sexta-feira, dezembro 28, 2012

MUDANÇA DE GOVERNO E PLANEJAMENTO

É época de troca de governantes nos municípios. É época de renovação da esperança de que agora a coisa vai andar. Esperança de que o povo, o sofrido povo, vai ser tratado como bem merece. Época também de pensar e repensar por que a máquina publica é tão emperrada, tão pesada, tantas vezes tão injusta e autoritária. 

Leio, escuto, aqui e ali, que é preciso fazer uma “limpa”, começar do zero, trocar os servidores de segundo, de terceiro escalões... 

Será que é mesmo necessário fazer um corte mais profundo, atingir até os servidores da execução dos serviços que cumprem ordens? 

Especialistas em administração dividem os trabalhadores em duas categorias: formuladores e executores. Executores executam, fazem o serviço, cumprem regulamentos. Formuladores planejam, criam regulamentos.

Uma tarefa é executada de forma mais eficiente, ensinam os especialistas, quando o procedimento, o modo de executá-la, a rotina é padronizada, normatizada, regulamentada, tudo por escrito, de fácil acesso, passo por passo. 

É o chamado gerenciamento por processos. É, também, uma forma de dividir uma organização grande em várias partes menores, para facilitar o gerenciamento. 

Uma organização tem vários processos. A prefeitura, então, tem muitos e muitos processos, porque presta inúmeros serviços. Processo de vacinação de crianças. Processo de distribuição de medicamentos. Processo de recebimeno de IPTU. Processo de aprovação de projetos de construção civil. E por aí vai.

Vamos detalhar um exemplo (apenas um exemplo, sem entrar no mérito das escolhas): o processo de manutenção de estradas de terra. Como fazer?

1. Levantar objetivos e metas. Exemplo:manter as estradas de terra transitáveis o ano todo (perenização), com um mínimo de resserviço de raspagens e apedregulhamentos periódicos (minimização de custo), evitando-se enxurrada que provoca erosão, assoreamento de nascentes e córregos (proteção da natureza) 

2. Levantar dificuldades encontradas para a execução do serviço: falta de máquinas apropriadas, falta de pessoal treinado, deficiência de gerenciamento, de planejamento etc. Em conversa franca e aberta, os servidores apontam as inúmeras e constantes dificuldades encontradas.

3. Planejar: pesquisar, copiar, desenvolver, adaptar, descobrir uma maneira de superar as dificuldades para que as metas sejam atingidas

4. Escrever tudo isso, passo por passo. Publicar, disponibilizar na internet 

Vamos fazer um pequeno esboço de um hipotético regulamento do processo de conservação de estradas rurais

1. Definir e levantar trechos vulneráveis das estradas (declives, baixadas, etc) 

2. Dimensionar o volume da enxurrada em declives (é ela a principal causa dos estragos)

3. Dimensionar e locar bacias (buracos grandes, piscinões, curvas em nível gigantes etc) para conter a enxurrada e impedi-la de correr pela estrada

4. Escolher e indicar máquinas apropriadas para cada tipo de movimentação de terra

5. Colocar pedras de modo que elas se fixem, se misturem, se chumbem com a terra (pedras superficiais são arrastadas facilmente) 

6. Agendar feitura de vistoria e reparos preventivos – um simples bueiro entupido costuma estragar quilômetro de estrada!

Claro, para fazer as mudanças, há que envolver servidores, técnicos, especialistas, usuários dos serviços, agricultores, transportadores, comunidade. E muito empenho das autoridades, para passar confiança. Depois de pronto e escrito, tem que ser seguido e respeitado (ou replanejado, se for o caso de apresentar defeitos ou dificuldades). 

Regulamento de processo dá segurança aos servidores que querem fazer o certo. Fica mais fácil de avaliar os servidores: se cumprem ou não as rotinas do processo? A chefia e a comunidade têm parâmetro para fiscalizar, cobrar, exigir. Por isso este sistema fortalece e privilegia os (bons) funcionários de carreira. Depois disso, ninguém mais vai falar em troca de segundo e terceiro escalões. 

Dá trabalho para fazer isso? Dá, sim. Mas uma coisa é certa. Cada centavo gasto em planejamento vai economizar 5, 10 ou mais centavos na hora de fazer o serviço. Porque acaba ou reduz drasticamente com o desperdício, com a improvização, com o imediatismo, com a displicência. Trechos de estrada de terra sem enxurrada conservam-se por anos sem necessidade de raspagem ou de apedregulhamento. Já nos trechos onde a enxurrada corre, mesmo que raspem 2 ou 3 vezes no ano, a estrada estara sempre ruim e esburacada. 

Eis a escolha: ou mais do mesmo ou completa renovação do modo de governar, com qualidade!

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Uma das grandes vantagens da gestão por processos é que, sendo a equipe responsável pelo produto ou serviço, do começo ao fim do processo, fica bem mais difícil ou impossível jogar a culpa nos outros. Ou a equipe reconhece o fracasso e pede o boné, ou replaneja o processo para ter sucesso.
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O primeiro passo é responder à pergunta: Como o serviço deve ser feito, passo por passo? Técnicos e pessoal envolvido e interessado escrevem o regulamento (rotina) do processo: todos os passos que devem ser observados para a boa execução da tarefa - do começo ao fim. As demais perguntas, todas, dependem deste primeiro passo. Segunda pergunta: a rotina é eficiente para atingir as metas ou não? Aqui são indispensáveis os indicadores de desempenho, números. As estradas duram quantos meses ou anos a mais? Qual o valor economizado na manutenção das estradas, por quilômetro? Qual o nível de satisfação dos clientes e usuários? Terceira pergunta (política de treinamento da mão de obra): os servidores estão habilitados a seguir corretamente a rotina ou precisam de cursos de treinamento, quais cursos? Quarta pergunta (política de avaliação e promoção dos servidores): O servidor cumpre corretamente ou não a rotina pré-estabelecida? Se cumpre, precisa ser reconhecido, promovido. Se não cumpre, aí não tem jeito. Assim a organização contará com funcionários treinados e habilitados a executarem suas tarefas, seguindo rotinas comprovadamente eficientes. Tal método gerencial é relativamente fácil de ser implantado, desde que haja forte apoio da gerência e visão global do método. É preciso ter clareza do objetivo final a ser atingido para inibir as naturais reações.

