domingo, maio 26, 2013

COLUNA DO SPC, NO JORNAL A GAZETA

 FAI, um desperdício contra o povo

Por que os prefeitos de Itapeva fazem tanta questão de manter 10 dias de festa para o aniversário da cidade (FAI), contratando artistas famosos a peso de ouro, ainda permitindo que o espaço comercial da festa seja de uso exclusivo da empresa contratada? Por que os prefeitos não querem nem ouvir falar de atrações locais nem de ceder espaço para comerciantes daqui? Não é estranho que a gestão Cavani tenha mantido esse esquema de festa perdulário por oito anos? Houve até um carnaval nos moldes de rodeio, com música sertaneja e barracas de cerveja (aquela marca exclusiva, horrorosa, fornecida pelo Secretário de Esporte da Prefeitura). Uma vergonha.           
Na festa do ano passado, a Ivete Sangalo era a estrela da vez, agora é a Cláudia Leite, ambas de cachê altíssimo, por que essa insistência nas beldades baianas? Para recordar: na campanha de Paulo Cavani foi contratada a dupla Chitãozinho e Xororó por 150 mil reais, quando se sabia de fonte limpa que o cachê deles era de 100 mil! Sabe-se de casos em que os acertos de cachês de artistas são feitos “por baixo do pano”, entre empresário e contratante; será que não é isso que acontece em Itapeva, na FAI?
Se assim acontece é porque o prefeito quer e a Câmara não fiscaliza, também porque ninguém protesta; a direção da ACIAI, sindicatos de bares, restaurantes, hotéis e artistas são omissos, preferem se fazer de coitadinhos, vítimas do prefeito malvado; se protestassem esse festival de desperdício mudaria. Mas cadê coragem pra isso.
O prefeito Zé Roberto (quem diria) também quer 10 dias de festa com artistas caríssimos, barracas de bebidas etc. etc. Quer esbanjar nosso dinheiro em circo quando Itapeva está precisando de tudo, igual o governo do PT que gasta bilhões em estádios de futebol, enquanto a saúde, educação e estradas estão à beira do colapso. Uma vergonha.
    
Vereadores evangélicos equivocados
Nota-se nas discussões da Câmara que existe entre os vereadores evangélicos a intenção, ainda não explicitada, de formar um bloco a fim de influenciar votações e “puxar a brasa para suas sardinhas”. Nada contra, faz parte do processo democrático, haja vista no Congresso Nacional onde existem bancadas, ruralista, evangélica e outras. Mas quando se trata de criar leis que privilegiam, unilateralmente, algum setor social (igrejas), é hora de brecar para não descambar. A discussão do projeto do vereador Laércio, para isentar de impostos as igrejas evangélicas (agora arquivado), tinha conteúdo discriminatório e eleiçoeiro, por isso, foi repudiado pelos colegas. Ora, se os vereadores forem legislar para conceder privilégios a entidades religiosas e assistenciais (que já gozam de isenções fiscais, estadual e federal, até de imposto de renda), eles têm de incluir dezenas de outras instituições, entre as quais a igreja católica, presbiteriana, adventista, mórmons, centro espírita, umbanda etc. A isenção de impostos municipais para “ajudar igrejas” a fazer caridade, é um paradoxo, pois quanto maior a isenção menos recursos sobram para o poder público ajudar, justamente, a população mais carente. Isenção é um tiro no pé.
Os vereadores evangélicos querem mostrar serviço para suas igrejas, mas não podem se esquecer que foram eleitos para trabalhar para todos os cidadãos independente de religião; pela Constituição, o Estado brasileiro é laico (não tem religião) e até a cruz pendurada no Legislativo itapevense teria de ser retirada. Devagar com andor, gente.

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sábado, maio 18, 2013

COLUNA DO SPC NO JORNAL A GAZETA


 A 16ª Região não será outra reprise?

