sexta-feira, agosto 02, 2013

COLUNA DO SPC NO JORNAL A GAZETA

Por Sebastião Pereira da Costa

Secretaria de Cultura – a Cinderela

A Secretaria de Cultura e Turismo de Itapeva é uma espécie de filha enjeitada da família municipal em que é a última a ser lembrada na hora de compor o orçamento anual da Prefeitura, ficando com as migalhas que sobram do rateio de recursos.
Não quero que me tomem por mal, achando que a secretaria precisa contratar mais funcionários, ter mais carros, mais viagens e mordomias, nada disso, a secretaria precisa de mais recursos para ajudar a cultura de Itapeva caminhar; se não dá, então é melhor extinguir a secretaria, o que não pode é continuar enganando que, aqui, tem uma repartição que cuida da cultura e do turismo do município.
Com mais recursos a Secretaria pode melhorar o nível de seus quadros diretamente ligados à produção artística, a fim de integrá-los profissionalmente, uma forma de eles aprenderem a buscar projetos culturais, conseguir recursos ou trazer artistas profissionais que mais convenham à formação artístico-cultural de sua cidade; com isso é possível se pensar em criar incentivos para artistas diletantes, que queiram participar ativamente e fazer de sua arte projetos de vida (como já é feito na área da música). Infelizmente, a falta de preparo dos secretários os leva a confundir cultura com “eventismo” (apresentações artísticas). E isso acontece na maioria das cidades.
Por outro lado, turismo (passeios contemplativos da Natureza) não tem nada a ver com cultura (que é o desfrute da arte humana), ambos estão juntos na mesma secretaria, em Itapeva, porque turismo é uma batata quente que os prefeitos não sabem onde jogar (por eles jogavam fora); com duas áreas totalmente distintas para cuidar, o secretário (a) improvisa, não faz bem feito nem uma coisa nem outra. São áreas com características diversas: arte é deleite espiritual, turismo é passear, contemplar.
                                       Parcerias bem-vindas
Da programação da 9ª Semana de Cultura Newton de Moura Müzel, assisti à apresentação da 2ª feira: Choros, com o conjunto de cordas e flauta, do Baia e Alex, e cantores da noite; na 3ª feira, assisti as apresentações de música popular com a pianista Eliana Wagner, acompanhando a cantora Cristiane Fogaça; ainda, o pianista Leonardo Faiçal com três peças eruditas e o violonista Alex Oliveira com repertório também erudito. Excelentes apresentações, recinto lotado, muito aplauso, parabéns. Todavia.
Faltou organização e sobrou paciência do público, que assistiu calado o conjunto de choros ficar durante 55 minutos afinando seus instrumentos, ligando/desligando do amplificador, enquanto as músicas tocadas duraram apenas 20 minutos; o volume do microfone da cantora estava desregulado e a sua voz saía estridente nas notas altas (uma pena); o pianista, não anunciou o nome de suas peças nem o dos compositores.
Mas a maior bola fora foi a entrega de certificados para jovens desenhistas, após as apresentações musicais. Foi um desrespeito com os artistas e o público. Ao terminar apresentações artísticas é comum, e desejável, que as pessoas cumprimentem os artistas, façam comentários, abrace-os, isso faz parte do clima artístico. Portanto, foi uma tremenda sacanagem dos organizadores do evento e de quem teve a infeliz ideia de “aproveitar” a oportunidade para fazer propaganda de sua escola. Crendiospadre.  

***
NOSSA PÁGINA NO FACEBOOK: http://www.facebook.com/profile.php?id=100002651355455&ref=tn_tnmn
Google
online
Google