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quarta-feira, dezembro 19, 2012

Voto econômico explica menor taxa de reeleição dos prefeitos
RICARDO CENEVIVA
FERNANDO GUARNIERI
ESPECIAL PARA A FOLHA -04112012
Os resultados de outubro têm dado fôlego a análises que veem uma onda de renovação nos municípios: as eleições teriam sido marcadas pelo desejo de mudança. O principal argumento dessas análises é a grande proporção de candidatos à reeleição derrotados: 2.736 prefeitos concorreram à reeleição, e 1.505 foram bem-sucedidos. Uma taxa de sucesso de 55%.
Pesquisas do Centro de Estudos da Metrópole (CEM/Cebrap), no entanto, indicam que esses números não estão muito distantes do que se observou nos pleitos passados. Historicamente a taxa de prefeitos elegíveis que tentam o segundo mandato tem ficado por volta de 70%. Em 2012 cerca de 65% dos prefeitos elegíveis tentaram a reeleição.
Mais importante, a taxa de sucesso dos prefeitos que concorrem à reeleição foi, nos três últimos pleitos, de cerca de 60% -58,2% em 2000 e 2004, e 65,9% em 2008. Embora a série histórica seja pequena, parece que na verdade 2008 foi um ano mais favorável aos prefeitos candidatos e que agora voltamos ao patamar de 2000 e 2004.
Os números mostram que, se a mais recente eleição foi marcada pela renovação e desejo de mudança, esse desejo não é novidade: esteve presente em outras ocasiões.
Mas é preciso ir mais fundo e distinguir a mera alternância de poder da renovação na política. Uma coisa é trocar um político tradicional por outro. Outra é eleger candidatos para quem a política é uma novidade. A questão é: estaria o eleitor votando mais em partidos não tradicionais? Em candidatos que nunca ocuparam cargos eletivos? Em candidatos jovens? Em mulheres? A resposta é não.
Apenas cinco partidos receberam cerca de 60% dos votos: PMDB, PT, PSB, PSDB e PSD. Todos são partidos tradicionais. A maior parte dos eleitores não buscou punir os partidos tradicionais ao votar.
Dos eleitos, 38% eram prefeitos ou ex-prefeitos; dos não eleitos, 41% já tinham ocupado cargo eletivo: tem-se uma diferença de 3%, muito pequena. Isso mostra que o eleitor não usou o voto para punir profissionais da política.
A idade média dos candidatos a prefeito foi de 48 anos, a mesma dos eleitos. A dos não eleitos foi de 49 anos. Não há diferença do ponto de vista estatístico. O eleitor não privilegiou os jovens.
Uma demonstração da vontade de mudança seria a eleição de mais mulheres. Em 2012, 2.038 mulheres se candidataram ao Executivo, e 659 (32%) foram eleitas. Esse percentual chegou a 36% entre os homens: uma diferença estatisticamente significativa. Os eleitores continuam privilegiando candidatos do sexo masculino, mais um indício contra a tese da renovação.
Mas se não é renovação o que o eleitor busca, como explicar que apenas cerca de metade dos prefeitos eleitos em 2008 lograram obter um segundo mandato nas urnas?
A explicação parece estar na economia. O argumento do chamado "voto econômico" é claro. Nos ciclos de crescimento o governo desfruta de altas taxas de aprovação, e os eleitores tendem a reeleger o governante. Já crises favorecem a oposição. Será que se pode estender esse argumento aos governos locais?
Os governos locais no Brasil, sobretudo nas cidades pequenas, dependem dos repasses do governo federal.
O Fundo de Participação dos Municípios, principal fonte de receitas para grande parte dos municípios, depende da arrecadação do IR e do IPI, que são muito sensíveis ao nível de atividade econômica. Nesse sentido, a situação fiscal dos municípios foi muito afetada pelo baixo dinamismo dos últimos anos.
Aqui parece estar a explicação para o sucesso das oposições em 2000, 2004 e 2012. Em 2008 os prefeitos tiveram um cenário mais favorável, o crescimento do PIB ficou, naquele ano e no que o precedeu, acima de 5%. Esse ciclo de crescimento econômico beneficiou os prefeitos que tentavam a reeleição.
Ademais, o fato de que a taxa de reeleição de prefeitos, nas últimas quatro eleições municipais, é mais baixa nas cidades pequenas e mais pobres parece corroborar o argumento do voto econômico.

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Prefeito eleito de Itapeva, SP, anuncia nomes de secretários municipais

Treze nomes foram escolhidos para compor a equipe na gestão municipal.
Grupo assume a prefeitura no próximo 1º de janeiro.

Do G1 Itapetininga e Região
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Roberto Comeron anuncia 13 secretários para a gestão municipal 2013-2016, em Itapeva (SP). (Foto: Giliardy Freitas / TV TEM)Roberto Comeron anuncia 13 secretários para a
gestão municipal 2013-2016, em Itapeva (SP).
(Foto: Giliardy Freitas / TV TEM)
O prefeito eleito em Itapeva (SP), Roberto Comeron, do PMDB, anunciou oficialmente os treze secretários que vão auxiliá-lo durante a gestão 2013-2016. O anúncio foi feito durante um almoço de confraternização no último domingo (16) na cidade.
O futuro chefe do executivo, que assume a cadeira pela primeira vez, afirma que escolheu um ‘time’ para trabalhar com ele nos próximos quatro anos. Comeron ressalta que durante o governo, que se inicia em 1º de janeiro, terá como prioridade solucionar problemas nas áreas de saúde, a educação e geração de empregos.
Para assumir a Secretaria de Obras e Palnejamento, o escolhido foi o arquiteto José Alcir Zacarias Júnior. Esta será a primeira vez ele assumirá um cargo público.
Para a assistência social, a escolhida foi Elizabeth do Rossio Santos. Ela é assistente social há 20 anos e atualmente responde pela coordenadoria do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas).
A pasta de Transportes e Serviços Rurais deverá ser ocupada por Wagner de Carvalho Camargo. Formado em direito, ele já foi chefe da Sabesp, a companhia de saneamento básico do Estado de São Paulo.

A Secretaria de Esporte, Juventude e Lazer ficará sob comando do professor Rogério Vieira Galvão. Já a Secretaria de Cultura e Turismo será ocupada por Setembrina Lourenço de Oliveira. Formada em Filosofia, já ocupou a pasta uma vez e foi vereadora por dois mandatos.
Ivair Leonardo Patriarca vai responder pela Secretaria de Defesa Social. Patriarca é major da reserva da Polícia Militar.
À frente da Secretaria de Educação ficará Gustavo Tadeu Pinto. Formado em filosofia e pedagogia, atuava como superintendente de educação na cidade.
Para a Secretaria de Indústria e Comércio, o escolhido foi o empresário Ralph Molina Gemigniani, ex-secretário de administração e finanças de Itapeva. Quem assume a Secretaria de Administração e Finanças é o administrador Alceu Silva de Paula, formado em Administração de Empresas.
Para o cargo de secretário de Governo e Negócios Jurídicos, o escolhido foi Jamil Rodrigues de Siqueira. Advogado, já foi assistente parlamentar por sete anos.
Para atuar na Secretaria de Saúde, o escolhido foi o dentista Luiz Fernando Tassinari. Ele já foi ocupou a pasta e foi vice-prefeito em Nova Campina (SP).
Por fim, o agrônomo Rafael Campolim responderá pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento. Ele já foi diretor da mesma secretaria.