            Para recordar. Dia 14 de fevereiro de 1985, um mês antes de acabar a ditadura militar, 9,30 horas, dia claro de brisa suave, a sede da Delegacia Seccional de Itapeva lotada pelo público, prefeitos e vereadores da região, autoridades civis, militares e eclesiásticas; em instantes seria inaugurado o Escritório Regional de Governo (ERG).
Abrindo o evento o Secretário dos Transportes, Adriano Branco, que representava o governador Franco Montoro, falou da importância do ERG para a região sudoeste, cuja estrutura iria encurtar as distâncias e facilitar o atendimento de projetos junto ao governo. Os deputados estadual e federal, Fernando de Morais e Márcio Santilli, enalteceram o governo Montoro pela iniciativa. O bispo D. Fernando Legal disse que a data jamais seria esquecida, depois abençoou a todos. Aí falou a médica Edna Bugni, primeira diretora do órgão recém-criado; para arrematar, o prefeito Guilherme Brugnaro se desmanchou em loas ao governo. Findos os discursos, em outra sala, formaram-se grupos de trabalho, já consagrados em outras regiões, denominados: Colegiado de Administração Estadual (CAE), Colegiado de Administração Municipal (CAM) e um terceiro, sugerido na hora, Colegiado da Comunidade (COM). Pronto.
Aí foram todos (também fui) para o casarão onde hoje é a Casa de Cultura, na Praça Anchieta, para o lauto banquete de pratos e bebidas variados, muitos vivas a Itapeva; havia alegria nos semblantes, alguns marcados pela ação etílica. Fim de festa.
            Dias depois, numa sala modesta com escrivaninha, máquina de escrever, armário e quatro cadeiras instalou-se o fabuloso ERG, decepcionando aqueles que pensavam que haveria repartições com funcionários pra lá e pra cá, todo mundo trabalhando etc.
            Bom frisar que doutora Edna fora imposta, como diretora do Erg, pelo prefeito de Capão Bonito, Hélio de Souza, com aval do Secretário do Interior, Chopin Tavares de Lima, cabal demonstração de quanto nossos políticos, desde 30 anos atrás, já eram inexpressivos e omissos, como até hoje. Por pouco o ERG não ficou em Capão Bonito.
            Relembrando: todos os políticos eram do PMDB, que ainda não era fisiológico.
            Mas foi um fracasso, os prefeitos com o tempo abandonaram o ERG; para passar o tempo doutora Edna tricotava um pulôver azul para o marido, até pedir demissão, sendo substituída pelo irmão do bispo, Stanley Pena. Mas foi o Monterão o último a apagar as luzes e fechar a porta do ERG, em definitivo. A nossa tão sonhada Região Administrativa dava o último suspiro. E agora? Será que essa história não vai se repetir? Desta feita o governo é do PSDB, reforçando os boatos de que a 16ª Região vai ser dirigida por Roberto Tamura, ex-prefeito de Capão Bonito, pelo ex-vereador Tarzan, Véio Mattos e um engenheiro-civil (não posso dar o nome, ainda), amigo de copo e mesa dos mandatários do Paço Municipal. Tem mais gente babando pela sinecura.  
                                           E o nosso secretário globalizado?
            Como escrevo na terça-feira, não sei se o secretário Ralph já voltou da China; se ele trouxe projetos e benefícios para Itapeva será uma prova de que o seu antecessor dormiu de touca por 12 longos anos. Esse é o tipo de trabalho que os deputados deveriam fazer em nível estadual e federal: correr atrás das coisas e não ficar enganando os trouxas com emendazinhas parlamentares. Seja como for, Ralph se credenciou como político atuante e, logo, pode ousar ser candidato a qualquer coisa em Itapeva, principalmente, a deputado. Empresário bem-sucedido, rico, charmosão, só o eleitorado feminino já o elege. Falta o prefeito Zé Roberto dar sua bênção. Oremos.


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quarta-feira, maio 15, 2013




Xico Graziano *


No passado, mandava o senhor medieval e cumpriam seus camponeses. Depois, com a tecnologia, passaram a imperar os agricultores capitalistas. Agora, na época financeira global, chegaram ao campo os produtores corporativos. Último degrau da gestão rural.

