quinta-feira, março 29, 2012
Cavani e Tarzan, enfim, juntos
A
convivência entre o prefeito Cavani e o vereador Tarzan, ambos do PSDB,
sempre foi marcada pela antipatia recíproca, antipatia que os dois
líderes políticos nunca esconderam de ninguém, uma rixa disfarçada que
durou mais de sete anos, só acabando, agora, com as malfadas prévias
eleitorais semana passada, em que foi sacramentada a chapa-pura tucana,
Paulinho/Rossi. Chapa imposta à classe política, bem ao estilo dos
velhos caciques e coronéis dos quais Cavani e Tarzan são subprodutos.
O
prefeito Cavani, até poucos dias atrás, era considerado um grande líder
político, líder que iria eleger o sucessor que mais lhe aprouvesse.
Bastava ele dizer, meu candidato é este, e pronto, o dito cujo estaria
eleito. Agora se sabe que isso mudou, o candidato que o prefeito vai
apoiar não é o dele, é do Tarzan, e que, agora, ele é um alcaide em fim
de mandato, que teve de engolir, a seco, a candidatura do tucano Paulo
de La Rua, enfiada goela abaixo pelo baixinho mais sagaz de Pedra Chata:
Paulo Roberto Tarzan dos Santos, o amado de dona Beth.
A
surpresa dessa decisão política só não foi maior que a decepção dos
aliados do prefeito, PMDB, PV e outros, que esperavam serem convidados a
participar da formação do bloco situacionista, para as próximas
eleições; no mínimo indicar o vice da chapa. Comenta-se que a chapa-pura
aconteceu quando o prefeito, vendo que ia perder os anéis e os dedos,
pediu (em off) para o presidente do partido, vereador Tarzan, incluir,
por favor, o seu candidato na chapa, Antônio Rossi Jr. E o Tarzan
concordou.
Maior
decepção foi das lideranças do PV, que se sentiram ultrajadas em suas
projeções eleitorais ao ficar chupando o dedo, mesmo sabendo que a dupla
vai ter o apoio do deputado Ulysses, que deve obrigações de campanha ao
Paulinho. Para o PMDB de Itapeva, se for fisiológico como o de
Brasília, qualquer acordo serve, desde que tenha cargos na Prefeitura.
Entretanto, o presidente do partido, Jeferson Modesto, diz, para quem
quiser ouvir, que o PMDB vai ter candidato próprio a prefeito. Quem?
Esperar pra ver. Muitos acham que é um blefe para valorizar o passe.
Será?
Se
vingar a chapa Paulinho-Rossi (o que muita gente duvida), vai facilitar
para a oposição se aglutinar em torno de nomes novos, isso é bom porque
Itapeva precisa se renovar politicamente, chega de filhotes de
caciques.
Muita
gente veio me perguntar por que o Tarzan se empenhou tanto para
emplacar o nome do Paulinho como candidato a prefeito? Ele que traiu o
“amigo” tantas vezes, de repente, mudou, e não se intimidou em desafiar o
prefeito Cavani, tido até semana passada como o mais “poderoso”
político da província. Para saber o porquê dessa virada, saí a campo
pesquisar e fiquei sabendo o seguinte: o Tarzanzinho tem um sonho
antigo, um projeto pessoal, que ele só vai conseguir realizar se puder
contar com um prefeito que esteja em débito com ele. O seu sonho é ser
Secretário da Educação, ele quer comandar o professorado, administrar
aquela dinheirama que chega todo mês a mancheias, admitir funcionários,
aliás, calcula-se que mais de um terço dos funcionários da Educação foi
indicado pelo Tarzan, talvez mais. Portanto, é uma pasta que ele domina
bem, desde os tempos da secretária Mady (lembram-se?) e do prefeito
Wilmar, apesar do acidente de percurso quando o Paulinho criou a CEI do
Fundef e “melou” tudo. Mas CEI é coisa do passado, o Paulinho também já
não é mais aquele Paulinho ético, durão, intransigente, agora ele faz
acordos, “chega no milho”, pois sabe que só com o apoio da “máquina” ele
consegue viabilizar sua candidatura, porquanto, não dispõe de um mísero
real para sua campanha. Agora, ele é homem de confiança do prefeito
Cavani, que acredita, piamente, que o Paulinho, se eleito, nunca vai
permitir que um vereador gaiato abra uma CEI da Educação a fim de
devassar a gestão anterior.