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Manejo de pragas e doenças com produtos alternativos recomendados ou tolerados no cultivo orgânico – Parte I

O manejo de pragas no cultivo orgânico não procura exterminar os insetos-pragas, mas simplesmente mantê-los em determinados níveis de equilíbrio e, não colocando em risco a  lavoura e o lucro do agricultor e, especialmente a saúde do produtor e consumidor. Em geral, os insetos causam prejuízos ao homem e animais, sejam através dos danos às plantações, ou através da transmissão de doenças. Outros são benéficos como o bicho-da-seda, abelhas e demais polinizadores e insetos que se alimentam de outros insetos. O grande desafio da agricultura é manter a produtividade dos cultivos e ao mesmo tempo melhorar a qualidade e sanidade dos alimentos, conservando os recursos naturais (solo, água, ar e organismos benéficos) para gerações futuras. O reconhecimento dos insetos-pragas e seus inimigos naturais não pode ser dispensado no cultivo orgânico. Inseto pode ser considerado praga quando causa danos econômicos ao produtor. A simples presença de insetos na lavoura não significa perdas; é necessário que a população destes seja elevada. Antes de iniciar um controle o produtor deve primeiro reconhecer qual a praga que costuma sempre causar danos a sua lavoura. Caso não consiga reconhecer, deve recorrer ao técnico do município para determinar a praga e, principalmente, verificar a necessidade de tratamentos fitossanitários com produtos alternativos. No cultivo orgânico o homem deve intervir o menos possível no meio ambiente para não desequilibrar o sistema. Por isso, os produtos alternativos, mesmo que não causem riscos ao homem e meio ambiente, somente devem ser utilizados quando realmente necessários e, sempre aplicados com equipamentos de proteção e, tomando-se o cuidado de não deixá-los ao alcance de crianças e animais.
. Água de cinza e cal (“fertiprotetor” de plantas): É um produto ecológico obtido pela mistura de água, cinza e cal, recomendado para aumentar a resistência das culturas às pragas, reduzindo a ocorrência de vaquinhas e pulgões e também de doenças. Essa mistura contém expressivos teores de macro (Ca, Mg e K) e micronutrientes, estimulando a resistência às doenças fúngicas e bacterianas. (Fonte: Claro, 2001). Modo de preparar:Em um recipiente de alvenaria, plástico ou latão misturar 5kg de cal hidratado e 5kg de cinza peneirada com 100L de água. A mistura deve permanecer em repouso no mínimo por 1 hora antes de ser utilizada. Nesse período, agita-se a mistura no mínimo três a quatro vezes, com madeira ou taquara. Após a última agitação, esperam-se 10 a 15 minutos para que ocorra a sedimentação das partículas sólidas. A água de cinza e cal deve ser coada antes do uso, usando-se a peneira do pulverizador. A mistura deve ser filtrada e armazenada em bombonas. No momento de usá-la, basta agitar o conteúdo que irá retomar a cor branco-leitosa. Preferencialmente, no momento de usá-la, pode-se associá-la a um espalhante adesivo (farinha de trigo a 2%). Cuidados na aplicação: evitar aplicar em horários de intenso calor. No verão, aplicar à tardinha ou de manhã cedo, especialmente quando a cinza utilizada for de madeira, pois tem maior concentração de nutrientes e é mais salina e alcalina. 
. Enxofre (acaricida): é um produto natural que pode ser usado puro ou na calda sulfocálcica visando o manejo de ácaros. Ao ser utilizado puro, devem-se misturar, a seco, 800g de enxofre e 200g de farinha de milho bem fina, diluindo 34g em 10 litros de água e aplicar sobre as plantas (Fonte: Paulus, 2000).
. Farinha de trigo - espalhante adesivo ecológico e manejo de ácaros, pulgões e lagartas. Quanto mais cerosa for a superfície da folha ou ramos das plantas tratadas, maior número de gotas se forma, menor a área de molhamento, maior a possibilidade de injúrias e menor a eficiência da pulverização sobre a nutrição ou manejo de pragas e doenças. Dentre as hortaliças, alho, cebola, repolho e couve-flor são exemplos de culturas com alta cerosidade nas folhas e que exigem, por isso, o uso de espalhante adesivo nas pulverizações das caldas, da água de cinza e cal e de outros produtos alternativos. Quando as gotas permanecem inteiras sobre a superfície foliar, por falta de espalhante adesivo, podem danificar os tecidos vegetais quando o sol incide sobre elas. Modo de preparar: Em um recipiente apropriado, misture com água os ingredientes a serem pulverizados, acrescentando a farinha por último. Adicionar a farinha aos poucos, lentamente, sob forte e constante agitação com auxílio de uma pá de madeira ou taquara para que a dissolução seja completa. Para evitar obstrução de bicos do pulverizador recomenda-se coar a calda, podendo-se utilizar a própria peneira do pulverizador. Dosagem: 200g de farinha de trigo em cada 10L de calda. Essa dose pode ser aumentada ou diminuída de acordo com o grau de cerosidade das folhas. No manejo de insetos-pragas que ocorrem em hortas, recomenda-se o seguinte preparo: diluir 1 colher de sopa de farinha de trigo em 1L de água e pulverizar nas folhas atacadas. Aplicar pela manhã em cobertura total nas folhas, em dias quentes, secos e com sol; mais tarde, as folhas secando com o sol formam uma película que envolve as pragas e caem com o vento.
. Leite cru - manejo de ácaros, ovos de lagartas, lesmas, doenças fúngicas  e viróticas. O leite, na sua forma natural ou como soro de leite, é indicado para o manejo de ácaros e ovos de diversas lagartas como atrativo para lesmas e no controle de várias doenças fúngicas tais como o oídio (Figura 1) e viróticas. Pesquisa comprovou a eficiência do leite cru (+10%) sobre o oídio em cucurbitáceas, mesmo após o início da infecção no campo, superando o leite industrializado (tipo C e o longa vida). Essa maior eficiência do leite cru e fresco pode ser explicada, em parte, pela maior concentração de substâncias e de microrganismos fermentados em relação aos leites industrializados. (Fonte: Zatarim et al., 2005).


Figura 1. O fungo oídio que tem como principal sintoma a formação de um pó branco sobre as folhas, ataca o feijão-vagem (foto) e as demais espécies da família das cucurbitáceas (melão, melancia, pepino, abóbora e moranga). O leite cru e fresco à 10%  (1 L para 100 L de água) é eficiente no controle desta doença, mesmo no início da infecção.

FONTE:http://cultivehortaorganica.blogspot.com.br/2010/12/manejo-de-pragas-e-doencas-com-produtos.html
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domingo, dezembro 16, 2012

quarta-feira, dezembro 12, 2012

TRANSCRITO DO BLOG DO PROFESSOR ROBERTO ROMANO



.“Somos absolutistas anacrônicos. Vivemos sempre sob o regime do favor, dos privilégios, da não república”

Para Roberto Romano, alianças importam, em qualquer hipótese, na luta pelo poder. Mas se elas impedem as mudanças propostas no programa partidário, “temos o realismo de fancaria que sequer merece o epíteto de maquiavelismo”

POR: GRAZIELA WOLFART

Segundo a reflexão do professor da Unicamp, Roberto Romano, “nossos partidos políticos seguem o interesse maior dos líderes nacionais e regionais. Eles julgam não ter explicações a dar para a militância de base. Numa reforma política verdadeira, algumas determinações seriam estratégicas, como a proibição de líderes ficarem nas direções por mais de quatro anos, a exigência de consulta primária aos eleitores dos partidos quando das eleições (escolha dos candidatos, alianças, etc.). E nada falamos, por enquanto, das máquinas eleitoreiras, os partidos ditos ‘nanicos’. Eles são propriedade privada de um ou dois políticos e se vendem (na verdade, vendem seu minuto de propaganda gratuita) em troca de cargos, favores, etc.”. Na entrevista a seguir, concedida por e-mail à IHU On-LineRoberto Romano acrescenta que a “dita burguesia progressista sempre decepcionou as esperanças dos seus aliados: ela sempre optou pelo lucro, pelos golpes de Estado, pela ruptura com a tênue democracia. A lição de 1964 cabe no quadro. No interior do partido ‘revolucionário’, pobre de quem se levantasse contra a política ‘realista’ de alianças!”. Para ele, as “alianças ‘pela governabilidade’ assumidas pelo PT (Sarney, Lobão, ACM e agora Maluf) adiaram, sem prazo de recomeço, a luta do petismo pela justiça no Estado e na vida social”. E sobre a foto de Lula com Maluf, um símbolo recente da política de alianças em nosso país, Roberto Romano dispara: “Temos nos dois elementos o retrato impiedoso da prática realista”. E conclui: “o resultado está na foto: venceram os contrários ao ‘principismo’, ou seja, os alérgicos aos valores éticos, programáticos, socialistas, etc.”.

