sexta-feira, setembro 06, 2013

COLUNA DO SPC NO JORNAL A GAZETA

Sebastião Pereira da Costa
07:37 (0 minutos atrás)

                             Todos passam, a banda fica
            Após meses de ausência, domingo, dia 1º, fui ouvir a Lira na praça. E gostei. Repertório renovado, de bom gosto, e com exceção do choro Tico-tico no fubá em ritmo de frevo, os demais ritmos originais foram preservados. Sonoridade cheia, harmônica, a modulação melódica, em algumas músicas, revelava um regente artisticamente sensível, interessado na interpretação musical. Acredite, a Lira tocou dois dobrados! Há quanto tempo não se ouvia a Lira tocar dobrados!! Só falta tocar o Cisne Branco. Parabéns ao jovem regente Emerson Urba; ele leva jeito para reger uma orquestra de verdade.
            Não podemos esquecer que a Lira é resultado do trabalho incansável, e inglório, de muitos aficionados da música, citar nomes correr-se-ia o risco de omissão, então, vamos relembrar o saudoso regente Antônio de Jesus Prado Margarido, o Toninho, que deu à banda esse charme tão apreciado de orquestra. Ele não gostava de tocar dobrados; era orgulhoso de sua banda, que fazia parte de sua vida, como se fosse sua família. Mais de uma vez, sugeri a ele para transformar a banda em orquestra, com violinos e tudo, ele sorria e dizia que ainda era cedo para se pensar nisso, não havia recursos para tanto; mas gostava da ideia. O Toninho Margarido deixou saudades. Requiescat in pace, amigo.

                                     Amadorismo imperdoável

O DVD gravado pela Lira Itapevense, no Itapeva Clube, em homenagem aos seus 50 anos de fundação, sob a regência do jovem Emerson Urba, pra mim é um fiasco. O trabalho pecou pela falta de informação escrita, pela seleção do repertório e a capa sem legendas. Como livros de literatura no Brasil, o repertório da banda favoreceu compositores americanos, talvez na pretensão equivocada de parecer orquestra. Qual o problema com a música brasileira? O som da gravação está bom, mas só ouvi as cinco primeiras músicas e arquivei o DVD. Pior de tudo é a falta de folheto com elenco das músicas, histórico etc. Uma chatice a participação da narradora (aliás, muito simpática, quem é ela?), que, no início da gravação, lê extenso necrológio de aficionados e participante-fundadores da banda. Pior é que no anúncio do dobrado Rio Branco, comete-se o equívoco de atribuir sua autoria ao autor do Hino Nacional, Francisco Braga (?). A apresentação escrita facilitaria a consulta e a correção; outro problema: não tem como selecionar as músicas, quem quiser “pular” uma música não consegue; o local da gravação também não podia ser pior, os músicos, juntinhos, não podiam nem coçar. Lugar ideal de banda é o coreto, ao ar livre, mesmo com algum prejuízo do som da gravação; por que essa bobagem provinciana de querer travestir a Lira de orquestra?  
O DVD não teve mais falhas por falta de espaço. A Lira merecia um trabalho profissional, supervisionado; afinal, quanto custou o disco? O Conselho da Secretaria de Cultura foi convocado para fazer sugestões? A Secretária Setembrina sabia do DVD?
Itapeva continua devendo um DVD para o jubileu da Lira. Esse bateu na trave.      

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