhecer seus desejos.
E mais: deveria ir atrás dos jovens, frequentar mais as redes sociais, aproximar-se dessa turma que está desconfiada da política, desalentada, que não acredita mais na política.
Muito bem. Os governistas reagem como lhes cabe.
O secretário de Comunicação Social do PT afirma que eles não gostam mesmo de pobre. Está no seu papel.
E o que faz a oposição? Sai a reboque do PT, se explicando: “Não, nós adoramos pobre. Fernando Henrique não explicou direito. Não era nada disso.”
Todos constrangidos e cheios de dedos.
Resumo: não entenderam nada do que disse Fernando Henrique. Por isso a oposição virou suco.
Não sabe fazer oposição. Não sabe captar um sentimento que está difuso na sociedade, tem a pretensão de representar todo mundo e acaba não representando ninguém.
E os tucanos mais uma vez deixaram Fernando Henrique falando sozinho.
Deixaram Fernando Henrique falando sozinho nesses oito anos e agora deixaram novamente.
O que o ex-presidente está dizendo? Vamos tentar organizar o pensamento da oposição para que possamos organizar a ação da oposição.
Mas não. Saem todos feito baratas tontas, achando que o que ele disse significa que ele não gosta de pobre. Tenham dó.
Fala sério!
Se continuarem assim, os tucanos vão continuar sendo derrotados até desaparecer.
Bem feito!

quarta-feira, abril 13, 2011

CIMENTO

Descoberta aponta que macedônios inventaram o cimento antes dos romanos. BBC

O GOVERNO "DESCONHECE" O TRIPÉ DA BOA GOVERNANÇA: PLANEJAMENTO, EXECUÇÃO E CONTROLE.   SEM CONTROLE/FISCALIZAÇÃO, A PORTEIRA FICA ESCANCARADA PARA OS ESPERTINHOS ROLAREM E DANÇAREM

Trecho de editorial de O Globo:

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Outro grande ralo pelo qual desaparecem bilhões existe na Educação. O buraco negro que faz desaparecer dinheiro do contribuinte está no caminho dos repasses do Fundeb para o resto da Federação. Desde 2007, quando o Fundeb (fundo da educação básica) surgiu da ampliação do Fundef (educação fundamental), R$17,1 bilhões percorreram esta rota, sem qualquer fiscalização. Entende-se por que, em 2007 e 2008, um levantamento da CGU junto a um conjunto de prefeituras constatou que 41% praticaram malfeitorias em licitações fraudadas. No Maranhão, sumiram R$2,6 milhões reservados para abonos e gratificações de professores; no Pará, não havia comprovação do destino de R$7,6 milhões; em Alagoas, recursos serviram para comprar uísque, e assim por diante.ÍNTEGRA

terça-feira, abril 12, 2011

"É visível a deterioração da credibilidade do Banco Central e do governo na condução das expectativas do mercado." CELSO MING
E DEPOIS AINDA DIZEM QUE A ELEVADA CORRUPÇÃO É POR CAUSA DA CULTURA DO POVO BRASILEIRO ...

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Na elite da burocracia, 6,7 mil não têm concurso

Governo abriga 6,7 mil servidores sem concurso na ""elite"" da burocracia
Autor(es): Daniel Bramatti
O Estado de S. Paulo - 12/04/2011
 
31% dos cargos exercidos por quem tem função de chefia ou pela elite dos assessores do Executivo federal estão ocupados por não concursados, e 64% pelos servidores de carreira; postos mais cobiçados consomem R$ 100 mi de salários a cada ano
 
 O retrato da máquina pública no início do governo Dilma Rousseff revela a existência de 6.689 funcionários não concursados nos cargos de confiança da Presidência e dos ministérios - o equivalente a quase um terço do total de postos preenchidos por nomeações. Destes, quase 500 estão nas duas faixas salariais mais altas do funcionalismo. TENHA DÓ
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