quinta-feira, maio 26, 2011

COLUNA DO SPC, NO JORNAL A GAZETA

Totalitarismo e decadência
 
            O caro leitor que me acompanha há décadas na imprensa local sabe que, raramente, escrevo sobre política nacional, porque temos problemas de sobra aqui.

Mas agora não me contive diante do escracho do Ministério da Educação em adotar como didático o livro de português “Por uma vida melhor” da “professora” Heloisa Ramos, que admite como corretos erros de concordância verbal, inclusive, eliminando o plural das frases, e não mais existindo conceitos de “certo” e “errado”, agora é “adequado” e “inadequado” para justificar a nova “gramática”, aprovada pelo ministro João Haddad (o bufão da fraude do Enem). O Mec já comprou seis milhões de exemplares dessa porcaria destinada a regiões do nordeste e tem já programado adquirir mais dez milhões e estender essa heresia educacional para todo o país. Esse livro deve ter sido encomendado pelo ex-presidente Lula, que pouco usava o plural nas suas falas e se vangloriava de ser iletrado e de sua mãe ter “nascido analfabeta”.

É a manutenção do atraso da educação destinada às camadas mais pobres da população, que nivela por baixo as diferenças sociais e mascara o abandono em que se encontram pelo governo federal. Pura enganação, como Bolsa Família. 

O governo tem uma visão ideológica da sociedade como a “mitologia do excluído”, “uma síndrome da tutela estatal. Todos aqueles considerados “excluídos” da sociedade precisam de um tratamento especial a lhes ser concedido pelo Estado, que tudo sabe e toma decisões supostamente corretas para resgatar as pessoas da exclusão”. 

Destaquei esse trecho porque coincide com o que escrevi sobre o papel do Estado em relação ao individuo em meu romance, que mandei dia desses para avaliação das editoras, escrito há oito anos. Mas me referia à ditadura militar e ao “milagre econômico” em que o governo se empenhava em mascarar a desigualdade social com medidas paliativas, enganadoras, carregadas de “boas intenções”, supostamente para beneficiar a população mais carente. Era a ideologia do “excluído” onde o Estado (governo) se faz falsamente paternal, preocupado com os pobres, a fim de extorquir-lhe o voto, tirar vantagem eleitoral, mas sem lhes dar condições objetivas de subir na vida, de educar-se, e se livrar da tutela do Estado e ser cidadão de fato. A verdade é que o governo não quer educação para o povo para não perder o eleitorado cativo.

A ideologia do politicamente correto, que se preocupa com os “excluídos”, os “diferentes”, as “minorias” etc., que abrange uma gama enorme de seres humanos, está na última moda. É a falsa “esquerda” defendendo bandeiras sociais sem conteúdo, cujos representantes mentem descaradamente para o povo, alicerçados em uma popularidade forjada pelo engodo, pelos marqueteiros, enquanto o governo negocia cargos com partidos conservadores, soltando as rédeas do poder econômico, dos bancos, a fim de manter o país politicamente submetido a uma ditadura disfarçada, onde não existe oposição e o Congresso Nacional é mantido de joelhos, à mercê do Governo. Oremos.  
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