Percebe-se claramente essa tendência, crescente no Brasil, de grandes empresas de capital aberto, controladas por fundos de investimento, de origem externa ou interna, aplicarem seus recursos na atividade agrícola. Há vários modelos de operação, sempre vinculados ao mercado financeiro. Chega a ser curioso. Novos ricos, que nunca pisaram no chão de terra batida, sentem-se atraídos pelo lucro gerado na poeira do trator. Aflorou seu atavismo.

Três razões, basicamente, explicam esse moderno fenômeno econômico. Primeiro, a reduzida taxa de juros das aplicações bancárias, principalmente nos Estados Unidos e, secundariamente, por aqui. Segundo, a boa margem de lucro obtida nas lavouras brasileiras, em especial nas de soja. Terceiro, a disponibilidade de terras distantes, ainda baratas, passíveis de boa valorização. Dinheiro sobrando, de um lado; riqueza a ser explorada, de outro. Fome com vontade de comer.

O reino das fazendas corporativas está sendo conhecido por Mapitoba, acrônimo extraído das duas primeiras letras de Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia. Parte do território desses Estados encontra-se numa região limítrofe, homogênea quanto ao bioma, ao solo e ao clima, coberta originalmente com vegetação de cerrado, elevadas e planas chapadas, entremeadas por veredas úmidas, cuja dimensão se calcula em 414 mil quilômetros quadrados, quase o dobro do Estado de São Paulo. Esquecida pelo desenvolvimento nacional, parecendo inatingível, há 20 anos começou sua ocupação produtiva. Desde então um milagre agronômico se processou.

Considerada a última fronteira agrícola do País, agricultores migrantes, gaúchos e paranaenses, especialmente, foram os primeiros a descobrir-lhe o valor, escondido entre os arbustos retorcidos que sofrem seis meses sem um pingo d'água. Depois, mais recentemente, chegaram os megainvestidores, empresas que passaram a adquirir ou arrendar enormes extensões de terra, pondo-as em produção. Em Mapitoba já se produz cerca de 10% da soja brasileira, fora as lavouras de milho e algodão. Cerca de 3 milhões de hectares acabaram de ser colhidos, menos da metade da área disponível para cultivo. Quer dizer, o progresso naquelas bandas apenas começou.

Enquanto o Brasil patina, Mapitoba acelera. Sua economia cresce 10% ao ano, puxando a expansão das cidades locais - Balsas (MA), Uruçuí e Cristino Castro (PI), Palmas (TO), Barreiras e Luís Eduardo Magalhães (BA) -, estimulando o comércio, gerando empregos. Mas a onda virtuosa trombou com um problema: naqueles rincões falta mão de obra para tudo. É precária, por óbvio, a infraestrutura de produção.

Na logística de escoamento da safra, os produtores rurais de Mapitoba até que levam uma vantagem sobre, por exemplo, os de Mato Grosso: eles se encontram mil quilômetros mais próximos dos portos exportadores, graças à Ferrovia Norte-Sul, cujos trilhos escoam a safra de grãos até o Porto de Itaqui, no Maranhão. Outra ferrovia, a Transnordestina, prometida, mas ainda não entregue, deverá realizar a ligação ao Porto de Suape, em Pernambuco, enquanto a Ferrovia de Integração Oeste-Leste, quando sair do papel, deverá ligar Barreiras a Ilhéus, na Bahia. Se o governo tivesse um mínimo de planejamento estratégico, toda essa malha de transporte estaria funcionando. Paciência.

Paradoxalmente, porém, as fragilidades da economia local favoreceram os fazendeiros corporativos. Acontece que os maiorais montam uma operação completa, chegando com esquema pronto: máquinas, gente treinada, oficina mecânica, residências, telefonia, tudo o resto. Quer dizer, nada demandam localmente. Somente assim empresas líderes, como a SLC Agrícola, a Tiba Agro ou a Agrinvest, conseguiram prosperar no território de Mapitoba. Mais que esquemas financeiros, elas se organizaram, tecnicamente, para instalar e conduzir fazendas, do começo ao fim.