Roberto Romano cursou doutorado na École des Hautes Études en Sciences Sociales – EHESS, na França, e é professor de filosofia na Universidade Estadual de Campinas – Unicamp. Escreveu, entre outros, os livros Igreja contra Estado. Crítica ao populismo católico (São Paulo: Kairós, 1979), Conservadorismo romântico (2ª ed. São Paulo: Ed. Unesp, 1997) e Moral e ciência. A monstruosidade no século XVIII (São Paulo: Senac Ed., 2002).
Confira a entrevista.

IHU On-Line – Que leitura o senhor faz da foto de Maluf com Lula?

Roberto Romano – 
Temos nos dois elementos o retrato impiedoso da prática realista. É como se o retrato de Dorian Gray  tivesse exibição invertida: o horror aparece depois de ficar escondido pela retórica “ética” do petismo durante anos. Mas as rugas que hoje encobrem o rosto petista não surgiram repentinamente. Elas vêm de longa data. Recordo como se fosse hoje: no dia em que o PT foi inaugurado, na capela do Colégio Sion em São Paulo, ali estive a convite. Ao chegar no vestíbulo da igreja, certo intelectual importante me recebeu com uma recomendação: “devemos acabar com os principistas dentro do PT”. Não fiquei muito tempo na cerimônia. Afinal, fui e sou principista... O resultado está na foto: venceram os contrários ao “principismo”, ou seja, os alérgicos aos valores éticos, programáticos, socialistas, etc.

IHU On-Line – O que as alianças políticas atuais revelam acerca das convicções políticas e sociais dos partidos e seus integrantes?

Roberto Romano – 
É preciso notar que a rigidez ideológica convive, ao longo dos tempos, com a flexibilidade máxima quando se trata de interesses dos partidos e, sobretudo, de seus dirigentes. É o caso do trato entre Hitler  e Stalin  que desarmou a esquerda no mundo inteiro, sobretudo na Europa. A antiga esquerda também seguiu teorias que identificavam supostas sociedades e Estados “pré-capitalistas”. Daí, ela encetou alianças com os “setores progressistas da burguesia nacional”. A esta última eram atribuídas “tarefas históricas” como resposta ao apoio revolucionário. A dita burguesia progressista sempre decepcionou as esperanças dos seus aliados: ela sempre optou pelo lucro, pelos golpes de Estado, pela ruptura com a tênue democracia. A lição de 1964 cabe no quadro. No interior do partido “revolucionário”, pobre de quem se levantasse contra a política “realista” de alianças! Um aluno meu, infelizmente falecido, tem um mestrado no qual examina, com documentos, a referida política imersa na Realpolitik (Rückert, Sérgio Joaquim. Persuasão e ordem: a escola de quadros do Partido Comunista do Brasil na década de 50, 1987). O texto eletrônico pode ser lido no site Nou-Rau da Unicamp, emhttp://www.bibliotecadigital.unicamp.br/. Com as alianças “realistas” se instala na mente dos militantes uma contradição existencial: como seguir a palavra de ordem emitida pelas direções se o aliado de agora significa o contrário de tudo o que o nosso partido postula? Com a imposição autoritária dos quadros dirigentes, os militantes têm apenas duas saídas: ou deixam o partido e inauguram uma dissidência, ou dobram a espinha. Esta flexão do corpo e da alma é mais provável quando no ápice da hierarquia partidária se encontra uma personalidade carismática, efetiva ou fabricada pela propaganda. É o caso de Stalin, Mao  e de outros líderes. No Brasil, Prestes  e agora Luís Inácio da Silva.

IHU On-Line – Como falar em democracia em um contexto em que os partidos têm como fim a manutenção do poder, sem preocupação com um projeto de país?

Roberto Romano – Um partido político nada mais é do que o projeto de sociedade e de Estado. Tal projeto, inscrito no programa partidário, é proposto ao povo soberano em eleições. O povo, na sua maioria, escolhe o modelo proposto e recusa outros paradigmas. Assim, um partido socialista propõe à coletividade o modelo de preeminência dos interesses coletivos sobre os individuais nas políticas públicas (educação, saúde, segurança, tecnologia, propriedade, etc.). Ele também exige a autonomia do país diante de forças internacionais, sejam elas das finanças, das empresas que operam em todo o planeta, etc. É claro que, em tal visão, o partido precisa conquistar o poder e, se possível, nele ficar até que seu projeto seja aplicado à sociedade e ao Estado. Não é isso o que notamos no Brasil. País oligárquico, nele os partidos também se organizam de maneira oligárquica, defendendo, sobretudo, os interesses dos chefes de famílias poderosas ou dos ajuntamentos dirigentes regionais. Aqui o programa serve apenas para legalizar a legenda junto à justiça eleitoral e nada mais. Os oligarcas (ou sua família) são longevos no poder.
E tal fato é antigo na história democrática mundial. Aristóteles já critica os que “ao visar os benefícios a serem obtidos dos recursos públicos, buscam a permanência contínua nos cargos” (Política, III, IV). No Brasil basta um nome: Sarney. A lista é pequena, porque os oligarcas (como o nome indica) são poucos, ciumentos das prerrogativas (“a liturgia do cargo” dizia Sarney quando na presidência da República) e dos privilégios. O PMDB é uma federação de oligarcas regionais. O DEM (antigo PFL, antiga Arena, antiga PSD, UDN, etc.), hoje em processo de enfraquecimento letal, era uma federação similar. O PT se oligarquiza rapidamente. Existe hoje o PT dos Viana no Acre, de Jaques Wagner , o feudo petista de São Paulo, o PT de Tarso Genro , etc. As dissenções dentro do petismo seguem exatamente o processo de oligarquização: os interesses regionais do partido não raro se chocam com os interesses dos dirigentes nacionais. E aí temos as intervenções, como a ocorrida em Recife recentemente. Enfim, nossos partidos políticos seguem o interesse maior dos líderes nacionais e regionais. Eles julgam não ter explicações a dar para a militância de base. Numa reforma política verdadeira, algumas determinações seriam estratégicas, como a proibição de líderes ficarem nas direções por mais de quatro anos, a exigência de consulta primária aos eleitores dos partidos quando das eleições (escolha dos candidatos, alianças, etc.). E nada falamos, por enquanto, das máquinas eleitoreiras, os partidos ditos “nanicos”. Eles são propriedade privada de um ou dois políticos e se vendem (na verdade, vendem seu minuto de propaganda gratuita) em troca de cargos, favores, etc. Em suma, nada temos no Brasil que negue os pressupostos de Karl Marx no 18 Brumário , de Max Weber  e de Robert Michels . Infelizmente!

