quinta-feira, junho 21, 2012

COLUNA DO SPC NO JORNAL A GAZETA

               Quando o estômago fala mais alto
 
            Faz tempo que Itapeva vive a deus-dará, abandonada pela maioria de seus vereadores que passa o mandato todo só pensando na reeleição, sem se preocupar com os problemas para resolver no município, deixando tudo para o prefeito e secretários. Isso porque a maioria dos vereadores é medíocre, sem preparo para o cargo e, o que é pior, sem vontade de trabalhar. O que o vereador itapevense gosta mesmo é de conceder títulos honoríficos; dar nome de ruas, criar dia de evangélico (pois só os evangélicos têm pastores cabos-eleitorais), bajular o prefeito nas oito sessões mensais e, às vezes, fazer teatrinho de indignação na tribuna para agradar a plateia.
            Os presidentes de partido, aqui, não perdem muito para os vereadores na falta de vocação política e outras carências, a maioria é ostensivamente fisiológica, para quem não sabe o que é isso, fisiológico é o político que só quer levar vantagem em tudo, é semvergonha e venal, vende a alma pro Diabo por merrecas, uma tristeza. Há exceções, claro, quem não se considerar aproveitador, que não está querendo uma boquinha no serviço público, faz política por vocação e amor à terra em que nasceu, sinta-se excluído. Em Itapeva impera a política do “bundamolismo”, criei o neologismo para não dizer que a maioria de nossos políticos é bunda-mole, não enfrenta situações de risco, não faz oposição ao prefeito (qualquer prefeito), é aderente e inconsequente. Por isso o prefeito Cavani não teve dificuldades para atrair a maioria dos partidos, qualquer outro prefeito por mais medíocre conseguiria da mesma forma. Quem conhece o prefeito sabe que ele não é líder político coisa nenhuma, só faz gênero empinando o nariz, ele tem se saído bem porque na terra de cegos quem tem um olho é rei.
O resultado dessa carência de caráter e de personalidade de nossa classe política é que, praticamente, vamos ter candidato único para prefeito, oposição à míngua de apoio político corre o risco de apenas ser figurante, não participante, pois a máquina municipal está azeitada para passar por cima de quem ousar desafiar o prefeito, que já está de caneta em punho. Não há oposição pelas razões já expostas e que é lamentável neste estágio de nossa evolução político-institucional. É a síndrome lulopetista de avacalhar com a política e os políticos, haja vista o que está acontecendo na Capital, lula de braços dados com Maluf, o seu maior desafeto.
            Por isso, em Itapeva a política virou politicalha: manda quem tem poder e obedece quem é semvergonha. 

          Concurso público municipal

            No Fantástico de domingo passado assisti parte da reportagem sobre fraudes em concursos públicos municipais no nordeste do País. Talvez seja uma novidade lá nordeste, porque aqui na terra de Furquim Pedroso isso é mais velho que andar pra frente. Muitos funcionários da Prefeitura e da Câmara Municipal, locais, sabem do que estou falando e, por favor, não me peçam para dizer nomes, pois não vou dizer, alguns e algumas são pessoas amigas. A propósito, em Itapeva temos um vereador baixinho, coradinho, futuro pastor evangélico, que é catedrático em concurso público municipal, acredito até que pode ter sido ele quem cedeu as apostilas para os irmãos nordestinos. Tem professoras e funcionários que votam nele vitaliciamente; quando se elegeu vereador ele era mocinho, agora já é avô e continua lá, não larga do osso. Danadinho.

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