Do ponto de vista dos aplicadores de dinheiro, importa garantir rentabilidade do capital. Quando, todavia, os fundos de investimento se direcionam para a agricultura, seus administradores se obrigam a adquirir uma distinta habilidade gerencial. Por quê? Porque no mundo do agronegócio existem especificidades: os ciclos da produção são mais longos, sofrem as intempéries climáticas, dependem de preços "comoditizados", sujeitam-se aos gargalos logísticos. Tecnologia, produtividade e rentabilidade nem sempre se controlam, nem caminham juntas, na roça.

Fracassos no campo, muitas vezes, independem da boa gerência, no sentido estrito, o que nem sempre os economistas urbanos compreendem, muito menos os milionários que se permitiram alavancar lavouras por aí afora. Bens industriais fabricam-se a qualquer tempo, em ambientes controlados, cabem fácil na planilha de custos. A produção rural, por depender de leis biológicas, é mais complexa, mais incerta. Talvez por isso, mais apaixonante.

É sensacional acompanhar esse movimento de aproximação, via empresas corporativas, entre o campo e a cidade. Tal encontro, de extremos, em certo sentido, possivelmente ajudará a reduzir uma lacuna de comunicação existente na sociedade, responsável por depreciar o agro perante o urbano. Ninguém valoriza aquilo que desconhece. Graças ao reino de Mapitoba, mas não exclusivamente, muita gente engravatada anda descobrindo as agruras da vida rural, percebendo que somente dinheiro não garante resultado. Muito menos felicidade.
* Xico Graziano é agrônomo e foi secretário de Agricultura e do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. E-mail:xicograziano@terra.com.br.


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sábado, maio 11, 2013

COLUNA DO SPC NO JORNAL A GAZETA


Hora de sair da toca

Parece distante, mas as próximas eleições estão aí, batendo na porta, os presidenciáveis já se articulam, faz tempo. E os deputados? Esses vêm cultivando seu rebanho pelos currais eleitorais de suas regiões, visitando municípios e agradando prefeitos com emendas parlamentares, que ninguém sabe como são aplicadas de fato.
E a nossa região? Quais nomes estarão na liça para deputados estadual e federal? Quem arrisca um palpite? Bons nomes existem, mas qual, de fato, vai topar a parada?
Juninho Fontes (PMDB) foi um nome forte para prefeito, mas que desistiu a pedido do então prefeito Cavani, por isso, é sempre é lembrado nas conversas; porém, se indagado, baixa os olhos e diz que não será candidato (?). O pré-anunciado candidato Luiz Cavani, segundo seus amigos, desistiu por motivos de natureza pessoal. E doutor Ulysses (PV), o “migalheiro”? Não se sabe se a sua saúde permite outra aventura eleitoral, nem se terá o apoio que teve por representar, na época, uma expectativa de trabalho que não se confirmou; doutor Ulysses, como deputado, tem sido um fiasco; a verdade mesmo é que o lançamento de sua candidatura foi o meio encontrado pelo prefeito Cavani (PSDB) de derrotar a ex-deputada Terezinha, então candidata, contando para isso com o apoio de duas almas gêmeas, Paulo De la Rua e Paulo Tarzan; infelizmente, em Itapeva a política ainda é usada, como antigamente, para acertos de rixas pessoais, visando mais derrotar um candidato que ganhar com outro. Síndrome de regiões atrasadas, onde em vez de somar forças, divide-se. E, aí?Quem mais se habilita?
Doutor Mazen (PP) surpreendeu com votação expressiva para prefeito, mas aquietou-se desde a eleição e sequer agradeceu o “grupo da Kombi” pelo apoio que recebeu; ninguém sabe nada dele, amoitou-se. Talvez tenha problemas pessoais para resolver, mas ele tem chance, como a ex-deputada Terezinha também, desde que ambos desçam do salto alto para o mundo real da plebe ignara, onde engolir sapo é banquete.   
                                             Ele merece
            O professor Edson Panis Kaseker recentemente foi “descoberto” como artista plástico, após décadas de dedicação ao desenho, à pintura e montagens; estava mais que na hora de ele ser lembrado. Conheço o Edson há muitos anos, sempre às voltas com seus trabalhos de experimentação artística, de pesquisa, inventividade, não só para seu deleite estético, mas também como forma de incentivar seus alunos. O seu “defeito” é a modéstia e a timidez, pois numa época de comunicação mediática aparece quem se expõe; e o Edson é avesso à exposição, no sentido lato do termo.
            Os desenhos do meu livro, Eleições em Pedrachata, são do Edson em parceria com o saudoso professor Euflávio Barbosa; a capa é de Eduardo Silveira Gomes. Sempre tive grande afeto pelo Edson, um dos meus poucos amigos de verdade, o admiro pela dignidade profissional e pela perseverança naquilo que se dispõe fazer sem preocupação de que se isso vai agradar ou não as pessoas, desde que seja de seu próprio agrado, pendor de todo verdadeiro artista. Já discutimos e nos criticamos várias vezes, mas isso só contribuiu para fortalecer nossa amizade. Edson, a esposa Sônia e os filhos Francisco e Natália formam uma família exemplar de amor e dedicação. Parabéns.