Se o doutor Luiz acredita nisso, quem somos nós para duvidar. Que bom, né?
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sábado, março 24, 2012
Crise da indústria brasileira vai muito além do câmbio
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quinta-feira, março 22, 2012
COLUNA DO SPC, NO JORNAL A GAZETA
Queda de braço: Tarzan X Cavani?
Até
a prévia do PSDB, não pretendia fazer comentários sobre a sucessão
municipal, para não colocar mais lenha na fogueira, cujas labaredas
ameaçam incendiar o circo todo. Mas não resisti, não podia deixar passar
em branco a surra política que o presidente vitalício, e principal
líder o partido, vereador Paulo Roberto Tarzan dos Santos, vem dando no
prefeito Luiz Cavani (PSDB). Por inapetência, ou incapacidade política, o
prefeito dormiu de touca, achou que era o rei da cocada preta, que ia
dar as cartas do jogo sucessório, todo mundo falando dele como eleitor
inconteste do próximo prefeito, mas enganou-se, pois não contava com a
habilidade de articulação de seu principal desafeto político, deixando o
tucaninho mais infiel do país tomar as rédeas do processo político de
Itapeva, impondo-lhe o seu candidato.
Hoje não há conversa política sem se falar do Tarzanzinho, o nosso maquiavel
de proveta, e sempre como dilema para o presunçoso prefeito, que ficou
na rabeira do processo por incúria, só restando-lhe, agora, a caneta e a
boa avaliação, como moedas de trocas políticas, mas que precisa saber
usar, senão, é furo n´água, há exemplos históricos disso. Com sua
notória inabilidade política, será que doutor Luiz saberá usá-las? Há
quem duvide. Se ele não se preocupou, durante sete anos, em preparar seu
sucessor, difícil agora, às vésperas das eleições, querer criar um
candidato biônico a seu gosto. Mais sensato, portanto, é jogar o jogo e
tentar vencer o Tarzan e seus asseclas.
Tempos
atrás acreditava-se que o prefeito dominava a situação política, ledo
engano, estava tão perdido como agora. Aliás, em matéria de simular ele é
campeão.
Há
quem diga que o alcaide tem “carta na manga”, se tiver é hora de jogar,
porque, senão, à sua revelia, Paulo de La Rua (o ungido do Tarzan) será
o candidato tucano para as próximas eleições, visto que, segundo
prognósticos mais modestos, ele ganhará a prévia com mais de 80% dos
votos. Depois das prévias, diante de uma situação de fato, fica mais
difícil os acordos para se chegar ao consenso em torno de um nome. Agora
é o momento de o prefeito intervir no processo, com sua propalada força
política, deixando claro quem é o seu candidato, doa a quem doer. Isso,
sim, é liderança. Como fez o Tarzan, apontando o Paulinho: “este é o
meu candidato”, por isso, tem que se tirar o chapéu para o filho do
saudoso Joaquim dos Santos, meu amigo, aliás, homem sensível e de
notável inteligência, cujos genes ele passou para seus descendentes.
Duvido
que alguém demova o vereador Tarzan de seu empenho em emplacar o seu
candidato à sucessão tucana. Ele tem dívidas antigas a resgatar com
Paulo de La Rua, pelas tantas vezes que “deu o chapéu” no amigo e
ex-patrão. Em meus artigos na falecida Folha do Sul, registrei
todas as traições do sagaz tucaninho, contra seu mui amigo e criador,
pois foi o espanholzinho quem lançou o Tarzan, seu melhor balconista, na
política. E nessa de “dar o chapéu” em companheiros de partido o
vereador Tarzan tem muito em comum com o prefeito Cavani, os dois são
“traíras” natos; nas eleições, os dois trabalham, na maior
tranquilidade, para candidatos de outros partidos.
Em
2000, Tarzan não apoiou a chapa do tucano Paulo de La Rua/Roberto
Comeron (PFL); o partido estava sob intervenção de Roberto Tamura (que
fechou os olhos para não ver a traição), justamente porque o Tarzan não
queria o Paulinho candidato para poder apoiar Wilmar Mattos,
atribuindo-se o fato de o Paulinho, à época, estar aliado à ex-deputada
Terezinha de Jesus. Mero pretexto. Paulinho perdeu por pequena diferença
(3%), o que leva a supor que o Tarzan ajudou a derrotar o “amigo”.