IHU On-Line – Qual é o sentido da política em uma sociedade?

Roberto Romano – 
Não existe santidade na política e no Estado. A lição platônica, radicalizada por Santo Agostinho  (Remota itaque iustitia quid sunt regna nisi magna latrocinia? quia et latrocinia quid sunt nisi parua regna?, Civitate Dei, IV, iv) deveria nos alertar contra partidos e agrupamentos políticos que se apresentam como “puros”. Aliás, é recomendável ler um pungente livro da psicanalista Marie-Laure Susini “Éloge de la corruption, les incorruptibles et leurs corrompus” (Paris: Fayard, 2008). Ali, a autora mostra todos os perigos da suposta “pureza” na ordem social. Notemos que Santo Agostinho afirma que “sem a justiça” os reinos são apenas magna ladroagem. Ora, na República (432 b-d), Sócrates compara a pesquisa da justiça à caça. Devemos pensar que a justiça é animal astucioso oculto numa touceira. Ela pode escapar sob nossas pernas. E mesmo quando agarrada, podemos perdê-la. Sua essência é fugidia. É tolo imaginar que exista o monopólio da justiça, bem como o monopólio da moral e da ética. A justiça é a essência do Estado excelente. Sócrates convida Glauco a imitar na sua busca “alguns caçadores que formam um círculo ao redor da moita (θάμνον). Precisamos de toda nossa atenção para evitar que aJustiça (δικαιοσύνη) não ache uma saída por onde escapar e, travestida, escape de nossos olhos”. Tendo recebido a anuência de Glauco, Sócrates recomenda: “abra, pois, os teus olhos, fazendo todo o possível para percebê-la no caso de, talvez, tu a vejas antes de mim, assinalando-a” (República, Loeb Classical Library, Plato V, I, 1978). O PT exibiu a máscara da pureza durante anos, contra os demais partidos. E se afirmou como o guardião da justiça social. Em seu discurso, Maluf fazia as vezes de um ardiloso demônio corrupto. Lembro, a propósito, que Spinoza , no Tratado Político, critica os filósofos defensores de modelos morais puros e elogia os políticos, conhecidos pela astúcia. Trata-se de uma precaução importante, pois quase sempre os “santos” na política apenas ostentam a armadilha da ortodoxia ética, sendo na verdade raposas e leões. Alianças importam, em qualquer hipótese, na luta pelo poder. Mas se elas impedem as mudanças propostas no programa partidário, temos o realismo de fancaria que sequer merece o epíteto de maquiavelismo. As alianças “pela governabilidade” assumidas pelo PT (Sarney, Lobão, ACM e agora Maluf) adiaram, sem prazo de recomeço, a luta do petismo pela justiça no Estado e na vida social.

IHU On-Line – Em 2003, quando elegeu pela primeira vez o presidente da República, o PT já havia passado por uma transformação interna, de valores e objetivos. De que maneira essa mudança foi percebida pelos movimentos sociais e pelo eleitorado brasileiro?

Roberto Romano – 
Pelos militantes, das maneiras que indiquei acima: ou dobraram a cerviz ou saíram do partido. Ou, então, nele permanecem impotentes sob a hegemonia dos realistas. Quanto ao eleitorado, a face é outra. O PT soube, como poucos partidos, aproveitar a popularidade de seu líder máximo. A propaganda de Duda Mendonça e atualmente a de João Santana (digo sempre que este último é o ministro mais importante do governo petista) ampliou muito a figura de Luís Inácio da Silva, elevando-a à dimensão mitológica. Assim, o PT é um partido que tem dois nomes estelares (sendo que a presidente escolhida tem a luz da lua, derivada do sol que é o ex-presidente) e depois, muito abaixo, nomes regionais que não empolgam o país. Eu diria que impera no PT o monoteísmo de Luís Inácio da Silva. Assim, na medida em que as popularidades do sol e da lua persistirem, teremos um eleitorado cativo para a agremiação. Nunca, como hoje, foi tão importante, no Brasil e no mundo, estudar a propaganda política. É de todo recomendável reler o livro de Serge Tchakhotine, A mistificação das massas pela propaganda política (em tradução de Miguel Arraes, quando foi cassado pela ditadura, na Editora Civilização Brasileira). O título original do livro é mais violento: “O estupro das massas pela propaganda política”. Devido à censura ditatorial, o eufemismo imperou no título brasileiro. Dei um curso sobre o assunto na pós-graduação da Unicamp, e creio ser necessário que os estudiosos da política nacional orientem seus trabalhos para o ponto. Note-se que as alianças oportunistas, hoje, têm como alvo dar aos marqueteiros (os sofistas de nossa era) minutos a mais de propaganda. Há muito para refletir em semelhante atoleiro da ordem democrática.

IHU On-Line – Ao percorrer a trajetória histórica do PT, quais os principais movimentos de mudança que o senhor destaca em relação à sua ideologia? Qual a influência das alianças nesse sentido?

Roberto Romano – 
O PT não teve ideologia unitária desde o seu início. Nele, se definiram três correntes principais: o catolicismo progressista, os trotskystas e os antigos stalinistas. Ele também agregou alguns setores que nos EUA seriam chamados de “liberais”, ou seja, democratas desejosos de melhoria social, justiça, etc. A conquista do poder, que se deu gradativamente, trouxe conflitos internos, quase sempre resolvidos em favor dos “realistas” contra os “principistas”. Assim, a mudança foi um processo lento e contraditório dentro da agremiação. O ápice do realismo ocorreu na Carta aos Brasileiros e na aceitação da política econômica edificada com o Plano Real. A escolha de Henrique Meirelles para o Banco Central não foi apenas algo simbólico, mas determinou profundamente a forma operacional. E aqui podemos dizer que uma aliança tácita foi entretecida pelo PT e pelos supostos partidos de oposição (PFL/DEM e PSDB) que mantiveram apoio integral à política econômica petista, deles herdada. O antigo programa partidário do petismo, proclamadamente socialista, deveria ter sido mudado, com a militância, após a Carta aos Brasileiros. Mas ele se manteve como truque de propaganda e chantagem: criticar o governo petista passou a significar, em alguns núcleos duros do PT, tentar o golpe contra a “esquerda”. Só que a prática do partido, como bem diz o psicanalista Thales Ab’Saber , no jornal O Estado de São Paulo (04-08-2012), foi a instalação na direita.

IHU On-Line – Que lugar ocupa a ética em nossa política partidária atual?

Roberto Romano –
 Trata-se de uma ética que opera em favor dos governantes, “ex parte príncipe”, como diriam os humanistas do século XVI e, com eles, Norberto Bobbio . É a ética que nega direitos às “pessoas comuns” é a ética do “sabe com quem está falando”? A ética do absolutismo tirânico. Não podemos esquecer que, na tradição ética e jurídica antiga e moderna, tirano “é quem usa os bens dos governados como se fossem seus”. A lição está em Aristóteles, São Tomás , Jean Bodin  e outros mais. No Brasil temos uma ética da tirania porque o que fazem nossos operadores do Estado é julgar de sua propriedade o que é público.