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domingo, maio 05, 2013

Entre 1970 e 2011, número de pobres caiu 42 milhões

Proporção da pobreza recuou de 68,3% para 10,1% da populaç·


O GLOBO
Publicado:4/05/13 - 20h42


RIO — Em pouco mais de quatro décadas, a pobreza despencou no Brasil. A proporção de pobres na população caiu de 68,3% em 1970 para 10,1% em 2011, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE, consolidados pela economista e pesquisadora do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Iets) Sonia Rocha. O número de pobres no Brasil passou de 61,137 milhões para 18,724 milhões, ou seja, são 42,413 milhões a menos de pobres na sociedade. O estudo, que será apresentado no XXV Fórum Nacional, aponta ainda que a fatia dos pobres avançou nas regiões Sudeste e Norte.

— A pobreza teve forte queda entre 1970 e 2011 e a redução da desigualdade foi fundamental nesse processo — diz a economista.

O levantamento teve como base a renda familiar per capita e estima linhas de pobreza que variam para cada região. Os mais de 40 anos entre 1970 e 2011 foram divididos em quatro períodos (1970-1980, 1980-1993, 1993-2003 e 2003-2011).

A redução da pobreza rural e a melhoria sustentada das condições de vida de pobres e não pobres — tanto de renda quanto de oferta de serviços públicos — são apontados pela pesquisadora como aspectos comuns a todos esses anos.

— Cada período teve um comportamento diferente da pobreza, mas houve uma melhoria das condições de vida da população em todos eles. A velocidade é que mudou. Ao mesmo tempo, vimos uma redução da pobreza rural — afirma Sonia Rocha.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/economia/entre-1970-2011-numero-de-pobres-caiu-42-milhoes-8295444#ixzz2SQVnzSDD
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sábado, maio 04, 2013

Tachado de louco, agricultor de SC 'revolucionou' plantio no Brasil

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WILHAN SANTIN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM LONDRINA
Inconformado com a perda de terras férteis para a erosão, o agricultor Herbert Bartz viajou à Europa e aos EUA nos anos 1970 em busca de um sistema que permitisse a conservação do solo.
Quando começou a plantar sem retirar da terra a palha da safra anterior, foi tachado de louco. Hoje o plantio direto está em 85% da área plantada no país.
Sem diploma universitário, ele recebeu nesta semana, por ter consolidado o Brasil como referência mundial em plantio direto, o título de doutor honoris causa da Universidade Estadual de Londrina.
*
Nasci em Rio do Sul (SC), em 1937. Sou filho de alemães. Minha mãe era enfermeira, enviada ao país pela Cruz Vermelha. Meu pai, um imigrante que fugiu da crise de 1929.
Quando tinha um ano, fomos morar na Alemanha para minha mãe tratar uma doença no coração. A ideia era logo voltar ao Brasil. Mas, quando acabou o tratamento, a Segunda Guerra Mundial havia começado. Fomos impedidos de deixar o país.
Em 1945, meu pai foi convocado pelo exército alemão e enviado à Rússia. Foi capturado e feito prisioneiro. Com minha mãe e quatro irmãos, fomos morar em Dresden, com meus avós maternos.