Já
nas eleições de 2004, o Tarzan deu uma banana para o PSDB e apoiou Luiz
Cavani (PT), lançando pelo partido um candidato “laranja”, Paulo
Daudone (hoje eficiente funcionário da Prefeitura) para poder compor a
chapa de vereadores. Por isso que se diz: o PSDB é igual mulher de zona,
não tem dono, gosta de apanhar e não liga de ser traído; o Tarzanzinho
sabe disso e aproveita. E doutor Luiz também. Oremos.
terça-feira, março 20, 2012
Folha de SP, Eliane Cantanhêde
É a educação, estúpido!
BRASÍLIA - Ok, o Brasil caminha para ser a quinta economia,
depois de ultrapassar a França. Mas convém conter a euforia, como
mostram duas reportagens do domingo.
Folha: "Brasil é o país que menos cresce na América do Sul". O
"pibinho" de 2,7% em 2011 não é só menor do que a média de toda a
América Latina (em torno de 4%), mas também menor do que o crescimento
do PIB na Argentina, no Chile, na Venezuela, no Peru, na Bolívia. Sem
falar em outros países emergentes, particularmente China e Índia.
Entre os motivos para esse desempenho pífio, segundo os analistas, estão
a questão pontual do combate à inflação e a questão estrutural da
defasagem de investimentos.
Aí entra a reportagem do jornal "O Globo", comparando 17 países da
região: "Brasil, um dos últimos da AL em trabalho produtivo". Ou seja, o
quociente entre bens e serviços produzidos no país e o pessoal ocupado
mostra que a produtividade do trabalhador brasileiro é muito baixa
diante, novamente, de Argentina, Chile, Venezuela e por aí afora.
O Brasil, pois, é tratado como um sucesso, mas ainda falta muito para
ser realmente um sucesso. Falta investir com energia em infraestrutura e
em produtos de valor agregado e, sobretudo, falta tratar a educação
como prioridade das prioridades.
Presidentes, governadores e prefeitos, todo político capricha na defesa
da educação -sobretudo durante as eleições-, mas a realidade é bem
diferente. E resistente.
Folha de ontem: "Gasto com servidores põe Estados em alerta". O
pagamento do funcionalismo e da burocracia cresce mais do que a
arrecadação em 16 Estados (e no DF) e quase tanto na maioria. E daí? Daí
não sobra dinheiro para investimento e nem mesmo para um piso nacional
decente para os professores.
Sem professor, não há educação. Sem educação, não há produtividade. Sem produtividade, não há crescimento. Fica só o oba-oba.
segunda-feira, março 19, 2012
Fermento do PIB
Autor(es): George Vidor |
O Globo - 19/03/2012 |
A grosso modo, para cada ponto percentual de aumento da taxa de investimento a economia brasileira pode crescer 0,4 ponto de forma sustentável (sem atiçar a inflação, por exemplo). Por esse cálculo — apresentado por Regis Bonelli, pesquisador do Ibre da Fundação Getúlio Vargas — o Brasil precisa que a taxa de investimento evolua para 24% ou 25% do Produto Interno Bruto (PIB), diante dos 19,3% de 2011.MAIS |
PT QUEBRA A INDÚSTRIA
Hiato entre produção e varejo acirra debate sobre 'culpa' do câmbio
Autor(es): Por Denise Neumann e Sergio Lamucci | De São Paulo |
Valor Econômico - 19/03/2012 |
Em 2005, 12 em cada 100 produtos consumidos no país, vinham do exterior. Na mesma época, quase 19 de cada 100 peças produzidas pela indústria brasileira foram vendidas em outros países. Desde então, os coeficientes de importação e exportação inverteram a mão. No ano passado, a importação representou 20% do consumo de bens industriais no país, enquanto a participação das exportações encolheu para 15% da produção. Nesse período, o câmbio efetivo - que pondera o real pela inflação e pela moeda dos principais parceiros comerciais do Brasil - sofreu uma valorização de cerca de 40%, movimento também influenciado pelo aumento dos preços internos superior aos externos. Isso encareceu os produtos "made in Brazil" e barateou os "made in China, Alemanha, Coreia etc". MAIS |
sexta-feira, março 16, 2012
COLUNA DO SPC, NO JORNAL A GAZETA
Bar de grã-finos
Bar
de grã-finos é aquele que se identifica não só pelo tipo de clientela
em que predominam pessoas de alto poder aquisitivo, como médicos,
políticos, empreiteiros, comerciantes, contrabandistas, dentre outros
menos cotados, mas, também, pelos preços abusivos que pratica; uma dose
de bebida, ou porção de “tira-gosto”, custa mais que o triplo dos bares
comuns. É uma forma consentida de selecionar a clientela pelo bolso. O
serviço nesses bares, geralmente, é de primeira: garçons bem-trajados,
asseados, boa música, os alimentos dentro do prazo de validade, uma
maravilha para a grã-finagem.