IHU On-Line – Recentemente o senhor afirmou que “o Brasil é um Estado absolutista anacrônico” . Poderia explicar essa tese?

Roberto Romano –
 Como enuncia Joël Cornette, o poder absolutista é organizado como uma família na qual as ligações de sangue e proximidade são hegemônicas, onde o rei sempre é percebido sob os traços do pater familias, concedendo benesses aos seus e sabendo distinguir os que as merecem. “Henrique IV, chefe benfeitor de clã, permanece para sempre como o que fez dos franceses ‘irmãos ‘, ‘primos’, ‘amigos’, um clã que tem sentido não quando ele está em guerra ou em paz, mas porque está reconciliado (...). Todas as famílias concomitantes e superpostas, de Versalhes até a mais humilde choupana, são dominadas pela família mística: o Pai, o Filho e o Rei da França. Pois a essência divina da monarquia, pensada, difundida, teorizada definitiva e eficazmente a partir da ressacralização de Henrique IV, confere a essa dimensão paterna da monarquia um valor sagrado. Segundo uma propaganda oficial, as famílias terrestres do reino francês apenas transcrevem a família celeste, dos santos, dos anjos, do povo de Deus” (La monarchie, entre Renaissance et Révolution, 1515-1792. Paris: Seuil, 2000). O trabalho do rei é o de prover os seus próximos “construindo uma rede familiar e doméstica que assegure a boa marcha do governo. Para tanto, é preciso achar subsídios. Os monarcas mais atilados elaboraram, com seus conselheiros, sistemas que ligam o ‘doméstico ao administrativo’, a fidelidade à venalidade, o ‘serviço de sua pessoa na administração da coisa pública’. Assim, a monarquia criou em permanência a estrutura clientelar com ramos horizontais no espaço geográfico, limitadas apenas pelas fronteiras, com implicações verticais na hierarquia social, descendo até os submetidos à talha e à corveia” (Ainda Cornette). A ascensão social e política é feita pelos grupos e indivíduos naquela imensa rede de favores instaurada pelo absolutismo. O rei precisa cooptar os nobres, estes precisam exibir poder ao rei. E ambos os lados precisam de operadores que permitam a fluidez dos interesses, a sua realização sempre dependente dos alvos concorrentes ou paralelos aos dos coletivos familiares ou de “amigos” que os mantinham. A política do “é dando que se recebe” não foi instaurada no Brasil, como se nota. A sociedade e o Estado absolutistas constituíam, diz um historiador, “redes de amizade, de primos, de camaradas de colégio e combate, companheirismo, afinidades diversas, encontros de vizinhos”. Elas eram, para um nobre, “uma rede de interdependência na qual ele se inseria desde o nascimento, onde se casava e que lhe permitia sustentar, ou aumentar, a reputação de sua casa. É um capital que em parte ele herdara de seus parentes, que deveria fazer frutificar antes de o transmitir, por sua vez, aos filhos. O gosto das relações, o culto da amizade, contavam tanto quanto o sentido da honra e do devotamento” (Petitfils, Jean-Christian: Louis XIV. Paris: Perrin, 2002). O absolutismo é marcado, para além dessa rede de favores (algo essencial na sociedade e política brasileira de ontem e de hoje), pelos privilégios dos que dirigem o Estado. Há nele a divisão entre os “excelentes” e os “comuns”. No Brasil, o privilégio de foro, algo essencialmente contrário ao que é republicano, se une a outros privilégios dos que governam. Temos a permanência de costumes e usos do Antigo Regime. Além disso, a ética do Estado brasileiro reserva ao presidente da república quase todas as prerrogativas do imperador, entre elas, a irresponsabilidade. Diz a Constituição que o presidente é responsável pelo governo. Se fosse assim, de fato, a maioria dos escândalos financeiros e políticos do ministério teriam a presidência como acusada em juízo. É bom lembrar que vivemos sob o absolutismo de 1500 até o século XIX, quando a doutrina liberal de Benjamin Constant  sobre o poder moderador, um poder neutro segundo ele, foi pervertida para reservar um poder superior ao chefe de Estado. O Brasil, no projeto dos portugueses que fugiam da Revolução francesa na pessoa de Napoleão, seria um Estado contrarrevolucionário (entenda-se: contrário às revoluções democráticas modernas, as da Inglaterra do século XVII, dos EUA e da França no século XVIII). Vivemos sempre sob o regime do favor, do privilégios, da não república. Daí, somos absolutistas anacrônicos, um museu constitucional de fato, embora tenhamos uma Constituição escrita que prima pela democracia.

IHU On-Line – Como as alianças políticas com fins meramente eleitorais, ou em nome da chamada “governabilidade”, se relacionam com o niilismo ético e político que vivemos em nosso país?

Roberto Romano – O absolutismo é por excelência o regime da razão de Estado, do amoralismo político. E do cinismo oportunista. O Brasil se coaduna com tal lado do poder absoluto: nele, valores não contam, apenas poder e dinheiro. E privilégios. O niilismo é programa real da maioria de nossos políticos.


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terça-feira, dezembro 11, 2012

QUANTIDADE DE MILHO, SOJA ETC QUE CABE EM 1 M3


Tabela de Pesos Específicos
Água900 a 1000 kg/m3
Alcatrão1000 a 1200 kg/m3
Alumínio2.500 a 2.700 kg/m3
Ardósia2.700 kg/m3
Areia molhada2.000 a 2.200 kg/m3
Areia seca, batida1.600 a 1.900 kg/m3
Areia seca, solta1.500 a 1.800 kg/m3
Areia úmida, solta1.900 a 2.000 kg/m3
Argamassa1.400 a 1.800 kg/m3
Argamassa com cascalho2.100 a 2.300 kg/m3
Argamassa com cascalho, seca1.600 a 1.800 kg/m3
Argila molhada2.000 a 2.200 kg/m3
Argila refratária1.000 a 1.400 kg/m3
Argila seca, solta1.500 a 1.700 kg/m3
Argila sólida1.900 a 2.400 kg/m3
Argila e pedregulho, secos1.600 kg/m3
Asbestos2.000 a 3.000 kg/m3
Asfalto em blocos1.600 kg/m3
Betume1.100 a 1.200 kg/m3
Cal em barril1.100 kg/m3
Cal moída, solta900 a 1.150 kg/m3
Cal viva, moída, sacudida1.100 a 1.300 kg/m3
Calcário900 a 1.100 kg/m3
Cimento argamassa1.450 a 1.870 kg/m3
Cimento argamassa (1 barril ou 4 sacos)4.000 kg/m3
Cimento Portland1.450 a 1.800 kg/m3
Cimento Portland em saco43 kg p/ saco
Concreto molhado, misturado2.400 a 2.500 kg/m3
Concreto seco2.100 a 2.300 kg/m3
Enxofre2.000 kg/m3
Estuque1.800 kg/m3
Ferro Fundido7.500 kg/m3
Granito britado1.500 a 1.600 kg/m3
Granito em blocos2.500 a 2.700 kg/m3
Lixo seco530 a 650 kg/m3
Lixo molhado650 a 830 kg/m3
Magnesita3.000 kg/m3
Magnetita4.900 a 5.200 kg/m3
Malaquita3.700 a 4.100 kg/m3
Manganita preta3.900 a 4.100 kg/m3
Manganita vermelha3.460 kg/m3
Minérios de ferro2.460 a 2.600 kg/m3
Minérios de magnésio3.200 kg/m3
Mármores em blocos2.500 a 2.700 kg/m3
Pedra britada1.550 a 1.650 kg/m3
Pedregulho molhado1.950 a 2.050 kg/m3
Pedregulho seco1.450 a 1.550 kg/m3
Pedregulho e areia molhada1.850 a 2.100 kg/m3
Pedregulho e areia, secos1.400 a 1.800 kg/m3
Telha1.600 a 1.800 kg/m3
Terra comum, seca, solta1.000 a 1.300 kg/m3
Terracota (argila e areia para modelagem)1.700 a 1.900 kg/m3
Terra molhada, mole (barro)1.700 a 1.900 kg/m3
Terra molhada, mole, prensada1.800 a 1.900 kg/m3
Terra seca, comprimida1.400 a 1.600 kg/m3
Terra seca, sacudida1.300 a 1.500 kg/m3
Terra úmida, comprimida1.400 a 1.600 kg/m3
Terra úmida, sacudida1.200 a 1.450 kg/m3
Terra úmida, solta1.100 a 1.200 kg/m3
Terra e areia ou pedregulhos, secos, soltos1.600 a 1.900 kg/m3
Tijolo2.100 a 2.300 kg/m3
Vidro cristal, ¼2.900 a 3.100 kg/m3
Vidro plano comum2.500 a 2.600 kg/m3
 
