sexta-feira, setembro 13, 2013

COLUNA DO SPC NO JORNAL A GAZETA

Sebastião Pereira da Costa
 

Lobato se virou no túmulo

            Numa frase emblemática, Monteiro Lobato disse: “um grande país se faz com homens e com livros”; ele quis chamar a atenção para o alto índice de analfabetos no Brasil e, ao mesmo tempo, despertar o interesse das pessoas para a importância da leitura no desenvolvimento não só pessoal, mas social e econômico de uma nação.
            Esse enunciado sobre o valor da leitura do combativo Lobato era extensão de sua luta por um Brasil melhor e mais justo, luta que incluía “o petróleo é nosso”, que deu no que deu, naqueles tempos bicudos de domínio dos trustes internacionais.
            Em Itapeva dois episódios demonstram que, aqui, tem gente que, além de não ter lido Lobato, não gosta de livros, senão teria mais respeito por eles.
            O primeiro episódio é de quando a Câmara Municipal ficava no prédio onde hoje é a Estação Cultura e foi protagonizado pelo então Presidente da Casa, Paulo de la Rua, que mandou encaixotar toda a biblioteca! Não se sabe o motivo da atitude temerária do vereador, mas, na época, dizia-se chistosamente, que por ser anexa ao plenário da Câmara a biblioteca incomodava os vereadores; não só pelo cheiro dos livros, mas a presença insólita daqueles livros todos, clamando por leitura, tendo tantos homens públicos ali, tão próximos, que nunca leram um livro na vida; um paradoxo que o empedernido presidente da Casa resolveu, encaixotando a biblioteca e tirando-a dali.
            O segundo episódio foi recente. O cidadão Marcos Melo Primo contou que fez doação de todos os livros, juntamente com as estantes, que pertenciam ao seu pai, o saudoso João Primo, à Secretaria de Cultura. Depois ele viu (e fotografou) os livros jogados no chão, num cômodo no Pilão D´água, correndo risco de ser danificados. Indignado, ele reclamou com a secretária Setembrina e aí guardaram os livros em lugar seguro. Ele já pensava em pedir de volta o acervo e doar para alguma escola.
            Acredito que a Setembrina não mandou jogar os livros; isso deve ter sido desleixo de algum funcionário, que também não gosta de livros. Entretanto, se a secretária gostasse de livros teria ido, até por curiosidade, conhecer os títulos das obras; por que será que nossos homens (e mulheres) públicos têm tanta aversão por livros? Em Itapeva, a biblioteca nunca teve prédio próprio, motivo pelo qual em breve vai ser transferida para outro local, a fim de dar lugar ao Poupatempo. Outra vez encaixotada!
            Biblioteca Pública, em prédio próprio, uma prioridade para nossa cultura.
                                                Nova classe política?
            Com as últimas eleições municipais foram devolvidos à sociedade os derradeiros caciques políticos de Itapeva, entre os quais alguns filhotes, herdeiros do modo conservador de pensar e gerir a coisa pública; alguns deles inelegíveis por improbidade.
            Excetuando-se uns poucos vereadores desse período coronelista, novos agentes políticos surgiram representando uma nova safra, entre os quais o prefeito Zé Roberto que, malgrado seja fruto dessa época, ele pode implementar a renovação política que todos almejamos, há décadas. Por enquanto nenhuma novidade para se comemorar, mas ainda cedo para sentir se vai mudar ou continuar como dantes no quartel de Abrantes.
            Pelo menos os novos secretários são bons de papo, tem que ver se... Oremos.

***
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1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Como perguntaria o "Nerso da Capitinga", vc se lembra da Dona Política ? Morreu.

10:13 PM  

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