Em
Itapeva, porém, não é bem assim. Na área central da cidade tem uns
bares que podiam se encaixar na definição acima, preferidos pelos
grã-finos itapevenses. Mas, infelizmente, a maioria deixa muito a
desejar, digamos, que são bares para grã-finos caipiras (com todo
respeito a meus confrades caipiras), disputados por uma clientela
abastada, sem opções de lazer, que tem de se contentar com o péssimo
serviço oferecido. E ponha-se péssimo nisso! Tem bar que serve porções
de alimentos com produtos vencidos, soube de casos de grã-finos com
disenteria, intoxicação, mas essa gente não reclama, pois nunca atribui a
causa do mal ao tira-gosto vencido do bar. E não adianta ir à
Vigilância Sanitária denunciar, porque lá eles não trabalham à noite,
quer dizer, enquanto não morrer um grã-fino intoxicado ou de botulismo,
tudo bem. Sabe-se, no entanto, que, muito de vez em quando, a Vigilância
faz blitz pelos bares e lanchonetes da periferia, e chega até a
interditar alguns estabelecimentos, mas dificilmente fiscaliza os bares
de bacanas.
Tem
outra questão. Para atrair freguesia e amenizar a precariedade dos
serviços, tem bar que oferece música ao vivo, quando entram em cena o
amadorismo e o mau-gosto mais cafona. Enquanto os grã-finos (coitados)
bebem e degustam o salgadinho suspeito, eles tentam conversar, trocar
ideias, fofocar (uma delícia fofocar), tentam porque o som alto
atrapalha o bate-papo, o mais incrível é que ninguém reclama, atitude
irracional de gente considerada “instruída”. A maioria dos “cantores” e
conjuntos musicais são tecnicamente sofríveis e aumentam o volume do som
para encobrir as “deficiências”, porém, sem a devida proteção acústica
determinada pela Lei do Silêncio 2472/06, art. 4º, parágrafo 1º. Um
desrespeito à lei e à vizinhança que trabalha e precisa dormir e que a
polícia devia proteger. Por que não se coloca CDs de música cujo volume
seja compatível com o ambiente, onde se quer conversar, tomando uma
bebida? Se o som estiver alto demais e a Polícia Militar for chamada
aí... bem, já contei essa história aqui, a PM, na maioria das vezes, não
atende e se for bar de grã-finos o policial não entra, só entra em
bares da periferia. Por quê? Perguntem ao Comandante da PM.
Não
é nome de dupla sertaneja. Trata-se do tenente Aranha, comandante da
Guarda Municipal, e Luciano de Oliveira, secretário da Defesa Social e
Ação Social. Essa dupla está disposta a pôr um fim ao abuso dos bares
que desrespeitam as leis de posturas municipais, em favor do sossego
público e da segurança. Dia 2 p.p. a Guarda Municipal, atendendo
reclamação de moradores, foi ao Tub - Top Square, no centro, onde
havia som ao vivo, entrou e mandou parar. Sexta-feira passada tornou a
entrar no mesmo estabelecimento, cujas instalações estão em desacordo
com a lei municipal, pois não tem vistoria aprovada pelo Corpo de
Bombeiros (AVCB), nem proteção acústica para música ao vivo, dentre
outras exigências. Faltou a Vigilância Sanitária fazer a sua parte, mas
quem sabe com o secretário Luciano à frente das blitze o pessoal da
Vigilância vai cumprir o seu dever de ofício.
