sexta-feira, setembro 23, 2011

COLUNA DO SPC, NO JORNAL A GAZETA


Candidato - Procura-se
 
            Muita gente quer ser prefeito, mas poucos querem ser candidatos. Porque ser candidato implica em ter recursos disponíveis para gastar e não fazer falta no caso de eventual insucesso. E quem, aqui na província, tem grana para apostar no jogo arriscado de uma eleição? Além de recursos sobrando, o eventual candidato precisa gostar de política, ou então ter aspirações altruístas de se candidatar com a intenção de ajudar o município, duas coisas que não caminham juntas. Idealismo e altruísmo na política são dois valores humanos praticamente extintos. Num raciocínio cartesiano pode-se afirmar que basta ser político para ser aproveitador; política, hoje, é sinônimo de saber tirar proveito pessoal, com raríssimas exceções. Então, onde e como encontrar o candidato ideal? Está tudo perdido? Temos de conviver com prefeitos e vereadores relapsos? 

A alternativa para candidato nem rico nem idealista, é alguém malandro, e corajoso o suficiente, para se lançar candidato a prefeito, sem dinheiro e sem boas intenções, mas cheio de lábia para se endividar, fazer a campanha, depois roubar a Prefeitura para pagar as dívidas. Temos exemplos recentes desse tipo de candidato. Ou ser empresário e passar a imagem de “bem-sucedido”, com isso atrair aliados e recursos para a campanha, depois roubar do mesmo jeito, mas em patamar mais alto, sofisticado, para não doer na consciência de seus incautos eleitores.  

Mesmo levando em conta esse quadro desanimador, o negócio é insistir para encontrar um bom candidato, senão, é relaxar, gozar e deixar roubar. 

                     Mostrando serviço

Dia 13 do corrente mês, houve festa na Secretaria da Indústria e Comércio para a entrega de 24 certificados a moças e rapazes que concluíram o Curso de Costura Jeans. O evento no pavilhão anexo à Secretaria teve bom público, entre familiares dos formandos e secretários municipais, dentre os quais, Davi Panis, da Cultura, Luciano Oliveira, da Defesa Social, Selma Abdalla Cravo, da Educação, Toninho Loureiro, do Esporte, Cassiano, da Agricultura; vereador-presidente Paulo de La Rua e o chefe de todos, Luiz Antônio Cavani, que chegou super atrasado (1,10 hr.). Tinha lanchinhos e refrigerantes do bufê Bueno Decorações, todo mundo se regalou, só doutor Luiz rodeou, rodeou a mesa e não comeu nem bebeu nada. Não tinha caviar nem uísque 12 anos. 

                        Marcando território

O secretário-anfitrião, Armando Ribas Gemignani, estava no auge, desfilava seu charme pra lá e pra cá, esbanjando simpatia por entre as rodinhas de bate-papo, como um beija-flor em jardim, decerto feliz por colher, naquele momento, o doce fruto de seu trabalho. Sabe-se que, no decorrer da atual gestão, outras turmas se formaram em outras modalidades profissionais, cujo objetivo é o de preparar os jovens para o mercado de trabalho e inseri-los socialmente. Por isso, merecem os parabéns o secretário Armando pelo trabalho alvissareiro e o prefeito Cavani por dar suporte à iniciativa.

Solícitos e sorridentes, os três virtuais candidatos a prefeito, Paulinho, Luciano e Armandinho evitavam participar do mesmo grupo de bate-papo, cada um respeitava o espaço do outro. Emocionante. O secretário Rossi, o mais enrustido dos “virtuais”, não foi e perdeu a chance de mostrar seu lado político, há quem diga que ele está no páreo. 

Houve quem achasse o Paulinho abatido, semblante caído, sem assunto. O que se passa na cabeça do espanholzinho? Será que o Tarzanzinho já aprontou alguma para o seu mui amigo? Ou será algum problema com assessor? Ou porque o prefeito mal apertou a sua mão? Bobagem, prefeitos são assim mesmo, eles se acham... O Luciano também não aproveitou, só jogou conversa fora. Já o Armandinho, deixou sua dileta esposa, ex-primeira dama, dona Iná, a mais simpática magra da cidade, sentadinha no meio dos formandos, enquanto ele desfilava pelo recinto, cabelos e bigode prateados, cinturinha, mangas arregaçadas, andar cadenciado, só faltou distribuir santinhos e dar beijinhos. Claro, marcava território. Notou-se, também, que os melhores olhares do prefeito foram para ele, sei não, acho está pintando um novo candidato entre os secretários. Nesse o prefeito pode confiar, nunca deu chabu. E é um amigão antigo. 

Mas enquanto o ano eleitoral não chega, muita água ainda vai rolar sob a ponte.
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