sexta-feira, janeiro 27, 2012

COLUNA DO SPC NO JORNAL A GAZETA

Época de “balões”
            Com o início do ano em que se realizarão eleições municipais em todo o país, fica cada vez mais difícil aos analistas separar acordos políticos efetivos, entre lideranças partidárias, dos muitos boatos que surgem como “balões” de sondagem. Aqui na província, os grandes partidos que querem entrar na briga pela cadeira de prefeito municipal, mas sem ter candidatos viáveis e sem condições financeiras para garantir uma campanha à altura, face ao alto custo, se veem na contingência de aliar-se ao prefeito, ou torcer para que um de seus filiados, bom de bolso, aceite a “missão”. Candidato sem grana, cheio de vontade, tem um punhado. Acontece, às vezes, de o candidato escolhido pelo partido não dispor de recursos para investir em sua campanha, então, ele precisa correr atrás do adjutório de um empresário capitalista para bancá-lo. O que preocupa nesse tipo de “ajuda” é que se o candidato se eleger o empresário vai querer receber o que “emprestou” com juros e correção, dado o alto risco a que expôs o seu capital. Exceção a essa regra são os candidatos petistas, que contam com ajuda de um misterioso caixa de campanha, conhecido por “Majoritário”, onde nunca falta grana para os candidatos com chances reais de êxito. Que o diga o prefeito Cavani, quando foi candidato do PT, em 2004. Após eleito, ele chutou fora o PT e os petistas. Ingrato.


                               Provocações

            O ex-grupão do Juninho da Bauma, tão festejado o ano passado, composto de vários partidos, acabou virando “grupinho do PMDB”, cujo aporte financeiro para a campanha ainda depende da boa vontade do empresário José Reinaldo Pontes Jr., ligado à construção civil e à mineração, setores dos mais rentáveis e auspiciosos.
            O presidente do partido, Jeferson Modesto (Jé), declarou à imprensa que o PMDB fechou questão por candidatura própria à Prefeitura, mencionando quatro nomes viáveis (?). Analisando esses nomes, pelo lado financeiro, vemos que o primeiro deles, Roberto Comeron, todo mundo sabe, é assalariado, não tem nem um tostão sobrando e depende de alguém para bancar sua campanha; Júnior Guari, segundo consta, só tem grana pra bancar campanhas de vereador, ainda assim, com ajuda de familiares; Ralf Gemignani, farmacêutico rico, simpático, bom de papo, podia até ser candidato (podia), porém, é mais pão-duro que doutor Neto, doutor Luiz e Gumercindo juntos, dizem que não paga nem cafezinho. Tem mais, Ralf só sai candidato, segredam seus amigos, se lhe for assegurado que não terá concorrentes, que não vai gastar além de cinco mil reais e que não vai fazer campanha corpo a corpo, é mole? E, finalmente, o tão falado Juninho da Bauma; se alguém perguntar-lhe a qualquer hora do dia ou da noite se ele vai ser candidato, ele responde na lata: não, jamais. As más línguas, porém, dizem que ele nega para evitar que seu nome seja “queimado” por antecipação. Ora, o Juninho é tido como cidadão decente e honesto, se ele sabe que tem algo que possa “queimá-lo”, então, não deve ser candidato mesmo, porque durante a campanha o fogo que ele teme vai crescer como labaredas infernais. Faz parte do jogo. Convenhamos que ricaços são cheios de dengo, talvez o Juninho esteja só fazendo charme. Mas se não estiver, sai de baixo.   

            Dizer que o Jé, presidente peemedebista, está blefando é injusto, digamos que ele está estourando pipocas políticas para encher a caçarola de seu partido. Ah, bom.


                        Correndo por fora

            O empresário Diclei da Farmácia (PRB - Igreja Universal) todo mês reúne amigos em sua chácara, onde oferece uma farta mesa de salgadinhos e cerveja a fim de arrecadar alimentos para os pobres e, assim, ir formando um grupo de apoio à sua virtual candidatura a prefeito. Ele está super animado, até já distribuiu folhetos na rua.
Também o jovem médico Mazel Aidar se declara candidato a prefeito pelo partido de Paulo Maluf (PP). A sua candidatura ainda está em fase de articulação com lideranças partidárias, mas acredita-se que por ter recursos de sobra para bancar sua campanha e a de vereadores, logo ele esteja cercado de partidos e correligionários dispostos a trabalhar de mangas arregaçadas. Ainda pode virar o “grupão do Mazel”. 

Como se vê, candidatos tem de sobra, mas quantos vão de fato encarar as urnas?
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