Ninguém
é contra os bares, eles são necessários, principalmente, numa cidade de
poucas opções de lazer, afinal, todo mundo precisa viver, divertir-se,
ter seu negócio, mas isso não inclui transgredir leis municipais nem ser
foco de perturbação do sossego público. Todo cidadão tem direito ao
descanso à noite, isso é um princípio consagrado em todo mundo,
inclusive em Itapeva, que tem leis nesse sentido a fim de coibir o abuso
de infratores. A clientela pode colaborar nesse sentido se afastando de
estabelecimentos transgressores e estará prestando inestimável serviço
público e à cidadania. É isso aí.
quarta-feira, março 14, 2012
NO QUE DÁ ELEIÇÃO DE "POSTE" SEM LIDERANÇA
Fernando Rodrigues, FOLHA
A presidente sem amigos
BRASÍLIA - Dilma Rousseff sempre teve uma relação conflituosa com
sua base de apoio no Congresso. O azedume e a tensão aumentaram nas
últimas semanas.
A presidente reagiu. Trocou seus líderes na Câmara e no Senado. É
improvável que a mudança resulte em menos atritos. Os defenestrados iam
mal porque não eram empoderados pela presidente. Figuras decorativas,
Dilma os adstringia a obedecer suas ordens. Diálogo? Nem pensar. Os
novos líderes tampouco têm intimidade com a titular do Planalto. Não é o
estilo presidencial.
Dilma, aliás, segue fiel a esse seu estilo. Decide quase tudo de maneira
solitária. Age de supetão, com aflição e paranoia por causa de
vazamentos para a mídia. A responsabilidade integral é sempre dela.
Trata-se de uma grande diferença em comparação aos outros dois governos
"mais normais" pós-ditadura, de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e
de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010). Era comum os presidentes
pré-Dilma compartilharem suas ações políticas com um grupo decisório
mais próximo.
No caso de Dilma, não existe tal grupo. Pelo menos, não há assessores
com poder de influência para tanger a presidente para um dos lados de
uma discussão sobre manejo político. Aliás, ai de quem tentar.
Ontem, enquanto a presidente era homenageada no Senado, um petista
lembrou-se de um encontro recente de congressistas de seu partido. Havia
cerca de dez pessoas à mesa. Uma delas perguntou: "Alguém aqui pode
dizer 'a Dilma gosta de mim'?". Fez-se o silêncio.
Essa é a síntese da administração de Dilma Rousseff na política.
Trata-se de uma presidente solitária. Não fez nem faz novos amigos. Toca
o barco de maneira monocrática. Até agora, aprovou no Congresso poucos
projetos de relevância para mudar a cara do país. A chance de ter
sucesso com a troca de líderes é incerta, para dizer o mínimo.
CABRITOS CUIDANDO DA HORTA
quinta-feira, março 08, 2012
COLUNA DO SPC, NO JORNAL A GAZETA
Copioso rega-bofe político-eleitoral
Sexta-feira,
por volta das treze horas, o salão do Space Vitoria-Régia, no Jardim
Ferrari 3, já estava lotado com a mais fina flor da política itapevense e
por cidadãos da elite local, todos com sorriso lacrado na face. O PMDB,
presidido pelo diretor deste semanário, Jeferson Modesto, aproveitou a
vinda do presidente da Fiesp, Paulo Skaf (PMDB), que viera inaugurar a
nova escola do SESI, para promover o encontro de suas lideranças e de
demais partidos com vista às próximas eleições municipais.
Logo
à entrada os convidados eram etiquetados por belas recepcionistas,
vestidas com o indefectível “pretinho-básico” um palmo acima dos joelhos
e as belas pernocas a atrair o olhar lascivo dos machões. Mesas com
toalhas e guardanapos de linho, distribuídas pelo local, apresentavam
uma sortida de quitutes finos e sucos naturais (salgadinho e tubaína é
coisa de petista) e o melhor, sem o famigerado som-alto ambiente, que,
em Itapeva, é uma espécie de “abafa-conversa”.
À
esquerda do salão, num mini-palco elevado, Monterão, desabrido,
acariciava com sua verve inconfundível o ego de cada convidado
importante que entrava, mas só o prefeito Cavani recebeu salva de
palmas, puxada por seus secretários (claro), e ele abriu sorriso de uns
15 músculos faciais, cumprimentando os convidados mais risonhos, indo em
seguida para o mini-palco, junto aos demais “notáveis”, dentre os quais
o homenageado Paulo Skaf, futuro candidato a governador.