Produtos Agropecuários
Algodão em fardo, conforme a prensagem180 a 250 kg p/ fardo
Arroz560 kg/m3
Café em grão60 kg a saca
Cana de açúcar longa300 a 350 kg/m3
Cana de açúcar picada350 a 450 kg/m3
Cevada620 kg/m3
Farelo250 kg/m3
Feno prensado170 kg/m3
Feno solto70 kg/m3
Milho graúdo debulhado900 kg/m3
Milho graúdo em espigas720 kg/m3
Milho debulhado780 a 900 kg/m3
Milho pequeno em espigas450 kg/m3
Sal900 a 1.300 kg/m3
Soja a granel720 kg/m3
Semente de algodão420 kg/m3
Trigo620 a 760 kg/m3
 
Cálculo ideal para determinar a quantidade de produto na caçamba:


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terça-feira, dezembro 04, 2012

HERBICIDAS INDICADOS PARA MANDIOCA


FONTE: http://w3.ufsm.br/nppce/disciplinas/mandioca02.pdf





GLIFOSATE - Atualmente, recomenda-se os herbicidas à base de glifosate em aplicações dirigidas, evitando 
atingir as folhas da cultura e quando a mandioca esteja com aproximadamente cinco meses 
apresentando 30 a 40 cm de haste em relação ao solo. O glifosate é também bastante empregado 
para o controle de plantas daninhas após a poda, podendo acrescentar um herbicida pré-emergente 

para aumentar o período de controle. 

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CULTIVO DE AMENDOIM

FONTE: http://www.abicab.org.br/amendoim/cultivo-de-amendoim/


Cultivares no Brasil
O Brasil possui cultivares de amendoim em todas as regiões, mas são escassos. Dezoito deles são oficialmente registrados para cultivo comercial e reprodução de sementes certificadas, visando preservar suas qualidades. Porém, alguns poucos são efetivamente utilizados.
Segundo dados do pesquisador Ignácio Godoy, responsável pelo programa de melhoramento genético, em São Paulo, principal estado produtor, predominam dois cultivares: Runner IAC 886 e IAC Tatu ST – ambos difundidos pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC). Esses e outros cultivares em fase de lançamento no mercado são apresentados a seguir.

Runner IAC 886
É de hábito de crescimento rasteiro, apresentando, em São Paulo, um ciclo de 125 a 130 dias, do plantio à colheita. Em condições favoráveis (temperatura, fertilidade do solo, controle de pragas e doenças, e ausência de estresse hídrico), sua produtividade máxima é de 6.500kg/hectare de amendoim em casca.
Esse cultivar é suscetível a pragas e doenças, por isso há necessidade de acompanhamento constante da lavoura, e indicação de pulverizações com inseticidas e fungicidas para controle. Os grãos desse amendoim são de pele rosada e de tamanho maior que os tradicionais, mais conhecidos no Brasil.

IAC Tatu ST
Cultivar do tipo valência (denominação vulgar de amendoins de vagens alongadas com mais de duas sementes ou grãos), caracteriza-se pelo porte ereto, pelas vagens longas e retilíneas com três a quatro grãos de tamanho pequeno, de pele vermelha e sabor ligeiramente adocicado.
É o mais tradicional e ainda consumido principalmente torrado com pele. Porém, está perdendo espaço no mercado brasileiro para os amendoins do tipo runner, cujos grãos oferecem opções para a elaboração de uma variedade maior de produtos, entre doces e confeitos, amendoins salgados sem pele, além de serem exportados em maior quantidade.

IAC 213
Para os agricultores, os cultivares rasteiros têm uma série de vantagens sobre os tipos eretos. Por exemplo: maior potencial produtivo, melhor qualidade da colheita (arranquio e enleiramento mecanizados) e menor quantidade de amendoins “brotados”, que afetam a qualidade do produto.
O programa de melhoramento genético do IAC vem trabalhando no desenvolvimento de cultivares rasteiros. Um deles, criado recentemente, é o IAC 213, que associa o porte rasteiro com a produção de grãos com pele vermelha, semelhantes aos tradicionais.
O IAC 213 tem outra vantagem: o ciclo vegetativo de cerca de 120 dias, do plantio à colheita, facilita sua adoção em regiões que vivem a fase de renovação da cana-de-açúcar.
As vagens de IAC 213 possuem moderada constrição, bico com pequena proeminência, casca fina e levemente reticulada. Cada vagem contém dois grãos arredondados, de tamanho pequeno a médio, uniformes entre si, ideais para produtos confeitados.
O quadro abaixo mostra um resumo das características dos três cultivares mencionados.

Outros cultivares desnvolvidos pelo IAC
Dentre os cultivares criados pelo IAC, pode-se destacar o IAC Caiapó, também do tipo rasteiro, com ciclo entre 130 e 140 dias. Além da produtividade, apresenta outras características, como resistência a doenças da parte aérea e elevado teor de óleo nos grãos.
Embora seu cultivo seja limitado às regiões de cana-de-açúcar, por causa do ciclo mais longo, é opção interessante para regiões onde o ciclo mais curto não é requerido. Sua resistência a doenças propicia ao produtor trabalhar com número menor de pulverizações, implicando redução de custos.
O custo reduzido e o teor destacado de óleo nos grãos tornam esse cultivar uma das melhores opções para cultivos, visando à produção de óleo. O óleo de amendoim possui muitas qualidades culinárias, sendo valorizado no mercado de óleos comestíveis.
Para o mercado de amendoins tipo runner, o IAC registrou este ano mais dois cultivares, que apresentam vantagens sobre o cultivar Runner IAC 886. Um deles é o IAC 137 (figura abaixo).