Herbert Bartz

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Sergio Ranalli/Folhapress
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O agricultor Herbert Bartz em solo com palha, característica do sistema de plantio direto
Na noite de 13 de fevereiro houve um grande bombardeio aéreo dos aliados a Dresden. A cidade inteira foi incendiada. Ficamos no porão de uma casa. Éramos 15. O calor chegava a 80ºC por causa do fogo na parte externa. Sobrevivemos porque senhoras jogavam água sobre a gente.
Quando saí, vi esqueletos queimados sobre o asfalto.
Meu pai foi libertado da Rússia em 1948, pesando 44 quilos. Minha mãe morreu em 1958 e meu pai decidiu que era o momento de buscar prosperidade no Brasil. Abandonei a faculdade de engenharia hidráulica no primeiro ano e chegamos em 1960.
Em Rolândia (PR), comprou um sítio, que chamou de Rhenânia, região da Alemanha onde vivíamos.
Sergio Ranalli/Folhapress
O agricultor Herbert Bartz em solo com palha, característica do sistema de plantio direto
O agricultor Herbert Bartz em solo com palha, característica do sistema de plantio direto
O café era o produto principal do norte paranaense. O sítio tinha 5.000 pés. Colhemos e erradicamos os cafezais. Percebemos que não nos adaptaríamos ao trabalho braçal que o café exigia.
Passamos a criar porcos e a plantar milho, arroz e trigo. Em 1964, comprei o primeiro saco de semente de soja.
Mas a prosperidade não chegava. Havia geadas e doenças como a febre aftosa.
Meu pai desanimou. Insisti em viver da terra. Em 1966 ele arrendou o sítio para mim. Investi em máquinas, arrendei terras dos vizinhos e passei a trabalhar mais ainda.
Porém as grandes perdas com a erosão me aborreciam muito. A prática era preparar o solo, deixando-o nu para fazer o plantio, e a cada chuva a terra era levada para os rios.
Numa noite de outubro de 1971, constatei que ou essa situação mudava ou não daria mais. Uma grande chuva estava se formando. Sempre que isso acontecia eu não conseguia dormir. Levantei e fui olhar a lavoura.
Foi uma tromba-d'água. Vi a água levando a terra e sementes recém-plantadas.
No Brasil, não havia solução para a erosão. Tinha que ver fora do país.
Na Alemanha não encontrei nada. Na Inglaterra vi agricultores que colhiam trigo e deixavam a palha no chão, mas a queimavam para plantar a safra seguinte, por causa dos maquinários que tinham. Não gostei.
Nos EUA, visitei o produtor Harry Young, que já plantava no sistema de plantio direto havia dez anos.
Vizinhos dele plantavam no chão coberto com palha. Fiquei eufórico, convencido de que ali estava a solução para o meu problema.
Encomendei uma semeadora própria para plantio direto. A máquina chegou ao Brasil em outubro de 1972.
LOUCO
Quando me viram plantando soja sobre a palha do trigo, os vizinhos me chamaram de louco. Até agrônomos e institutos de pesquisa se posicionaram contra mim. Chegaram a atear fogo à palha que deixei sobre o solo.
Surpreendentemente fui bem, com quase 30 sacas por hectare. Parte da safra chegou a ser embargada pela PF, pois um agrônomo denunciou que a soja era ilegal.
Em 1973, o preço do diesel disparou com a crise do petróleo. Passaram a se interessar pelo que fazia, porque o plantio direto economiza combustível, pois não é preciso fazer o preparo do solo.
Foram aparecendo herbicidas que matavam só as invasoras e máquinas mais eficientes para cortar a palha e fazer o plantio. Em 1977, já colhia 50 sacas por hectare. E o solo ficava mais fértil.
Aos poucos, colegas foram aderindo ao sistema.
Tenho certeza de que é possível, com o plantio direto, recuperar áreas degradadas. Não destruímos mais a terra, conseguimos construi-la.
Vão me homenagear com título de doutor. Eu que nem tenho diploma universitário. Sinto-me honrado e feliz.