Dos
secretários municipais só estavam presentes os cinco “prefeitáveis”, os
demais como Xixo, Toninho Bucho, Cassiano, Davi etc. foram
desconvidados. Os secretários ficaram todos juntos, em pé, próximo a
este escriba crepuscular, exceção do Armandinho que ficou afastado,
sozinho, jururu, decerto, por não querer se misturar. Ao lado dos
secretários, professor Geraldo do PT, de bonezinho, e o padre Benedito,
de batina nova, impecável, degustavam (comer é coisa de pobre)
pasteizinhos de carne; advertidos por este escriba de que era
sexta-feira de quaresma, o padre sorriu e sapecou o catecismo atual para
o abelhudo agnóstico: “a Igreja há muito liberou comer carne na
quaresma, só proibiu na Quarta-feira de Cinzas e Sexta-feira da Paixão”.
Ah, bom.
Claro,
estava presente o mais festejado candidato peemedebista da região,
Juninho da Bauma (dizem que foi ele quem pagou a conta da festa).
Juninho ainda não tem cacoetes políticos e tentava ser comunicativo.
Dentre os convidados ilustres, o presidente da Unimed, Mario Tassinari e
seu tio, deputado Ulysses (PV); o pastor presbiteriano Weslei Eller,
esposa e filho (não vi nenhum pastor pentecostal, grandes
cabos-eleitorais); delegado Reinaldo Braga; empresário tucano, Heliton
do Valle, virtual candidato a prefeito de Itararé; o médico Mazen Haidar
e esposa, futuro candidato do PP; vereadores Comeron e Júnior Guari
(felizes) Paulinho e Tarzan (desenxabidos).
Devido
a falta de um profissional do ramo, a má qualidade do som do microfone
prejudicou os oradores, mal se entendia as falas, só conseguia quem
estava próximo. Como não se entendi quase nada, deixo de comentar o que
eles disseram. Uma pena.
Em
eventos políticos sempre se improvisa o som, geralmente, músicas de
mau-gosto, altíssimas, desta vez, porém, o microfone foi o vilão;
todavia, quase no fim da festa, o encarregado do som aumentou o volume
das caixas e espantou todo mundo.
Mas
o clima descontraído no mini-palco dos maiorais da política foi
comovente, não havia adversários, nem deste nem daquele lado,
confraternizavam o que parecia uma virtual união para um único candidato
(quem?), pois estavam presentes quase todos os candidatos declarados às
próximas eleições, tanto os da situação como da “oposição”. A impressão
deixada pelo evento é que o próximo prefeito já está definido, falta
comunicar a patuléia, que, como tudo em política, é a última a saber e a
primeira a se “ferrar”. Adianta dizer que uma Administração sem
oposição é um risco muito grande? Que a população pode ficar à mercê da
vontade de um prefeito despótico, incapaz e corrupto, sem ninguém para
defendê-la, quer dizer, ela pode ser vítima da própria burrice da
unanimidade. Nesta altura do século 21, Itapeva não merece isso. Chega
de prefeitos arcaicos e demagogos, chega de Ramal da Fome. Oremos.
segunda-feira, março 05, 2012
CONSENSO OU PRÉVIAS?
Em política, “consenso” na escolha de candidatos é, quase sempre, acordo da elite política para que o poder continue na mão de poucos. É justamente através do tal “consenso” (acordo) que duas ou três famílias mantêm o poder nos grotões!
São elas que escolhem os candidatos. Ou seja, os eleitores votam, mas não escolhem!
Em política, “consenso” na escolha de candidatos é, quase sempre, acordo da elite política para que o poder continue na mão de poucos. É justamente através do tal “consenso” (acordo) que duas ou três famílias mantêm o poder nos grotões!
São elas que escolhem os candidatos. Ou seja, os eleitores votam, mas não escolhem!
Ora, democracia vai além. Democracia
é competição! Democracia é divisão!
Por exemplo, divide-se o Poder em três Poderes independentes, tal que um sirva de freio para os outros.
Outro exemplo: divide-se as forças políticas em vários partidos, para que um concorra com os outros.
Prévias já!