Cultivo do amendoim
O cultivo e a produção de amendoim são atividades agrícolas importantes em diversas regiões do estado de São Paulo, que concentra 80% da produção brasileira. O produto destina-se principalmente à indústria de confeitaria, venda/consumo in-natura, exportação e fabricação de óleo.
Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Brasil possui 90 mil hectares de plantação de amendoim distribuídos entre as lavouras conduzidas neste novo padrão tecnológico (São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás e Bahia) e os pequenos cultivos familiares em diversos estados, de norte a sul.

Importância do Solo
Um solo bem preparado oferece condições para germinação e desenvolvimento das plantas do amendoim e, por consequência, garante boa produtividade.
As áreas de cultivo do amendoim requerem uma apreciável movimentação de solo; por isso a importância de adotar práticas conservacionistas para o controle da erosão.
O plantio da leguminosa sobre palhadas de culturas, especificamente na de cana de açúcar, também é viável, mas deve seguir recomendações específicas e usar equipamentos de plantio adequados para o sucesso da prática. Culturas, como milho, sorgo e cana oferecem meio favorável para germinação, emergência e desenvolvimento do sistema radicular do amendoim.
A calagem é de particular importância para a produção de amendoim, não só para corrigir a acidez do solo, como para disponibilizar cálcio para as vagens em formação. Essas absorvem a maior parte desse elemento através do ginóforo quando adentra o solo, sendo que nesse ponto ocorre a maior absorção, diretamente da solução do solo.
Cultivares que possuem grãos maiores, por ter maior massa, tendem a ser mais exigentes em cálcio. Fósforo e potássio também são macronutrientes importantes para o amendoim e devem ser supridos ao solo (adubação), conforme a necessidade. Para realizar uma adubação equilibrada, é necessário proceder à análise do solo.
Os solos das regiões produtoras apresentam populações naturais de bactérias fixadoras de nitrogênio no amendoim. Com isso, em geral, não há necessidade de adubação química com esse elemento. Entretanto, a adição de pequena quantidade de nitrogênio (10kg de N/hectare) no plantio pode ser benéfica para estimular a atividade bacteriana.

Plantio
Os melhores meses para plantio em São Paulo são setembro/outubro, na safra de primavera/verão, e fevereiro/março, no plantio de segunda safra, que atualmente é praticamente inexistente, devido à baixa produtividade.
Os plantios de setembro/outubro são os que alcançam maior produtividade se comparados aos meses mais tardios, desde que haja temperatura e umidade no solo para assegurar a plena germinação e desenvolvimento inicial das plantas.
Os plantios de fevereiro/março, em sequeiro, deixaram de ser representativos devido aos riscos de perdas de produtividade por causa da estiagem no final do ciclo. Por isso, não se recomenda o plantio de cultivares de ciclo longo nessa época.
O espaçamento médio entre linhas recomendado para cultivares de porte ereto é 60 centímetros (com variações como 50 x 50 x 70 centímetros) e a densidade de semeadura é de cerca de 20 sementes por metro. O plantio para trabalho de arrancador mecânico amplamente difundido é de 90 centímetros, com plantio em linhas filipadas e roçagem da ramada quando a opção for arranquio mecânico.
Para cultivares rasteiros, o espaçamento médio entre linhas deve ser de 90 centímetros, deixando-se cair de 18 a 20 sementes por metro. A profundidade de plantio varia, em geral, entre 5 e 8 centímetros (para solos arenosos, recomendam-se plantios mais profundos). O espaçamento entre linhas pode variar em função das operações mecanizadas da colheita.
As melhores sementes para plantio são as certificadas, produzidas por empresas credenciadas. O uso frequente de sementes próprias ou sem certificação pode representar perdas de produtividade e de qualidade comercial do amendoim.
A escolha do cultivar a ser plantado deve se basear no conhecimento sobre o desempenho do cultivar na região e na demanda do produto pelo mercado.

Defensivos
As plantas do amendoim, para seu pleno desenvolvimento e produtividade, demandam uma lavoura protegida de ervas daninhas, pragas e doenças. Para isso, é necessário lançar mão de produtos químicos, os defensivos agrícolas.
Alguns cultivares apresentam diferenças de comportamento em relação a esses fatores, e assim como as ervas daninhas, pragas e doenças podem ocorrer de forma variável de acordo com a região, o clima e as condições da área de plantio.
Para informações mais detalhadas sobre ocorrências, práticas de manejo e controle, é importante consultar literatura bem como técnicos especializados.

Colheita
Na época de colheita, a identificação do ponto ideal para arranquio das plantas requer acompanhamento frequente da maturação das vagens, pois essas não se formam ao mesmo tempo, devido às diferentes floradas durante o desenvolvimento da planta.
Para o reconhecimento da melhor época de colheita, recomenda-se percorrer a lavoura em intervalos de alguns dias e arrancar plantas em diversos pontos, estimando-se a proporção de vagens maduras, na média, usando o quadro de maturação amplamente difundido para cada talhão.
Nos amendoins tipo valência (cultivares eretos/precoces), a observação do desenvolvimento dos grãos e da cor da parte interna da casca – marrom-escura quando o amendoim está maduro – é o método mais prático para se identificar o ponto de maturação: como raspar no local correto da vagem, evitando abrir vagem por vagem.
Nos cultivares rasteiros, a melhor identificação é feita através da coleta de todas as vagens da planta e raspagem da parte dorsal traseira externa da casca.
Nas vagens maduras, o tecido logo abaixo da casca terá a coloração marrom escura ou quase preta. Nas vagens semimaturas, esse tecido é alaranjado e, nas imaturas, branco. Em geral, decide-se pela colheita quando de 60 a 70% das vagens das plantas amostradas apresentam coloração escura.
A colheita do amendoim é realizada com duas operações: o arranquio e o enleiramento das plantas no campo (onde permanecem por alguns dias para secagem natural ou cura). A colheita ou trilha é o despendoamento ou retirada das vagens.
O enleiramento (ou inversão das plantas) consiste no posicionamento das plantas em linhas uniformes ao longo do campo, com as vagens voltadas para cima, sem contato com o solo.
Em lavouras comerciais, há máquinas (arrancadores/invertedores; recolhedoras) que realizam ambos os processos mecanicamente, com alto rendimento.

Secagem
O amendoim recém-colhido deve ser seco adequadamente antes do armazenamento, para prevenir a proliferação de fungos, principalmente os produtores de aflatoxina.
Na ausência de secadores artificiais, a secagem das vagens deve ser feita integralmente no campo, ao sol, por um número de dias que seja necessário para retirar a umidade.
Idealmente, essa umidade deve ser no máximo de 8%, para que o produto possa ser armazenado com total segurança (o nível de umidade legal para comercialização é 8%).
Atualmente, os amendoins de lavouras que visam alto padrão de qualidade são transportados, logo após a colheita, para secadores artificiais. Nesse caso, não há necessidade de que as plantas fiquem enleiradas no campo durante muitos dias.
A secagem artificial de amendoim exige equipamentos específicos, e o manuseio requer conhecimentos para que o produto não perca suas qualidades alimentícias.
As utilizações de armazéns seguros completam a fase de obtenção de uma matéria-prima com características de alimento para humanos. Após essa fase, há o descascamento e a padronização, que envolvem uma série de cuidados e conceitos próprios.


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