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sexta-feira, maio 03, 2013

COLUNA DO SPC NO JORNAL A GAZETA



Atenção, os chineses vêm aí...

            Neste exato momento o secretário Ralph Gemignani (Indústria e Comércio) está na China, bem gostosão, a fim de trazer empresas para Itapeva, as despesas por conta da Prefeitura, claro. Às vezes que tentei falar com ele pessoalmente, para saber detalhes da viagem, não consegui, tinha saído ou estava em reunião (síndrome Luciano Oller?), e só consegui pelo celular, graças à assessoria de imprensa da Prefeitura. Então, só posso especular: suponhamos que os empresários chineses, dispostos a atravessar oceanos e vir para Itapeva, exijam o currículo empresarial da nossa cidade, para saber se as empresas que aqui se instalaram deram certo, se cresceram? Quais vantagens Itapeva lhes oferece além de incentivo fiscal; existe mão-de-obra barata e capacitada? Estradas duplicadas, aeroporto adequado, comunicação moderna, serviço de saúde etc.
As conversas vão ser em inglês, dizem que o Ralph domina o idioma; itapevense falando inglês! Que bonito! Mesmo assim é uma empreitada difícil. Ouvi dizer que os chineses só estão interessados em nossos grãos (grãos agrícolas), será que isso vai gerar empregos, aqui? Agronegócio é mecanizado, usa pouca mão-de-obra, não conheço nenhum país no mundo que se tornou grande potência exportando grãos e matérias-primas. A China se tornou potência mundial exportando produtos industriais, cereais eles compram de países agrícolas, atrasados, como o Brasil. Itapeva vai entrar nessa?
Mas é bom para nossos secretários dar uma escapulida turística, conhecer outros povos, outras culturas, isso areja suas cabeças, limpa a ferrugem provinciana tão do gosto itapevense. Caso o secretário não consiga trazer grandes empresas industriais para Itapeva, vale o esforço, pelo menos, ele revê a China, cultura milenar, pródiga em atrações turísticas, comidas exóticas, povo acolhedor, o que vai render boas entrevistas à imprensa para nosso desfrute. Sou a favor da escapadela chinesa do secretário. Ele só precisa tomar cuidado com a gripe aviária, no mais, tudo bem. Volte logo, secretário.
             
FAI - desvios de dinheiro e reeleição

            O vereador Jé (PMDB) vem tentando convencer os colegas na Câmara de que cinco dias para comemoração do aniversário da cidade é o suficiente, insistindo para a prioridade na contratação de atrações artísticas e a concessão de barracas de bebidas e lanches serem de artistas e comerciantes locais. Certíssimo. Vereador Jé foi o único, até agora, a criticar o desperdício de recursos municipais e o prejuízo ao comércio local pelo modelo da FAI da era Cavani, só com gente de fora, que o ex-prefeito Wilmar importou em sua campanha eleitoral. Esperto, o ex-prefeito Luiz Cavani (PSDB) manteve o modelo porque coincide duas vezes com a campanha eleitoral, encerrando-se a 15 dias das eleições municipais. Estão no Ministério Público diversas denúncias de desvios de recursos municipais e doações do comércio, destinados a pagar artistas.
Se o prefeito quer mesmo incentivar o comércio local e demonstrar que foi eleito para dar a Itapeva o que é de Itapeva, precisa mudar esse mau-hábito de seus antecessores de prestigiar o que é de fora, em detrimento ao existe em nossa cidade, senão, mais empresas vão embora daqui, como citei em minha coluna, semana passada.
Afinal, o prefeito Zé Roberto foi eleito para mudar a cara provinciana de Itapeva ou para mantê-la atrasada? Ele tem tudo para mudar o jogo, vai que é sua Robertão...


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