Prévias já!
quinta-feira, março 01, 2012
COLUNA DO SPC, NO JORNAL A GAZETA
Armandinho “jantou” o Tarzan
Segundo espectadores foi muito bom o último debate na Câmara, entre os tucanos, com vista à prévia eleitoral para saber qual será o candidato a prefeito “oficial” do PSDB. Estiveram presentes o ex-prefeito de Itaporanga, secretário Antônio Loureiro, secretário Antônio Rossi Júnior e o ex-prefeito e secretário Armando Ribas Gemignani.
Essa prévia foi uma artimanha maliciosamente engendrada pelo vereador Tarzan, presidente do PSDB, a fim de viabilizar o nome de seu candidato, Paulo de La Rua, visto que sua indicação corria risco diante de outros filiados ao partido, a maioria secretários municipais da confiança do prefeito. Todavia, Tarzan e mais 500 pessoas sabiam de antemão que o Paulinho seria vitorioso nas prévias, pois nesse quesito de arrebanhar votantes filiados ao partido, o Tarzanzinho é imbatível, é quando ele cobra os empregos e “favores” prestados aos correligionários. Um verdadeiro cacique.
Com essa jogada ardilosa, Tarzan quis colocar o prefeito Cavani numa situação de fato, numa “saia justa”, pois ele teria de “engolir” o seu candidato, vitorioso nas prévias. Mas quem conhece o ítalo-libanês, amor de dona Sônia, sabe que ele não aceita “prato pronto” nem imposição de quem quer que seja. E está certo. Foi muita ousadia do vereador Tarzan, com altos índices de rejeição política querer indicar um candidato, também com altos índices de rejeição, ao prefeito Cavani cujo governo as pesquisas revelam o auspicioso índice de 80% de aprovação!! Ele só aceitaria essa imposição autoritária do vereador se fosse tolo e de tolo o prefeito Cavani não tem nada.
Como mediador do debate, Tarzan tentou sobrepor-se aos candidatos com a sua costumeira fala de dar a entender que só ele traz benefícios para o município, que só ele consegue aprovação de todos os projetos do governo para Itapeva, sem mencionar o prefeito Cavani. Foi aí que Armandinho defendeu o trabalho do prefeito nesse sentido e colocou o baixinho mais papudo da província no seu devido lugar. Parabéns, Armando.
De irmão para irmão
Entre os preceitos maçônicos se destaca o do espírito de fraternidade, que deve prevalecer entre os “Irmãos da Ópa”. Numa eleição, por exemplo, entre “irmão” e “profano”, o bom maçom deve apoiar o “irmão”. Como se sabe, entre os tucanos tem dois postulantes maçons à candidatura de prefeito: Antônio Rossi Jr (“ativo”) e Armando Ribas Gemignani (“adormecido”) os outros cinco são “profanos”.
A valer essa equação singular (não obrigatória) fica mais fácil presumir qual será o candidato do prefeito, que exercita seu charme de alimentar o mistério sobre o nome de sua preferência. Daí, a torcida poderia se polarizar: Armandinho ou Rossinho?
Rossi, parceiro fiel, braço direito e esquerdo do prefeito (o Adelço morre de inveja) segura os “pepinos” e descasca os “abacaxis” para o chefe não ter trabalhos prosaicos a tirar-lhe o sossego em seu gabinete. Sem a competência do Rossi, o prefeito há muito teria perdido a fleuma e o sorriso perene que ostenta no seu dia a dia; Armandinho, ex-prefeito 89/92, foi vice na primeira eleição de Cavani, a sua participação na chapa foi de suma importância para a vitória do “irmão” Luiz; Armando deu densidade à campanha, fez os melhores discursos, cativando o público com sua simpatia, e mobilizou seus correligionários, que não são poucos. Desde então está no governo, como secretário, onde vem dando o melhor de si com ótimos resultados.
Mas quem conhece o prefeito sabe que ele é personalista demais para se sujeitar a questões doutrinárias de quaisquer instituições, mesmo assim, fica aqui o registro.
Enfim, doutor Luiz vive seu esplendor pessoal, envolto num clima de bajulação ostensiva, todo mundo quer o seu apoio, ou um afago que seja: vereadores, secretários, imprensa, presidentes de partidos, funcionários, jardineiros, pastores evangélicos, pais-de-santo, empresários etc. Por conta disso, doutor Luiz está se achando acima de tudo e de todos, quase um deus grego no Olimpo. Então, periga de ele também se achar acima da Maçonaria e dos “irmãos”... aí, gente, seguuuura peão...